domingo, 19 de junho de 2011

A Beleza do Amor: Chave para a Educação em Pureza Sexual

Como os ensinamentos da Teologia do Corpo sobre a castidade afetam a prática pastoral, e como podemos ensinar e viver a castidade a partir disso?


                                             Por Michael Waldstein, Ph.D.

A beleza é um dos dois fundamentos sobre os quais o método pastoral de João Paulo II se sustenta na área do casamento e vida familiar. Eu devo mencionar imediatamente o segundo para que o método pastoral não parecem estar pulando numa perna só: é a experiência. João Paulo II é um observador sagaz e disciplinado da experiência humana, particularmente da experiência do amor entre homem e mulher. Seu encontro precoce com a poesia esponsal-experiencial e com a teologia de São João da Cruz deu um forte impulso para o que parece ter sido um aguçado talento natural do jovem Karol Wojtyla.

A combinação desses dois fundamentos, beleza e experiência, é poderoso. Uma beleza dissociada, vista de longe como um objeto de admiração, fora do alcance da experiência real de homens e mulheres comuns, pode despertar nostalgia, mas não pode causar uma mudança real ou fornecer orientação efetiva. A beleza entendida como realizável e em conexão com a experiência diária do amor - essa tem um grande poder para mover e sustentar a vida real. Não é preciso receber o ensinamento de João Paulo II só por causa da mera autoridade. Pode-se verificar sua veracidade ou não na própria experiência.

Não é segredo que muitos católicos, particularmente na academia, discordam sobre a ética do casamento, sexo e família. O método pastoral de João Paulo II é um avanço positivo nesta situação de, por vezes, linhas de batalha entrincheiradas. Ele parece dizer-nos: "Seu desejo pela beleza do amor vai levar você ao lugar certo. Tente esta beleza; teste-a em sua própria experiência ".

Em um estudo teológico sobre o corpo, a questão da finalidade do corpo é central. Por que Deus criou a matéria? Por que criou o corpo humano? Ele o criou como um sinal sacramental, a fim de expressar sua própria vida enquanto Trindade – e a fim de transferir para o mundo visível uma participação nessa vida. O propósito da matéria e do corpo humano em particular é permitir que o esplendor da vida divina penetre no mundo visível e se expresse em uma forma corpórea harmoniosa no amor entre homem e mulher.



Como podemos crescer na visão e no conhecimento dessa beleza? Como essa beleza pode realmente entrar em nossa experiência diária de modo a desabrochar o seu poder de transformar nossas vidas? A vida sobrenatural, que podemos ver apenas com os olhos da fé, atinge nossa experiência através dos dons do Espírito Santo. Qual dos dons do Espírito Santo é particularmente importante para que a beleza do atinja nossa experiência? O ensinamento de João Paulo II é muito claro sobre este ponto. O dom do Espírito Santo que está no centro da espiritualidade conjugal é o dom da piedade ou reverência, isto é, uma sensibilidade viva para o que é sagrado e divino nas relações entre homem e mulher.

Na "Carta às Famílias", João Paulo ilustra isso ao olhar para a feiúra do seu oposto: "Um amor que não é mais belo, mas reduzido apenas à satisfação da concupiscência (1 João 2:16) ou a um “uso” mútuo entre um homem e uma mulher, faz das pessoas escravas das suas fraquezas. Não é verdade que certas "agendas culturais" modernas levam a essa escravidão?"

Pode-se compreender a beleza do amor contrastando-o com esse mútuo "usar." O mero “uso” de pessoas, mesmo por consentimento mútuo, por mero prazer ou episódio erótico, é feio, porque é uma ofensa à dignidade humana. A beleza primeira e mais fundamental do amor está ligada com o respeito ou mesmo reverência pela dignidade racional das outras pessoas. É somente no espaço livre aberto por este respeito e reverência que o homem e a mulher podem se mover livremente e com alegria juntos no amor, sem o medo de “asfixia” no “uso”, ou o “jogar a pessoa fora” depois que termina a excitação erótica.

Na Teologia do Corpo, João Paulo II nos mostra a beleza do corpo, acima de tudo, como dom de si no amor. Nesse dom (dádiva, presente), surge uma grande profundidade no corpo: não apenas a vontade e o sentimento e do homem e da mulher em ser uma só carne, oferecendo-se um ao outro, mas ainda mais profundamente, uma participação na comunhão divina de pessoas. É no poder do corpo enquanto um sinal sacramental no casamento que sua maior beleza pode ser vista.
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Michael Waldstein, Ph.D., é professor de teologia na Universidade Ave Maria. Ele traduziu as catequeses do Papa para o inglês, no livro: “Man and Woman He Created Them: A Theology of the Body”.
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Trechos traduzidos de: http://www.ncregister.com/daily-news/the-beauty-of-love-key-for-education-in-sexual-purity/
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domingo, 12 de junho de 2011

Como eu posso começar a me vestir modestamente de uma hora para outra? Tenho um pouco de medo do que as pessoas vão pensar de mim.

