terça-feira, 31 de março de 2009

Por que eu me masturbo? – Ajuda para parar de se masturbar

Assim como ocorre com outras atividades sexuais envolvendo vício, a masturbação pode ter uma ou várias causas. Para poder parar com esse hábito, precisamos ir até a raiz do problema.

Passo 1: Peça a Deus a graça de responder à pergunta “Porque me masturbo?”

Uma oração simples para isso poderia ser:

“Amado Pai, peço que me ajudes a descobrir as razões pelas quais tenho me masturbado. Por favor, revelai-me a verdade, através do Espírito Santo. Em nome de Jesus Cristo, eu ordeno que toda voz que não seja de Deus silencie agora. Que somente a paz de Cristo esteja em meu coração, meu espírito e meu corpo. Obrigado, Pai, em nome de Jesus, Amem”.

A seguir, seria útil passar um tempo em oração silenciosa, escutando o Espírito Santo. Escreva os seus pensamentos, a agradeça a Deus pelo que Ele lhe revelar. Algumas razões comuns que temos visto para a masturbação incluem:

- Diminuir a dor da rejeição, abuso, baixa auto-estima etc.
- Diminuir a frustração e o estresse
- Amor ao prazer
- Auto-piedade
- Independência, auto-suficiência
- Complementar o hábito de ver pornografia
- “Sexo seguro”, tentando manter a virgindade física
- “Alívio saudável” da tensão sexual
- Impaciência, não esperar em Deus
- Razões para meu hábito: ______________ (escrever as suas próprias outras razões)


Passo 2: Identificar as causas mais profundas associadas

Tendo conhecido as razões superficiais para nosso hábito, podemos procurar descobrir as raízes mais profundas dessas razões. Novamente, devemos convidar Deus para nos guiar nessa descoberta. Uma oração para esse momento poderia ser: “Senhor, ajudai-me a compreender as raízes escondidas por trás das razões de meu hábito. Por favor ajuda-me a enxergar a verdade. Obrigado, Pai! Amem”.

As raízes normalmente começam com uma experiência que quebra nosso desenvolvimento saudável no nível físico, emocional ou espiritual. Se respondemos a essa experiência de maneiras não saudáveis (ou seja, pecando), essas raízes crescerão. Há tantos cenários possíveis para explicar como essas raízes começaram, que é impossível cobrir todos aqui. Compartilhando as raízes que temos visto, esperamos ajudá-lo a descobrir as raízes que estão na base de seus próprios hábitos.

Geralmente, as raízes envolvem o pecado que cometemos ou que alguém cometeu contra nós. Aqui estão alguns exemplos de raízes/causas de masturbação:

- Trauma, violência, abuso, molestação
- Rejeição (não era amado pelos pais, era motivo de piada para os colegas, foi rejeitado por namorada etc.)
- Influências dos pais ou antepassados
- Falta de perdão (amargura, ressentimento, rancor etc)
- Ligação com ocultismo
- Pecado sexual
- Orgulho (“Posso fazer por mim mesmo”, ou “Não preciso de ninguém”, ou “Não preciso de Deus” etc.)
- Luxúria e idolatria sexual
- Relacionamentos não saudáveis
- Atividade homossexual e perversões como sexo em grupo, fetiches etc.

Gaste algum tempo pensando em sua vida, começando no ponto mais cedo que conseguir lembrar, e olhando para as indicações de inícios de causas ou raízes tais como as listadas acima. Deixe que o Espírito de Deus o conduza nisso. Listo abaixo alguns períodos típicos da vida. Escreva qualquer causa ou raiz que o Senhor lhe mostrar.

- Primeira Infância (0 a 3 anos)
- Pré-escola (3 a 6 anos)
- Infância (7 a 12 anos)
- Adolescência/Juventude (13 a 19 anos)
- Carreira/Faculdade/Casamento etc. (20 a 40 anos)
- Outros

Aqui está um exemplo de como essas raízes podem começar e crescer em nossas vidas. Um pai censurava continuamente o filho de 7 anos pela sua falta de habilidade nos esportes. O pai não conseguia ver nenhum valor nogosto do seu filho por música, arte e drama. Essas atividades eram “coisas de menina”, de acordo com o pai. O filho ficou emocionalmente machucado pela rejeição de seu pai, e isso se tornou uma “raiz”. Nos anos seguintes, o pai continuou a ridicularizar o filho. O garoto começou a acreditar que não podia fazer nada certo aos olhos de seu pai, e que ele nunca ia ter sucesso em nada. Ao entrar na adolescência, ele respondeu à dor da rejeição se tornando isolado e rebelde. Quando um amigo lhe iniciou na pornografia e na masturbação, o garoto descobriu um prazer que nunca tinha conhecido antes. As imagens da pornografia lhe ofereciam a “aceitação” e o “amor” que ele sempre desejara. Não importava que a pornografia fosse baseada em fantasia – ele iria agarrar todo “amor” e “aceitação” que conseguisse ter. Encontrando consolação na masturbação, ele logo se viu viciado nela.

Passo 3: Remover as raízes

A importância de remover as raízes não pode ser subestimada. Deixá-las à solta pode dificultar o processo de parar de se masturbar. Além do mais, as “raízes” continuariam a soltar “veneno espiritual” e nos prejudicando. Quanto mais permitimos que as raízes permaneçam em nós, mais profundo será o dano de que teremos de recuperar.

Encorajamos-lhe a ser paciente nesse processo de retirar as “raízes”. Isso muitas vezes pode levar tempo. Não permita que o inimigo lhe convença a desistir. Continue no caminho persistentemente, guiado pelo Senhor. Não acredite na mentira de que “você nunca vai ficar livre”.

A. Comece rezando. A oração nos conecta com o poder de Deus. Ele pode fazer impossíveis. Jesus disse: “Para o homem é impossível, mas com Deus nada é impossível” (Mateus 19, 26). Enquanto reza, acredite em seu coração que o poder de Deus vai fazer a diferença. Acredite que Ele está ouvindo sua oração e que vai responder. Sua fé completa o “circuito” do poder de Deus em sua vida.

Um exemplo de oração: “Deus Pai, eu vos agradeço por me amar e por ter morrido por mim. Obrigado por estar comigo neste momento. Por favor, ajudai-me a remover as raízes do meu vício completamente. Por favor, guiai-me e protegei-me do maligno. Eu acredito na liberdade que é minha através de Jesus Cristo. Por favor, ajudai-me em qualquer falta de fé que eu tenha. Obrigado, Pai”.

B. Confissão, arrependimento e desapego. Nesse ponto assumimos a responsabilidade pelo nosso pecado envolvido na masturbação e suas raízes. Arrependemo-nos do pecado nos afastando dele e não mais o aceitando. Finalmente, devemos nos libertar de qualquer atitude não saudável a que tenhamos nos apegado.

Arrependa-se e confesse os pecados envolvidos com seu hábito de masturbação, e dos pecados envolvidos em cada “raiz”. Veja as fontes ou “raízes” que tiver anotado, e peça perdão a Deus, e confesse esse pecados ao sacerdote. Se não tiver certeza sobre os pecados envolvidos, pela ao Espírito Santo que o ajude a identificá-los.

Devemos também nos desapegar que qualquer coisa que nos impeça de viver sem pecado, seja a falta de perdão, memórias, raiva, ódio, malícia, ou desejo de vingança, etc. Falta de perdão e memórias de pecados são comuns em viciados em sexo. Para nos libertar da falta de perdão, devemos perdoar as pessoas envolvidas (com a ajuda de Jesus). Com relação à memórias, devemos rendê-la a Deus e evitar fantasiar no futuro sobre elas.

Exemplo de oração: “Senhor, eu renuncio a essas atitudes ou memórias pecaminosas agora. Especificamente, eu renuncio a _____________ (seus itens específicos). Por favor, afastai isso de mim, e lavai-me com o Sangue de Jesus, retirando de mim qualquer resíduo de maligno. Eu perdôo as pessoas que me fizeram mal: ________________ (listar as pessoas). Por favor, renovai-me com vosso Espírito Santo agora, e substitua as áreas de pecado com amor, júbilo, paz, ternura, paciência, auto-controle, bondade, fidelidade e gentileza. Obrigado, Senhor”.

C. Reze pela cura. Aqui nessa atividade final pedimos a Deus que complete a cura que nosso arrependimento e confissão iniciaram. Algumas atividades que poderão ajudá-lo a rezar pela cura incluem: passar um tempo louvando a Deus; ler passagens bíblicas de curas; silenciar para ouvir a voz de Deus; permitir mais tempo de oração; agradecer ao Senhor pela cura.

Encorajamos-lhe a rezar pela cura nessas e em outras áreas que o Senhor lhe revelar. Também pode ajudar ter alguns amigos em que confie, para rezar por você. Seja paciente e persistente, pois as coisas podem levar algum tempo.
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Trecho de artigo traduzido e adaptado do site: Porn-Free

segunda-feira, 30 de março de 2009

Participação

Está aberta a participação dos leitores. Vocês podem usar o espaço para "comentários", ao final de cada post. Ou então, se preferirem, podem falar diretamente comigo, através dos e-mails abaixo:

d_p_oliveira@yahoo.com.br
vidaecastidade@gmail.com

Atenciosamente,
Daniel Pinheiro

Vídeo - Teologia do Corpo para jovens

Pessoal,
Convido para assistir ao vídeo sobre o material "Theology of the Body for teens", ou "Teologia do Corpo para jovens" - está legendado em português. Não estou fazendo diretamente propaganda do material, mas se alguém se interessar... só vai ter a ganhar com isso, pois é excelente, o único porém é ter que saber inglês. Vamos rezar para termos mais material em português. Mas peço que vejam o vídeo para conhecerem um pouco mais e ficarem "instigados" a se aprofundar na Teologia do Corpo, resultado de 129 catequeses proferidas pelo Papa João Paulo II entre 1979 e 1984, durante as audiências gerais das quartas-feiras.
Para maiores informações e outros artigos sobre Teologia do Corpo em português, por favor visitem o site:

www.teologiadocorpo.com.br

Ah, o vídeo está em http://www.youtube.com/watch?v=7uCF-QOK_h8

Mas você pode assistir aqui mesmo, logo abaixo.
Obrigado!
Daniel Pinheiro

Problemas que podem surgir no seu namoro - se isolar dos outros

Por Joshua Harris

O namoro às vezes isola os dois de outros relacionamentos vitais

Na época em que Gabriel e Janete (*) estavam namorando, eles não precisavam de mais ninguém. Se fosse pra passar um tempo a mais com a Janete, Gabriel não se importava de perder o estudo bíblico de quarta à noite com os colegas. Janete nem se preocupava em pensar como estava conversando pouco com sua irmã mais nova e com sua mãe, agora que estava namorando com Gabriel. Nem percebia que, nas poucas vezes que falava com elas, sempre começava as frases com “Gabriel isso...” e “Gabriel disse tal coisa...”. Sem ter intenção, ambos bobamente e egoisticamente se isolaram de outros relacionamentos.

Por sua própria definição, o namoro envolve duas pessoas que se voltam uma para a outra. Infelizmente, em muitos casos o resto do mundo fica muito para trás. Se você já se sentiu deslocado(a) na presença de dois amigos que estão namorando, você sabe como isso é verdade.

Ainda bem que, de todos os problemas que um namoro pode ter, esse é dos mais fáceis de resolver. Ainda assim, os cristãos precisam levar esse problema a sério. Por que? Porque quando permitimos que uma relacionamento ofusque outros, estamos saindo fora de perspectiva. Em Provérbios 15, 22 lemos que, “Os projetos falham por falta de conselho, porém com muitos conselheiros eles conseguem bom êxito”. Se tomamos nossas decisões na vida somente com base na influência de um relacionamento, provavelmente faremos julgamentos precários.

É claro que cometemos esse mesmo erro em muitos outros relacionamentos não românticos. Porém é no namoro que ele aparece com mais frequência, pois esses relacionamentos envolvem nosso coração e nossa emoção. E, por ser um namoro, envolvendo os planos de um casal, normalmente assuntos relevantes relacionados a casamento, família e fé estão em jogo.

