sábado, 28 de novembro de 2009

Diário vaticano critica "Lua Nova", a saga do filme Crepúsculo

ROMA, 23 Nov. 09 / 07:36 am (ACI).- O jornal L’Osservatore Romano (LOR) publicou em sua edição desta sexta-feira um artigo no qual critica a nova produção "Lua Nova (New Moon)", saga de "Crepúsculo", uma história que relata o triângulo amoroso entre um vampiro vegetariano, um lobisomem e uma adolescente solitária que não encaixa em seu ambiente.

Esta segunda parte da saga mostra a protagonista Bela Swan, deprimida pela partida de seu noivo Edward Cullen, o vampiro, que a deixa para não colocar a vida de sua amada em perigo. Assim se aproxima de seu amigo Jacob Black, quem na realidade é um lobisomem.

"Em Lua Nova –diz LOR– Bela acaba de cumprir 18 anos mas está cheia de cicatrizes não curadas, não só exteriores, é uma moça próxima aos lobisomens que vive em equilíbrio entre dois mundos e foi ferida por quem deveria tê-la protegido".

O jornal vaticano assinala que este filme "já gerou comentários de muitos (críticos profissionais e não profissionais, bloggers e outros) e a repetição até o cansaço do já foi dito e ouvido sobre o primeiro episódio: se trataria de pura propaganda moralmente perigosa, de um ‘elogio à repressão sexual em si mesma’, de uma espécie de anúncio cristão camuflado como best seller juvenil".

Com esta tendência, diz o artigo, "terei que tirar o chapéu" para a autora Stephanie Meyers, quem escreveu a saga e "que foi capaz de dourar a pílula para encobrir o severo alerta obscurantista com alguns" clichês "para ir criando uma máquina de dinheiro que funciona à toda potência em todo o mundo".

Depois de comentar o tratamento pouco claro da produção sobre a sexualidade, LOR descreve que no filme "existe uma zona escura, uma hostil ansiedade comum a todos os personagens principais, assim como o medo a serem divididos pelo tempo que passa (apenas para Bela, a protagonista, pois Edward, o vampiro, terá sempre 17 anos) e o terror de decepcionar a pessoa amada, de perdê-la para sempre ou de causar-lhe um mal irremediável, como sucedeu com o Romeu" de Shakespeare.

Como em Crepúsculo, "a opção por fazer que os ‘monstros’ assim como os vampiros e os lobisomens falem é um eficaz instrumento expressivo fazendo que a própria pessoa esteja diante do enigma da liberdade e do misterioso impulso de morte que envenena a vida gerando violência, infelicidade e caos no mundo dos humanos, a ‘ferida original’ que todos têm dentro".

É melhor, prossegue o artigo do LOR, "evitar chamar ‘pecado’ (seu aroma a incenso poderia alarmar aos laicistas) à ‘ferida original’ que pode ser traduzida como a sombra que envolve as relações de amizade ou amor, que transforma à chamada sociedade civil em uma instância de crueldade e ferocidade".

Pode-se ver, ademais, "a facilidade com a que um afeto profundo ou inclusive uma relação de simples empatia se transforma em uma relação de poder, e o gosto amargo da ‘espinhosa realidade’, como escrevia Rimbaud, que se revela na contínua repetição do mecanismo de ‘tensão para o cumprimento, desilusão, reação violenta’".

O texto assinala também que a "cada certo tempo o registro constantemente alto do roteiro faz tropeçar os diálogos em qualquer ingenuidade e não faltam algumas estupidezes e quedas da tensão, sobre tudo nas cenas rodadas na Itália, em Montepulciano (…) mas os intérpretes parecem convincentes (ao menos até agora) e irônicos inclusive fora do set: ‘75 por cento do mérito é dos cabelos’, responde Robert Pattinson (Edward) ao ser perguntado pelo êxito planetário do bom vampiro, um pouco James Dean, um pouco ícone dark de quem vive na cidade mais chuvosa dos Estados Unidos".

De outro lado, o perito em cinema do Pontifício Conselho para a Cultura, Dom Franco Perazzolo, assinalou que a esta produção constitui "um vazio mais perigoso que qualquer tipo de mensagem desviada".

"O gênero vampiresco combina uma série explosiva de imagens que sempre atrai às jovens gerações para os extremos, depois do qual se encontra o vazio", disse.
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Fonte: http://cristoreinosso.blogspot.com/2009/11/diario-vaticano-critica-lua-nova-saga.html

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

“Crepúsculo” e “Lua Nova”: porque as meninas amam o casto Edward


A obsessão com Edward parece ir na contramão do antigo clichê que diz que as garotas sempre se atraem pelos “bad boys”, os promíscuos “tipo James Bond” que normalmente as seduz para depois quebrar seus corações. É bem certo que Edward é perigoso e misterioso (afinal de contas ele é um vampiro), mais sua característica mais marcante e que mais o define é sua incrível resistência em face de todo tipo de tentações.

Grande parte dessa atração gerada nas fãs femininas da série deve-se à sua devoção altruísta para com Bella, uma devoção que não se expressa na típica pressa adolescente em consumar a relação, mas no modo como ele constantemente coloca as necessidades dela acima de suas próprias. Apesar de Bella tentar desesperadamente convencê-lo a mordê-la, tornando-a portanto como ele (vampiro), e garantindo a eternidade toda para usufruírem juntos, as dúvidas de Edward sobre a questão se os vampiros podem ou não ser incluídos na salvação o tornam relutante em arriscar a salvação dela.

Algo que essa obsessão atual com a série iniciada em “Crepúsculo” revela, pelo menos em um nível subconsciente, é que ainda há lugar para o auto-controle e a renúncia no romance moderno. Talvez as garotas tenham medo de expressar seu desejo profundo de ter um relacionamento com um rapaz que as ame altruistamente e que esteja pronto a colocar a “virtude” em primeiro lugar, preocupadas em serem reconhecidas como puritanas. Talvez os rapazes também tenham medo de que seja depreciativo de sua masculidade abster-se de realizar o sexo, assumindo que é isso que as garotas querem, e assim o círculo vicioso continua. De qualquer modo, apesar de algumas coisas, os livros da série levantam questões interessantes. Colocado em meio a forças sobrenaturais, com muitos dos personagens com poderes sobrehumanos, o sexo é mostrado como uma força igualmente poderosa. Ironicamente, dada sua grande força e seu instinto assassino natural, Edward acusa Bella de ser “a criatura mais perigosa” que ele já encontrou, quando ela testa os limites de sua abstenção e constrição tentando seduzi-lo.
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Traduzido e adaptado de:
http://www.catholicherald.co.uk/features/f0000500.shtml

Lua Nova

Um dos filmes mais esperados do ano está em cartaz. “Lua Nova”, segundo filme da série que iniciou com “Crepúsculo”. Adolescentes ao redor do mundo estão lotando salas de cinema e mergulhando no mundo do amor proibido entre os protagonistas. Enquanto milhões de pessoas assistem o filme, surge a pergunta: é um filme que promove os valores cristãos?

A Conferência dos Bispos dos Estados Unidos tem o seguinte comentário:

Esse último capítulo na história de amor entre o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson) e a estudante mortal Bella Swan (Kristen Stewart) é – como seu predecessor “Crepúsculo, de 2008 – marcado pela inocência de sua interação. O que a faz triste é pensar se tornou raro ver no cinema uma relação assim, mesmo no entretenimento voltado para o público jovem. E então, é claro, há o fato de que é necessário um fator oculto para compelir a castidade do casal. O filme apresenta consideráveis cenas de violência, uma vaga referência sexual e alguns termos impróprios.


Como mencionado, a parte interessante sobre a série é o controle que os personagens principais têm sobre suas paixões sexuais. Embora desejem muito um ao outro, permanecem castos. Entretanto, apesar de ser uma coisa boa, e difícil de se ver nos filmes, a série tem outras questões problemáticas. Steve D. Greydanus fala que:

Crespusculo e Lua Nova são essencialmente celebrações acríticas daquela paixão obsessiva que é própria da imaturidade – paixão que subordina totalmente todo senso de identidade pessoal e eleva o ser amado à categoria de bem absoluto, ou bem único; paixão que prontamente adiciona impulsos suicidas e fantasias à relação, como uma coisa normal.