Por Jason Evert

Não tenha medo de ser pura. Acredite em mim, se você soubesse o que passa na cabeça de muitos rapazes do colégio, você teria medo de não ser modesta. Portanto, procure uma amiga que também queira se vestir com modéstia, e vá com ela para um shopping. Se você for para uma festa ou formatura, dê uma olhada nos vestidos em www.beautifullymodest.com.


Eu acho que você vai descobrir que, junto com a modéstia, vem uma paz serena que é muito melhor de sentir do que os olhares passageiros dos rapazes. Simplesmente tente. Deixe que o seu desejo pelo verdadeiro amor a motive a escolher a modéstia. Além do mais, o tipo de rapaz que você deseja encontrar não é o tipo de rapaz que fica olhando para meninas com blusinhas muito curtas ou jeans apertado de cintura baixa. É preferível que você encontre um rapaz que acha você linda com uma roupa mais modesta. Agora, vestir com modéstia não significa se vestir de modo desajeitado ou sem ser atraente. Significa apenas que você prefere chamar a atenção dele para o que interessa mais: sua dignidade. Portanto, vista algo que revela mais de você: vista-se com modéstia.
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Traduzido de: http://www.chastity.com/chastity-qa/how-far-too-far/modesty/how-do-you-suddenly-star
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Como a Teologia do Corpo se encaixa na Tradição da Igreja

Por Colin Donovan

Um autêntico desenvolvimento da teologia é uma das características da fé católica. Tendo como ponto de partida a revelação divina (Escritura e Tradição), e sob a orientação do magistério, encontram-se novos insights acerca do significado e das implicações da fé.

A Teologia é a “fé em busca de entendimento” (Santo Anselmo), por isso, apesar da fé ser imutável, o entendimento que a Igreja tem sobre ela se aprofunda.

À primeira vista, a Teologia do Corpo parece ser algo completamente novo. Em vez de estudar a natureza objetiva das coisas, como os filósofos católicos têm feito tradicionalmente, ela reflete sobre a experiência humana, a fim de descobrir os elementos essenciais da experiência como eles aparecem na consciência da pessoa humana.

Uma vez que se trata de “experiência” humana, e não da natureza humana, os críticos da Teologia do Corpo muitas vezes a vêem como um método puramente subjetivo, incapaz de produzir resultados universalmente válidos.

Como se vê, o filósofo Karol Wojtyla (mais tarde Papa João Paulo II) concorda com algumas dessas críticas. Estudando o uso do “método fenomenológico” no começo dos anos 50, o então padre Wojtyla imediatamente viu a sua utilidade como um meio de compreensão (insight) da apreciação do valor moral por parte da pessoa humana e sobre a formação da consciência. Isso, na verdade, já havia sido demonstrado nos anos 20 pelo grande filósofo alemão Dietrich von Hildebrand e por sua colega no estudo do método, Santa Edith Stein.

Decidindo ele mesmo adotá-lo, o futuro Papa reconhecia que, a fim de ser útil, os resultados do método tinham de ser julgados por uma filosofia e teologia objetivas, tais como a de São Tomás de Aquino. Caso contrário, havia o perigo da própria experiência se tornar o referencial último, e de o usuário cair no subjetivismo ou no emocionalismo.

Foi esse estudo inicial do valor do método, assim como o seu reconhecimento de suas deficiências, que levaram o Papa a desenvolver uma abordagem freqüentemente chamada de “personalismo tomista”.

Para o Papa João Paulo II, o estudo da experiência da pessoa do mundo é extremamente importante para a formação moral e espiritual, mas só é teológica e pastoralmente válido quando compreendida dentro âmbito da teologia católica e da filosofia objetiva.

Fora deste âmbito, o mesmo método não é confiável. De fato, os resultados muitas vezes falhos de tais métodos em círculos seculares, onde a filosofia, as ciências humanas e a cultura são guiadas pela experiência subjetiva, tem demonstrado amplamente que isso é verdade.

O uso deste método por parte do Papa, portanto, acrescenta uma visão complementar – e não contraditória – à síntese tomista da teologia e da filosofia. Para a objetividade da revelação e da filosofia objetiva, o Santo Padre acrescentou uma terceira dimensão: a compreensão de como a pessoa humana percebe o mundo.

Nas últimas décadas, o seu valor pastoral, quando usado da forma cautelosa proposta pelo Papa, já foi amplamente demonstrado. No entanto, como George Weigel, o biógrafo do Papa afirmou, vai demorar séculos para a Igreja compreender plenamente a nova luz que o ensino e o método do Papa lançaram sobre verdades imutáveis​​.

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Colin Donovan é vice-presidente de teologia na EWTN. Ele obteve a sua licenciatura na Pontifícia Angelicum, escrevendo sobre o desenvolvimento da teologia da auto-doação no matrimônio, do Papa João Paulo II.
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Traduzido de: http://www.ncregister.com/daily-news/how-does-theology-of-the-body-fit-into-church-tradition/
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