E quando duas pessoas não têm clareza de seu nível de compromisso, eles estão particularmente em situação de risco. Você se coloca em uma posição precária quando se isola das pessoas que o amam e sustentam por se lançar inteiramente em um relacionamento romântico sem base em nenhum compromisso. Em “Paixão e Pureza”, Elisabeth Elliot diz, “Enquanto um homem não estiver preparado para pedir uma mulher em casamento, que direito ele tem de exigir sua atenção exclusiva? Enquanto não tiver sido pedida em casamento, porque uma mulher sensível prometeria a um homem sua atenção exclusiva?”. Quantas pessoas, depois que terminam um relacionamento de namoro, descobrem que seus laços com outros amigos estão quebrados?

Quando Gabriel e Janete decidiram, em comum acordo, terminar o namoro, ficaram surpresos ao ver como estavam longe dos outros amigos. Não é que seus outros amigos não gostassem deles; eles sequer os conheciam mais. Nenhum dos dois chegou a investir nada nessas amizades na época em que se concentravam no namoro.

Talvez tenha acontecido algo parecido com você. Ou talvez você tenha passado pela dor e frustração de ter sido relegado a um segundo plano por causa da namorada ou namorado do amigo ou amiga. A atenção exclusiva tão esperada em namoros tem a tendência de roubar das pessoas a paixão por servir à Igreja, e de isolá-los do resto das pessoas que os amam, os membros da família, que são os que os conhecem melhor, e, infelizmente, até mesmo Deus, cuja Vontade é muito mais importante que qualquer interesse romântico.

(*) Nomes fictícios.
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Trecho do artigo "Seven Habits of the Highly Defective Datings", traduzido e adaptado do site Catholic Education Resource Center

domingo, 29 de março de 2009

A masturbação faz mal?

O propósito dessa página é explicar porque a masturbação pode ser prejudicial na sua vida e também encorajar as pessoas a abandonarem essa prática. Certamente a masturbação pode trazer algum prazer temporário, mas normalmente vem acompanhada, em longo prazo, pelo vício e outros problemas de ordem sexual. Peça a Deus que lhe mostre a verdade sobre a masturbação.

1. A masturbação cria um vício!

Peço a quem duvida que a masturbação cria um vício que veja quantas semanas ou meses consegue passar sem se masturbar. Sabemos, hoje em dia, que vícios de ordem sexual são como uma drogadicção auto-induzida. Os hormônios e substâncias que nosso corpo libera durante a excitação sexual criam no cérebro o mesmo efeito que as drogas criam. A masturbação repetida reforça um círculo vicioso na química cerebral (ref.: Exposing Porn: Sciene, Religion, and the New Addiction, Paul Strand, www.cbn.com, Abril de 2004). Assim como nas drogas, na masturbação cada vez mais se necessita de uma quantidade maior de estímulo para atingir o mesmo nível de prazer. Isso pode levar ao aumento na frequência do hábito ou em uma busca sem fim por materiais novos para criar uma experiência mais “excitante”.

2. A masturbação condiciona nosso corpo a responder à auto-estimulação, que é centrada em nós mesmos

Isso prejudica nossa habilidade de nos relacionarmos com uma outra pessoa sexualmente. O sexo é uma experiência relacional, em que damos atenção às necessidades de outra pessoa pelo menos tanto quanto a nossas próprias. Se nos acostumamos a servir somente a nossas próprias necessidades, podemos achar difícil dar ao parceiro(a) a atenção que deseja. Além do mais, os hormônios liberados no cérebro durante a excitação sexual causam uma ligação emocional com o que estivermos olhando e/ou pensando naquela hora. Isso pode nos fazer responder mais à masturbação (e suas fantasias associadas) do que ao sexo real.

3. A masturbação causa um desequilíbrio sexual

A masturbação eleva nosso nível de emoções e treina nossos corpos para procurar a satisfação sexual mais frequentemente do que o normal. O senso comum nos diz que deve haver um equilíbrio entre o sexo e outras atividades em nossa vida. A masturbação rompe esse equilíbrio, treinando nossos corpos e mentes a esperar gratificação mais frequentemente do que o normal. Como em um círculo vicioso, o desequilíbrio entre realidade e fantasia pode levar uma pessoa a aprofundar-se no vício.

O desequilíbrio sexual também pode afetar outras áreas de nossas vidas, desviando energia, tempo e recursos para a atividade masturbatória. Por exemplo, um homem fica acordado até tarde toda noite para procurar pornografia na internet. Sua performance no trabalho fica prejudicada pelo sono, sua família amarga seu mau-humor, sua esposa sente sua falta devido a diminuição de atenção e interesse nela, e sua dívida do cartão de crédito aumenta com os sites pornográficos.

Comentários

A masturbação pode lhe roubar muitas bênçãos que Deus tinha planejado para sua vida. Como cristãos, devemos nos focar não em realizar nossos desejos luxuriosos, mas em cumprir os desejos do Espírito Santo (Romanos 8, 12-13). Jesus ressuscitou para que nós também possamos viver uma nova vida, livre da escravidão do pecado.
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Adaptado do site: Porn-Free
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Veja outros artigos do blog Vida e Castidade em:
 http://vidaecastidade.blogspot.com/2010/07/siga-o-vida-e-castidade-no-twitter.html

sábado, 28 de março de 2009

Eu não deveria ser livre para fazer o que quisesse???

Por Jason Evert

Qual dos dois homens abaixo é livre?

O primeiro homem vive sozinho e não está em um relacionamento porque não quer estar ligado a ninguém por nenhum compromisso. Frequentemente ele passa as noites fora, usufruindo o fato de que não tem que prestar contas a ninguém de que horas vai chegar em casa. Em outras noites, ele passa horas olhando para pornografia na internet. Na verdade, faz anos que ele não passa uma semana sequer sem ver pornografia. De vez em quando ele vai para um clube de “strip” com seus amigos, e bebe o quanto quer. Ele tem um filho de um relacionamento anterior, mas acha bom que a mãe tenha a custódia do filho, já que ele encarou a criança não-planejada como um peso em sua vida.

O segundo homem é casado e tem três filhos. Ele vai direto para casa depois do trabalho, para ajudar sua mulher a banhar as crianças e aprontá-las para dormir. Ele tem muitos amigos, mas não gasta mais tanto tempo com eles como na época que era solteiro. Com relação a pornografia e tentações de outras mulheres em sua vida, ele recusa isso e só tem olhos para sua esposa.

O mundo vai lhe dizer que o primeiro, o solteiro, é livre, e que o segundo, o casado, é um escravo. Mas vamos analisar com atenção. A não ser que mude de vida, o primeiro homem vai chegar no seu leito de morte um dia, e perceber que gastou a vida inteira consigo mesmo. Ele foi criado para fazer uma entrega de si, mas gastou a vida inteira tentando maximizar seu prazer pessoal. Seu egoísmo o cegou, impedindo-lhe de ver que há uma coisa que desejamos mais que essa “liberdade”, e essa coisa é o amor. Fomos criados para o amor. Mas esse amor nos exige coisas, e custa um alto preço: custa nossa vida. É por isso que muitos rapazes desistem. Nas palavras de um homem, “Eu queria ser um soldado, um cavaleiro, mas não queria sangrar como um”. (1)

Precisamos deixar a falsa noção de que a liberdade significa fazer tudo que queremos. O Papa João Paulo II nos lembra:

“Se a liberdade não é usada, o amor não pode se valer dela, ela se torna uma coisa negativa, e dá aos seres humanos um sentimento de vazio e incompletude”. (2)

O solteiro mencionado acima não é livre. Ele é escravo de seu próprio prazer e egoísmo. O marido, que parece preso, está espelhando o amor de Cristo, que disse de sua própria vida, “Ninguém a tira de mim, eu a entrego livremente”(João, 10, 18). O marido sabe que, abdicando de sua “liberdade” por causa do amor ele pode se libertar de si mesmo. Seja pela sua esposa, por seus filhos, ou por Deus, você rende sua liberdade como dom para os outros.

Somos livres para desistir dos desafios do amor, mas só vamos encontrar a verdadeira liberdade aceitando-os. Esse é o grande paradoxo do Cristianismo – enquanto não esvaziar a si mesmo, se sentirá vazio; enquanto não entregar sua liberdade como dom, não vai encontrá-la. No que se refere à pureza, você deve superar o medo inicial de que vai estar perdendo alguma coisa, porque o pequeno sacrifício esconde atrás de si uma grande recompensa. Quando você perceber que o autocontrole lhe faz livre para amar, você não mais verá a pureza como uma perda. Não tenha medo de ser um verdadeiro homem, um verdadeiro cavalheiro, como nos afirmou S. Josemaria Escrivá, “Quando você decide firmemente viver uma vida de pureza, a castidade não será um peso para você: será uma coroa de triunfo” (3).
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(1) Eldredge, Wild at Heart, 184.
(2) Karol Wojtyla, Love and Responsability. (San Francisco: Ignatius Press, 1993), 135.
(3) S. Josemaira Escriva, O Caminho, 40.


Trecho do livro “Pure Manhood”, de Jason Evert. San Diego, Ed. Catholic Answers, 2007.

sexta-feira, 27 de março de 2009

“Meu corpo, minha escolha”???

Por Crystalina Evert

Eu me lembro de estar sentada no banheiro, esperando com angústia para ver se estava grávida. Aqueles sessenta segundos pareceram uma eternidade! “Negativo! Graças a Deus!”.

Oito anos depois, e recentemente casada, meu marido estava presente quando eu fiz o mesmo teste. Vimos que tinha dado positivo, e choramos juntos de alegria. Que diferença faz o sacramento do matrimônio!

No colégio ficava apavorada ao fazer testes de gravidez. A experiência me deixava “amedrontada” por uns tempos, mas então voltava para as mesmas coisas. Por causa do medo, comecei a usar a pílula, e depois injeções. Eu sentia que parte de mim estava morrendo. Eu suponho que quando desrespeitamos nosso corpo em um relacionamento, deixamos de cuidar de nosso corpo também em outros sentidos. Começamos até mesmo a agir contra nossos corpos. É como se começássemos a nos separar de nossos corpos.

Ali estava eu, dezesseis anos de idade, e perfeitamente saudável, mas tomando medicação para me tornar sexualmente disponível. As substâncias me faziam ter náuseas, ficar triste, depressiva e inchada. Lembro-me que ficava me perguntando várias e várias vezes, “Porque estou fazendo isso comigo mesma?”. Eu sabia que não era por causa de mim, mas ainda assim não conseguia respostas. Só havia confusão e trevas. Meu namorado não me ajudava muito, dizendo, “Ah, tente só mais um pouco de tempo. Você vai ficar bem”. Em outras palavras, “Não me importo se você está machucando seu corpo. Se eu posso ter sexo sem responsabilidade, tudo está maravilhoso”. As empresas que fabricam esses medicamentos de controle de natalidade dizem que é tudo liberalizante, mas na verdade uma descrição mais adequada seria “escravizante”.

A contracepção não apenas lhe faz voltar-se contra seu próprio corpo, mas ela também causa ressentimento com relação aos homens em geral. Você já ouviu uma garota zangada dizendo, “Os rapazes não têm idéia do que é ter dezesseis anos e ter que fazer um teste de gravidez”? É verdade: os rapazes provavelmente agiriam de forma diferente com relação ao sexo se fossem eles a ficarem grávidos.

Por outro lado, nenhum homem jamais saberá o que é seu corpo se tornar um tabernáculo da vida. A fertilidade de uma mulher é uma bênção, não uma maldição. A MTV, e muitas revistas para garotas tentam nos fazer acreditar que a gravidez é uma espécie de doença. Eles promovem indefinidamente injeções, adesivos e pílulas para nos esterilizar.

Eles nunca nos falam toda a verdade sobre o controle de natalidade: o risco aumentado de câncer de mama (1), que a pílula e a injeção muitas vezes causam abortos quando o bebê tem apenas uma semana de vida sem que a mãe nunca venha a saber (2). Eles frequentemente nos dizem que precisamos da pílula por razões médicas, sem nos dizer que normalmente há outras alternativas (3).

