terça-feira, 28 de outubro de 2008

Serenelli

Já falei aqui sobre a história de Santa Maria Goretti.

Ainda muito jovem, foi esfaqueada por um rapaz, seu vizinho, de nome Alessandro Serenelli. Ele estava influenciado pela pornografia quando, movido pela paixão cega, desejou a tal ponto a pequena Goretti que a ameaçou de morte. A pequena Santa pensou, acima de tudo, em seu algoz. Lutou para não ser subjugada, não por si, pois não estaria pecando caso cedesse, mas por Serenelli. Ela expressou seu perdão a Serenelli várias vezes antes de falecer.

Posteriormente, na prisão, Serenelli teve uma visão de Santa Maria Goretti lhe entregando um lírio (símbolo de castidade) para cada golpe que levou. Provavelmente Serenelli foi o único algoz de uma mártir a estar presente na cerimônia de Canonização de sua vítima, no Vaticano. Ele estava sentado atrás da mãe de Goretti, que também o havia perdoado.

Tomando como inspiração a história de Goretti e de Serenelli, o site www.pornnomore.com tem a finalidade de combater o vício da pornografia, e ajudar a quem quer sair desse vício. O nome do Apostolado que toma conta desse site é: “The Serenellians”.

Antes de falecer, em 1970, como irmão Capuchinho, Serenelli deixou o depoimento abaixo como legado espiritual e pedido aos jovens para que fujam dos maus caminhos:

“Estou perto dos 80 anos. Estou prestes a partir. Olhando para meu passado, vejo que em minha juventude escolhi um caminho ruim, que me levou à ruína.

Meu comportamento foi influenciado pela mídia impressa, e por maus exemplos que são seguidos pela maioria dos jovens, sem nem perceber. Eu fiz o mesmo. Eu não estava preocupado.

Muitas pessoas generosas e devotadas me ajudaram, mas não prestei atenção a elas porque uma força violenta me cegou e me levou a um caminho errado de vida.

Quando tinha 20 anos de idade, cometi um crime passional. Agora, essa memória representa algo de horrível para mim. Maria Goretti, agora uma Santa, foi meu bom Anjo, mandada pela Providência, para me guiar e salvar.

Ainda tenho impressas em meu coração suas palavras de perdão. Ela rezou por mim, intercedeu pelo seu assassino. Seguiram-se trinta anos de prisão. Se já fosse de idade, teria gasto toda minha vida na prisão. Eu aceitei ser condenado porque foi culpa minha.

A pequena Maria foi minha luz, minha protetora; com sua ajuda, comportei-me bem durante os 27 anos de prisão e tentei viver honestamente quando voltei para a sociedade.

Os Irmãos de São Francisco, Capuchinhos de Marche, me receberam com angélica caridade em seu monastério como Irmão, não como servo. Tenho vivido com essa comunidade por 24 anos, e agora espero serenamente a hora de vislumbrar a visão de Deus, abraçar novamente meus amados, e estar perto de minha Anja da Guarda e sua querida mãe, Assunta.

Espero que essa carta que escrevi possa ensinar outros a feliz lição de evitar o mal e de sempre seguir o caminho correto, como pequenas crianças. Sinto que a religião com seus preceitos não é algo que possamos viver sem, mas é o real conforto, a verdadeira força na vida, e o único caminho seguro para todas as circunstâncias da vida, mesmo aquelas mais dolorosas.

Assina, Alessandro Serenelli”

Fonte: Porn No more

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A castidade não acaba com a "emoção" do namoro?

PERGUNTA: A castidade não acaba com a excitação, com a emoção do namoro?

RESPOSTA: A mídia nos diz que o sexo mais excitante é aquele fora do casamento, mas na realidade a verdade é justamente o contrário. Em 1999, o jornal USA Today publicou um artigo nomeado “Aha! Chame isso de ‘A vingança das Senhoras de Igreja’ (Aha! Call It the Revenge of the Church Ladies)". (1) Essa reportagem resume os achados da pesquisa “mais compreensível e metodologicamente importante” sobre sexo já realizada. As primeiras três sentenças da reportagem dizem tudo:

“Sigmund Freud disse que elas sofriam de uma ‘neurose obssessiva’ acompanhada de culpa, emoções suprimidas e sexualidade reprimida. O comediante Dana Carvey, do Saturday Night Live, as satirizou como puritanas que acreditam que o sexo é certamente sujo. Mas grandes estudos e pesquisas mostram que as senhoras de Igreja (e os homens que dormem com elas) estão entre as pessoas mais sexualmente satisfeitas da face da Terra”.

Então, isso não é especial?

O artigo concluiu que o ensinamento bíblico sobre o sexo poderia ser "como um choque para aqueles que acreditam que Deus é um estraga-prazeres cósmico no que diz respeito à sexualidade”. O mundo constantemente nos diz que, com relação a sexo, todo mundo está fazendo, e as pessoas que estão achando melhor, que estão se divertindo mais são aqueles casais solteiros sem muitos pudores mostrados nos seriados televisivos, enquanto a vida matrimonial é chata e sem romantismo. Entretanto, de acordo com a pesquisa largamente aceita sobre o assunto, “A imagem pública do sexo nos EUA não corresponde quase nada com a verdade”. (2).

Daqueles sexualmente ativos, os pesquisadores encontraram que os menos satisfeitos eram as pessoas não casadas. (3) Aqueles que tinham sexo fora do casamento estavam conscientes de que, apesar de se sentirem bem durante o ato, isso não significava que eles se sentiam bem a respeito de si mesmos depois. A culpa aliada ao medo ansioso de estar sendo usado(a), de ter ficado grávida, ou de ter contraído uma doença diminuía a satisfação sexual daqueles que eram promíscuos.

Por outro lado, a pesquisa mostrou que aqueles que eram casados com um parceiro fiel tinham as melhores respostas de prazer sexual tanto no nível físico quanto no emocional, e eles tinham mais chance de se sentirem “satisfeitos”, “amados”, “extasiados”, e “cuidados” (4). Ao contrário do que o mundo constantemente nos diz, a pesquisa mostra que o casamento beneficia-se da ausência de experiência sexual anterior a ele (5). Em outras palavras, sexo bom não é o resultado de experiência sexual prévia ou de técnica sexual. Se é alguma coisa, o sexo prazeroso é o fruto de um casamento feliz, e não sua causa.