Como se pode ver, Lua Nova eleva o amor a um nível não natural e coloca o ser amado em uma posição que nenhum dos dois pode sustentar. Edward e Bella se desejam tanto que estão dispostos a renunciar a tudo por uma união completa. Apesar de nem sempre ser uma forma ruim de amar, isso pode se tornar uma coisa má quando o amado é colocado acima de Deus, quando o ser amado é transformado em um “Deus”.

Edward faz de Bella um “Deus” com bastante frequência; algo que, colocado em prática na vida real, pode ter graves consequências. No momento que seu namorado percebe que você não é perfeita, que é humana, facilmente se sai da relação, porque se perdeu a fantasia, e se revelou a verdade. Colocar essas demandas irreais e pouco saudáveis em um relacionamento não é bom, e pode facilmente levar ao desapontamento e ao arrependimento. Nós somos humanos, e somente através de um relacionamento com Cristo poderemos ser capazes de amar para além de nós mesmos. O amor sem Deus facilmente se torna culto da outra pessoa, e essa exaltação logo se tornará desapontamento, porque ambos descobrirão que o outro não é Deus.
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Fonte: http://digitalcatholic.blogspot.com/2009/11/twilight-saga-new-moon.html

Testemunho: Eu fiz cinco mil abortos

Por Dr. Bernard N. Nathanson

Este texto é de uma conferência proferida pelo Dr. Bernard N. Nathanson no "Colegio Médico de Madrid", publicada pela revista FUERZA NUEVA, de onde se transcreveu. O testemunho é sumamente valioso tendo em conta a personalidade do autor, um dos mais importantes defensores do aborto em seu país (EE.UU.)
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É importante que vocês se dêem conta que fui um dos fundadores da organização mais importante que "vendia" aborto ao povo norte-americano. Havia mais outros dois membros: o Sr. Lawrence Lader e uma senhorita que pertencia ao movimento feminista.
Em 1968, quando organizamos o movimento calcula-se que menos de 1% era partidário da liberação do aborto, ou seja, de 100 pessoas, 99 estavam contra e nosso orçamento era de 7.500 dólares anuais enquanto em 1982 já se aproximava de um milhão de dólares.
Vou explicar-lhes como estabelecemos o plano para convencer essas 199 milhões de pessoas em um país de 200 milhões para que o aborto fosse aceito.

As táticas que vou explicar são seguras e além disso são as mesmas que se estabeleceram em outros países e também as que se utilizam na Espanha e nas demais nações.
Serviram-nos de base duas grandes mentiras: a falsificação de estatísticas e pesquisas que dizíamos haver feito e a escolha de uma vítima que afirmasse que o mal do aborto não se aprovaria na América do Norte. Essa vítima foi a Igreja Católica, ou melhor dizendo, sua hierarquia de bispos e cardeais.

Quando mais tarde os pró-abortistas usavam os mesmos "slogans" e argumentos que eu havia preparado em 1968, ria muito porque eu havia sido um de seus inventores e sabia muito bem que eram mentiras.

Falsificação das estatísticas

É uma tática importante. Dizíamos, em 1968, que na América se praticavam um milhão de abortos clandestinos, quando sabíamos que estes não ultrapassavam de cem mil, mas esse número não nos servia e multiplicamos por dez para chamar a atenção. Também repetíamos constantemente que as mortes maternas por aborto clandestino se aproximavam de dez mil, quando sabíamos que eram apenas duzentas, mas esse número era muito pequeno para a propaganda. Esta tática do engano e da grande mentira se se repete constantemente acaba sendo aceita como verdade.

Nós nos lançamos para a conquista dos meios de comunicações sociais, dos grupos universitários, sobretudo das feministas. Eles escutavam tudo o que dizíamos, inclusive as mentiras, e logo divulgavam pelos meios de comunicações sociais, base da propaganda.

É importantíssimo que vocês se preocupem com os meios de comunicações sociais porque, segundo explicam os fatos, assim se infiltrarão as idéias entre a população. Se na Espanha esses meios não estão dispostos a dizer a verdade, vocês se encontram na mesma situação que criamos nos EE. UU.em 1968/69, quando contávamos através desses meios todas as mentiras que acabo de mencionar.

Outra prática eram nossas próprias invenções. Dizíamos, por exemplo, que havíamos feito uma pesquisa e que 25 por cento da população era a favor do aborto e três meses mais tarde dizíamos que eram 50 por cento, e assim sucessivamente. Os americanos acreditavam e como desejavam estar na moda, formar parte da maioria para que não dissessem que eram "atrasados", se uniam aos "avançados".

Mais tarde fizemos pesquisas de verdade e pudemos comprovar que pouco a pouco iam aparecendo os resultados que havíamos inventado; por isso sejam muito cautelosos sobre as pesquisas que se fazem sobre o aborto. Porque apesar de serem inventadas têm a virtude de convencer inclusive os magistrados e legisladores, pois eles como qualquer outra pessoa lêem jornais, ouvem rádio e sempre fica alguma coisa em sua mente.

A Hierarquia Católica eleita como vítima

Uma das táticas mais eficazes que utilizamos naquela época foi o que chamamos de "etiqueta católica". Isso é importante para vocês, porque seu país é majoritariamente católico.
Em 1966 a guerra do Vietnam não era muito aceita pela população. A Igreja Católica a aprovava nos Estados Unidos. Então escolhemos como vítima a Igreja Católica e tratamos de relacioná-la com outros movimentos reacionários, inclusive no movimento anti-abortista. Sabíamos que não era bem assim mas com esses enganos pusemos todos os jovens e as Igrejas Protestantes, que sempre olhava com receio a Igreja Católica, contra ela. Conseguimos inculcar a idéia nas pessoas de que a Igreja Católica era a culpada da não aprovação da lei do aborto. Como era importante não criar antagonismos entre os próprios americanos de distintas crenças, isolamos a hierarquia, bispos e cardeais como os "maus". Essa tática foi tão eficaz que, ainda hoje, se emprega em outros países. Aos católicos que se opunham ao aborto se lhes acusava de estar enfeitiçados pela hierarquia e os que o aceitavam se lhes considerava como modernos, progressistas, liberais e mais esclarecidos. Posso assegurar-lhes que o problema do aborto não é um problema do tipo confessional. Eu não pertenço a nenhuma religião e em compensação estou lhes falando contra o aborto.

Também quero dizer-lhes que hoje nos Estados Unidos a direção e liderança do movimento antiabortista passou da Igreja Católica para as Igrejas Protestantes. Há também outras igrejas que se opõem, como as Ortodoxas, Orientais, a Igreja de Cristo, os Batistas Americanos, Igrejas Luteranas Metodistas da África, todo o Islã, o judaísmo Ortodoxo, os Mórmons, as Assembléias de Deus e os Presbiterianos.

Outra tática que empregamos contra a Igreja Católica foi acusar seus sacerdotes, quando tomavam parte nos debates públicos contra o aborto, de meter-se em política e de que isso era anticonstitucional. O público acreditou facilmente apesar da falácia do argumento ser clara.

Dirigi a partir de 1971 a maior clínica de aborto do mundo

Foi o Centro de Saúde Sexual (CRANCH), situado ao leste de Nova York. Tinha 10 salas de cirurgia e 35 médicos sob minhas ordens. Realizávamos 120 abortos diários, incluindo domingos e feriados e somente no dia de Natal não trabalhávamos. Quando assumi a clínica estava tudo sujo e nas piores condições sanitárias. Os médicos não lavavam as mãos entre um aborto e outro e alguns eram feitos por enfermeiras ou simples auxiliares. Consegui modificar tudo aquilo e transformá-la em uma clínica modelo em seu gênero, e como Chefe de Departamento, tenho que confessar que 60.000 abortos foram praticados sob minhas ordens e uns 5.000 foram feitos pessoalmente por mim.