Às vezes, o controle de natalidade “falha”, por qualquer motivo, e a mulher se encontra grávida e sentindo-se abandonada e sozinha. Mas, mesmo que você esteja grávida fora do casamento, a gravidez sempre é um dom. Embora pareça assustador agora, saiba que Deus tem uma razão para tudo. Procure ajuda e viva a gravidez.

Infelizmente, muitas mães jovens são encorajadas pela sociedade a tirar a vida do bebê, como meio rápido de resolver as coisas. A clínica poderá dizer que será apenas um tecido a ser removido, para que você possa voltar à vida normal. Mas onde estarão eles daqui a três anos, quando chegar o dia que seria o do aniversário do bebê, e você se encontrar chorando muito por ele não estar ali?

Se você está na pílula, deixe-a de lado, e use o auto-controle ao invés dela. Se você já está grávida, procure ajuda e guarde a vida de seu bebê, não importa o que os outros disserem, seja quem for. Se você já sofreu um aborto, Deus lhe oferece um oceano de misericórdia. Volte-se para Ele na oração e no sacramento da reconciliação.

De hoje em diante, decida viver uma vida pura. Vivendo a pureza, você estará amando seu corpo, amando seus futuros filhos, amando seu futuro marido, e mais importante de tudo, amando seu Deus.
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(1) cf. Chris Kahlenborn, MD, et al., “Oral Contraceptive Use as a Risk Factor for Premenopausal Breast Cancer: A Meta-analysis”, Mayo Clinic Proceedings 81:10 (October, 2006): 1290-1302; Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer, “Breast cancer ans hormonal contraceptives: collaborative reanalysis of individual data on 53,297 women with breast cancer and 100,239 women without breast cancer from 54 epidemiological studies,” Lancet 347 (June, 1996): 1713-1727; World Health Organization, “IARC Monographs Programme Finds Combined Estrogen-Progesteron Contraceptive and Menopausal Therapy are Carcinogenic to Humans”, International Agency for Research on Cancer, Press Release 167 (July 29, 2005).

(2) Cf. Physicians Desk Reference, 2414, 2626, 2411; Larrimore, et al., “Postfertilization Effects of Oral Contraceptives and Their Relationship to Informed Consent”, Archives of Family Medicine 9 (2000): 126-133.

(3) Visite www.naprotechnology.com ou pesquise no Diretório NFP (Natural Family Planning) em www.omsoul.com.


Trecho do livro “Pure Womanhood”, de Crystalina Evert. San Diego, Ed. Catholic Answers, 2008.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Consequências do aborto para a mulher

Uma palavra especial para as mulheres que realizaram um aborto

Por Joanne Angelo, M.D.


O Santo Padre, Papa João Paulo II, endereçou-se amorosa e compassivamente às mulheres que já realizaram um aborto em sua carta encíclica Evangelium Vitae (EV), ou “O Evangelho da Vida”. Ao mesmo tempo em que condenava o aborto como “um crime indizível”, ele reconhecia que “a decisão de realizar um aborto é frequentemente trágica e dolorosa para a mãe...” (EV 58).

O Santo Padre compreende que muitos fatores influenciam a decisão que uma mulher toma quando está sob o peso de uma gravidez inoportuna:

“Assim como a mãe, há também outras pessoas que decidem pela morte da criança que está no útero. Primeiramente, o pai da criança pode ter culpa, não apenas quando pressiona diretamente a mulher para ter um aborto, mas também quando indiretamente encoraja tal decisão da parte dela ao deixá-la sozinha face aos problemas da gravidez... Nem se pode subestimar as pressões que às vezes vêm do círculo familiar mais amplo e dos amigos. Algumas vezes a mulher fica sujeita a uma pressão tão grande que ela se sente psicologicamente forçada a cometer um aborto: certamente nesse caso a responsabilidade moral recai particularmente com aqueles que a compeliram a ter um aborto”(EV 59).

O Santo Padre também coloca a responsabilidade pela tragédia do aborto nos “médicos e enfermeiras... quando colocam à serviço da morte habilidades que foram adquiridas para a promoção da vida”, nos “legisladores que têm promovido e aprovado leis a favor do aborto”, e “na medida em que tiverem participação na matéria, nos administradores de centros de saúde onde os abortos são realizados” (EV, 59).

“Uma responsabilidade geral e não menos séria [continua João Paulo II] recai sobre aqueles que têm encorajado a propagação de uma atitude de permissividade sexual e falta de estima pela maternidade, e aqueles que deveriam ter assegurado – mas não o fizeram – políticas sociais e familiares em suporte às famílias” (EV 59).

“Finalmente”, ele conclui, “não se pode subestimar a rede de cumplicidade que chega a incluir instituições internacionais, fundações e associações que sistematicamente fazem campanha pela legalização e propagação do aborto no mundo” (EV 59).

A decisão da mulher de ter um aborto é feita no contexto de múltiplas pressões pessoais e sociais, naquilo que o Papa denominou como a rapidamente crescente “cultura da morte”. Embora a responsabilidade pela decisão de abortar não seja inteiramente, e talvez nem mesmo primariamente da mulher, ela é quem irá suportar suas pesadas consequências quase inteiramente sozinha pelo resto de sua vida. O cuidado pastoral do Santo Padre para com as mulheres que tiveram um aborto é ternamente compassiva, misericordiosa, e esperançosa no Evangelho da Vida.

“Gostaria de dizer uma palavra especial para as mulheres que tiveram um aborto. A Igreja está consciente dos muitos fatores que podem ter influenciado sua decisão, e ela não duvida que, em muitos casos, foi uma decisão dolorosa, e até mesmo devastadora” (EV 99).

A decisão da mulher de ter um aborto é sempre uma decisão difícil, feita sob a pressão do tempo, e frequentemente encoberta pelo segredo e pela vergonha. Muitos abortos ocorrem no primeiro trimestre – apenas poucas semanas ou poucos dias após a confirmação médica da gravidez. As mulheres são pressionadas a completar o “procedimento” rapidamente, e lhes dizem erroneamente que o que vai ser removido é apenas “um amontoado de células”, “algum tecido”, ou um “pré-embrião”. Ainda assim, toda mulher sabe que, se nada contrário interviesse, em questão de nove meses ela estaria segurando uma criança nos braços.

Ela pode acreditar que o nascimento dessa criança ameaçaria seu relacionamento com o pai do bebê, ou sua habilidade de terminar sua educação ou alcançar seus planos de carreira. Ela talvez esteja sob intensa pressão por parte do pai do bebê, de seus próprios pais, e de amigos, a fim de se submeter a um aborto. Paradoxalmente, ela talvez se encontre sozinha, incapaz de compartilhar o segredo de sua gravidez com alguém – com medo de perder sua estima e seu amor, ou por medo de reprovação ou abandono.

Muitas vezes se apresentam para um aborto em claro estado de angústia, chorosamente manifestando algo que eles não observam, sentindo-se emocionalmente entorpecida e despersonalizada. Elas passam pelo procedimento como se aquilo estivesse acontecendo com outra pessoa, e imitam a retórica da indústria abortista quando entrevistadas logo após: elas estão “aliviadas”; seu “problema está resolvido”; elas podem agora “continuar a vida” como se não tivesse havido nada mais significante do que uma extração de dentes.

Nos dias e semanas seguintes ao aborto, o mecanismo de defesa da negação pode se desvanecer, ao mesmo tempo em que a dor e a labilidade emocional devido a mudanças hormonais a lembram da agressão a seu corpo. Ela se lembra pungentemente da realidade do que ocorreu – de seu filho que morreu uma morte precoce e violenta – quando vai se aproximando a data na qual o bebê deveria ter nascido, ou quando ela vê outras crianças da idade que seu filho deveria estar, ou no aniversário de seu aborto, ou no Dia das Mães, ou pelo debate sobre aborto na mídia, ou ao ouvir um sermão pró-vida na igreja. Podem ocorrer “flashbacks”, lembranças do procedimento do aborto a cada vez que ela retorna ao ginecologista, ou simplesmente ao ouvir o som de uma máquina de sucção no consultório do dentista ou do aspirador de pó em casa, ou então ao assistir um filme ou notícia violenta na TV. Materiais educacionais sobre o desenvolvimento pré-natal ou sobre abortos ocorridos podem repentinamente trazer a verdade científica do que aconteceu para o foco, levando a depressão e culpa dilacerantes.

“A ferida em seu coração talvez ainda não tenha sarado” (EV, 99).

Mulheres que abortaram são frequentemente atormentadas pelo intrusivo pensamento, “Eu matei meu bebê!”. Pesadelos de bebês sendo sugados em pedaços por um tubo, ou dela causando acidentes a crianças, a fazem ter medo de dormir. Flashbacks ou pensamentos importunos durante o dia interferem com o trabalho, o estudo e relações pessoais. Elas também podem recorrer a álcool ou drogas para conseguir dormir à noite, ou para apaziguar a dor das horas acordada, ou podem se lançar febrilmente em muitas atividades, em uma tentativa de esquecer seu sofrimento, dor e vergonha. Profundos pensamentos de solidão e vazio podem-na levar a comer compulsivamente, alternando esse comer compulsivo com purgantes ou episódios de anorexia, ou esforços intensos para “consertar” relacionamentos íntimos ou desenvolver novos de maneira inapropriada, ou uma necessidade insaciável de substituir a criança perdida, a qualquer custo.

Para algumas mulheres a ferida dolorosa deve-se a um senso de si mesmo destroçado. Talvez ela sempre tenha tido uma imagem de si mesma como uma pessoa boa – bem-sucedida e admirada em casa, na escola e no trabalho. Talvez ela nunca tenha experimentado um grande fracasso, nunca tenha feito um grande erro na vida. Ela pode ser o produto de um ambiente que aplaude, acima de tudo, a beleza, a magreza, sucessos atléticos e acadêmicos, sucesso financeiro e autonomia pessoal. Uma gravidez precoce pode afetá-la profundamente, porque ameaça destruir seu universo, e parece tornar impossível realizar suas expectativas de sucesso (e as expectativas que os outros têm para com ela). O aborto se apresenta como uma solução óbvia, rápida e fácil para seu “problema”. Entretanto, o horror do que está acontecendo pode se tornar aparente a ela até mesmo quando o aborto está sendo feito. Ela pode entrar em pânico pela percepção do que fez: “Como pude fazer algo assim?!”.

A pessoa que ela vê no espelho não é a pessoa que ela conhecia. Sem nunca ter experimentado um amor incondicional, sem nunca ter tido uma experiência de fracasso ou qualquer necessidade perceptível de perdão, ela pode ser incapaz de aceitar seu “eu” ferido como real, de se perdoar, ou de pedir perdão.

O conceito de um Deus amoroso e misericordioso apresentado pelo Santo Padre pode ser inteiramente estranho para uma mulher cujo senso de seu “eu” foi destruído pelo aborto, e pode ser inicialmente difícil de entender e acreditar. Ainda assim, se ela encontrar a personificação desse verdadeiro amor e estima cristã em padres, conselheiros, e amigos fiéis católicos, isso pode ser o início de sua cura e um novo estágio em seu desenvolvimento como pessoa e como cristã.

“Certamente o que aconteceu foi e permanece terrivelmente errado. Mas não ceda à falta de coragem, e não perca as esperanças” (EV, 99).

Paradoxalmente, a dura condenação do Santo Padre ao aborto se torna ajuda para as mulheres que sofreram essa tragédia em suas próprias vidas:

“Dentre todos os crimes que podem ser cometidos contra a vida, o aborto procurado possui características que o tornam particularmente sério e deplorável... O ser eliminado é um ser humano bem no início de sua vida. É impossível imaginar alguém mais inocente. Esse ser humano jamais poderia ser considerado um agressor, muito menos um agressor injusto! Ele ou ela é fraco, indefeso, tão indefeso que lhe falta até mesmo aquela mínima forma de defesa que consiste no poder pungente do choro e das lágrimas de um recém-nascido. A criança não nascida está totalmente dependente da proteção e do cuidado da mulher que a carrega no ventre. E, ainda assim, é a própria mãe que toma a decisão e pede para a criança ser eliminada, e aquela que se encarrega de levar isso a cabo” (EV, 58).