Pesquisas fisiológicas também mostraram que o corpo humano não foi feito para a promiscuidade. A Dra. Winnifred Cutler é uma grande autoridade na biologia humana da reprodução e da sexualidade. Ela demonstrou que em um relacionamento sexual monogâmico (casamento) os dois corpos se adaptam um ao outro. O nível de testosterona no homem tende a atingir seu ponto mais alto no mesmo dia do pico de estrogênio em sua esposa, criando ainda mais prazer. Isso cria uma espécie de “sinfonia hormonal”, que é impossível em relacionamentos promíscuos passageiros (6).

Também foi descoberto que “pessoas casadas que rezam juntos têm probabilidade 90% maior de relatar maior satisfação com sua vida sexual do que casais que não rezam junto” (7). Então, se estivermos apenas interessados em fazer o que dá mais prazer (o que não devíamos estar), os fatos apontam de volta para o plano original de Deus: “Um homem deixa seu pai e sua mãe e se junta à sua esposa, e eles se tornam uma só carne” (Gen 2, 24).

A conclusão é que existe algo de excitante na moderação, no controle, na reserva. Algo que faz com que um casal que vive a castidade se sinta mais ligado em seus planos de casamento. Uma mulher por volta dos 20 anos observou que a castidade “talvez seja a provação de Deus, porque significa que fomos feitos de tal maneira que, quando agimos como animais, sem qualquer restrição ou qualquer regra, não temos assim tanta diversão” (8). As pessoas que abusaram de sua sexualidade estão, na verdade, procurando por esse tipo de amor duradouro. No final das contas, ser amado é muito mais excitante do que ser usado.

Quando um casal é puro, eles exercitam o auto-controle não por causa da falta de paixão, mas por causa da presença do amor.


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1. William Mattox Jr., "Aha! Call It the Revenge of the Church Ladies," USA Today, 11 February, 1999 (www.usatoday.com).
2. Edward O. Laumann, John H. Gagnon, Robert T. Michael, and Stuart Michaels, The Social Organization of Sexuality: Sexual Practices in the United States (Chicago: University of Chicago Press, 1994), 1. As quoted by Glenn T. Stanton, Why Marriage Matters (Colorado Springs, Colorado: Piñon Press, 1997), 41.
3. Laumann and others, The Social Organization of Sexuality, table 10.5, 364. As quoted by Stanton, Why Marriage Matters, 41.
4. Laumann and others, The Social Organization of Sexuality, table 10.7, 368. As quoted by Stanton, Why Marriage Matters, 41.
5. W. R. Mattox, "What's Marriage Got to Do with It? Good Sex Comes to Those Who Wait," Family Policy 6:6 (1994): 1–8. As quoted by Wetzel, Sexual Wisdom, 23.
6. Winnifred B. Cutler, Love Cycles: The Science of Intimacy (New York: Villard Books, 1991), 108–109, 244. As quoted by Stanton, Why Marriage Matters, 46.
7. Les Parrott III and Leslie Parrott, Saving Your Marriage Before It Starts (Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1995), 145.
8. Wendy Shalit, A Return to Modesty (New York: Touchstone, 1999), 193.

Fonte: Pure Love Club (Jason & Crystalina Evert)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Orações para a Castidade

Oração para obter a Pureza de Coração

Senhor, ajudai-me a aceitar e receber minha sexualidade como um dom divino. Dai-me a graça para resistir a tantas mentiras que distorcem esse dom divino e ajudai-me a viver minha sexualidade de acordo com a verdade do amor que é entrega de si mesmo. Dai-me pureza de coração para que possa ver a imagem de vossa glória na beleza dos outros, e um dia vê-Lo face a face. Amen.


Oração para a Redenção do Desejo Sexual

Senhor, eu Vos louvo e agradeço pelo dom de meus impulsos sexuais. Pelo poder de Vossa morte e ressurreição, consertai em mim o que o pecado confundiu, de modo que possa conhecer e experimentar o desejo sexual como Vós desejastes – como o desejo de amar livremente, totalmente, fielmente, e frutuosamente. Amen.


Oração para o Momento da Tentação da Luxúria

Senhor, obrigado pela beleza dessa pessoa que Vós criastes para ser amada – jamais para ser tratada como um objeto para minha gratificação. Eu renuncio a qualquer tendência interior de usar essa pessoa para meu próprio prazer, e peço que orienteis meus desejos. Amen.


© Christopher West. Site: Theology of the Body.
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O que é a Teologia do Corpo - parte 7 (final)

A autêntica libertação sexual

Por que toda essa propaganda? Se há um inimigo que quer nos afastar do céu, e se o corpo e o sexo devem nos levar para lá, o que você acha que ele vai atacar? A tática do pecado é “confundir” e “desorientar” nosso desejo de união eterna. É tudo que pode fazer. Quando compreendemos isso, percebemos que a confusão sexual tão presente em nosso mundo e em nossos corações nada mais é do que o desejo que o homem tem pelo céu perdendo o rumo certo.

Mas a maré está mudando. As pessoas só se contentam com coisas falsas por pouco tempo. Essas coisas não apenas falham em satisfazer, elas nos machucam terrivelmente. Infelizmente, a doutrina e os ensinamentos da Igreja sobre o sexo são confirmados pelas feridas daqueles que não os vivem. Nossos desejos de amor, intimidade e liberdade são bons. Mas a revolução sexual nos vendeu mentiras. Nós não fomos “libertos”. Temos sido enganados, traídos, e abandonados de mãos vazias.

É por isso que o mundo é um campo de missões pronto a absorver a Teologia do Corpo de João Paulo II. E é por isso que ela já está mudando tantas vidas ao redor do mundo. O ensinamento do Papa nos ajuda a distinguir entre a nota verdadeira de um milhão de dólares e a falsa. Ela nos ajuda a “desconfundir” nossos desejos desordenados e nos orienta para o amor que realmente satisfaz.

Quando isso acontece, experimentamos o ensinamento da Igreja não como um peso imposto de “fora”, mas como uma mensagem de salvação que pulsa “de dentro”. Experimentamos a verdade que nos liberta de verdade. Em outras palavras, experimentamos o que a revolução sexual nos prometeu mas não pôde nos oferecer – a autêntica libertação sexual.

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O que é a Teologia do Corpo - parte 6

As vocações cristãs

Quando olhamos para “quem somos” em nossa origem, história e destino, abrimos as portas para uma compreensão adequada das vocações cristãs do celibato e do matrimônio. Ambas as vocações são uma autêntica maneira de “colocar em prática, viver” a mais profunda verdade de quem somos enquanto homem e mulher.