Lembro que numa festa que organizamos algumas esposas dos médicos me contaram que seus maridos sofriam pesadelos durante a noite e, gritando, falavam de sangue e de corpos de crianças cortados. Outros bebiam demasiadamente e alguns usavam drogas. Alguns deles tiveram que ser visitados por psiquiatras. Muitas enfermeiras se tornaram alcoólatras e outras abandonaram a clínica chorando. Foi para mim uma experiência sem precedentes.

Em setembro de 1972 apresentei minha demissão porque já havia conseguido meu objetivo, que era colocar a clínica em funcionamento. Naquela época, digo sinceramente, não deixei a clínica porque estivesse contra o aborto; deixei-a porque tinha outros compromissos a cumprir. Fui nomeado Diretor do Serviço de Obstetrícia do Hospital de São Lucas de Nova York, onde iniciei a criação do serviço de Fetologia. Estudando o feto, no interior do útero materno, pude comprovar que é um ser humano com todas suas características a quem deve ser outorgado todos os privilégios e vantagens que desfruta qualquer cidadão na sociedade ocidental.

Do estudo do feto vivo no interior do útero tirei esta conclusão

Talvez alguém pense que antes de meus estudos devia saber, como médico, e além disso como ginecologista, que o ser concebido era um ser humano. Evidentemente sabia disso, mas não o havia comprovado, eu mesmo, cientificamente. As novas tecnologias nos ajudam a conhecer com maior exatidão sua natureza humana e não considerá-lo como um simples pedaço de carne. Hoje, com técnicas modernas, pode-se tratar no interior do útero muitas doenças, inclusive fazer mais de 50 tipos de cirurgias. Foram esses argumentos científicos que mudaram meu modo de pensar. O fato é que: se o ser concebido é um paciente que pode ser submetido a um tratamento, então é uma pessoa e, se é uma pessoa, tem o direito à vida e a que nós procuremos conservá-la.

Gostaria de fazer um breve comentário ao Projeto de Lei sobre aborto apresentado na Espanha
(Nota: esse projeto de lei já foi aprovado.)

É a mesma que está em vigor no Canadá, ou seja, em casos de estupro, sub-normalidade e nos casos de risco à saúde da mãe.
O estupro é sem dúvida uma situação muito dolorosa. Afortunadamente poucos estupros são seguidos de gravidez. Mas mesmo nesse caso, o estupro, que é um terrível ato de violência, não pode ser seguido de outro não menos terrível como é a destruição de um ser vivo. Portanto tratar de apagar uma horrível violência com outra também horrível não parece lógico; é simplesmente um absurdo, e na realidade o que faz é aumentar o trauma da mulher ao destruir uma vida inocente. Porque essa vida tem um valor em si mesma ainda que tenha sido criada em circunstâncias terríveis, circunstâncias que nunca poderiam justificar sua destruição.
Posso assegurar-lhes que muitos dos que estamos aqui fomos concebidos em circunstâncias que não foram as ideais, talvez sem amor, sem calor humano, porém isso não nos modifica em absoluto nem nos estigmatiza. Portanto, recorrer ao aborto em caso de estupro é algo ilógico e desumano.

Vou me referir à saúde da mãe. Sempre disse que defenderia o aborto se a saúde física da mulher estivesse em perigo imediato de morte caso continuasse sua gravidez. Mas hoje, com os avanços da medicina, esse caso praticamente não existe. Portanto o argumento é enganoso, porque simplesmente não é certo.

Finalmente vou considerar o caso do feto defeituoso. Esse é um assunto muito delicado porque significa que aspiramos uma sociedade formada por pessoas fisicamente perfeitas, e sem medo de me equivocar posso assegurar que nesta sala não há uma única pessoa que seja fisicamente perfeita. É perigosíssimo aceitar esse princípio porque desembocaria num holocausto.
Posso assegurar-lhes que inclusive as crianças mangólicas são queridas.` Vou contar-lhes uma história.

Quando estive na Nova Zelândia com minha esposa, um dia almoçamos com o Sir William Lilley, que é um dos fetologistas mais importante do mundo e nos contou que tivera quatro filhos que já eram maiores, e ao ficar o casal sozinho adotaram uma criança mongólica, disse-me que esse filho adotivo lhes havia proporcionado mais alegria que qualquer um dos outros quatro filhos.
Posso assegurar-lhes que se esse tipo de lei for aprovada na Espanha se abusará dela e será utilizada para justificar o aborto em todos os casos.

Isso foi o que ocorreu no Canadá. Os médicos, simplesmente colocam uma etiqueta nos pedidos de aborto e todo mundo acha graça deles e da lei.

Penso que quando se permite o aborto, permite-se um ato de violência mortal, um ato deliberado de destruição e portanto um crime.

Posso assegurar-lhes que se a Espanha seguir o caminho do aborto, os três Selos do Apocalipse que são a delinqüência violenta, a droga e a eutanásia não tardarão de aparecer em seguida, como está se sucedendo na América. Quero terminar com estas palavras:
Como cientista, não é que eu acredite, mas é que sei que a vida começa no momento da concepção e deve ser inviolável. Considere que não professo nenhuma religião, penso que existe uma Divindade que nos ordena por fim neste triste, inexplicável e vergonhoso crime contra a humanidade. Se não saímos vitoriosos e omitimos nossa completa dedicação a esta causa tão importante, a História nunca nos perdoará.

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(Traduzido pela Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família - PROVIDAFAMÍLIA do folheto "Yo practiqué cinco mil abortos" publicado por Vida Humana Internacional, 45 S.W. 71st Ave., Miami, Flórida 33144 - USA Tel: (305) 260-0560; FAX : (305) 260-0595; E-mail: latinos@vidahumana.org. Com autorização do editor.)
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Fonte Web: http://www.brasilsemaborto.com.br

domingo, 22 de novembro de 2009

Substitutos

por Daniel Pinheiro

Está em cartaz nos cinemas o filme “Substitutos” (em inglês “Surrogates”). É um filme de ficção científica – bem, nem tanto assim, como veremos. Em um enredo que lembra “Matrix”, os seres humanos de um futuro (ao que parece não muito distante) poderão escolher um “Substituto” robô para si. Basta escolher um corpo perfeito e a face que mais lhe agrada, entrar em uma máquina que capta a sua atividade cerebral, e pronto: o robô (você) está pronto para sair no meio do mundo real e viver – ou possibilitar que você viva – tudo que quiser. E o melhor: sem riscos.

Saltos de pára-queda, viagens aos lugares mais longínquos e inóspitos do planeta, e relações amorosas picantes, tudo vivido na prática pelo seu “robô” substituto, e vivenciado (sentido) por você, feliz e tranqüilo, em segurança deitado em algum laboratório.

O filme pode ser apenas mais uma tentativa de Hollywood de faturar com ação, uma história intrigante e muito suspense, mas o enredo dá o que pensar. Não estamos muito longe dessa realidade. Não me refiro a robôs, mas ao “uso” que fazemos de nosso próprio corpo.

O filósofo Descartes é o pai da célebre frase “Penso, logo existo”, que se tornou o princípio de um dualismo que perdura até hoje no pensamento moderno. Dualismo significa a separação entre corpo e alma. Na verdade, para ele, se eu só existo porque “penso”, então eu sou apenas o que penso. Não sou meu corpo. Eu tenho um corpo, mas não “sou” esse corpo. O corpo é mero instrumento para “eu” pensar e viver.

Hoje em dia é assim que nós pensamos. Ainda não chegamos ao ponto de pular de pára-quedas sem medo de morrer, porque ainda guardamos um nexo causal entre corpo e existência. Sabemos que, se nosso corpo morrer, nós morreremos. Nosso corpo não é como os robôs do filme, que podem morrer, porque, afinal de contas, são apenas robôs. Apesar disso, no campo da sexualidade conseguimos a proeza de levar o pensamento dualista cartesiano às últimas consequências nesse campo, principalmente depois do advento e da disponibilização da contracepção em larga escala.