Muitas mulheres carregam esses sentimentos em seus corações por anos, mas não encontram ninguém que compreenda seu sofrimento e sua culpa profunda. A negação do fato científico de que um pequeno ser –seu próprio filho – foi destruído durante o procedimento do aborto, uma negação que lhe permitiu submeter-se ao aborto quando ele aconteceu, desfez-se com o tempo. Elas têm sido abandonadas no confronto com o horror indizível do que realmente aconteceu, e com sua própria responsabilidade por isso, todo dia e toda noite, talvez por anos. Os médicos prescrevem remédios para dormir e anti-depressivos, ou medicação contra a ansiedade, sem explorar as causas profundas dos sintomas. Doenças psicossomáticas, distúrbios de alimentação, abuso de substâncias, fracassos nas relações interpessoais, inabilidade para se concentrar na escola ou no trabalho, ou tentativas de suicídio levam as mulheres que tiveram aborto, sem alívio, por entre incontáveis profissionais de saúde e conselheiros.

Ao menos aqui está alguém que compreende a enormidade do problema! Na verdade, a Igreja Católica talvez seja a única instituição que nunca minimizou o grave pecado que é o aborto. E ainda assim, o Papa está dizendo, “Não percam a coragem, não percam a esperança”. É possível que a vida continue, depois desse “crime indizível”?

“Tentem primariamente compreender o que aconteceu e encarar isso honestamente. Se vocês ainda não o fizeram, procurem se render com humildade e confiança ao arrependimento. O Pai das misericórdias está pronto a lhes dar Seu perdão e Sua paz no sacramento da Reconciliação” (EV, 99).

Mulheres que fizeram aborto comumente acreditam terem cometido o “pecado imperdoável”. Algumas permaneceram longe da Igreja por toda a sua idade adulta, depois de um aborto na adolescência. Aqueles que já ouviram falar da pena da excomunhão presumem que incorreram nela, e que isso é irrevogável. Algumas desejam ir à Missa e receber os sacramentos, mas estão convencidas de que isso nunca mais lhes será possível, e não ousam sequer entrar em uma igreja católica de novo. Outras, igualmente certas de terem sido permanentemente excluídas da recepção válida da Santa Comunhão e de outros sacramentos, mantém a participação – falsa – neles e em outras atividades paroquiais, com medo do escândalo ou de afastar-se da família e dos amigos. Elas se encontram cada vez mais afundando no desespero por causa de repetidas recepções sacrílegas de sacramentos e da duplicidade, só conhecida por elas. Cada feriado religioso, cada casamento, batismo, confirmação, primeira comunhão, ou funeral na família traz de novo o problema à tona, e não parece haver solução possível.

Profundamente arrependidas pelo que fizeram, elas talvez percam a esperança de algum dia encontrar perdão e alcançar a salvação eterna.

Para todas essas mulheres, a “Boa Nova” – que a Igreja Católica perdoa o aborto, e que o Papa as está convidando a “vir para casa” e estarem reconciliadas com Deus e em plena comunhão com seus irmãos católicos – é verdadeiramente assombroso! A pena da excomunhão, se realmente houve, pode e deve ser levantada.

Algumas pessoas dizem que a culpa que as mulheres católicas sentem depois de um aborto é “culpa católica”, implicando que, se a Igreja não falasse tão fortemente contra o aborto, essas mulheres não sofreriam uma vida toda de culpa. Pelo contrário, as mulheres católicas, e somente as mulheres católicas, depois de ouvirem o pecado do aborto ser proclamado em toda sua maldade, estão abertas ao sacramento da Reconciliação, onde elas ouvem o sacerdote dizer, em nome de Cristo, “Eu te absolvo de todos os seus pecados. Vá em paz”. Não poucas mulheres têm recorrido à Igreja Católica a fim de poder participar no amor misericordioso da confissão sacramental.

“Vocês entenderão que nada está definitivamente perdido, e também serão capazes de pedir perdão a seu filho, que agora está vivendo com o Senhor” (EV, 99).

Como essas palavras são belas e consoladoras para uma mulher cujo filho foi destruído pelo aborto e que acredita que o bebê está perdido para sempre! Em seu novo estado de reconciliação com Deus e com a Igreja, ela agora também está “vivendo no Senhor” e, portanto, capaz de se comunicar com seu filho, em Deus, através da Comunhão dos Santos. O Santo Padre está a convidando a pedir que seu filho ou filha lhe perdoe, o que talvez ela já tenha feito milhares de vezes em seu coração. Agora, pela primeira vez, entretanto, ela tem a certeza da real comunicação com sua criança e da reunião futura no céu com ela.

Muitas mães de crianças abortadas desenvolveram imagens mentais de seus filhos e filhas, lhes deram nomes, e algumas até as viram crescendo através dos anos em sua imaginação. Agora elas possuem a garantia do Papa de que suas crianças de fato existem e de que elas estão com o Senhor. Seus bebês deixaram essa terra em total inocência, e agora não podem estar sofrendo de maneira alguma. Apesar de continuar a sofrer a dor da perda, muitas mães recorrem a suas crianças como intercessoras diante de Deus para as pequenas e grandes necessidades da vida, para si mesmas e para os outros.

“Com o conselho e a ajuda amiga e experiente a outras pessoas, e como resultado de sua própria experiência dolorosa, vocês poderão se tornar as defensoras mais eloqüentes do direito de todos à vida” (EV, 99).

O amor com o qual o Santo Padre se dirige a mulheres que tiveram um aborto, e o amor incondicional com o qual a Igreja e a comunidade pró-vida a cercam, podem ser sua primeira experiência da caridade cristã. Se a sua vida ferida é tão profundamente valorizada e cuidada, ela começa a perceber-se como possuidora de dignidade e valiosa como pessoa. Ela passa a compreender que cada pessoa humana tem a mesma dignidade e valor – cada uma e todas elas foram compradas com o sangue de Cristo.

Seu profundo sofrimento lhe ensinou que o aborto não é a solução para o problema de uma gravidez inoportuna, mas antes é a transformação de um problema temporário em uma potencial tragédia para a vida toda. Algumas mulheres que tiveram abortos – muito poucas – decidirão falar sobre suas experiências dolorosas para ajudar outras pessoas a não cometerem os mesmos erros. Muitas mães de crianças abortadas, entretanto, defenderão o direito de todos à vida calmamente e eficientemente, rezando e trabalhando discretamente, dando suporte a atividades pró-vida e aconselhando a quem lhe pede ajuda, dando soluções positivas para os muitos problemas ameaçadores da vida em nossa sociedade.

”Através de seu compromisso com a vida, seja aceitando o nascimento de outra criança ou acolhendo e cuidando daqueles em maior necessidade de alguma pessoa próxima, vocês se tornarão promotoras de uma nova maneira de ver a vida humana”

Com o tempo, as mulheres que fizeram aborto e cujas cicatrizes foram curadas poderão expandir seu cuidado amoroso para com a vida em direção a todos aqueles que necessitam de alguma pessoa próxima. Elas poderão aceitar o desafio do Santo Padre, de:

“Transformar a cultura, para que apóie a vida... que promova um ‘novo feminismo’... que primeiro aprenda e depois ensine os outros que as relações humanas são autênticas se estiverem abertas a aceitar a outra pessoa: uma pessoa que é reconhecida por causa da dignidade que vem de ser uma pessoa, e não de outros fatores, como utilidade, força, inteligência, beleza ou saúde. Essa [diz o Santo Padre] é a contribuição fundamental que a Igreja e a humanidade esperam das mulheres. E é o pré-requisito indispensável para uma autêntica mudança cultural. (EV, 99).

Ao final de “Evangelho da Vida”, o Papa João Paulo II confia a causa da vida a Maria, chamando-a “um sinal certo de esperança e consolo”, a “luminosa aurora de um novo mundo”, e a “Mãe dos viventes”. Ele lhe pede que “olhe para o vasto número de bebês impedidos de nascer”, e lhe implora que o Evangelho da Vida seja proclamado, aceito, celebrado e testemunhado “a fim de construir, juntamente com todas as pessoas de boa vontade, a civilização da verdade e do amor, para a honra e glória de Deus, o Criador e amante da vida” (EV, 105). Que cada um de nós faça dessa oração a nossa oração.
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Traduzido do site: Rachel’s Vineyard Ministries (ajuda para cura de trauma pós-aborto)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Anunciação do Anjo a Maria




25 de março
Solenidade da Anunciação do Anjo Gabriel a Maria
e a Encarnação do Verbo

Maria ama seu corpo

Na minha coluna anterior, falei sobre o grande “mistério esponsal” do Natal. Ele é baseado na idéia – derivada da Bíblia e tantas vezes referida pelos santos e místicos – que Deus quer se “casar” conosco. Ele quer viver conosco para sempre em uma união eterna de amor que a Bíblia compara com o matrimônio. E, ainda mais, Deus quer encher sua esposa (a Igreja) com vida divina.

Como diz o Catecismo, “O sentido esponsal da vocação humana em relação a Deus é realizado perfeitamente na maternidade virginal de Maria” (505). E isso é o que celebramos no Natal. Deus se “casou” conosco para sempre ao mandar Seu Filho, nascido de uma mulher.

Minha própria experiência, de quem cresceu na Igreja – e aprendeu com as experiências de milhares de outros católicos ao redor do mundo em minhas palestras e viagens – me ensinou que muitos católicos possuem o que chamo de idéia “hiper-espiritual” sobre a Santa Virgem Maria. É como se o título “virgem” por si mesmo nos levasse a acreditar que Maria é de algum modo oposta às realidades corporais, ou que sua pureza imaculada a faz uma puritana ou mesmo um ser “assexuado”. Mas tais impressões de Maria só podem vir da projeção de nossa própria humanidade decaída nela.

Primeiramente, pureza não significa aniquilar nossa sexualidade – mas levá-la à perfeição. Longe de ser “assexual” Maria é a única mulher que já experimentou o plano original de Deus para a sexualidade em sua plenitude. A sexualidade não deve ser equiparada ao comportamento sexual. Maria permaneceu virgem. Mas a virgindade não deve ser igualada com “assexualismo”. A virgindade, a partir da perspectiva cristã, não é a negação da sexualidade, mas a aceitação do sentido e fim últimos da sexualidade – nos levar à união com Deus. Deus nos fez homem e mulher, e chamou ambos a se tornarem “uma só carne” como um sinal sacramental de uma realidade muito, muito maior – o matrimônio entre Cristo e a Igreja (ver Efésios 5, 31-32).

Esse é o significado original e fundamental da sexualidade humana e é assim que Maria deve ter experimentado sua feminilidade, sua sexualidade – como um desejo ardente de união com Deus. Através do dom da redenção, podemos começar a resgatar para nós essa verdade original, porém, mesmo para o mais santo de nós ela permanece manchada pela nossa condição decaída. Reconhecer Maria como “a Imaculada” é reconhecer que sua sexualidade nunca foi manchada pela nossa condição decaída. Pois ela experimentou a plenitude da redenção desde o primeiro momento de sua concepção.

Isso significa que a pureza de Maria lhe permitiu experimentar sua sexualidade em plenitude – como um desejo profundo de comunhão total com Deus em Cristo. É por isso que ela não teve relações sexuais com José: não porque a união conjugal seja “pecaminosa”, mas porque ela já estava vivendo a união superior à união sexual – a união com Deus. Sem querer menosprezar José, mas a união sexual terrena com ele teria sido, para Maria, um passo atrás. Ao contrário, Maria levou José um passo à frente com ela, em direção à realização de todo desejo.

E ela quer nos levar um passo à frente com ela também, em direção à plenitude da união com Deus. Mas para essa jornada é necessário reformularmos todas as nossas idéias e imagens distorcidas acerca de nossos corpos e de nossa sexualidade. Pois a união com Deus passa pelo caminho da redenção e da cura da sexualidade. E não há nenhuma rota alternativa. Aqui Maria, também, serve como perfeita guia e ajuda.