Quando vivido autenticamente, o celibato cristão não é uma rejeição da sexualidade e do nosso chamado à união. Na verdade, ele aponta para sua plenitude última. Aqueles que renunciam ao casamento “pelo Reino de Deus” (Mt 19, 12) o fazem a fim de devotar todas as suas energias e desejos para o casamento que pode satisfazer por si só – o casamento de Cristo e da Igreja. Em certo sentido, eles estão “deixando” o sacramento (o sinal terreno) em uma antecipação da realidade última. Ao fazê-lo, os homem e mulheres celibatários declaram ao mundo que “o Reino de Deus está aqui” (ver Mt 12, 28).

De modo diferente, o matrimônio também antecipa o céu. “Nas alegrias do seu amor [Deus dá aos esposos] aqui na terra um prenúncio da festa nupcial do Cordeiro” (Catec. Ig. Catól. N. 1642). Por que, então, tantos casais acham o matrimônio um “inferno na terra”? Para que o casamento traga a felicidade que deve trazer, os esposos devem vivê-lo do modo que Deus planejou “desde o princípio”. Isso significa que eles devem lutar diligentemente contra os efeitos do pecado.

O casamento não justifica a luxúria. Sendo um sacramento, o matrimônio deve simbolizar a união de Cristo e da Igreja (ver Ef 5, 31-32). O corpo tem uma “linguagem”, que deve expressar o amor livre, total, fiel e frutuoso de Deus. Isso é exatamente o que os esposos se comprometem a fazer no altar. “É de livre e espontânea vontade que o desejais?” o sacerdote pergunta, “para se darem um ao outro sem reservar? Vocês prometem ser fiéis até a morte? Prometem receber os filhos que o Senhor conceder?” Noivo e noiva dizem “sim”.

Por sua vez, os esposos devem expressar esse mesmo “sim” com seus corpos, sempre que se tornam uma só carne. “De fato, as mesmas palavras ‘eu te recebo como minha esposa – meu marido’”, diz o Papa, “só podem atingir a completude através do intercurso conjugal” (5 de janeiro de 1983). A união sexual deve ser a renovação dos votos do casamento!

Um novo contexto para a compreensão da moralidade sexual

A ética sexual da Igreja começa a fazer sentido quando vista através dessas lentes. Não é uma lista puritana de proibições. É um chamado para tomar posse de nossa própria “grandeza”, nossa dignidade de ser imagem de Deus. É uma chamado para viver o amor para o qual fomos criados.
João Paulo II descreve a união de sexo e de corpo como “profética”, já que um profeta é aquele que proclama o amor de Deus. Mas ele acrescenta que devemos ser cuidadosos para distinguir entre profetas falsos e verdadeiros. Se podemos falar a verdade com nossos corpos, também podemos falar mentiras. Em última instância, todas as questões sobre moralidade sexual podem ser simplificadas em uma única questão: Isso reflete verdadeiramente o amor livre, total, fiel e frutuoso de Deus ou não?

Em termos práticos, como poderia uma casamento ser saudável se os esposos fossem regularmente infiéis aos seus votos nupciais? Por outro lado, quão saudável seria um casamento no qual os esposos renovassem regularmente seus votos, expressando um comprometimento crescente a eles? Isso é o que está em jogo na doutrina da Igreja sobre moralidade sexual.

A masturbação, a fornicação, o adultério, o sexo intencionalmente estéril, os atos homossexuais etc. – nada disso espelha o amor livre, total, fiel e frutuoso de Deus. Nenhum desses comportamentos expressam e renovam os votos nupciais. Eles não são maritais. Isso significa que as pessoas que se comportam dessas maneiras são “inerentemente más”? Não. Eles estão apenas confusos, não sabem como satisfazer seus desejos genuínos de amor.

Se eu lhe oferecesse uma nota de um milhão de dólares, e uma nota falsa de um milhão de dólares, qual você preferiria? Pergunta boba, eu sei. Mas, e se você foi criado e cresceu em uma cultura que incessantemente lhe bombardeou com propaganda para lhe convencer que a nota falsa era a coisa real, e que a coisa real era falsa? Você não ficaria um pouco confuso?

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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O que é a Teologia do Corpo - parte 5

Experiência do corpo e do sexo na história

O pecado original causou a “morte” do amor divino no coração humano. A entrada da vergonha indica o nascer da lxúria, do desejo erótico fora do amor de Deus. O homem e a mulher da história agora tendem a procurar a “sensação da sexualidade”, separada do dom verdadeiro de si mesmos, e longe do autêntico amor.

Nós cobrimos nossos corpos não porque eles sejam maus, mas para proteger sua bondade da degradação da luxúria. Ao percebermos que fomos criados para o amor, sentimo-nos instintivamente “ameaçados” não apenas pelo comportamento licencioso, mas até por um “olhar cheio de luxúria”.

As palavras de Cristo são severas a esse respeito. Ele insiste que, se olharmos para as pessoas desejando-as com luxúria, já cometemos adultério em nosso coração (ver Mt 5, 28). João Paulo coloca a pergunta: “Devemos temer a severidade dessas palavras, ou ter confiança no seu... poder salvífico?” (8 de outubro de 1980). Essas palavras têm poder para nos salvar porque o homem que as pronunciou é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29).

Cristo não morreu e ressurgiu dos mortos tão somente para nos dar mecanismos para enfrentar o pecado. “Jesus veio restaurar a criação para a pureza de suas origens” (Catec. Ig. Cat. N. 2336). À medida em que nos abrimos para a obra de redenção, a morte e ressurreição de Cristo efetivamente “liberta nossa liberdade da dominação da luxúria”, como falou João Paulo II (1 de março de 1984).

Neste lado da vida sempre estaremos aptos a reconhecer uma batalha em nossos corações entre o amor e a luxúria. Apesar disso, João Paulo insiste que a “redenção do corpo” (ver Rom 8, 23) já está em curso nos homens e mulheres da história. Isso significa que à medida em que permitimos que nossa luxúria seja “crucificada com Cristo” (ver Gal 5, 24), nós podemos progressivamente redescobrir naquilo que é erótico aquele “significado nupcial do corpo”, e podemos vivê-lo. Essa “libertação das amarras da luxúria” e a liberdade que ela garante são, na verdade, “a condição de toda convivência na verdade” (8 de outubro de 1980).

A experiência última do corpo e do sexo

O que dizer sobre nossa experiência do corpo na ressurreição? Cristo não nos disse que ninguém mais será tomado em casamento quando ressurgirmos dos mortos? (ver Mt 22, 30); Sim, mas isso não significa que nossa sede de união vai acabar. Significa que será satisfeita, plenificada. Enquanto sacramento, o matrimônio é apenas um sinal terreno de uma realidade celestial. Quando estivermos no céu, não necessitaremos mais de sinais que nos apontem ao céu. As “núpcias do Cordeiro” (Apo 19, 7) – a união de amor que todos desejamos – estará eternamente consumada.