Atualmente qualquer pessoa pode usar meios contraceptivos (preservativos, pipulas anti-concepcionais etc.) e sair por aí tendo relações sexuais. Muitos acreditam na idéia (errônea) que até mesmo o risco de contágio de DST’s é mínimo caso a pessoa seja prevenida. A pessoa que faz isso sabe que tem um corpo, mas parece não perceber que esse mesmo corpo é parte integral de quem ela é, e não um objeto para ser manipulado. Ela usa o seu corpo e o corpo da outra pessoa para obter prazer, esse objetivo máximo – summum bonum – do mundo moderno intolerante ao menor sinal de sofrimento ou de renúncia.

João Paulo II, na Teologia do Corpo, desmascara essa atitude dualista e utilitarista para com o próprio corpo – obviamente inconseqüente, mas alarmantemente ignorada pela maioria. É como um sacerdote já dizia: o preservativo pode até evitar as consequências físicas (DST’s) durante um certo número de relações sexuais, mas é incapaz de evitar as consequências emocionais. Quem descobre isso hoje em dia fica pasmo. “Puxa vida, nunca tinha pensado nisso”. Deveríamos ficar abismados, na verdade, ao pensar que reconhecer isso cause espanto na maioria das pessoas.

Assim como as pessoas no filme utilizam os “robôs substitutos” para vivenciar suas sensações tão almejadas, hoje “usamos” nosso corpo e o corpo dos outros para os mesmos fins, ignorando que nós somos esse mesmo corpo. Somente reconhecendo na relação sexual o que ela é – uma entrega sem reservas de todo nosso ser para a outra pessoa – é que vamos descobrir que a única maneira de vivê-la realmente é através de um compromisso matrimonial e da vivência do ato conjugal na castidade. Porque o amor só pode ser verdadeiro assim. Qualquer outro “setting” é simplesmente uma mentira falada com a linguagem do corpo, ou seja, nosso corpo "diz" com seus gestos algo que não corresponde com a realidade do que pensamos. O corpo na relação sexual sempre diz "entrego-me totalmente a ti", enquanto o pensamento em alguns casos pode dizer "não me entrego totalmente, mas entrego-me a ti só para obter prazer nesse momento, nada mais te prometo".

Que Deus nos ajude a reconhecer que o corpo é “sacramento” (em um sentido mais amplo de sinal da presença de Deus). E como “sacramento”, o corpo (que faz parte da própria pessoa, unidade com a alma) é imagem do Deus vivo. E nosso ser inteiro (corpo e alma) só encontra sentido quando ama (por inteiro, corpo e pensamento), porque Deus é amor.

sábado, 21 de novembro de 2009

Explicando a Teologia do Corpo

por Daniel Pinheiro

João Paulo II teve um pontificado de 27 anos, um dos mais longos da história da Igreja. Certamente foi um vulto de grande importância no século XX, tanto para o meio eclesiástico quanto para a humanidade como um todo, devido, entre outras coisas, ao seu papel na queda do comunismo formal da União Soviética e do Leste Europeu. Seu funeral, em 2005, reuniu os mais importantes chefes de Estado e líderes religiosos do mundo, em reconhecimento à liderança moral de um homem que percorreu 129 países nos cinco continentes, levando a mensagem do Evangelho e – literalmente – beijando o solo de cada local onde a humanidade fincou suas raízes. Entretanto, uma das maiores contribuições de João Paulo II, o “Papa Peregrino”, está apenas começando a ser descoberta.

Antes de ser eleito Papa, Karol Wojtila foi professor e estudou sobre São João da Cruz e temas filosóficos da Fenomenologia. Revela ter “se apaixonado pelo amor humano”. Trabalhava com casais na Diocese de Cracóvia, na Polônia. Escreveu alguns livros e artigos, dentre eles “Amor e Responsabilidade”, sobre a vida conjugal, o relacionamento de amor humano e a sexualidade. Estava escrevendo sua visão sobre o ser humano enquanto imagem de Deus na conjugalidade, quando João Paulo I falece.

Eleito Papa, escolhe o mesmo nome de ser antecessor, de curta passagem (33 dias) à frente da cátedra de Pedro. João Paulo II então inicia seu primeiro projeto catequético. Em 1979, durante as costumeiras catequeses das quartas-feiras no Vaticano, começa a falar de família, de sexualidade, de amor, de visão de ser humano, do plano divino para o amor humano. Tal ciclo foi interrompido em 1981, quando sofreu o atentado que quase lhe tira a vida. Se tivéssemos perdido nosso Papa naquele momento, não teríamos hoje uma das mais belas páginas dos escritos teológicos da história da Igreja sobre o matrimônio e o amor conjugal. Mas Nossa Senhora de Fátima lhe poupou a vida, e ele pôde retomar suas catequeses, concluindo sua ampla visão sobre o plano divino para o amor humano refletindo sobre o matrimônio enquanto realidade sacramental e sinal visível do amor de Deus pela humanidade.

No final das catequeses, em 1984, chamou toda sua obra de “O amor humano no plano divino”, ou ainda, simplificadamente, de “Teologia do Corpo”. Os textos foram sendo traduzidos ao longo desses 5 anos pelo jornal Vaticano, L’Osservatore Romano, não sem incongruências de tradução. Não por culpa dos tradutores: além do texto em si não ser de fácil compreensão, eles não poderiam ter aquela visão global da obra, que permite unificar a tradução dos termos utilizados e perceber o sentido geral que o autor confere ao texto. Isso só foi possível algum tempo depois. Foi lançada uma edição em italiano reunindo todos os textos de sua catequese sobre a “Teologia do Corpo”. Porém, foi com a edição em inglês– retraduzida, revisada, e contendo catequeses não proferidas, retiradas do original em polonês –, fruto do trabalho de Michael Waldstein, que se pôde chegar a uma versão definitiva do conteúdo da obra catequética de João Paulo II sobre o ser humano.

Tal edição não tem ainda tradução para o português. Existe uma outra tradução, em parte realizada pelos próprios organismos vaticanos, mas não segue o rigor de Waldstein, e carece de uma consistência ao longo de toda a obra.

E por que a Teologia do Corpo é tão importante? O que ela oferece de novo para a Igreja e para a humanidade? Somente uma jornada - fascinante- pela Teologia do Corpo poderá responder a essas perguntas.

domingo, 15 de novembro de 2009

Posso morar junto com meu (minha) namorado (a)?

A coabitação está substituindo o casamento, ou seja, está se tornando a experiência mais comum entre jovens homens e mulheres. Se formos considerar as noivas que sobem ao altar nesse início de milênio, metade delas já viveu junto com um namorado.

Para os jovens de hoje, a primeira geração a crescer após a revolução do divórcio, “morar junto” parece ser uma boa maneira de conseguir ter os benefícios do casamento e evitar os riscos e danos do divórcio. Casais que vivem juntos poderiam dividir as despesas e aprender mais um sobre o outro. Poderiam descobrir se o parceiro tem as qualidades esperadas para um casamento. Se as coisas não derem certo, seria fácil terminar tudo. Casais que “moram juntos” não precisam procurar permissão legal ou religiosa para dissolver sua união.

Não é surpresa que os jovens adultos sejam a favor da coabitação. De acordo com pesquisas, a maior parte dos jovens diz que é uma boa idéia morar com uma pessoa antes de casar. Mas uma revisão cuidadosa dos dados e das evidências das ciências sociais sugere que “viver juntos” não é uma boa maneira de se preparar para o casamento ou evitar o divórcio. Na verdade, mostra-se que o aumento do número de casais que “moram juntos” não é uma tendência positiva para a família.

Uniões de coabitação tendem a enfraquecer a instituição do casamento e criam grandes riscos para mulheres e crianças. As pesquisas indicam, especificamente, que:
- “Morar junto” antes do casamento aumento o risco de término do relacionamento após o casamento;
- “Morar junto” fora do casamento aumenta o risco de violência doméstica contra as mulheres, e o risco de abuso físico e sexual contra as crianças;
- Casais não casados têm menores níveis de felicidade e bem-estar do que casais casados.

