domingo, 8 de novembro de 2009

Sou viciado em e-mails

Eu tenho um vício por e-mails. Desejo que alguém mande um e-mail para minha “caixa de entrada” e me mostre algum amor. Fico compulsivamente checando meu e-mail, parece às vezes aqueles ratos de laboratório, ensinados a apertar aquele botão que vai liberar o queijo ou a droga, tudo planejado pelo pesquisador.

Periodicamente alguém manda um e-mail e me mostra amor. Nessas horas fico bem, parece que a vida está ok. Alguém lá fora está interessado em mim, alguém gosta de algo que fiz, alguém quer interagir comigo. Alguma garota responde a algo que escrevi, seja diretamente para ela, seja para uma lista ou o que for. A maioria das coisas que escrevo – e talvez também o que faço – é um pedido de amor. Confesso que escrever isso aqui agora entra na mesma descrição. Se eu faço isso, então talvez as pessoas venham me amar, e aí vai ficar tudo bem. Talvez aquela garota vá responder, e eu não ficarei sozinho. Vou ficar bem.

Acontece às vezes. Alguém chama para uma palestra, uma reunião de negócios, alguém que gosta do que escrevo. Às vezes é um alguém que se tocou pelo que falei alguma vez, e quer mostrar que aquilo é importante para ela. Alguns desses e-mails são muito raros, mas isso é o suficiente para manter minha compulsão em apertar aquele botão de checar novos e-mails.

Então, o que fazer com isso tudo? Procurar algum alívio. Eu vou continuar checando meus e-mails, e talvez haja algum amor ali, e esse amor vai sarar minhas feridas. Se ao menos eu checasse o e-mail apenas uma vez ao dia, teria maiores chances de ter algo reconfortante ali. Mas eu fico checando 38 vezes no dia, e a ausência de novidades às vezes me dá um desespero.

Sou “viciado em amor”, e quando meus esforços de conseguir esse amor por e-mail falham, fico relegado a uma espiral descendente que me leva à depressão, e a comportamentos muito tristes, mas agora não precisa mais ser assim. Acho que Jesus já me deu amor suficiente na cruz para me tirar desse problema com e-mails. Tenho certeza disso. Sabe do que preciso? Preciso de uma oração para o e-mail. Se eu não consigo parar de checar compulsivamente o e-mail, preciso me habituar a dizer uma oração quando o fizer. Assim, o tentador, o mentiroso que está me fazendo mal com esse botão de “checar novos e-mails”, vai começar a perder muito de sua força. Se a sua tentação me fizer rezar mais, ele perde. Se eu rezo ao receber os e-mails, não vai interessar muito o conteúdo deles: meu espírito vai se elevar a Deus sempre.

Posso compreender que meu desejo de encontrar algum amor naquela caixa de entrada de e-mails na verdade é Deus movendo meu coração, levando-me para mais perto dEle. Não preciso necessariamente reprimir meu desejo por algum amor ali na caixa de entrada. Só tenho que aprender a levar esse desejo à plenitude, ao local certo, aproximando-o daquele que é, sempre, a fonte de todo amor. Talvez os e-mails tragam boas notícias, talvez não. Mas o desejo de ser amado é sempre um convite para a Boa-Nova de que, sim, eu sou amado. Deus compreende todas as minhas fraquezas, e me ama mesmo assim. Ele realmente me conhece, sabe tudo e vê tudo, e está perdidamente apaixonado por mim. Ele está derramando seu amor por mim a cada instante.

Não tem problema desejar receber e-mails, mas temos que saber que não podemos desejar só isso. Meu desejo deve ir além, e encontrar seu lugar no Deus que criou todos os desejos. Agora, ao mover o mouse e abrir o programa de e-mails, recito minha oração: “Senhor, meu desejo é para Ti”. Essa oração simples está fazendo maravilhas na minha vida. Quando desejo coisas que podem me levar para a concupiscência da carne, dos olhos, ou o orgulho na vida (1 Jo), ao invés de só reprimir, eu procuro agora ir além e elevar esses desejos a Deus. “Senhor, meu desejo é seu”. Assim posso ser cada vez mais livre.
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Traduzido e adaptado de: http://godofdesire.squarespace.com/addicted-to-e-mail-love/

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