“Para o homem, essa consumação será a realização final da unidade da raça humana, que Deus desejou desde a criação... Aqueles que estão unidos com Cristo formarão a comunidade dos redimidos, a ‘cidade santa’ de Deus, ‘a Noiva, a esposa do Cordeiro’” (Catec. Ig. Cat. n. 1045). Essa realidade eterna é o que a união “em uma só carne” antecipa desde o princípio (ver Ef 5, 31-32).

Portanto, na ressurreição do corpo nos descobrimos – em uma dimensão eterna - o mesmo significado nupcial do corpo no encontro face a face com o mistério do Deus vivo. “Essa será uma experiência completamente nova”, diz o Papa – além de qualquer coisa que possamos imaginar. Além do mais, “não será alienada de modo algum daquilo que o homem participa desde o ‘princípio’, nem do [que se refere ao] sentido procriativo do corpo e do sexo” (13 de janeiro de 1982).

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

O que é a Teologia do Corpo - parte 4

A experiência original do corpo e do sexo

Nós temos a tendência a pensar que a “guerra” entre os sexos é normal. Em sua discussão com os fariseus, Jesus observa que “no início não era assim” (Mt 19, 8). Antes do pecado, o homem e a mulher experimentavam sua união como uma participação no amor eterno de Deus. Este é o modelo para todos nós, e embora tenhamos decaído desse estado, Cristo nos dá poder suficiente para retornar a ele.

As histórias bíblias da criação usam linguagem simbólica para nos ajudar a compreender verdades profundas sobre nós mesmos. Por exemplo, o Papa observa que a união original decorre da experiência humana da solidão. Primeiramente o homem estava “sozinho” (ver Gên 2, 18). Entre os animais não havia “ajuda que lhe fosse adequada” (Gên 2, 20). É na base dessa “solidão” – uma experiência comum a homens e mulheres – que experimentamos nosso desejo por união.

A questão é que a união sexual humana difere radicalmente da ligação com os animais. Se elas fossem a mesma coisa, Adão teria encontrado muita “ajuda” nos animais. Mas, ao nomear os animais, ele percebeu que ele era diferente; ele próprio era uma pessoa chamada a amar, com o seu corpo, à semelhança de Deus. Ao ver a mulher, o homem imediatamente declara: “Finalmente, esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gên 2, 23). Isso quer dizer, “Finalmente, uma pessoa a quem posso amar”.

Como ele pôde saber que ela era também uma pessoa chamada ao amor? Seu corpo desnudo revelou o mistério! Para os puros de coração, a nudez revela o que João Paulo chamou de “significado nupcial do corpo”. Isso é a “capacidade que o corpo tem de expressar amor: precisamente aquele amor no qual a pessoa se tornar um presente, um dom, e – através desse dom – chega à plenitude do significado de sua existência” (16 de janeiro de 1980).

Sim, o Papa diz que, se vivermos de acordo com a verdade de nossa sexualidade, nós alcançaremos o verdadeiro sentido da vida. Qual é ele? Jesus o revelou quando disse, “Esse é o meu Mandamento, que ameis uns aos outros como eu vos tenho amado” (Jo 15, 12). E como Jesus nos amou? “Este é o meu corpo que será entregue por vós” (Lc 22, 19). Deus criou o desejo sexual para que fosse o poder de amar como ele amou. E foi assim que o primeiro casal o experimentou. Portanto, “eles estavam ambos nus, e não tinham vergonha” (Gên 2, 25).

Não há vergonha no amor; “o perfeito amor lança fora o temor” (1 Jo 4, 18). Ao viverem completamente de acordo com o significado nupcial de seus corpos, eles viam e conheciam um ao outro “com toda a paz do júbilo interior, que cria a plenitude da intimidade entre as pessoas” (2 de janeiro de 1980).

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O que é a Teologia do Corpo - parte 3

Por que o corpo é uma “Teologia”?

De acordo com João Paulo II, Deus criou o corpo como “sinal” de seu próprio mistério divino. É por isso que ele fala do corpo como uma “teologia”, um estudo de Deus.

Nós não podemos ver Deus. Sendo puramente espiritual, Ele é invisível. Ainda assim, o cristianismo é a religião em que Deus se mostra. Em Cristo, “Deus revelou seu segredo mais profundo: o próprio Deus é uma comunhão de amor, Pai, Filho e Espírito Santo, e Ele nos destinou a fazer parte dessa comunhão” (Catec. Ig. Cat. N. 221.). De algum modo o corpo humano torna visível esse mistério eterno de amor.

Como? Especificamente através da beleza das diferenças sexuais e do nosso chamado à união. Deus concebeu a união dos sexos como uma “versão criada” de sua própria “comunhão eterna de amor”. E desde o princípio, a união de homem e mulher antecipa nosso destino eterno de união com Cristo. Como diz S. Paulo, a união “em uma só carne” é “um grande mistério, e eu o digo com referência a Cristo e sua Igreja”. (Ef 5, 31-32).

A Bíblia usa a imagem do amor esponsal mais do que qualquer outra imagem para nos ajudar a compreender o plano eterno de Deus para a humanidade. Deus quer que nos “casemos” com Ele – para viver conosco em um “eterno intercâmbio de amor”. E ele desejou que esse grande “plano marital” fosse tão claro para nós, tão óbvio para nós que Ele imprimiu uma imagem desse plano no nosso próprio ser, ao nos criar homem e mulher, e ao nos chamar à comunhão “em uma só carne”.

Portanto, marcando um progresso dramático no pensamento Católico, João Paulo concluiu que nós somos a imagem de Deus não apenas enquanto indivíduos, “mas também através da comunhão... que o homem e a mulher formam desde o princípio”. E, continua o Papa, “De tudo isso, desde o princípio, veio a bênção da fertilidade (14 de novembro de 1979). A vocação original para “frutificar e se multiplicar” (Gên 1, 28), então, nada mais é do que um chamado para segundo a imagem do que fomos criados – para amar como Deus ama.

Isso, é claro, não quer dizer que Deus é “sexual”. Usamos o amor esponsal apenas como uma analogia para nos ajudar a compreender algo do divino mistério (ver Catec. Ig. Católica, n. 370). O “mistério de Deus permanece transcendente apesar dessa analogia, e apesar de qualquer outra analogia” (29 de setembro, 1982). Ao mesmo tempo, entretanto, o Papa diz que “não há nenhuma outra realidade humana que corresponda mais, humanamente falando, a esse mistério divino” (30 de dezembro de 1988).