Essa geração de jovens adultos sabe muito sobre a fragilidade do casamento, e por isso é especialmente importante para eles saberem o que contribui para o sucesso conjugal e o que pode ameaçá-lo. Entretanto, muitos jovens sabem pouco sobre os fatos básicos acerca da coabitação e seus riscos. Os pais, professores, clérigos e outros que instruem os jovens em matéria de sexualidade também não estão bem informados sobre as evidências das ciências sociais a esse respeito. Portanto, um dos objetivos deste artigo é informar sobre as pesquisas na área.

Ao mesmo tempo, reconhecemos as grandes tendências sociais e culturais que fazem da coabitação um tipo de relacionamento atrativo para muitos jovens adultos hoje em dia. Ao que parece, a coabitação de não-casados não vai acabar. Dada essa realidade, um segundo objetivo deste artigo é lançar a pergunta: “Devemos morar juntos?”. Oferecemos quatro princípios que podem ajudar. Esse princípios poderão não ser as últimas palavras sobre o assunto, mas são consistentes com as pesquisas disponíveis, e podem ajudar jovens adultos que nunca se casaram a evitar perdas dolorosas em suas vidas afetivas e alcançarem casamentos satisfatórios e duradouros.

1. Nunca “more junto” com alguém antes do casamento. A coabitação não ajuda, e pode ser muito danosa enquanto “teste” para o casamento. Não há evidência de que a decisão de coabitar antes do casamento resulte em casamentos mais fortes do que os casamentos de quem não “mora junto” antes, e algumas evidências sugerem que o fato de “morar junto” antes do casamento aumenta as chances de término do relacionamento após o casamento.

2. Não faça da coabitação um hábito. Conscientize-se dos perigos de múltiplas experiências de “morar junto”, tanto para seu próprio senso de bem-estar quanto para as chances de você conseguir estabelecer um relacionamento forte para a vida toda. Ao contrário do que diz a sabedoria popular, você não aprende a ter melhores relacionamentos a partir de múltiplos relacionamentos de coabitação fracassados. Na verdade, coabitar com várias pessoas é um sinal forte de chance de insucesso nos futuros relacionamentos.

3. Quanto mais se “mora junto” com um(a) parceiro(a), maior a chance da ética de pouco compromisso da coabitação se estabelecer em sua vida, o exato oposto do que exige um casamento duradouro.

4. Não coabite se crianças estiverem envolvidas. As crianças precisam e devem ter pais comprometidos em permanecer juntos no longo prazo. Pais que coabitam terminam seus relacionamentos com uma frequência muito maior do que pais casados, e os efeitos do término do relacionamento podem ser devastadores e duradouros. Além do mais, crianças que vivem em uniões na base da coabitação, com padrastos ou com o namorado da mãe, estão em uma situação de risco muito maior de abuso sexual e violência física - incluindo violência letal - do que as crianças que vivem com pais biológicos casados.
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Traduzido e Adaptado de: “The National Marriage Project”
Link: http://marriage.rutgers.edu/Publications/swlt2.pdf

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Como evitar que seu casamento termine no divórcio

Por Steve Pokorny (em 16 de outubro de 2009)

Primeiro, as más notícias: 50%. Essa é a taxa de divórcio hoje, aproximadamente. Isso significa que, para cada novo casal, há uma chance de aproximadamente 50% que eles venham a se divorciar (Google: “What Really is the Divorce Rate?” by Scott M. Stanley, Ph.D. para mais informações). Isso pode fazer com que as pessoas pensem duas vezes antes de se casar (o que é uma das principais razões para o crescimento da coabitação, o “morar junto” simplesmente).

Mas por que o divórcio está apresentando níveis tão alarmantes? Embora haja muitas razões para isso, tais como problemas de comunicação e de confiança, gostaria de sugerir que a principal causa da cultura do divórcio é a aceitação ampla dos contraceptivos.

Olhando para a história, desde 1930, quando a igreja anglicana permitiu o uso de contraceptivos no casamento, “temos visto um crescimento meteórico no abuso, no divórcio, depressão, e transtornos. Incontáveis milhares de casamentos acabaram” (Google: “US Catholic News Service Editor Cites Acceptance of Contraception as Leading to Current Gay Unions Situation,” Greenspun.com). Além disso, com o amplo crescimento e aceitação da pílula anticoncepcional, desde os anos 60, a taxa de divórcio cresceu na mesma proporção (Google: “The Divorce Rate Graph and History Table”).

Mas por que uma aumento no uso de contraceptivos levou a um aumento no divórcio? Em um nível básico, as pessoas ao longo da história foram sempre tentadas a cometer adultério, mas a única coisa que os detia era o medo de uma gravidez. A contracepção deu meramente a aparência de ser capaz de evitar a gravidez (porque nenhum contraceptivo é 100%% eficiente). Portanto, uma vez removido esse obstáculo, o adultério fica facilitado. É por isso que o adultério é uma das principais causas do divórcio.

Em nível mais fundamental, mesmo que um adultério físico não ocorra em um casamento, os esposos que usam contraceptivos geralmente experimentam um tipo de “adultério emocional”. Por que? Quando o casal realiza o ato marital, seus corpos devem falar a linguagem da doação total de si mesmos. Naquele momento, devem comunicar ao cônjuge a mais profunda verdade sobre si mesmos, entregando todo seu ser ao outro com a expectativa de que seja totalmente recebido. Intrínseco a esse ato é o dom de sua fertilidade.

Se o uso dos contraceptivos entra nesse ato, isso viola a linguagem do corpo. Da mesma maneira que o cônjuge é enganado no adultério, em um ato conjugal em que se usa contraceptivo, devido à ausência da entrega total de si, especificamente, quando sua fertilidade não é doada e recebida pelo outro, geralmente os esposos ficam impedidos de experimentar a ligação emocional total que deveria ocorrer sempre que há um ato conjugal.

A chave para qualquer relacionamento é a comunicação com base na confiança. Entretanto, quem usa contraceptivos está falando uma mentira no momento mais fundamento do seu casamento. Essencialmente, eles estão mentindo um para o outro. Mesmo que não percebam isso conscientemente, eles estão dizendo: “Eu não entrego tudo a você; eu não amo tudo que é seu; eu não quero sua fertilidade”. Portanto, assim como qualquer casamento construído sobre mentiras, um casamento envolvendo contraceptivos vai construir mais e mais muros entre os esposos, visto que sua confiança mútua está sendo continuamente violada naquilo que deveria ser um ato sagrado de união física, emocional, mental e espiritual.

O uso do contraceptivo é, em essência, um ato egoísta, e portanto a barreira física (ou química) usada no ato conjugal cria muros emocionais dentro do relacionamento, e as consequências podem ser vistas muito além da cama do casal. Essa mentalidade egoísta transborda para todas as outras áreas do casamento; em suas finanças, na educação das crianças, e em tudo que o casal se envolve. Assim como o egoísmo está na raiz de todos os pecados, o que leva a rupturas na nossa relação com Deus e com os outros, a perpetuação da mentalidade contraceptiva no ato mais fundamental do casamento vai prejudicar sua habilidade em se comunicar, em estar aberto para o outro, e em afirmar o outro. Portanto, esse ato inerentemente desonesto afeta todas as esferas do casamento, e os esposos afinal acharão muito mais difícil permanecer casados.

A boa nova é que há uma maneira de praticamente fazer seu casamento ficar “à prova de divórcio”: o método natural de regulação da procriação, conhecido na língua inglesa como NFP – Natural Family Planning. Centenas de milhares de casais atestam que os efeitos da utilização do NFP no casamento são dramaticamente diferentes quando comparados com os efeitos do uso dos contraceptivos, incluindo um casamento mais feliz, mais relações conjugais satisfatórias, e uma comunicação e intimidade mais profundas com o cônjuge. A melhor parte (além do fato de estar seguindo o plano de Deus para o casamento): aqueles que usam NFP por razões justas apresentam uma taxa de divórcio extremamente baixa (entre 0,02% e 4%) (Google: “Divorce Rate Comparisons Between Couples Using Natural Family Planning & Artificial Birth Control.”). Isso, sim, é uma boa notícia!

