A coabitação está substituindo o casamento, ou seja, está se tornando a experiência mais comum entre jovens homens e mulheres. Se formos considerar as noivas que sobem ao altar nesse início de milênio, metade delas já viveu junto com um namorado.
Para os jovens de hoje, a primeira geração a crescer após a revolução do divórcio, “morar junto” parece ser uma boa maneira de conseguir ter os benefícios do casamento e evitar os riscos e danos do divórcio. Casais que vivem juntos poderiam dividir as despesas e aprender mais um sobre o outro. Poderiam descobrir se o parceiro tem as qualidades esperadas para um casamento. Se as coisas não derem certo, seria fácil terminar tudo. Casais que “moram juntos” não precisam procurar permissão legal ou religiosa para dissolver sua união.
Não é surpresa que os jovens adultos sejam a favor da coabitação. De acordo com pesquisas, a maior parte dos jovens diz que é uma boa idéia morar com uma pessoa antes de casar. Mas uma revisão cuidadosa dos dados e das evidências das ciências sociais sugere que “viver juntos” não é uma boa maneira de se preparar para o casamento ou evitar o divórcio. Na verdade, mostra-se que o aumento do número de casais que “moram juntos” não é uma tendência positiva para a família.
Uniões de coabitação tendem a enfraquecer a instituição do casamento e criam grandes riscos para mulheres e crianças. As pesquisas indicam, especificamente, que:
- “Morar junto” antes do casamento aumento o risco de término do relacionamento após o casamento;
- “Morar junto” fora do casamento aumenta o risco de violência doméstica contra as mulheres, e o risco de abuso físico e sexual contra as crianças;
- Casais não casados têm menores níveis de felicidade e bem-estar do que casais casados.
Essa geração de jovens adultos sabe muito sobre a fragilidade do casamento, e por isso é especialmente importante para eles saberem o que contribui para o sucesso conjugal e o que pode ameaçá-lo. Entretanto, muitos jovens sabem pouco sobre os fatos básicos acerca da coabitação e seus riscos. Os pais, professores, clérigos e outros que instruem os jovens em matéria de sexualidade também não estão bem informados sobre as evidências das ciências sociais a esse respeito. Portanto, um dos objetivos deste artigo é informar sobre as pesquisas na área.
Ao mesmo tempo, reconhecemos as grandes tendências sociais e culturais que fazem da coabitação um tipo de relacionamento atrativo para muitos jovens adultos hoje em dia. Ao que parece, a coabitação de não-casados não vai acabar. Dada essa realidade, um segundo objetivo deste artigo é lançar a pergunta: “Devemos morar juntos?”. Oferecemos quatro princípios que podem ajudar. Esse princípios poderão não ser as últimas palavras sobre o assunto, mas são consistentes com as pesquisas disponíveis, e podem ajudar jovens adultos que nunca se casaram a evitar perdas dolorosas em suas vidas afetivas e alcançarem casamentos satisfatórios e duradouros.
1. Nunca “more junto” com alguém antes do casamento. A coabitação não ajuda, e pode ser muito danosa enquanto “teste” para o casamento. Não há evidência de que a decisão de coabitar antes do casamento resulte em casamentos mais fortes do que os casamentos de quem não “mora junto” antes, e algumas evidências sugerem que o fato de “morar junto” antes do casamento aumenta as chances de término do relacionamento após o casamento.
2. Não faça da coabitação um hábito. Conscientize-se dos perigos de múltiplas experiências de “morar junto”, tanto para seu próprio senso de bem-estar quanto para as chances de você conseguir estabelecer um relacionamento forte para a vida toda. Ao contrário do que diz a sabedoria popular, você não aprende a ter melhores relacionamentos a partir de múltiplos relacionamentos de coabitação fracassados. Na verdade, coabitar com várias pessoas é um sinal forte de chance de insucesso nos futuros relacionamentos.
3. Quanto mais se “mora junto” com um(a) parceiro(a), maior a chance da ética de pouco compromisso da coabitação se estabelecer em sua vida, o exato oposto do que exige um casamento duradouro.
4. Não coabite se crianças estiverem envolvidas. As crianças precisam e devem ter pais comprometidos em permanecer juntos no longo prazo. Pais que coabitam terminam seus relacionamentos com uma frequência muito maior do que pais casados, e os efeitos do término do relacionamento podem ser devastadores e duradouros. Além do mais, crianças que vivem em uniões na base da coabitação, com padrastos ou com o namorado da mãe, estão em uma situação de risco muito maior de abuso sexual e violência física - incluindo violência letal - do que as crianças que vivem com pais biológicos casados.
___________________________________
Traduzido e Adaptado de: “The National Marriage Project”
Link: http://marriage.rutgers.edu/Publications/swlt2.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O envio de comentário constitui aceitação de publicação.
Todos os comentários passam por moderação.
Comentários podem ser rejeitados por decisão do blog.
Os comentários publicados não necessariamente expressam a opinião do blog.