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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O que é a Teologia do Corpo - parte 2

Uma resposta para nossas questões universais

Ao focar na beleza do plano divino para a união dos sexos, João Paulo muda a discussão do legalismo (“Até onde posso ir sem quebrar a lei?”) para a liberdade (“Qual a verdade que me liberta para amar?”). A verdade que nos liberta é a salvação em Jesus Cristo. Não importa que erros tenhamos feito ou que pecados tenhamos cometido. A Teologia do Corpo, do Papa, não aponta o dedo para nenhuma das duas coisas. É uma mensagem de "salvação sexual" oferecida para todos.

Em resumo, através de uma profunda reflexão das Escrituras, João Paulo busca responder duas das questões mais importantes e universais: (1) “O que significa ser humano?”; e (2) “Como posso viver minha vida de modo que haja verdadeira felicidade e completude?”. As lições do Papa, portanto, não são apenas sobre sexo e casamento. Já que nossa criação enquanto homem e mulher é “o fato fundamental da existência humana” (13 de fevereiro de 1980), a Teologia do Corpo dá conta “da descoberta do significado de toda a existência, do sentido da vida” (29 de outubro de 1980).

Para responder a primeira questão – “O que significa ser humano?” – o Papa segue o convite de Cristo para refletir nos três diferentes “estágios” da experiência humana do sexo e do corpo: em nossa origem antes do pecado (ver Mt 19, 3-8); em nossa história degenerada pelo pecado, porém redimida em Cristo (ver Mt 5, 27-28); e em nosso destino, quando Deus vai ressuscitar nossos corpos na glória (ver Mt 22, 23-33).

Em resposta à segunda questão – “Como viver minha vida?” – João Paulo aplica seu peculiar “humanismo cristão” às vocações do celibato e do matrimônio. Ele então conclui demonstrando como seu estudo traz uma nova e atrativa visão da moralidade sexual.

Veremos brevemente cada uma dessas diferentes seções do ensinamento do Papa. É claro que, em uma curta introdução como essa, estaremos apenas arranhando a superfície dos profundos pensamentos do Papa. Iniciaremos com a idéia principal.

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O que é a Teologia do Corpo - parte 1

“É uma ilusão pensar que podemos construir uma cultura verdadeira da vida humana se não... aceitarmos e experimentarmos a sexualidade e o amor e a plenitude da vida de acordo com seu significado verdadeiro e suas estreitas inter-conexões”.
João Paulo II, O Evangelho da Vida (n. 97)

A relação sexual é a pedra fundante da vida humana. A família – e, por sua vez, a própria sociedade humana – surgem desse enlace. Em resumo, para onde vai o sexo, assim vai o casamento e a família. Para onde vai o casamento e a família, aí vai a civilização.

Tal lógica não condiz bem com nossa cultura. Não é exagero dizer que a tarefa do século vinte foi livrar-se da ética sexual cristã. Se queremos construir uma “cultura da vida”, a tarefa do século vinte e um será retomar essa ética.

Mas a maneira muitas vezes repressiva de lidar com isso, por parte das gerações anteriores de cristãos (normalmente com silêncio, ou, no máximo, com um “não faça isso”) é, em grande parte, responsável pela rejeição do ensinamento da Igreja acerca do sexo. Precisamos de uma “nova linguagem” para quebrar o silêncio e reverter a negatividade. Precisamos de uma nova teologia que explique como a ética sexual cristã – longe da lista puritana de proibições que costumava ser – corresponde perfeitamente com os desejos mais profundos de nossos corações em direção do amor e da união.

Como muitas pessoas estão apenas agora descobrindo, o Papa João Paulo II dedicou seu primeiro grande projeto pedagógico de seu pontificado para desenvolver tal teologia; ele a chamou de “Teologia do Corpo”. Essa coleção de 129 pequenos discursos já iniciou uma “contra-revolução sexual” que está mudando vidas ao redor do mundo. Esse “fogo” está se espalhando e no tempo certo podemos esperar repercussões globais.

George Weigel, o biógrafo do Papa, descreveu melhor do que ninguém a Teologia do Corpo como “uma espécie de bomba teológica de efeito retardado, programada para detonar dramáticas conseqüências... talvez no século vinte e um”. (Testemunho da Esperança, 343).

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domingo, 12 de outubro de 2008

E se eu disser não para meu futuro esposo, sem saber que ele é a pessoa certa para mim?

PERGUNTA: E se eu disser “não” para meu futuro esposo, sem saber que ele é a pessoa que Deus reservou para mim?

RESPOSTA: Eu não me preocuparia muito sobre ter perdido um futuro esposo. Deus está no controle. Pegue sua Bíblia, e leia o Capítulo 12 de Lucas. Ele questiona porque às vezes ficamos preocupados com as grandes coisas quando não temos controle nem mesmo sobre as pequenas coisas. Apegue-se a Deus, e mantenha seus olhos fixos nEle, e Ele não vai deixar você perder a pessoa que Ele, em Sua providência, entregou a você.

Pessoalmente, eu acho que é fácil perdermos “a pessoa certa” se estivermos constantemente tentando achar essa pessoa. Isso acontece porque estamos, no caso, prestando mais atenção ao que queremos do que ao que Deus quer. Mas se nós ficarmos firmes e escutarmos Sua voz, Sua vontade pode se realizar mais facilmente em nossas vidas. Coloque seu futuro (e seu passado) confiantemente nas mãos de Deus, e saiba que Ele sempre dá o que é melhor para aqueles que deixam as suas vidas nas mãos dEle.

Fonte: Pure Love Club --> disponível em http://www.chastity.com/chastity/index.php?id=7&entryid=275

Oração a Maria pela Castidade



Ó Maria, Virgem e Mãe, a Vós dirigimos as nossas preces para que vós nos ajudeis na luta, que se torna cada vez mais difícil, para vivermos a bem-aventurança da castidade, ameaçada hoje, como nunca, pelos meios de comunicação social, pelo erotismo dilacerante, pelo declínio do espírito de oração e de mortificação.

Obtende, ó Virgem puríssima, do vosso Filho, o Cordeiro sem mancha, que envie o Seu Espírito, que é luz e força: aos Governantes dos Povos, para que, com Leis inspiradas no Evangelho, impeçam a difusão da imoralidade;

Aos pais e Mestres, para que eduquem a mocidade no caminho árduo e feliz do domínio de si; aos jovens para que compreendam a beleza e o valor da castidade para a construção de um mundo melhor, ou na formação de uma família ou na consagração a Deus e aos irmãos com o sacerdócio ou com a vida Religiosa.