Embora as taxas de divórcio sejam muito altas, a resposta para esse problema é ajudar os casais a aprender e a falar com verdade a linguagem de seus corpos, primeiramente aprendendo o plano de Deus para o casamento e o grande dom da NFP. Fazendo isso, há uma grande chance que mesmo aqueles que vêm de longos e sofridos relacionamento venham a experimentar a ressurreição e a redenção de sua aliança matrimonial.

Quer ter um grande casamento que vai durar a vida toda: Aprenda o método natural. Viva o método natural. E espalhe essa mensagem com a família e com amigos. Eles irão lhe agradecer.
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Steve Pokorny, diretor de “TOB Ministries” (tobministries.com), é especialista em palestras para jovens e jovens adultos sobre o dom da sexualidade. Steve tem Mestrado em Teologia e Catequese pela Franciscan University of Steubenville, mestre também em Teologia pelo John Paul II Institute for Marriage and Family Studies, e tem recebido treinamento do Theology of the Body Institute. Atualmente trabalha como Diretor do Centro de Família e Matrimônio da Arquidiocese de San Antonio. É também Editor Associado do Canal Teologia do Corpo de Catholic Exchange (tob.catholicexchange.com), e seu blog é o truesexualrevolution.blogspot.com. Ele é casado e vive em San Antonio.


Texto traduzido e adaptado de: http://tob.catholicexchange.com/2009/10/16/1321/

Em Fortaleza-CE: Curso de Método Natural de Regulação da Procriação

A Comunidade Católica Shalom em parceria com a Comunidade Face de Cristo no desejo de levar as pessoas a conhecerem o Método de Ovulação Billings, método natural de planejamento familiar, estará oferecendo em Fortaleza um Curso ministrado pelas australianas Marian Corkill e Marie Marshell, ambas diretoras da WOOMB internacional (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MÉTODO BILLINGS).

Evangelize divulgando ou convidando alguém para este Curso!!!
O Curso será uma grande oportunidade para conhecer o método e usufruir das grandes bênçãos do seu uso. Garanta logo sua vaga.
Data: 13 a 15/11/09
Local: ABO (Rua Gonçalves Lêdo, 1630)
Valor: R$25,00 (vagas limitadas)
Informações:
Projeto Família Shalom (3224-0843 / 8845-1961).
Email: plafam@comshalom.org
Horários: Sex - 18h às 22h Sab - 08h às 20h Dom - 08h às 18h Ministrantes:
Marian Corkill é instrutora sênior do Método de Ovulação Billings, com 35 anos de experiência na formação de instrutores na Austrália e em muitos outros países dos cinco continentes. Fez parte dos primeiros grupos de mulheres que a Dra. Evelyn Billings pediu para ensinar o método.
Marie Marshell é coordenadora de formação com extensa experiência de ensino do MOB e na formação de instrutores. Ela foi a instrutora sênior que acompanhou os Drs Jonh e Evelyn Billings durante suas muitas visitas à China para implatação do MOB naquele país. É atualmente líder do grupo de estudos sobre a eficácia do método.

O Método de Ovulação Billings é um método de regulação natural da fertilidade desenvolvido pelo casal de médicos australianos John e Evelyn Billings. Muitas atualizações foram feitas através de estudos científicos e hoje temos um meio de planejar a família de forma científica, segura e eficaz.
O MOB ( Método da ovulaçao Billings) é
fácil de aprender
simples de usar
sem efeitos colaterais
confiável
sem custos
sem drogas nem dispositivos
moralmente aceitável por todas as culturas
Serve para: Conseguir uma gravidez
Esparçar os nascimentos
Monitorar a saúde reprodutiva da mulher

Inscrição com depósito em conta
Só com o comprovante de depósito é que podemos garantir as vagas.
Raquel Rocha Viana e/ou Maurício Jorge de Azevedo Rodrigues
Agência: 2251 Conta: 6088-7 Bradesco
Por favor, peço que todos aqueles que optarem em fazer o pagamento da inscrição via depósito bancário, nos enviar o comprovante de depósito por fax para o fone (85) 3253-2035 ou se preferir por e-mail, raquelrviana@hotmail.com. Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email Pois assim teremos um maior controle das inscrições.

Realização: Comunidade Católica Shalom
Comunidade Católica Face de Cristo

Apoio: WOOMB (World Organization Ovulation Method Billings)
CENPLAFAM

domingo, 8 de novembro de 2009

Sou viciado em e-mails

Eu tenho um vício por e-mails. Desejo que alguém mande um e-mail para minha “caixa de entrada” e me mostre algum amor. Fico compulsivamente checando meu e-mail, parece às vezes aqueles ratos de laboratório, ensinados a apertar aquele botão que vai liberar o queijo ou a droga, tudo planejado pelo pesquisador.

Periodicamente alguém manda um e-mail e me mostra amor. Nessas horas fico bem, parece que a vida está ok. Alguém lá fora está interessado em mim, alguém gosta de algo que fiz, alguém quer interagir comigo. Alguma garota responde a algo que escrevi, seja diretamente para ela, seja para uma lista ou o que for. A maioria das coisas que escrevo – e talvez também o que faço – é um pedido de amor. Confesso que escrever isso aqui agora entra na mesma descrição. Se eu faço isso, então talvez as pessoas venham me amar, e aí vai ficar tudo bem. Talvez aquela garota vá responder, e eu não ficarei sozinho. Vou ficar bem.

Acontece às vezes. Alguém chama para uma palestra, uma reunião de negócios, alguém que gosta do que escrevo. Às vezes é um alguém que se tocou pelo que falei alguma vez, e quer mostrar que aquilo é importante para ela. Alguns desses e-mails são muito raros, mas isso é o suficiente para manter minha compulsão em apertar aquele botão de checar novos e-mails.

Então, o que fazer com isso tudo? Procurar algum alívio. Eu vou continuar checando meus e-mails, e talvez haja algum amor ali, e esse amor vai sarar minhas feridas. Se ao menos eu checasse o e-mail apenas uma vez ao dia, teria maiores chances de ter algo reconfortante ali. Mas eu fico checando 38 vezes no dia, e a ausência de novidades às vezes me dá um desespero.

Sou “viciado em amor”, e quando meus esforços de conseguir esse amor por e-mail falham, fico relegado a uma espiral descendente que me leva à depressão, e a comportamentos muito tristes, mas agora não precisa mais ser assim. Acho que Jesus já me deu amor suficiente na cruz para me tirar desse problema com e-mails. Tenho certeza disso. Sabe do que preciso? Preciso de uma oração para o e-mail. Se eu não consigo parar de checar compulsivamente o e-mail, preciso me habituar a dizer uma oração quando o fizer. Assim, o tentador, o mentiroso que está me fazendo mal com esse botão de “checar novos e-mails”, vai começar a perder muito de sua força. Se a sua tentação me fizer rezar mais, ele perde. Se eu rezo ao receber os e-mails, não vai interessar muito o conteúdo deles: meu espírito vai se elevar a Deus sempre.

Posso compreender que meu desejo de encontrar algum amor naquela caixa de entrada de e-mails na verdade é Deus movendo meu coração, levando-me para mais perto dEle. Não preciso necessariamente reprimir meu desejo por algum amor ali na caixa de entrada. Só tenho que aprender a levar esse desejo à plenitude, ao local certo, aproximando-o daquele que é, sempre, a fonte de todo amor. Talvez os e-mails tragam boas notícias, talvez não. Mas o desejo de ser amado é sempre um convite para a Boa-Nova de que, sim, eu sou amado. Deus compreende todas as minhas fraquezas, e me ama mesmo assim. Ele realmente me conhece, sabe tudo e vê tudo, e está perdidamente apaixonado por mim. Ele está derramando seu amor por mim a cada instante.