Como diz o Pe. Donald Calloway, “Maria nos mostra como aceitar o dom de nossa corporeidade, e isso inclui o sexo do corpo, recebido de Deus. Nisso é importante notar que o exemplo de Maria do que significa aceitar o dom do próprio corpo quer dizer que o corpo não é um obstáculo a ser transposto, mas, ao contrário, um dom a ser vivido. Maria nos deleita em sua corporeidade, especialmente no sexo que recebeu de Deus: a feminilidade. É precisamente em seu dom de ser uma mulher que Maria foi modelada e chamada a ser a “Theotokos” (mãe de Deus). O dom de seu corpo é exatamente o que lhe ajuda a se tornar a “Theotokos”. Pense no que teria acontecido se Maria tivesse se rebelado contra o dom de seu corpo feminino! Estaríamos em uma situação muito diferente hoje. (“Mary and the Theology of the Body”, pp. 55-56).

Maria, toda pura Mãe de Deus, mostrai-nos a beleza de vossa feminilidade e ensinai-nos, vos pedimos, a abraçar a beleza de nossa humanidade como homem e mulher feitos à imagem de Deus
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Traduzido do site de Christopher West

terça-feira, 24 de março de 2009

Vídeo sobre aborto - uma dura realidade

Nesta página:

http://pt.gloria.tv/?media=1196

Vocês poderão ver um vídeo um pouco antigo, mas forte, mostrando o que é a realidade de um aborto.
No caso da menina de 9 anos de Recife, ela já estava com cerca de quatro meses de gravidez (por volta da 8ª semana). As imagens que você verá nesse filme, portanto, correspondem exatamente à realidade do que aconteceu em Recife. Os bebês mortos foram, provavelmente, jogados em um saco de lixo, assim como é mostrado nesse vídeo.

O que é a felicidade? Cristo responde...

Felicidade... Todos buscamos felicidade. Mas será que a "felicidade" que buscamos é a felicidade que Cristo ensina? Acompanhe Peter Kreeft nessa fascinante palestra que transcrevi, sobre o conceito cristão de felicidade, a partir das bem-aventuranças do "sermão da montanha", a pregação mais conhecida e amada de Jesus. Você vai se surpreender como estamos longe de entender o Cristo.

Clique aqui para baixar o texto completo em pdf.

Embora seja uma palestra meio filosófica, Peter Kreeft trata de assuntos relacionados ao tema desse blog, ao comentar, por exemplo, a bem-aventurança "Felizes os puros de coração, porque verão a Deus". Veja um trecho da palestra:

Quando ouvimos a palavra “pureza”, na bem-aventurança “Abençoados são os puros de coração”, nós imediatamente pensamos na pureza sexual. Talvez Cristo tivesse isso em mente, talvez não. Mas nossa reação nos diz algo de significativo sobre nós, qual seja, que o sexo é o novo deus de nossa sociedade, o novo absoluto. Tudo é feito, tolerado, sacrificado, justificado, santificado ou glorificado por esse deus. Um terço de nossas mães americanas mata seus próprios filhos não nascidos em sacrifício a esse deus. É óbvio que o aborto é por causa do sexo. A única razão para o aborto é ter sexo sem bebês. O aborto é uma contracepção tardia.
Olhe para a aceitação do divórcio. A família, a célula constitutiva absolutamente necessária de qualquer sociedade é destruída por esse deus. Metade dos cidadãos americanos comete suicídio por esse deus, pois o divórcio é o suicídio daquela “uma só carne” que o amor havia criado. Ninguém justificaria a mentira, a enganação, a traição, a quebra de promessas, a devastação e o prejuízo para com estranhos, mas nós justificamos, nós esperamos, nós toleramos fazer isso com a única pessoa a quem nós prometemos mais seriamente ser fiéis para sempre. Nós justificamos o divórcio! Mesmo todas as igrejas justificam o divórcio, exceto uma. Uma que não alega ter autoridade para corrigir Cristo, e ela ainda é acusada de ser autoritária.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Problemas que podem surgir no seu namoro - Confundir relação física com amor

Por Joshua Harris

O namoro muitas vezes confunde uma relação física com amor

Davi (*) e Helena (*) não queriam “ficar” logo no primeiro encontro. Davi não tem “só uma coisa na cabeça”, e Helena não é “aquele tipo de garota”. Apenas aconteceu... Eles foram a um show juntos, e depois assistiram um filme na casa de Helena. Durante o filme, Helena fez uma brincadeira sobre como Davi tinha ficado tentando dançar no show. Ele começou a tocar de leve nela, meio brincando, como se estivesse fazendo cócegas. Essa briguinha de brincadeira acabou quando eles perceberam que estavam olhando profundamente nos olhos um do outro, e Davi inclinado sobre ela no chão da sala. Eles se beijaram. Parecia uma coisa tirada de um filme. Parecia tão correto...

Pode ter parecido correto, mas a entrada precoce da afeição física no relacionamento criou confusões. Davi e Helena ainda não se conheciam bem, mas de repente se sentiram próximos. Enquanto o relacionamento ia progredindo, eles iam encontrando dificuldade de ser objetivos. Sempre que tentavam avaliar o relacionamento, imediatamente colocavam acima de tudo a intimidade e a paixão de seu relacionamento físico. “É tão óbvio que nos amamos”, pensava Helena. Mas será que se amavam mesmo? Só porque lábios se tocam não significa que os corações estão unidos. E só porque dois corpos se dão um com o outro não significa que é a pessoa certa um para o outro. Uma relação física não é a mesma coisa que amor.

Quando consideramos que a nossa cultura, como um todo, estabelece uma relação de proximidade entre as palavras “amor” e “sexo”, não nos surpreendemos que em muitos namoros os dois confundam atração física e intimidade sexual com o amor verdadeiro. Infelizmente, muitos namoros cristãos refletem essa falsa mentalidade.

Quando estudamos o desenrolar de muitos relacionamentos, podemos ver claramente como namorar, hoje em dia, encoraja essa confusão entre amor e intimidade corporal. Primeiro, como já dissemos, o namoro nem sempre leva a um compromisso para a vida toda. Por essa razão, muitos namoros começam com a atração física; a atitude que está por trás disso é que os valores primordiais se originam no visual ou na performance da pessoa no namoro. Mesmo antes que um beijo tenha sido dado, o aspecto físico, sensual (sensorial) do relacionamento já assume lugar de prioridade.

Em segundo lugar, o relacionamento muitas vezes progride em direção à intimidade. Por não exigir um compromisso, as duas pessoas envolvidas permitem que as paixões do momento tomem lugar central. Os dois não olham um para o outro como possíveis parceiros de vida toda, ou com vistas ao casamento. Na verdade, o foco está nas demandas do presente. E, com essa mentalidade, a parte física do relacionamento facilmente ganha o centro das atenções.

E se um rapaz e uma garota pulam a etapa inicial da amizade em um relacionamento, facilmente o desejo físico se torna o interesse comum que faz os dois estarem juntos. Como resultado disso, eles medem a seriedade do relacionamento pelo nível de envolvimento físico. Duas pessoas que namoram querem sentir que são especiais um para o outro, e eles podem expressar isso concretamente por meio da intimidade física. Eles começam a distinguir seu “relacionamento especial” através de ações como segurar na mão, beijar, e tudo mais que se segue. Por essa razão, a maioria das pessoas acredita que sair com alguém significa ter envolvimento físico.

Focar no físico é claramente problemático. Deus deseja a pureza sexual. E Ele deseja isso para o nosso próprio bem. O envolvimento físico pode distorcer as perspectivas que um tem do outro, e levar a escolhas insensatas. Deus também sabe que carregaremos conosco para o casamento a memória de nossos envolvimentos físicos passados. Ele não quer que convivamos com a culpa e o arrependimento.

O envolvimento físico pode fazer duas pessoas se sentirem próximas. Mas se as pessoas que namoram examinassem realmente qual o foco de seus relacionamentos, a maioria provavelmente descobriria que a única coisa que possuem em comum é o desejo físico (luxúria).

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(*) Os nomes próprios originais em inglês foram substituídos por nomes fictícios em português, para maior facilidade de leitura.

Tradução de trecho do artigo "Seven Habits of Highly Defective Dating", de Joshua Harris, disponível no site: Catholic Education Resource Center

domingo, 22 de março de 2009

Você não tem que aprender com os próprios erros para se tornar quem você é?

Pergunta: Você não tem que aprender com os próprios erros para se tornar quem você é? Assim, se você experimenta por si próprio, pode decidir o que é certo ou errado para você. Imagino que você já cometeu alguns erros, e no final das contas, acho que isso te fez uma pessoa mais estável. Eu sei o que é considerado “certo” ou “errado”, mas não deve haver um tempo em que a gente não se conforma, e decide fazer nós mesmos a própria cabeça em certos assuntos?

Resposta: Imagine que você foi ao Departamento de Trânsito fazer o teste para tirar sua carteira de motorista. Imagine que quando o instrutor lhe pediu certas coisas, você respondeu: “Ao invés de seguir todos os seus pequenos sinais e avisos, eu acho que preciso aprender com meus próprios erros como motorista. Porque eu deveria obedecer ao lado “certo” da rua que você quer que eu ande, se eu posso fazer minha própria cabeça?”.

Não precisa nem dizer que você vai voltar pra casa de ônibus.

Da mesma maneira que não podemos criar nossas próprias leis nas avenidas, também não podemos fazer nossos próprios sistemas particulares de valores morais. Deus criou a lei moral, e a fez para seu bem, assim como os construtores de rodovias colocam “guard-rails” para nos proteger dos penhascos e abismos. Confie no Seu plano para você, ao invés de pensar que precisa desobedecê-lo para poder encontrar sua identidade ou experimentar a verdadeira liberdade.

Como Davi disse a Deus no livro dos Salmos, “Melhor um dia nos seus átrios, do que mil em outro lugar”. Um momento vivendo na vontade de Deus é maior do que todas as experiências que você poderia ganhar vivendo anos a fio em oposição ao plano de Deus para você.

A cada minuto de cada dia você e eu temos a chance de cometer vários erros, e Deus não tira essa possibilidade de nós. Mas não devemos confiar em nossos erros para ganhar sabedoria. Por exemplo, eu poderia trair minha esposa, e aprender com isso. Eu poderia ficar viciado em cocaína, e aprender com isso. Eu poderia deixar de treinar meu cachorro, e aprender com isso. Só porque você pode aprender com algo não significa que deve fazer esse algo.

Uma pessoa sábia pode examinar as possíveis consequências de um comportamento, e usar essa informação para tomar a melhor decisão. Por exemplo, eu recebi uma carta de uma garota que era uma grande atleta de vôlei em sua escola. Ela começou a dormir com seu namorado e ficou grávida. Ela contou aos pais e eles ficaram furiosos. Sua mãe queria que ela abortasse, então ela fugiu com o namorado, eles ficaram vivendo nas ruas, dormindo em um cemitério. Ela podia tomar banho uma vez por semana, e quase não tinha comida para comer. No final das contas ela desistiu e voltou para casa de sua mãe, que a forçou a ter um aborto. Então, seu namorado a deixou e ela reconheceu que nunca o tinha amado.

Ela aprendeu muito com esses problemas? Com certeza. Mas ela queria que nunca tivesse acontecido? Ela daria um milhão de dólares para isso. Ela sabe, de primeira mão, as consequências de seus atos. Mas você pode prever as consequências de seus atos antes de fazê-los. Essa é a diferença entre sabedoria e insensatez. Uma pessoa confiável diz a duas pessoas que o forno está quente. A pessoa sábia confia na informação. A pessoa insensata termina com queimaduras nas mãos.

O pecado vai lhe oferecer uma quantidade enorme de experiências, mas evitar o pecado também. Na verdade, penso que aprendi mais em não cometer certos pecados. Aprendi que Deus é confiável, e que Ele honra quem O honra. A pessoa que sou hoje foi modelada por milhões de coisas. Mas quando eu morrer, a coisa que quero que tenha me modelado mais é a vontade de Deus. Portanto, se você deseja sabedoria, vá para Deus. Se você quer se conhecer, venha a Ele. Ele lhe conhece melhor que você mesmo.

Então confie em mim, eu sou uma pessoa estável, e não é por causa de meus pecados. É porque parei com eles, nunca voltei a eles, ou nunca os comecei. Veja, por exemplo, Madre Teresa. Para mim, ela foi estável e enxergava a vida com grande perspectiva. Isso era porque ela sabia que a vida não valia a pena ser vivida se não fosse vivida para os outros. Ela não aprendeu isso se afastando de Deus, mas voltando-se para Ele, e olhando para todas as Suas realidades na Sua luz.