A todos, para merecermos, em nossa breve existência terrena e na eternidade a realização da promessa de Jesus: “ Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”

Assim seja!

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Fonte: http://www.ordemdesantacecilia.org/pastoral_vocacional_029.html

sábado, 11 de outubro de 2008

Benefícios da abstinência

1. Mais respeito para consigo mesmo e com o próprio corpo, e mais respeito pela outra pessoa.

2. Segurança de que a outra pessoa não está com você apenas por razões sexuais.

3. Uma maior chance de fidelidade no casamento, e da confiança de que seu parceiro(a) terá capacidade de se controlar com relação a outras pessoas, evitando o adultério.

4. A chance de ter um relacionamento mais profundo.

5. Menos preocupação com relação a gravidez, controle de natalidade, doenças sexualmente transmissíveis, traições etc.

6. Paz de espírito e alegria por saber que está sendo obediente a Deus nessa área de sua vida.

7. Relação sexual melhor no casamento. Embora a abstinência antes do casamento não seja garantia de uma vida sexual maravilhosa, ela certamente permite que se comece uma vida a dois sem a bagagem indesejável de outros relacionamentos passados. A capacidade de relacionar-se significativamente e com intensidade de coração encontra-se diminuída nas pessoas que costumavam manter relações sexuais com muitos parceiros antes do casamento. Isso é decorrência do número de parceiros e da ligação emocional das relações, quando aconteceram. Muitas pessoas precisam reaprender a conectar a vida sexual com as emoções ao chegarem em um casamento, porque essa capacidade ficou adormecida pela promiscuidade do passado.

8. Ter um casamento mais forte. Foi provado estatisticamente que os casamentos entre pessoas que praticam a abstinência antes do casamento possuem uma menor taxa de divórcio. Muito menor. O sexo não é o único fundamento de um casamento, embora seja uma parte importante da ligação entre marido e mulher. Não escolha seu futuro esposo(a) baseado em sua performance sexual, esquecendo de outras características, tais como os valores que compartilham, os objetivos e o companheirismo.

9. Ausência de memórias de parceiros sexuais do passado. Todo o perdão da misericórdia de Deus não apaga as memórias. Suponha que foi sexualmente ativo antes do casamento, e de fato encontra o amor de sua vida, a sua “metade da laranja”, mas com essa pessoa a relação sexual não é assim a melhor que você já teve. Se você nunca teve relações sexuais, ou pelo menos não com essa pessoa, então é mais fácil que a relação sexual seja vista como satisfatória. Além do mais, as pessoas podem ir se conhecendo mais, e a relação sexual tornando-se sempre mais significativa ao longo dos anos do casamento. A abstinência antes do casamento vai poupar seu(sua) esposo(a) de sentir-se inseguro(a) sobre estar ou não lhe satisfazendo sexualmente. Essas inseguranças podem, com o tempo, corroer o matrimônio. Ainda mais, se há a possibilidade de um dos dois ficar se lembrando de outros parceiros sexuais do passado que eram “melhor na cama”, isso pode causar culpa ou sentimentos de inadequação, ou emoções conflitantes, que certamente vão corroer o casamento.


Fonte: http://www.worldwidegroovecorp.com/abstinence/benefits.html

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sobre a Teologia do Corpo

O “rico patrimônio” do ensinamento de João Paulo II “ainda não foi assimilado pela Igreja. Minha missão pessoal não é lançar novos documentos, mas garantir que seus documentos sejam assimilados”. (Bento XVI, em entrevista sobre o legado de João Paulo II, em 16 de outubro de 2005).

O Papa João Paulo II dedicou seu primeiro grande projeto de ensino no seu pontificado – 129 discursos curtos, entre setembro de 1979 e novembro de 1984 – para conceber uma visão profunda e bonita da dimensão corpórea do homem e do amor. Ele deu a esse projeto o nome de “Teologia do Corpo”.

Longe de ser um assunto de menor importância na vida cristã, a maneira com que compreendemos o corpo e a relação sexual “diz respeito à toda a Bíblia”. Ela nos liga com a “perspectiva de todo o Evangelho, de todo ensinamento, e ainda mais, de toda a missão de Cristo”. A missão de Cristo, de acordo com a analogia esponsal das Escrituras, é se “casar” conosco, a Igreja. Ele nos convida a viver com ele em uma vida de eterna união e doação no amor.

Isto é o que a união dos sexos foi criada para ser, proclamar e ser sinal – da eterna união de Cristo e da Igreja. Como diz São Paulo, citando o Gênesis, “Por essa razão o homem deve deixar seu pai e sua mãe e se unir à sua esposa, e tornar-se-ão uma só carne. Isso é um grande mistério, digo isso com relação a Cristo e a Igreja” (Ef 5, 31-32).

Ao nos ajudar a compreender essa profunda interconexão entre o sexo e o mistério cristão, a Teologia do Corpo de João Paulo II não apenas prepara o caminho para a renovação do casamento e da família; ela também permite que cada um descubra “o significado de toda a existência, o sentido da vida”.

Fonte: Theology of the Body Institute --> disponível em http://www.tobinstitute.org/page.asp?ContentID=5

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Eu amo você, meu filho

Todo mundo deseja entregar-se completamente a alguém.

Ter uma relação profunda, comprometida, de alma, com outra pessoa.

Ser amado profundamente e incondicionalmente.

Mas Deus diz:

“Não. Não antes que você fique satisfeito, pleno e contente sendo amado somente por mim, entregando-se totalmente e sem reservas somente a mim.

Eu amo você, meu filho. E até que você descubra que somente em mim se encontra sua satisfação, você não será capaz do relacionamento humano perfeito que planejei para você.

Você nunca estará unido a outra pessoa antes de estar unido a mim, sem mais ninguém nem coisa alguma, sem mais nenhum desejo ou pertences.

Eu quero você. Pare de planejar, pare de desejar, e me permita lhe levar pelo plano mais maravilhoso que existe, um que você nem pode imaginar. Eu quero para você somente o melhor. Por favor, deixe-me trazer o melhor para você. Apenas mantenha seus olhos em mim, esperando as melhores coisas. Continue aprendendo e ouvindo as coisas que tenho a lhe dizer.

Você deve ser paciente. Não seja ansioso. Não se preocupe. Nao fique olhando para as coisas que os outros possuem. Não olhe para as coisas que você acha que quer. Apenas olhe para mim, senão você vai perder tudo que quero lhe dar.