Não tem problema desejar receber e-mails, mas temos que saber que não podemos desejar só isso. Meu desejo deve ir além, e encontrar seu lugar no Deus que criou todos os desejos. Agora, ao mover o mouse e abrir o programa de e-mails, recito minha oração: “Senhor, meu desejo é para Ti”. Essa oração simples está fazendo maravilhas na minha vida. Quando desejo coisas que podem me levar para a concupiscência da carne, dos olhos, ou o orgulho na vida (1 Jo), ao invés de só reprimir, eu procuro agora ir além e elevar esses desejos a Deus. “Senhor, meu desejo é seu”. Assim posso ser cada vez mais livre.
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Traduzido e adaptado de: http://godofdesire.squarespace.com/addicted-to-e-mail-love/

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Vídeo - Ordenação 2009 - Ano Sacerdotal

Em pleno ano sacerdotal o Vida e Castidade posta esse vídeo, como forma de oração e gratidão pelos sacerdotes. E porque, afinal de contas, não existe só a vocação ao matrimônio... se Deus coloca no seu coração alguma coisa ao ver essas imagens, porque não refletir e discernir?




O vídeo pode ser assistido no You tube aqui: http://www.youtube.com/watch?v=cjfNQXwJ2XQ

domingo, 1 de novembro de 2009

O ataque marxista ao casamento e à família

Por William A. Borst, Ph.D

A família é o pilar de todas as civilizações. Remova a família, e a sociedade fica sem a proteção mais importante contra a tirania e a desintegração. A família não pode ser alvo de legislações ou ser lançada fora da existência sem profundas consequências. Ela serve não somente como unidade social viável, mas também como incubadora moral e social para as gerações vindouras. Por mais que uma família seja abençoada com crianças, dinheiro e sucesso, sua existência consiste em um pequeno núcleo que depende muito do apoio de muitas outras instituições, incluindo o estado, as igrejas e a mídia.

Durante a segunda metade do século 20 a estrutura da família mudou radicalmente. Devido ao movimento em direção ao individualismo, a família tem se desestruturado. As taxas de divórcio são astronômicas, enquanto a taxa de fecundidade em muitos países está abaixo do nível de reposição de 2 crianças por família. Os casais hoje coabitam sem o matrimônio, e essa prática recebe aceitação social. A contracepção e o adultério se tornaram coisa comum no tecido social, muitos consideram a fornicação (ato sexual fora do matrimônio) como atividade recreativa, e não como ato pecaminoso. Os programas de educação sexual no sistema escolar têm iniciado as crianças em comportamentos sexuais pré-maritais e homossexuais em uma idade bastante tenra. Organizações como a “Planned Parenthood” (que mantém o maior número de clínicas de aborto nos Estados Unidos) lideram as pressões na direção de ampliar a educação sexual nas escolas públicas, até mesmo nos anos mais elementares, o que pode ocasionar uma curiosidade infantil que muitas vezes é satisfeita através de experiências moralmente perigosas. Pode-se dizer que a educação sexual é a responsável por incontáveis gravidezes não-desejadas, abortos, abandonos de escola, e pobreza. Ela contribuiu para a epidemia das doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), que tem causado esterilidade em milhares de mulheres.

As crianças pagam um alto preço pelo declínio do matrimônio tradicional. A falta de estabilidade familiar tem sido apontada constantemente por pesquisas como um fator decisivo em um variado espectro de comportamentos que influenciam diretamente a performance estudantil, incluindo prejuízos emocionais e psicológicos, comportamento anti-social, abuso de drogas, atividade sexual e gravidez na adolescência. As pesquisas dizem que as crianças de lares desestruturados têm maior chance de ter depressão, ansiedade e baixa auto-estima, especialmente entre adolescentes. Crianças em idade pré-escolar de famílias desestruturadas têm muito mais chance de sofrer de doenças físicas e emocionais do que as de lares estáveis.

Há também uma ameaça séria à família na Convenção dos Direitos da Criança. Esse documento da ONU propõe dar à criança o direito de expressar seus próprios pontos de vista livremente em qualquer assunto, de receber informações de todos os tipos através da mídia à escolha da criança, de liberdade de religião, ou de ser protegida de interferências à sua privacidade e de ter o direito ao descanso e lazer. Em outras palavras, a ONU está minando os direitos dos pais, e promovendo para as crianças o aborto, a contracepção, o ateísmo e a pornografia.

A equação conjugal

Apesar do divórcio ter acabado com milhões de casamentos, ele é mais um sintoma fatal de um problema maior do que a causa do declínio da família. A cultura tem feito tudo que está ao seu alcance no sentido de minar as relações conjugais fiéis. Ela removeu quase todos os tabus sociais que protegiam o matrimônio de influências danosas, especialmente os tabus ligados à sexualidade humana. Por muitas décadas a literatura, os filmes e a música vêm ridicularizando as virtudes que um casamento duradouro precisa ter para se manter.

Muitos casais entram no matrimônio pelas razões erradas. Eles sucumbiram às noções românticas que Broadway e Hollywood construíram como o ápice das relações humanas. Eles tendem a adorar mais no altar do consumismo e dos prazeres sensoriais do que no altar da igreja. A família moderna está cada vez mais longe da estrutura da família cristã tradicional. Parece que falta Deus em muitas famílias.

Um campo de batalha entre o amor e o desejo desordenado

O pai e a mãe são essenciais à estrutura familiar. Hoje a sociedade entroniza a mãe solteira. Muitas mulheres não escolhem voluntariamente serem mães solteiras. Muitas são viúvas ou foram abandonadas pelos maridos. A questão é com as mulheres que escolhem voluntariamente ter um filho sem se casar. Elas escolhem privar o filho de um pai real, e isso é o ponto mais alto do egoísmo e da irresponsabilidade. Nadya Suleman, uma mulher solteira da Califórnia, teve 14 filhos através de fertilização "in vitro", incluindo óctuplos, é um exemplo de um ego sem fronteiras. Contraste o caso dela com o da jogadora de basquete Candace Parker, que orgulhosamente anunciou que ela e o marido iam ter um bebê, e que ela estaria deixando a carreira como atleta por conta disso. Feministas radicais e alguns fãs reagiram rapidamente condenando-a pelo seu egoísmo ao colocar as ambições de ser mãe acima das fortunas das quadras de basquete.

Em outro nível a “Filosofia Playboy” – uma intelectualização estéril que reduz a mulher a mero brinquedo de homem – por mais de 50 anos vem estendendo seus perigosos tentáculos em todas as esferas da sociedade. A revista Playboy e outras publicações vulgares vêm servindo como a “droga de entrada” que geralmente leva a um mundo mais profundo e mais escuro, o da pornografia pesada, e que inclui sadismo, fantasias sexuais variadas, pedofilia e podendo levar ao abuso criminoso de crianças, até mesmo de bebês ou crianças mais pequenas.

Devido à Internet, a pornografia cresceu rapidamente, ajudada por milhões de homens e mesmo mulheres que buscam prazeres sensuais nos milhares de sites pornográficos que têm criado um nível de vício de grandes proporções. Pela sua própria natureza, essa forma de escravidão sexual auto-induzida enfraquece a ligação moral da família humana. Ted Bundy, um dos mais famosos “serial killers” dos últimos tempos, admitiu ao Dr. James Dobson, antes de sua execução em 1989, que ele tinha sido viciado em pornografia pela maior parte de sua vida. Sobre a pornografia, João Paulo II lamentou que o coração tenha se tornado um campo de batalha entre o amor e a luxúria.

Definição abrangente

O movimento homossexual militante vem tendo um efeito desastroso nas famílias. Esse movimento descaradamente rejeita a definição tradicional de casamento como a união de um homem e uma mulher. Desde os anos 80 todas as tentativas possíveis e imagináveis vêm sendo feitas no sentido de fazer a homossexualidade parecer normal. Esse movimento vê a desconstrução do matrimônio tradicional como um importante passo para conseguir a aceitação social completa. Para ajudar em seus objetivos, Hollywood está sempre pronta a cumprir seu papel. O filme “Milk”, de 2008, que mostra a vida e a legenda do ativista homossexual Harvey Milk, de Los Angeles, é um retrato poderoso da habilidade de Milk em organizar sua comunidade contra os padrões morais tradicionais.