Quem você é, isso é modelado por suas escolhas, e quem você se torna revela as escolhas que você tomou. Portanto, escolha com sabedoria.
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Traduzido do site: Pure Love Club

sábado, 21 de março de 2009

"Segundo a Igreja, é errado ver filme pornô em casa ?"

Por Daniel Pinheiro

A Igreja segue as palavras de Jesus Cristo. Quando Jesus disse "Aquele que olhar para outra mulher e desejá-la, já cometeu adultério em seu coração" (Mt 5, 27-28), ele estava dizendo uma palavra dura, difícil, mas verdadeira. A Igreja é chamada de autoritária, mas não é. Ela não quer ter autoridade nenhuma para mudar as palavras de Jesus. Ela mantém as palavras de Jesus como são.

Seguindo essa passagem bíblica, podemos ver que, moralmente falando, é errado ver qualquer tipo de pornografia, seja fora ou dentro do casamento, mesmo com o consentimento de ambas as partes, no caso do casamento. A pornografia não tem nada a ver com amor, e sim com "usar" uma outra pessoa para o prazer pessoal e egoísta. Um casal que venha a assistir filmes pornográficos junto estará aprendendo apenas a usar um ao outro, e não a se amar.

Inicialmente, é provável que haja um aumento na quantidade e na excitação das relações sexuais, porém isso só reforçará a atitude de usar o corpo da outra pessoa para o próprio prazer, e não ver a outra pessoa como uma pessoa, completa, corpo, alma e espírito. Com o passar do tempo, será necessário uma quantidade maior, e um nível mais "pesado" de pornografia para se atingir o mesmo efeito. O nosso cérebro vai se acostumando e se condicionando com esse tipo de prazer. De repente, o casal se verá tendo necessidade de ver pornografia para poder estar juntos, o outro não mais chamará a atenção, e aí está tudo terminado. Eles não estarão mais fazendo uma relação de amor onde um é dom total para o outro, onde um quer fazer o outro feliz, mas apenas uma espécie de sessão masturbatória em conjunto, com o corpo do outro como instrumento. A relação de amor no casamento aí já terá, no fundo, acabado. Daí para a separação, o isolamento, a traição e o divórcio custará apenas mais um pequeno passo.

Moralmente falando, não há adultério somente quando um dos dois mantém relações com outra pessoa. Mesmo no próprio casamento, com o cônjuge, se a relação não for uma verdadeira entrega, se não for o sacramento da união de mentes e espíritos que deve haver, então será apenas um adultério. Neste caso, um adultério cometido não com outra pessoa, mas consigo próprio. Ao invés de ter luxúria sobre outra pessoa, tenho luxúria pela pessoa do filme pornográfico, tenho luxúria por mim mesmo - e o outro é traído porque não se trata mais de transmitir amor a essa pessoa, sou apenas eu que estou amando a mim mesmo, e usando o outro como instrumento para o próprio prazer.

João Paulo II foi muito criticado quando apresentou essa visão, nas audiências gerais do início dos anos 80 que depois resultaram na chamada "Teologia do Corpo". Mas a compreensão do Papa foi perfeita. Adultério não é só trair o cônjuge tendo luxúria com uma pessoa de fora, seja real ou um ator/atriz pornográfico(a). Adultério também é trair o cônjuge tendo luxúria no coração, e não amor.

Por sua vez, há homens solteiros que pensam que o casamento é o cumprimento, o êxtase da pornografia. Esses homens ficam auto-justificando seu contato atual com a pornografia (sem razão), dizendo que "quando casar, não precisarei mais, porque vou fazer na vida real". Não é assim. O casamento não tem nada a ver com pornografia. Mais do que provavelmente, um casamento assim vai acabar logo, porque o homem vai somente transferir suas fantasias para a esposa, que não é atriz pornográfica. Vai transferir suas fantasias para a relação, que não vai ser uma troca de amor, mas um "usar" o outro para o próprio prazer.

Nas palavras de Mary Beth Bonacci, uma conhecida palestrante norte-americana:

"A sexualidade humana é facilmente 'condicionada'. Quando alguém se acostuma a se 'excitar' de um certo modo, com o passar do tempo eles tendem a necessitar desse estímulo particular. Em outras palavras, uma vez que um homem se torna condicionado a ficar excitado usando a sexualidade impessoal e degradante oferecida pela pornografia, ele perde a habilidade de responder à expressão sexual real, normal, amorosa, e doadora-de-si-mesmo. Ele terá se condicionado a associar o estímulo sexual com o 'usar' outra pessoa. E isso pode significar a destruição do casamento. As esposas se sentirão usadas - porque estarão mesmo sendo usadas. Elas muitas vezes ficam culpando a si mesmas, embora não tenham culpa de nada. Certa vez li que pedir a um homem viciado em pornografia para encontrar a satisfação sexual na relação matrimonial saudável com sua esposa é como pedir a um alcoólatra para encontrar satisfação bebendo água. Simplesmente são coisas totalmente diferentes".
("Porn: The Marriage Wrecker", disponível em: http://www.4marks.com/articles/details.html?article_id=1521)

Portanto, atenção casais, a maneira mais eficiente de aniquilar seu casamento é se envolver com pornografia. Quanto aos solteiros, se você não quiser dar um tiro de misericórdia em seu futuro casamento antes mesmo dele começar, não se envolva com a pornografia, e se já se envolveu, procure ajuda para livrar-se dela.

Mas, como diz João Paulo II, não devemos ter medo das palavras de Jesus, assustados com a dificuldade em segui-las. Devemos, sim, acreditar que ele é o Cordeiro de Deus, que veio para tirar os pecados do mundo. E tirar os pecados do mundo é redimi-lo. Essas palavras de Jesus: "Aquele que olhar para outra mulher e desejá-la, já cometeu adultério em seu coração" (Mt 5, 27-28) são palavras de redenção, não de condenação. São um convite, mais do que uma repreensão. Um convite para o amor verdadeiro e puro, que sempre é total, fiel, livre e frutuoso. Um amor que é o desejo mais profundo de nosso coração.

A pornografia? Ela é simplesmente a antítese desse verdadeiro amor.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Papa diz que preservativos aumentam o risco da AIDS - e, ao contrário do que a mídia pensa, Ele está certo!

A mídia e algumas organizações e pessoas influentes estão muito indignados com as declarações do Papa, segundo o qual a distribuição de preservativos aumenta o risco de contrair AIDS, sendo a melhor alternativa para conter a doença a educação da sexualidade, uma cultura de castidade.

A esse respeito, em um artigo disponível no site "National Review", Kathryn Jean Lopez entrevista o diretor do Projeto de Pesquisa em Prevenção da Aids da Universidade de Harvard, Edward C. Green. Segundo esse cientista, de uma das universidades mais prestigiadas e sérias do mundo, o Papa está certo ao afirmar que a distribuição de preservativos aumenta o risco da AIDS.

“Há", segundo Green, " uma associação consistente mostrada por nossos melhores estudos (...), entre uma maior disponibilidade de preservativos e níveis maiores (não menores) de infecção por HIV. Isso se deve em parte devido a um fenômeno conhecido como compensação de risco, significando que quando uma pessoa usa uma 'tecnologia' de redução de risco, como os preservativos, ela frequentemente perde o benefício (redução de risco) 'compensando' ou se arriscando mais do que uma outra pessoa normalmente se arriscaria sem a tecnologia de redução de risco".

Isso é tão óbvio, que os defensores do preservativo deviam se envergonhar! O excelente blog do Pe. John Zhulsdorf (Fr. Z), aponta para um ótimo artigo do site Catholic Culture, que na verdade é uma ironia, mas que exemplifica bem o absurdo de querer distribuir preservativos para conter o avanço da AIDS.

Resumindo é algo mais ou menos assim: "Maridos africanos que praticam violência contra a mulher são levados a usar luvas de proteção. Uma associação criticou severamente a Igreja por ensinar o 'amor' conjugal, e encorajou os maridos que violentam suas esposas a tomar precauções 'práticas' para reduzir o risco de infecção por HIV na hora da violência contra as esposas. Os experts alertam maridos violentos não infectados para usarem luvas de látex e luvas de boxe de couro, que, segundo eles, reduz em 94% a laceração no corpo da esposa e consequentemente o contato com sangue contaminado. Especialistas estão indignados porque os ultra-conservadores do Vaticano continuam ignorando seus achados e insistindo que todas as pessoas - mesmo analfabetos - deixem de agir com violência contra suas esposas. 'Pregar a caridade não vai resolver o problema', diz um deles. 'Precisamos trabalhar com a realidade dessas pessoas. São africanos, meu Deus do céu, não são capazes de entender ou seguir regras morais. É iresponsabilidade do Papa ensinar algo diferente'. Outro disse: 'É por causa das crianças, elas merecem um pai. Quantos pais morreram e deixaram órfãos simplesmente porque a Igreja lhes fez medo e eles deixaram de usar luvas na hora de espancar suas mulheres?'".

Então? Estão vendo como é absurdo tudo isso que a mídia e os "entendidos" querem nos fazer acreditar? Apesar de ser uma ironia, isso não deve ser engraçado, deve chocar e fazer ver o absurdo dos argumentos que defendem que a distribuição dos preservativos vai parar o avanço da AIDS. Simplesmente não vai. Quando anos e quantas mortes ainda serão necessárias para o mundo reconhecer isso?

Por Daniel Pinheiro

A abstinência salva vidas

A Igreja Católica é freqüentemente ridicularizada – ou pior – por se opor aos preservativos

Pelos Editores do National Catholic Register

A Igreja Católica é freqüentemente ridicularizada por se opor aos preservativos. Sempre nos falam que a Igreja irracionalmente se apega a dogmas, enquanto pessoas reais perdem suas vidas por conta da AIDS.

É hora de entrar na ofensiva. A Igreja possui uma resposta para a epidemia de AIDS que pode salvar vidas. Os promotores dos preservativos é que, na verdade, estão se apegando a um dogma ridículo e desacreditado, à custa de vidas inocentes.

Olhe para a África. Quase todo país nesse continente promoveu vigorosamente os preservativos para tentar conter a epidemia de AIDS. Em nenhum deles a epidemia parou – nem sequer diminui, ao menos.

Uma nação africana – Uganda – por outro lado, experimentou o maior declínio dos casos de HIV entre todos os países do mundo, segundo mostra a Heritage Foundation. Estudos mostram que, entre 1991 a 2001, os níveis de infecção por HIV em Uganda caíram de cerca de 15% para 5%.

“O modelo de Uganda tem muito a ensinar ao resto do mundo”, diz Edward Green, um pesquisador sênior em Harvard, e autor de “Rethinking AIDS Prevention “ (Repensando a prevenção da AIDS). “Essa política deveria guiar os programas de desenvolvimento na África e no Caribe”.

O modelo de Uganda enfatiza que a abstenção de sexo fora do casamento foi a única maneira efetiva para a maioria das pessoas a fim de reduzir os riscos de exposição ao vírus da AIDS. O cientista social Joe Loconte diz que Uganda tem quatro lições para ensinar ao mundo, se ete estiver disposto a aprender:

1. Comportamentos sexuais de alto risco podem ser desencorajados e substituídos por estilos de vida mais saudáveis.
2. A fidelidade e a abstinência marital parecem ser os fatores mais importantes na prevenção da AIDS.
3. Os preservativos não são o fator principal na redução da transmissão do HIV. O programa de Uganda oferecia preservativos como uma última opção, principalmente para grupos de alto risco. A abstinência foi exclusivamente promovida para o público jovem – e funcionou.
4. As organizações religiosas são a chave na luta contra a AIDS.

E, ainda assim, a opinião da maioria das elites culturais é que os preservativos são a solução.

Deveria ser óbvio que eles estão errados.

Imagine que os operadores de montanha-russa decidiram remover todas as barras de segurança de seus carrinhos. Ao invés das barras, decidiram colocar simplesmente um aviso dizendo, “Faça uma viagem segura na montanha-russa! Traga um cinto e se amarre à sua cadeira. Aviso: Se você não conseguir fazer isso, poderá se machucar, ou mesmo morrer!”.