E então, quando você estiver pronto, vou surpreendê-lo com um amor muito mais maravilhoso do que você jamais pôde sonhar. Veja, meu filho, até que você esteja pronto, e até que a pessoa que tenho para você esteja pronta – porque até mesmo nesse exato minuto eu estou trabalhando para que ambos estejam prontos ao mesmo tempo – você não será capaz de experimentar o amor que exemplifica seu relacionamento comigo. E isso é o amor perfeito”.

Fonte: "Pure Love Club" - áudio do programa "The Pure Life", da EWTN, com Jason e Crystalina Evert.

Pureza sexual: além do legalismo

Pureza sexual: além do legalismo
Uma estratégia pastoral para pais, professores e líderes de pastoral

Por: Stephen B. Clark

Tradução: William Ibiapina

Como pais professores e líderes de pastoral, não devemos simplesmente dizer o que a lei de Deus proíbe. Devemos ajudar a entender a intenção de Deus em dar mandamentos. Quando as pessoas se agarram às intenções de Deus, elas podem obedecer-Lhe de coração, não se satisfazendo em eliminar violações sérias dos mandamentos, mas dando forma ao caminho que seguem em cada aspecto do modo a chegar às propostas d'Ele.

Por exemplo, em relação ao sexo, é particularmente útil às pessoas ver que o Senhor nos mostra um ideal de uma vida bem ordenada. Quando o sexo está propriamente em ordem no casamento, fortalece a vida familiar, o que, por conseqüência, fortalece a vida da Igreja e da sociedade. Trazer o sexo a uma ordem apropriada envolve autocontrole, domínio sobre os desejos. Por um ponto de vista cristão, é um ideal positivo.

Caminhando em direção a este ideal, estamos indo de encontro à visão moderna de que toda forma de sexo é válida enquanto "realizável", ou seja, enquanto der prazer.

Por uma perspectiva escritural, esta é uma visão degradada do sexo, tratando-o como algo típico de um animal, em vez de um ser humano. Animais seguem seus instintos. Seres humanos usam a mente para entender os propósitos de Deus para a vida e fazer suas decisões de acordo com tais propósitos. O Senhor nos chama a comunicar esta visão àqueles que lideram.

Outro princípio importante a ensinar é o que compartilha a idéia de "o que é proibido é proibido da mesma forma". Não devemos meramente tentar evitar as violações mais brutas da lei de Deus, mas também excluir comportamentos que em parte violam a lei, ainda que não em sua totalidade.

"Ficar" é um exemplo. Muitos cristãos de hoje diriam que, enquanto a fornicação (ou, como eles mesmos diriam, "ir até o fim") não for o objetivo, não há problema em "ficar" por simples diversão, exploração pessoal ou para saciar seus desejos sexuais. A visão cristã tradicional, porém, é que "ficar" constitui um caminho para a fornicação ou adultério.

Por um lado, é apenas senso comum que "ficar" não sacia desejos sexuais. Deus os fez especificamente para serem estimulados, não saciados.

Por outro, há uma integridade ao entendimento escritural da relação sexual, que inclui todas as atividades iniciais que naturalmente fazem parte do percurso. Assim, a Escritura geralmente se refere ao ato sexual simplesmente mencionando o primeiro estágio; por exemplo, "descobrir a nudez" (ver Lv 18). Esta frase não significa simplesmente não haver roupas, mas o tipo de despir que envolve a intenção de haver relação sexual.

A Escritura também usa a expressão "chegar-se a uma mulher" (Lv 18:6,19). Isto implica que há uma distância apropriada entre homens e mulheres, e violá-la já significa entrar no processo de fornicação.

"Tocar uma mulher" é outra expressão bíblica para ilustrar a relação sexual (1 Cor 7:1). Não significa aperto de mão, mas o tipo de toque que inicia o processo de relação sexual.
Por uma perspectiva escritural, adentrar os estágios iniciais pode ser menos sério que fazer algo possível de ser feito no ato da fornicação. Entretanto, uma relação não consumada não significa que não se iniciou o ato da fornicação.

É interessante notar que muitas pessoas que dizem abominar o "legalismo" realmente se refugiam neste tipo de legalismo no que concerne à moralidade sexual. Elas buscam abrir espaço para tudo que não é considerado violação em larga escala pela lei e não consideram o espírito, ou propósito, da lei.

Um dos sinais mais claros deste tipo de coisa é a pergunta: "até onde posso ir sem pecar?" Esta já é a pergunta errada, indicando que a pessoa que a faz não está vivendo como um discípulo que foca a mente, o coração, a alma e a força em amar o Senhor e cumprir os propósitos d'Ele.
A pergunta certa é "o que posso fazer para estar no lugar certo nesta área? Como posso viver em todos os aspectos da forma que melhor corresponda ao propósito de Deus e à ordem d'Ele para esta área da minha vida?".

O terceiro princípio é: o que leva à violação do mandamento deve ser evitado, e o que leva a guardá-lo deve ser seguido, se racionalmente possível.

Por exemplo, devemos evitar indecência, pensamentos descontrolados, ###########, "ficar" com as pessoas erradas, ir aos lugares errados etc. Tais coisas levam a nós e a outros a problemas.
Usar uma roupa indecente, por exemplo. Vestir-se indecentemente pode ou não afetar a pessoa agente, mas certamente atingirá algumas outras pessoas. Devemos levar as pessoas a se conscientizarem não apenas a se resguardarem no lugar certo, mas também a ajudar os outros a permanecerem no lugar certo.

O lado positivo do princípio significa que devemos construir, na nossa vida conjunta à Igreja, coisas que ajudarão os propósitos dos mandamentos divinos. Queremos levar adiante o uso correto da capacidade sexual que Deus nos deu.

Um exemplo de resposta positiva seria desenvolver uma aproximação pastoral maior acerca de namoros e relacionamentos. 1 Tes 4, 3-8 nos instrui a evitar a imoralidade sexual e abraçar o casamento em santidade e honra, não na paixão da luxúria, como pagãos que não conhecem a Deus. Como poderíamos ajudar os membros da Igreja a fazer simplesmente isso?

Um elemento-chave de uma estratégia pastoral seria ensinar a visão cristã do casamento, com suas responsabilidades - um modelo de casamento que muitos cristãos atualmente não entendem. Nesta base, podemos encorajar solteiros a pensar sobre as qualidades de caráter de que ele(a) e seu(sua) esposo(a) precisariam.

Com um cuidado pastoral pessoal, podemos levá-los a evitar fazer uma decisão de casamento com base em atração emocional e ajudá-los a focar a atenção em assuntos objetivos, como leitura pessoal e visão comum, que são cruciais para um casamento bem-sucedido.