Temendo um prejuízo político, os representantes governamentais cederam ante o novo poderio social e econômico dos homossexuais, abrindo o caminho para a aceitação final do estilo de vida homossexual através da redefinição do matrimônio tradicional. A atual legalização do casamento homossexual, que começo no estado americano de Vermont, encontrou aceitação também no Havaí, e se tornou constitucional em Massachussetts, está nos planos da administração Obama.

A Igreja Católica se opõe a relações homossexuais porque elas são intrinsecamente desordenadas, constituindo um abuso da natureza humana. O Papa João Paulo II instruiu os representantes católicos ao redor do mundo a se oporem à legalização do casamento homossexual. Em novembro de 2008 o Papa Bento XVI anunciou seu apoio à “Proposta 8”, da Califórnia, que tornava ilegal o casamento homossexual. Assim como a humanidade quer proteger as florestas, o Papa argumenta que a Igreja deve também proteger o homem da própria destruição. Uma espécie de ecologia do homem se faz necessária, ele disse à Cúria Romana.

Em 2006 uma multidão de auto-proclamados ativistas homossexuais, lésbicas, bissexuais, e transgêneros, bem como seus aliados liberais nas universidades e nas profissões, lançou um manifesto chamado “Além do casamento homossexual”. Esse documento pedia o reconhecimento de estruturas familiares nas quais há mais de um par conjugal. Eles querem uma definição abrangente de casamento, onde não haveria virtualmente mais nenhuma distinção entre as pessoas que vivem debaixo do mesmo teto. O antigo senador da Pensilvânia, Rock Santorum, advertiu a Suprema Corte exatamente sobre isso, em um caso no ano de 2003. Com a decisão da Suprema Corte, segundo Santorum, ficava estabelecido o direito à bigamia, ao incesto e ao adultério.

Sem laços familiares

O declínio da família não é um acidente. O marxismo vem trabalhando no sentido da completa destruição das instituições mais básicas da civilização ocidental já há mais de 150 anos. O marxismo prometeu que no seu “paraíso” terrestre a instituição do matrimônio iria rapidamente desaparecer. Os comunistas culpam o casamento pelas “prisões” que ligam os homens à moralidade burguesa que obstrui a felicidade terrena. No “Manifesto Comunista”, em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels escreveram que a família burguesa iria desaparecer, que isso era só questão de tempo. Os marxistas historicamente sempre temeram a família porque ela é um centro de poder rival. Já que os comunistas são totalitários e não aceitam rivais, famílias fortes tornam mais difícil a imposição de uma ditadura. Membros familiares dispersos tornam-se pessoas mais suscetíveis a desprezar as ligações morais que seguravam suas paixões e mantinham seu caráter, fazendo-os alvos fáceis para a escravidão comunista.

William Z. Foster foi secretário geral do Partido Comunista Americano. Em seu livro de 1932, “Toward Soviet América”, ele escreveu que a liberdade da mulher americana era um mito. Ou ela era uma parasita burguesa, ou uma escrava oprimida. Foster também disse que tudo que uma mulher fazia em sua casa era inútil, e gerava insatisfação pessoal. Sua retórica inflamada abriu caminho para Betty Friedan, que nos anos 60 conseguiu desestruturar muitos casamentos. Friedan, anteriormente chamada Bettye Naomi Goldstein, não era simplesmente uma dona-de-casa frustrada em sua necessidade de ter uma carreira de sucesso fora de seu subúrbio opressor. Ela foi uma propagandista stalinista desde seus dias de estudante no final dos anos 30. Depois ela foi discípula fiel do marxista cultural Herbert Marcuse, um fato convenientemente omitido dos seus registros pessoais posteriores. Inspirado pelas teorias revolucionárias de Marx, Engels, Lênin e Gramsci, seu movimento de libertação feminina deixou um legado de confusão e de casamentos rompidos que causou muitos danos à sociedade ocidental.

Colaboração profunda

A dedicação de esquerdistas e feministas como Foster e Friedan não teria tido tanto sucesso sem a prestimosa colaboração da mídia de notícias e de entretenimento. Para vender a desconstrução das famílias para o público, os marxistas culturais precisavam da colaboração da mídia. Nos anos 50 os programas de TV cordiais que mostravam as famílias Nelson, Anderson e Cleaver eram vistas comumente na maioria dos lares americanos. Toda semana esses pais cheios de alegria e otimismo e suas crianças comportadas lidavam com os problemas cotidianos da vida com honestidade e com integridade moral. Desde então, especialmente em filmes e peças de teatro como “Quem tem medo de Virginia Woolf”, o adultério, o sexo antes do casamento e a ausência de uma imagem moral e espiritual do casamento são a norma, sem hesitação e sem reservas. Mulheres gramscianas, como as solitárias libertinas do seriado de TV “Desperate Housewifes”, formam o novo padrão para essa realidade distorcida.

O Pe. Benedict Groeschel têm sido um grande crítico da visão iconoclasta que a mídia passa da família. Em seu artigo “O futuro depende do amor”, escrito para a Conferência Franciscana, ele expressa o desejo da volta aos dias em que os filmes inspiravam a virtude e a regeneração moral, e frequentemente mostravam a vida de santos e de padres como heróis. Ele reclama que a mídia coloca o homem no centro da realidade, quando é Deus quem está realmente no centro. Na carta “A mídia e a Família: uma riqueza e uma realidade”, para o Dia Mundial das Comunicações de 2004, João Paulo II alertou que a mídia tem a capacidade de causar graves danos às famílias ao apresentar visões incoerentes ou mesmo deformadas sobre a vida, a família, a religião e a moralidade.

Um parceiro íntimo

A maioria das pessoas, à exceção das que são motivadas ideologicamente, compreendem o papel decisivo da família na formação moral, espiritual e intelectual de cada ser humano. Em seu livro “It takes a family: Conservatism and the Common Good”, de 2005, o antigo senador Rock Santorum argumenta que qualquer ataque ao matrimônio prejudica o futuro da sociedade. Percorrendo a antropologia e a história, Santorum revela que todas as sociedades conhecidas têm alguma forma de casamento. E elas sempre envolvem a união de um homem e de uma mulher, onde são protegidos os interesses das crianças sob os cuidados deles. Como católico praticante, Santorum baseia suas idéias na lei natural. Ele corretamente aponta que os esquerdistas acreditam que a família tradicional não é natural nem vital. De acordo com ele, a elite esquerdista promove uma ideologia “Spenceriana” de “liberdade sem culpas”, que insiste que a escolha pessoal, baseada na afirmação da autonomia da pessoa, é o maior bem. Santorum também argumenta que as pessoas casadas devem ser animadas pelo sentido de que elas são continuadoras da herança da civilização ocidental, a fim de que possam combater a noção marxista de que o casamento vai inevitavelmente desaparecer da sociedade.

O Pontifício Conselho para a Família organizou o 6º Encontro Mundial das Famílias, na Cidade do México, entre 13 e 18 de janeiro de 2009, com o tema “A família como educadora dos valores humanos e cristãos”. Mais de 50 mil presentes ouviram o Papa Bento XVI alertar para a necessidade de “desenvolver uma cultura e uma política da família que sejam impulsionadas também de maneira organizada pelas próprias famílias. A família deveria poder contar com a devida proteção cultural, legal, social e médica”. Ele acrescentou: “A família cristã, vivendo a confiança e a obediência filial a Deus, a fidelidade e o acolhimento generoso dos filhos, o cuidado pelos mais frágeis e a prontidão a perdoar, transforma-se num Evangelho vivo, que todos podem ler”.
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William A. Borst, Ph.D. é o autor de “Liberalismo: Consequências mortais”, e “O Escorpião e o Sapo: uma Conspiração Natural”.

Adaptado e traduzido da revista: “Mindszenty Report” de março de 2009 (Vol. L1 – No. 3), da “Fundação Cardeal Mindszenty”. O material não tem copyright.

Link: http://www.mindszenty.org/report/2009/MAR09.pdf