terça-feira, 17 de março de 2009

Problemas que podem surgir no seu namoro - O namoro leva à intimidade, mas não necessariamente ao compromisso

Por Joshua Harris

O namoro leva à intimidade, mas não necessariamente ao compromisso

Fernanda (*) estava no começo do ensino médio; seu namorado, Carlos (*), no último ano do colégio. Carlos era tudo que Fernanda sempre quis em um rapaz, e por oito meses eles foram inseparáveis. Mas dois meses antes de Carlos ir para a faculdade, ele abruptamente anunciou que não queria nunca mais ver Fernanda.

“Quando nós terminamos, definitivamente, foi a coisa mais difícil que jamais aconteceu para mim”, me disse Fernanda depois. Mesmo que fisicamente eles nunca tenham ido além de um beijo, Carlos tinha dado seu coração e suas emoções completamente para Fernanda. Ele tinha gostado da intimidade enquanto ela correspondia às suas necessidades, mas então ele a rejeitou quando estava pronto para seguir outro caminho.

A história de Fernanda lhe soa familiar? Talvez você tenha escutado algo similar de um amigo, ou talvez você mesmo tenha passado por isso. Como em muitos relacionamentos de namoro, Fernanda e Carlos se tornaram íntimos com pouco ou nenhum pensamento sobre compromisso ou sobre como os dois seriam afetados se o namoro acabasse. Podemos culpar Carlos por ser “insensível”, mas vamos nos perguntar uma coisa. Qual é realmente o objetivo da maioria dos relacionamentos de namoro? Comumente o namoro encoraja a intimidade pela intimidade – duas pessoas se aproximando uma da outra sem nenhuma real intenção de construir um compromisso de longa duração.

Aprofundar a intimidade sem definir um nível de compromisso é obviamente perigoso. É como escalar uma montanha com uma parceira que não está certa de que quer assumir a responsabilidade de segurar sua corda. Quando terminarem de escalar a face montanha, com o precipício abaixo, você não vai querer ter uma discussão sobre como ela se sente “presa” pelo seu relacionamento. Do mesmo modo, muitas pessoas experimentam uma profunda dor quando se abrem emocional e fisicamente, apenas para serem abandonadas depois pelos outros, que dizem não estar prontos para “compromissos sérios”.

Um relacionamento com intimidade é uma experiência bela que Deus quer que experimentemos. Mas para Deus a intimidade só pode se completar plenamente em um amor baseado no compromisso. Você talvez diga que a intimidade entre um homem e uma mulher é a “cereja do bolo” de um relacionamento voltado para o matrimônio. E se nós olharmos a intimidade dessa maneira, então a maioria dos namoros são pura “cereja”. Comumente lhes falta um sentido ou um destino claro. Em muitos casos, especialmente no colégio, o namoro é curto, serve às necessidades do momento. As pessoas namoram porque querem curtir os benefícios emocionais e até físicos da intimidade, sem a responsabilidade do compromisso real.

Na verdade, essa foi a revolução que o namoro trouxe. Não havia namoro tal como o conhecemos hoje. Na minha opinião, o namoro atual é um produto da cultura “voltada para a diversão”, a cultura do “descartável”. Tempos atrás as coisas eram diferentes.

Na virada do século XIX para o século XX, um rapaz e uma garota só se envolviam em um romance se estivessem planejando se casar. Se um jovem rapaz gastasse tempo na casa da garota, a família e os amigos assumiam que ele tinha intenção de pedir sua mão em casamento. Mas as mudanças na cultura e a chegada do automóvel trouxeram mudanças radicais. As novas “regras” permitiram que as pessoas se permitissem vivenciar todas as emoções do amor romântico sem ter nenhuma intenção de casar. O amor e o romance se tornaram coisas que as pessoas podiam usufruir apenas pelo valor recreativo.

Embora muita coisa tenha mudado desde os anos 20, a tendência dos namoros de caminhar para a intimidade sem compromisso permanece praticamente a mesma.

Para os cristãos, essa tendência está na raiz de muitos problemas no namoro. A intimidade sem compromisso desperta desejos – emocionais e físicos – que nenhum dos dois vai conseguir satisfazer. Em 1 Tessalonicenses 4, 6 a Bíblia chama isso de “defraudar”, ou seja, “enganar”, levantando expectativas mas não cumprindo com a promessa. É alimentar uma fome que não poderemos satisfazer – prometer algo que não temos como providenciar.

A intimidade sem compromisso, assim como a cereja do bolo, pode ser doce, mas termina nos fazendo ficar doentes.
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Trecho de artigo traduzido e adaptado de: Catholic Education Resource Center

(*) Os nomes próprios do original em inglês foram modificados para nomes fictícios em português, para facilitar a compreensão.

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