Assim, podemos guiá-los durante o processo de relacionamento por caminhos que instiguem a tomada de decisão sóbria e devota e evitem tendência ao afeto emocional ou à tentação sexual.

Fonte: http://www.rc.net/wcc/clark3.htm
(c) 1989, The Alliance for Faith and Renewal.

Agradecimentos ao William pela tradução.

sábado, 4 de outubro de 2008

Qual a diferença entre amar uma garota e estar apaixonado por ela?

PERGUNTA: Como saber a diferença entre amar uma garota e estar apaixonado por ela?

RESPOSTA: Minha definição de amor costumava ser esse sentimento confuso e caloroso. Quando você a vê, então o mundo parece mais bonito, os passarinhos ficam cantando, e tudo lhe faz lembrar dela. Seu coração dispara toda vez que ela chega perto.

Isso é “estar apaixonado”. Essa reação emocional é bem legal, mas não devemos confundir esses sentimentos com o amor em si. Algumas pessoas acham que podem prever o quanto vai durar seu relacionamento com base na intensidade dos sentimentos de atração. Passam muito tempo tentando descobrir se estão ou não “apaixonados”.

Apenas estão esquecendo que o amor é uma decisão de fazer o que for melhor para a outra pessoa, mesmo se os sentimentos calorosos e confusos já tiverem passado. Mas não basta só querer o que é melhor para o outro. Devemos formar nossa mentalidade de acordo com a verdade que diz que Deus nos revelou, de modo que já sabemos o que é melhor para o outro, e não fazemos as coisas somente porque nos sentimos melhor. Sabendo já o que é melhor para o bem do outro, tudo que nos resta é seguir esses passos e colocar em prática nosso amor através de nossas ações.

Eu acho que a maior diferença entre o amor e a paixão é que o amor não “acontece” com os casais – é algo que eles fazem. É um exercício. Se concluímos que o amor acabou só porque acabou aquele entusiasmo inicial, podemos ter certeza de que o amor nunca esteve ali. Além do mais, se o amor é somente sentir coisas românticas, como os noivos prometeriam que o casamento vai durar “até que a morte nos separe”? Não seria melhor “até que o tédio nos separe”? Portanto, você não pode determinar o valor de um relacionamento medindo só a intensidade das emoções.

Suponha que você está casado e sua mulher, grávida, tem desejo de comer alguma coisa. São quatro da madrugada, e ela quer que você vá ao supermercado 24h para comprar aquele sorvete de brownie. Você olha para sua esposa, e ela não parece assim tão deslumbrante como estava no dia do casamento. Às quatro da madrugada, seu mundo não está assim tão bonito, e os passarinhos cantantes ficaram mudos. Mas, depois de beijar sua testa, você sai de casa e vai para o supermercado. Será que o amor foi embora? Na verdade, é aí que ele é mais real do que nunca.

Então, como saber se você ama uma mulher? O Papa João Paulo II respondeu a essa questão perfeitamente, dizendo que: “quanto maior o sentimento de responsabilidade pela pessoa amada, mais verdadeiro é o amor” (1). O maior exemplo desse amor é Cristo. Ele, sozinho, revelou perfeitamente como amar uma mulher. Sempre que quisermos saber como amar adequadamente uma mulher, tudo que precisamos fazer é olhar para um crucifixo.

Notas:
1. Karol Wojtyla (Papa João Paulo II), Love and Responsibility (San Francisco: Ignatius Press, 1993), 131.

Fonte: Pure Love Club ( http://www.chastity.com/chastity/index.php?id=7&entryid=131 )

Um estilo de vida

A castidade é um estilo de vida. É respeitar a pessoa humana como um todo, não como um objeto. É dar valor ao dom da sexualidade, e reverenciar a sacralidade e o poder vivificante do sexo no casamento. A castidade não é simplesmente questão de “eu não posso fazer isso”, ou “eu não posso fazer aquilo”. Não. Castidade é ter poder. É ter o poder da liberdade de não ser escravo da imoralidade. É ter a liberdade de viver uma vida com toda a felicidade que Deus planejou para nós.

A castidade não é para rapazes fracos ou imaturos.

A sociedade de hoje em dia geralmente vê um homem nos seus 20 anos que ainda é virgem como uma espécie de desajustado social, tímido, ou fanático religioso. Não precisamos prestar atenção nisso, porque... é simplesmente uma mentira!

Um rapaz que constantemente está satisfazendo seus impulsos sexuais com imoralidade é um sério candidato à fraqueza. É verdade que os rapazes possuem desejos sexuais, mas quando um rapaz coloca sua vida nas mãos de Deus, e deixa que Deus o ajude a controlar seus desejos desordenados e o ensina a amar com pureza de coração, então esse é um homem de honra e de coragem! (Para vocês solteiros que estão procurando por uma esposa santa... saibam que isso é extremamente atraente para uma garota!)

A castidade ajuda o cara a desenvolver seu potencial, sabendo que ele é mais do que somente seus impulsos sexuais. Ele passa a ver as mulheres não com os olhos da luxúria, mas com os olhos de Deus. Passa a ver a beleza das mulheres, e as trata com respeito e carinho de um coração puro.

A castidade não é para garotas que curtem ter baixa auto-estima ou que namoram com perdedores.

Muitas vezes parece que os rapazes usam as palavras “eu te amo” só para ter sexo, enquanto as mulheres dão sexo somente para ouvir “eu te amo”. Na maioria das vezes as garotas querem que alguém as segure nos braços e diga como é amada. Muitas acham que não valem nada se não tiverem um cara em suas vidas – seja um paquera ou um namorado. Por que essa auto-estima tão baixa que não tolera ficar nem um instante sem um cara? Isso é porque muitas vezes confundem atração física e emoção com amor. E também porque não percebem como são preciosas e amadas por Deus!

A castidade ajuda as garotas a perceberem que sua auto-estima não vem deste mundo, mas vem de dentro – de saber que é uma filha preciosa de Deus, criada para amar e ser amada. Com sua Graça, pode perceber que não precisa ficar se entregando assim só para ter uma gratificação física ou emocional. Percebe também que Deus já escolheu um esposo especialmente para ela (seja um homem de Deus no casamento, seja o próprio Cristo como religiosa), e que há a possibilidade de viver com grande alegria e plena liberdade através da pureza e do respeito a si própria e ao próprio corpo.

Adaptado de: Revolution of Love ( http://www.revolutionoflove.com/singles/chastity/living_chaste.html )