O que aconteceria? Crianças morreriam. Pais ficariam indignados. Ninguém espera que todos os adolescentes que saem por aí no parque de diversões tenham maturidade suficiente e auto-controle para se prevenir e ir procurar um cinto de segurança antes de entrar na montanha-russa. Se os governos respondem distribuindo cintos de segurança nas escolas, mesmo assim os pais não ficariam satisfeitos.

Porém, no que se refere ao chamado “sexo seguro”, muitos estão contentes com a abordagem do “aviso”.

Os adolescentes vivem em um mundo em que o sexo é propagado e promovido na televisão, em filmes e na música. E, na verdade, há uma epidemia mundial de doenças sexualmente transmissíveis, deixando claro que as pessoas podem ficar doentes, ou, no caso da AIDS, podem morrer.

Não faz sentido simplesmente dizer aos adolescentes que se lembrem de usar um preservativo. Os adolescentes raramente são responsáveis o suficiente para fazer suas camas toda manhã. Por que esperamos que, no calor da paixão, depois de dar nossa aprovação tácita do sexo pré-marital, eles usem um preservativo? O método mais efetivo, para começo de conversa, é começar a dizer para as pessoas que o sexo fora do casamento não é – e não é mesmo – saudável, nem física, nem moral nem emocionalmente.

Foi isso que fez Uganda. A epidemia de AIDS nesse país foi contida quando sua cultura começou a propagar a mesma mensagem, de classes colegiais, a igrejas e palestras em comunidades, chegando ao rádio, mídia impressão e programas de televisão. Essa mensagem: Guardem o sexo para o casamento, que é o lugar dele. É loucura pretender que haja sexo seguro que não seja desse modo, nos dias de hoje. “Criaram o que os pesquisadores chamam de ‘vacina social’ contra o HIV”, escreveu Joe Loconte, “um esquema de valores culturais que incentivavam atitudes e comportamentos sexuais responsáveis”.

Como resultado, a Pesquisa Demográfica e de Saúde de Uganda, em 200-2001 mostrou que 93% dos habitantes mudaram seus comportamentos sexuais para evitar a AIDS.

Os Católicos não devem ter medo de insistir que a abstinência é a resposta correta para a epidemia de doenças venéreas que se espalha pelo mundo. A nossa é a única resposta que salva vidas.
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Artigo disponível em inglês no site: National Catholic Register

quinta-feira, 19 de março de 2009

São José, rogai por nós!



São José, protetor da virgindade de Maria, protegei a nossa alma de todo pecado.

19 de março - Solenidade de São José

A camisinha não é a solução para a AIDS

O Papa Bento XVI encontra-se em viagem à África. Hoje ele está em Camarões. Durante o vôo, Sua Santidade respondeu a perguntas de jornalistas sobre vários assuntos. Entre eles, a questão da AIDS. Corretamente, o Papa lembrou que a solução para o problema da AIDS não está na distribuição de preservativos (camisinhas), mas na promoção de uma cultura de castidade - abstinência antes, e fidelidade durante o casamento. Como era de se prever, alguns personagens da cena política internacional estão dizendo que o Papa está "se tornando um problema", ou que "está sozinho". Nada mais irreal. Quem está certo é o Papa, é a Igreja. Na verdade, em muitos países africanos onde houve uma distribuição maciça de preservativos, o nível de infecção do HIV, ao contrário do esperado, só aumentou. Veja o artigo abaixo, sobre o caso de Uganda, um país africano que decidiu investir na promoção de uma cultura de castidade, e viu seus índices de infecção despencarem em uma década.
Daniel Pinheiro

Uganda vencendo a batalha contra a AIDS – usando a abstinência

Por Sarah Trafford

Uganda pode estar a caminho de vencer a AIDS usando os valores bíblicos da castidade e da fidelidade, é o que mostra um estudo da Universidade de Harvard. De acordo com o estudo, a educação para a abstinência mostrou efeitos significativos na redução da AIDS no país, com o nível de infecção por HIV caindo 50% entre os anos de 1992 e 2000.

A nação do leste africano está causando um grande impacto com a revelação de que a epidemia de AIDS pode ser revertida. Assolada por infecções de AIDS desde os anos 70, Uganda alcançou um miraculoso sucesso através de uma estratégia de prevenção que faz uso da abstinência. A promoção da abstinência através da mídia, programas de rádio e educação sexual nas escolas resultou em uma queda gradual e contínua dos níveis de infectados com HIV.

“Uganda é um dos países que atribuem grande importância à promoção da abstinência entre jovens” disse Ahmed Ssenyomo, ministro conselheiro da Embaixada de Uganda, em um discurso para a Conferência Africana para os Jovens, sobre abstinência.

Quando o programa começou, no final dos anos 80, o número de mulheres grávidas infectadas com o HIV era de 21,2%. Em 2001, o número era de 6,2%. O estudo da Universidade de Harvard também mostrou que os adultos estão diminuindo as relações de risco: entre as mulheres com mais de 15 anos, as que reportaram possuir muitos parceiros sexuais caiu de 18,4% em 1989 para 2,5% em 2000.

Essa ênfase em abstinência no programa governamental de Uganda é única. Em outras nações com alto grau de infecção em AIDS, tais como Zimbábue e Botswana, os preservativos (camisinhas) têm sido promovidos como a solução para a crise de infecções. Em Botswana, 38% das mulheres grávidas eram soropositivas no ano passado, contrastando com apenas 6,2% das mulheres em Uganda.

Muitos responsáveis por programas de combate à AIDS rejeitam a abstinência como potencial estratégia de prevenção, apesar de todas as evidências de que a promoção da abstinência e da fidelidade reduziram os casos de AIDS em Uganda na última década.

“Milhões e milhões de jovens estão tendo relações sexuais”, disse Paulo Teixeira, diretor do programa de combate à AIDS do Brasil, na 14ª Conferência Internacional de AIDS. “Não podemos falar sobre abstinência. Não é real”.

A abstinência é geralmente negligenciada enquanto potencial método de prevenção. Há muito tempo se pensa que a promoção dos preservativos e de iniciativas de “sexo seguro” seria a resposta para a escalada da AIDS. Ao invés de encorajar as pessoas a controlar seus impulsos, essas iniciativas tentaram oferecer maneiras mais “seguras” de exercitar sua libido. Entretanto, em muitos países africanos os preservativos não são vistos com simpatia. Há uma variedade de lendas urbanas que circulam em algumas regiões, dizendo que os preservativos seriam ferramentas de “limpeza étnica”, ou que na verdade eles é que transmitem o vírus HIV (Durante a Guerra Fria, a KGB soviética espalhou a “desinformação” de que os estados Unidos teriam “criado” o vírus da AIDS para matar os africanos).

A iniciativa da abstinência em Uganda vai muito além daqueles que já estão mantendo relações sexuais – ela começa com a educação e a promoção de um programa de abstinência para jovens chamado “True Love Waits” (O verdadeiro amor espera). Trinta mil jovens ugandenses estão atualmente envolvidos no programa. Lançada em Uganda em 1994, True Love Waits foca na abstinência até o casamento como maneira de prevenir todas as consequências adversas associadas com as atividades sexuais extra-maritais.

“Incentivar o casamento, a monogamia e a abstinência, atrasando o início da atividade sexual, desencorajando a promiscuidade e o sexo casual, reduzindo o fornecimento e a demanda de drogas ilegais ou oferecendo tratamento para viciados em droga... essas são as abordagens absolutamente mais efetivas para reduzir o risco do HIV” disseram o deputado republicano Mark Souder, de Indiana, e seis outros membros do Comitê Americano da Reforma Governamental, em uma carta às Nações Unidas.

Os Estados Unidos e outros países começaram a acolher a promoção da abstinência como modo de prevenção contra a AIDS. As Nações Unidas recentemente divulgaram que a AIDS exterminará metade da população em alguns países africanos. Em Uganda, o sol está começando a brilhar por entre as nuvens das mortes por AIDS – e está brilhando cada vez mais forte.
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Sarah Trafford. "Uganda Winning the Battle Against AIDS — Using Abstinence." Culture and Family Institute (July, 2002).
Este artigo foi reproduzido de “Culture and Family Institute”. Culture and Family Institute é afiliado de “Concerned Women for America” E-mail: mail@cultureandfamily.org

A autora
Sarah Trafford trabalha no “Culture & Family Institute”; é formada em Ciências Políticas pela Universidade de Wooster, Ohio, EUA.
Copyright © 2002 Culture and Family Institute

Disponível em inglês no site Catholic Education Resource Center

quarta-feira, 18 de março de 2009

Problemas que podem surgir no seu namoro - Pular o estágio de amizade

Por Joshua Harris

O namoro tende a fazer o relacionamento pular o estágio de “amizade”

Lucas (*) conheceu Letícia (*) em um retiro da igreja. Letícia era uma garota simpática conhecida por levar a sério as coisas de Deus. Lucas e Letícia começaram a conversar durante uma partida de basquete. Lucas não estava interessado em um relacionamento intenso, mas ele queria conhecer Letícia melhor. Dois dias depois do retiro ele ligou para ela e perguntou se gostaria de ir para o cinema no fim de semana seguinte. Ela disse sim.

Lucas fez a coisa certa? Bem, sim, em termos de conseguir um namoro, mas se ele queria realmente construir uma amizade, ele estragou tudo. Encontros pessoais (um a um) possuem a tendência de levar um rapaz e uma garota além da amizade, indo muito rápido na direção do romance.

Você já conheceu alguém preocupado em namorar um amigo de longa data? Caso conheça, provavelmente ouviu essa pessoa dizer algo do tipo: “Ele me chamou pra sair, mas tenho medo de que nossa amizade mude, caso a gente comece a namorar”. O que essa pessoa está realmente dizendo? As pessoas que falam coisas assim estão reconhecendo que os encontros a sós incentivam a criação de expectativas românticas; em uma amizade verdadeira você não se sente pressionado pra saber se “gosta” da outra pessoa ou se ele ou ela “gostam” de você também. Você se sente livre para ser você mesmo e fazer coisas juntos sem gastar três horas na frente do espelho, só pra ter certeza que sua aparência está perfeita.

C.S. Lewis descreve a amizade como duas pessoas caminhando lado a lado com vistas a um objetivo comum. São seus interesses mútuos que os unem. Lucas pulou esse estágio de compartilhamento de objetivos comuns, e convidou para um encontro tipicamente de namoro, tipo jantar-e-cinema, onde o foco estava no romance.

No namoro, a atração romântica, muitas vezes, é a pedra fundamental. A premissa por detrás dos namoros de hoje em dia é: “Sinto-me atraído por você; portanto, vamos nos conhecer”. A premissa da amizade, por outro lado, é: “Estamos interessados nas mesmas coisas; vamos viver esses interesses comuns juntos”. Se, depois de desenvolver uma amizade, surge a atração romântica, isso já é algo a mais.

A intimidade sem compromisso é enganação. A intimidade sem amizade é superficial. Um relacionamento baseado apenas na atração física e nos sentimentos românticos só vai durar o tempo que os sentimentos durarem.
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Trecho do artigo "The Seven Habits of Highly Defective Dating", traduzido e adaptado do site Catholic Education Resource Center

(*) Para fins de melhor compreensão, foram atribuídos nomes próprios fictícios em português, diferentes dos originais do texto em inglês.

terça-feira, 17 de março de 2009

Problemas que podem surgir no seu namoro - O namoro leva à intimidade, mas não necessariamente ao compromisso

Por Joshua Harris

O namoro leva à intimidade, mas não necessariamente ao compromisso

Fernanda (*) estava no começo do ensino médio; seu namorado, Carlos (*), no último ano do colégio. Carlos era tudo que Fernanda sempre quis em um rapaz, e por oito meses eles foram inseparáveis. Mas dois meses antes de Carlos ir para a faculdade, ele abruptamente anunciou que não queria nunca mais ver Fernanda.

