Por que o corpo é uma “Teologia”?
De acordo com João Paulo II, Deus criou o corpo como “sinal” de seu próprio mistério divino. É por isso que ele fala do corpo como uma “teologia”, um estudo de Deus.
Nós não podemos ver Deus. Sendo puramente espiritual, Ele é invisível. Ainda assim, o cristianismo é a religião em que Deus se mostra. Em Cristo, “Deus revelou seu segredo mais profundo: o próprio Deus é uma comunhão de amor, Pai, Filho e Espírito Santo, e Ele nos destinou a fazer parte dessa comunhão” (Catec. Ig. Cat. N. 221.). De algum modo o corpo humano torna visível esse mistério eterno de amor.
Como? Especificamente através da beleza das diferenças sexuais e do nosso chamado à união. Deus concebeu a união dos sexos como uma “versão criada” de sua própria “comunhão eterna de amor”. E desde o princípio, a união de homem e mulher antecipa nosso destino eterno de união com Cristo. Como diz S. Paulo, a união “em uma só carne” é “um grande mistério, e eu o digo com referência a Cristo e sua Igreja”. (Ef 5, 31-32).
A Bíblia usa a imagem do amor esponsal mais do que qualquer outra imagem para nos ajudar a compreender o plano eterno de Deus para a humanidade. Deus quer que nos “casemos” com Ele – para viver conosco em um “eterno intercâmbio de amor”. E ele desejou que esse grande “plano marital” fosse tão claro para nós, tão óbvio para nós que Ele imprimiu uma imagem desse plano no nosso próprio ser, ao nos criar homem e mulher, e ao nos chamar à comunhão “em uma só carne”.
Portanto, marcando um progresso dramático no pensamento Católico, João Paulo concluiu que nós somos a imagem de Deus não apenas enquanto indivíduos, “mas também através da comunhão... que o homem e a mulher formam desde o princípio”. E, continua o Papa, “De tudo isso, desde o princípio, veio a bênção da fertilidade (14 de novembro de 1979). A vocação original para “frutificar e se multiplicar” (Gên 1, 28), então, nada mais é do que um chamado para segundo a imagem do que fomos criados – para amar como Deus ama.
Isso, é claro, não quer dizer que Deus é “sexual”. Usamos o amor esponsal apenas como uma analogia para nos ajudar a compreender algo do divino mistério (ver Catec. Ig. Católica, n. 370). O “mistério de Deus permanece transcendente apesar dessa analogia, e apesar de qualquer outra analogia” (29 de setembro, 1982). Ao mesmo tempo, entretanto, o Papa diz que “não há nenhuma outra realidade humana que corresponda mais, humanamente falando, a esse mistério divino” (30 de dezembro de 1988).
© Christopher West. Site: "Theology of The Body"
www.ChristopherWest.com
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