“Quando nós terminamos, definitivamente, foi a coisa mais difícil que jamais aconteceu para mim”, me disse Fernanda depois. Mesmo que fisicamente eles nunca tenham ido além de um beijo, Carlos tinha dado seu coração e suas emoções completamente para Fernanda. Ele tinha gostado da intimidade enquanto ela correspondia às suas necessidades, mas então ele a rejeitou quando estava pronto para seguir outro caminho.

A história de Fernanda lhe soa familiar? Talvez você tenha escutado algo similar de um amigo, ou talvez você mesmo tenha passado por isso. Como em muitos relacionamentos de namoro, Fernanda e Carlos se tornaram íntimos com pouco ou nenhum pensamento sobre compromisso ou sobre como os dois seriam afetados se o namoro acabasse. Podemos culpar Carlos por ser “insensível”, mas vamos nos perguntar uma coisa. Qual é realmente o objetivo da maioria dos relacionamentos de namoro? Comumente o namoro encoraja a intimidade pela intimidade – duas pessoas se aproximando uma da outra sem nenhuma real intenção de construir um compromisso de longa duração.

Aprofundar a intimidade sem definir um nível de compromisso é obviamente perigoso. É como escalar uma montanha com uma parceira que não está certa de que quer assumir a responsabilidade de segurar sua corda. Quando terminarem de escalar a face montanha, com o precipício abaixo, você não vai querer ter uma discussão sobre como ela se sente “presa” pelo seu relacionamento. Do mesmo modo, muitas pessoas experimentam uma profunda dor quando se abrem emocional e fisicamente, apenas para serem abandonadas depois pelos outros, que dizem não estar prontos para “compromissos sérios”.

Um relacionamento com intimidade é uma experiência bela que Deus quer que experimentemos. Mas para Deus a intimidade só pode se completar plenamente em um amor baseado no compromisso. Você talvez diga que a intimidade entre um homem e uma mulher é a “cereja do bolo” de um relacionamento voltado para o matrimônio. E se nós olharmos a intimidade dessa maneira, então a maioria dos namoros são pura “cereja”. Comumente lhes falta um sentido ou um destino claro. Em muitos casos, especialmente no colégio, o namoro é curto, serve às necessidades do momento. As pessoas namoram porque querem curtir os benefícios emocionais e até físicos da intimidade, sem a responsabilidade do compromisso real.

Na verdade, essa foi a revolução que o namoro trouxe. Não havia namoro tal como o conhecemos hoje. Na minha opinião, o namoro atual é um produto da cultura “voltada para a diversão”, a cultura do “descartável”. Tempos atrás as coisas eram diferentes.

Na virada do século XIX para o século XX, um rapaz e uma garota só se envolviam em um romance se estivessem planejando se casar. Se um jovem rapaz gastasse tempo na casa da garota, a família e os amigos assumiam que ele tinha intenção de pedir sua mão em casamento. Mas as mudanças na cultura e a chegada do automóvel trouxeram mudanças radicais. As novas “regras” permitiram que as pessoas se permitissem vivenciar todas as emoções do amor romântico sem ter nenhuma intenção de casar. O amor e o romance se tornaram coisas que as pessoas podiam usufruir apenas pelo valor recreativo.

Embora muita coisa tenha mudado desde os anos 20, a tendência dos namoros de caminhar para a intimidade sem compromisso permanece praticamente a mesma.

Para os cristãos, essa tendência está na raiz de muitos problemas no namoro. A intimidade sem compromisso desperta desejos – emocionais e físicos – que nenhum dos dois vai conseguir satisfazer. Em 1 Tessalonicenses 4, 6 a Bíblia chama isso de “defraudar”, ou seja, “enganar”, levantando expectativas mas não cumprindo com a promessa. É alimentar uma fome que não poderemos satisfazer – prometer algo que não temos como providenciar.

A intimidade sem compromisso, assim como a cereja do bolo, pode ser doce, mas termina nos fazendo ficar doentes.
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Trecho de artigo traduzido e adaptado de: Catholic Education Resource Center

(*) Os nomes próprios do original em inglês foram modificados para nomes fictícios em português, para facilitar a compreensão.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Não consigo me segurar... o que fazer???

Pergunta: Às vezes, quando estou com uma garota, eu sei que devo “esfriar” as coisas, mas me parece impossível. Eu honestamente não sei o que fazer. Alguma dica?

Se você estivesse indo longe demais com uma garota, e o pai dela entrasse no quarto, o que você me diria, você seria capaz de parar? Provavelmente, na presença do pai dela, você encontraria rapidamente um poder de auto-controle.

Então, agora que concordamos que você tem a capacidade de parar, e que seu corpo fará o que você disser a ele para fazer, vamos ver como você pode “esfriar” as coisas. Recentemente ouvi algumas idéias úteis sobre o que fazer: basta lembrar das iniciais RRA – (R) Reconhecer que você tem diante de si uma decisão entre pecar ou buscar a pureza. (R) Rezar pedindo a graça e a força de vontade, e (A) Agir.

Tudo começa com a percepção de que você tem o poder de escolher entre a virtude e o pecado. Depois disso, volte-se para Deus, porque você precisa de sua força. Se você tem problemas para se motivar a conter o prazer, faça uma oração rápida ao seu anjo da guarda pedindo ajuda.

Então, aja. Pare o que estiver fazendo, e diga para ela toda importância e tudo que ela significa para você. Explique que você não está parando porque não gosta dela, mas porque a respeita muito. Você não quer usá-la. Você quer amar pelos motivos corretos.

Confie em mim, nenhum garota vai ficar chateada ou com raiva ao ouvir isso. É compreensível que muitos rapazes têm medo de dizer isso. As numerosas histórias de conquistas sociais ouvidas nas rodas de amigos podem fazer os bons rapazes pensarem que serão menos homens se não tentarem ir tão longe com uma mulher quanto os colegas de sala. Eles também podem ter medo do que a garota vai ficar pensando sobre ele.

Pessoalmente, em casos em que disse não para garotas quando as coisas estavam indo longe demais, elas me explicaram que isso as fez sentir-se mais especiais. Foi um alívio perceber que era diferente dos outros rapazes, que só estavam interessados em uma coisa. Tira um monte de pressão de cima dela, e dá a você a liberdade de se apaixonar pelos motivos corretos.

Uma garota disse para mim, “Eu conheço um monte de rapazes que agem como se quisessem sexo, só porque pensam que têm que pensar isso. Mas realmente, por dentro eles não são assim”.

Então, evite essas situações no futuro, e não faça nada com uma garota que você não faria se o pai dela estivesse prestes a entrar pela porta. Isso honra ela, seu pai, Deus e sua futura esposa.

Por Jason Evert

Traduzido do site: Pure Love Club

domingo, 15 de março de 2009

Os homens são todos iguais???

“Não existem rapazes bons, os homens são todos iguais”

Desde que era uma pequena criança, sonhava em encontrar o cara perfeito. Infelizmente, antes mesmo de ter minha carteira de motorista, já tinha desistido da busca há algum tempo. Ao invés disso, concentrava todas as minhas energias mantendo a ilusão de que meu namorado da época era perfeito. Eu ignorava seus defeitos, ou varria os problemas para debaixo do tapete. Havia todo tipo de bandeira vermelha, de sinal vermelho na minha frente, mas eu continuava de qualquer jeito, focando tanto nas coisas boas que os problemas eram deixados no escuro. Eu não assumia minhas posturas porque pensava que poderia acabar com minhas chances de manter esse cara “perfeito”.

Eu me lembro de ter pensado, “Quando meu futuro marido e eu nos encontrarmos, ele e eu vamos contar nossas histórias, e vamos simplesmente rir delas. Tenho certeza que ele está aí fora em algum canto fazendo as mesmas coisas que eu”. Não preciso nem dizer que fiquei surpresa quando finalmente encontrei o rapaz que seria viria a ser mesmo meu futuro marido. Ele ainda era virgem, e, aos 24 anos, ainda estava esperando – por mim.

Foi aí que percebi que os relacionamentos ruins que tive no colégio foram o resultado natural de todo meu modo de viver. Faltava-me completamente a confiança em Deus. Eu achava que Ele não tinha planos para garotas como eu, então eu me agarrava a qualquer coisa que parecia ser amor, na época. Todos os rapazes pareciam estar interessados só em uma coisa. Então, ao invés de esperar em Deus, e baixei meus padrões, em desespero, e assumi que rapazes decentes não existiam mais.

No que diz respeito a encontrar rapazes decentes, talvez precisemos começar a falar onde esses caras não serão encontrados. Recentemente, depois de uma palestra que meu marido deu em um colégio, um pequeno grupo de garotas veio falar com ele. Uma delas perguntou o que todas elas queriam saber: Onde devemos ir para encontrar um cara decente?

Ele começou perguntando sobre a vida dela. Ela disse que estava namorando um rapaz, mas ele era traficante, bebia muito, falava palavrões, e os pais dela o odiavam. Suas amigas se apressavam em reclamar como a maioria dos meninos é ruim, e deu um exemplo: “Os rapazes nas festas têm sido tão idiotas ultimamente. Algumas semana atrás, eles simplesmente chegaram em uma menina e derramaram cerveja na cabeça dela. Estávamos furiosas, e então eles fizeram isso de novo no fim de semana seguinte, e no outro também!”. Meu marido perguntou a elas, “E o que vocês vão fazer próximo final de semana?”. A resposta delas? “Vamos para uma festa”.

Hmmmm.

Vamos encarar a realidade. As mulheres desejam muito o amor, a aprovação, e a aceitação dos homens. Os homens desejam a mesma coisa das mulheres. Basta olhar para qualquer capa de revista, seja para homens ou para mulheres, com suas ofertas, “436 maneiras de atrair o sexo oposto”.

Essas revistas provavelmente não oferecem nenhum conselho bom, mas elas acertam só no fato de que essa é a maneira que Deus nos fez, homem e mulher, para que fôssemos um dom, um presente, uma dádiva, um para o outro.

Algumas mulheres que se acham “independentes” e “liberais” negam que precisam da aprovação masculina. Elas vêem isso como uma fraqueza. Talvez porque tenham visto homens se aproveitando de mulheres, elas confundem a vulnerabilidade de estar aberta ao amor com fraqueza. Na verdade, custa força de vontade, sabedoria, confiança, e coragem para estar aberta aos riscos do amor. Não é fraqueza desejar amar. A fraqueza é quando nós cedemos por menos do que o amor.

Também precisamos nos lembrar que nenhum homem poderá suprir nosso desejo de aceitação completamente. Em última instância, somente Deus pode preencher isso, Deus cujo profundo amor por nós deve nos ter sido mostrado através dos nossos pais, e especialmente, no caso de Deus Pai, através do nosso pai. Infelizmente, quando isso não acontece, muitas vezes tentamos construir nossa auto-estima através de relacionamentos com rapazes. Ao invés de procurar o Pai dos Céus, procuramos namorados para preencher esse vazio. Mas a Bíblia nos diz que, “Mesmo que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor cuidará de mim” (Salmo 27, 10).

Tenho certeza que você já viu essas camisetas brilhosas ou adesivos que dizem “Princesa”. É como se tivéssemos todas esse desejo de sermos admiradas e cuidadas como uma. Esse desejo de ser cuidadae acariciada está inscrito em nossos corações, porque nosso Pai Celestial é um Rei, e a filha do Rei é, verdadeiramente, uma Princesa.

Já tinha ouvido tudo isso antes, mas nunca tinha caído no meu coração, porque eu não rezava. Quando finalmente deixei Deus me amar como eu sou, comecei a conhecer a dignidade e o respeito que eu merecia como filha do Rei.

Pode demorar um pouco até que você perceba isso, mas quando você perceber, seus relacionamentos com rapazes serão um reflexo do amor do Pai, ao invés de ser uma substituição. Enquanto isso, se você quer conhecer um rapaz bom, se envolva em atividades que os bons rapazes fazem. Melhor ainda, ao invés de procurar o homem ideal, torne-se a mulher ideal e deixe que ele te procure. Mantenha seus olhos em Deus e saiba que, no que diz respeito a encontrar um homem decente, a garota paciente consegue o prêmio no final.

Trecho do Livro "Pure Womanhood", por Crystalina Evert. Ed. Catholic Answers, San Diego, EUA, 2008. Pg. 8