sexta-feira, 27 de novembro de 2009

“Crepúsculo” e “Lua Nova”: porque as meninas amam o casto Edward


A obsessão com Edward parece ir na contramão do antigo clichê que diz que as garotas sempre se atraem pelos “bad boys”, os promíscuos “tipo James Bond” que normalmente as seduz para depois quebrar seus corações. É bem certo que Edward é perigoso e misterioso (afinal de contas ele é um vampiro), mais sua característica mais marcante e que mais o define é sua incrível resistência em face de todo tipo de tentações.

Grande parte dessa atração gerada nas fãs femininas da série deve-se à sua devoção altruísta para com Bella, uma devoção que não se expressa na típica pressa adolescente em consumar a relação, mas no modo como ele constantemente coloca as necessidades dela acima de suas próprias. Apesar de Bella tentar desesperadamente convencê-lo a mordê-la, tornando-a portanto como ele (vampiro), e garantindo a eternidade toda para usufruírem juntos, as dúvidas de Edward sobre a questão se os vampiros podem ou não ser incluídos na salvação o tornam relutante em arriscar a salvação dela.

Algo que essa obsessão atual com a série iniciada em “Crepúsculo” revela, pelo menos em um nível subconsciente, é que ainda há lugar para o auto-controle e a renúncia no romance moderno. Talvez as garotas tenham medo de expressar seu desejo profundo de ter um relacionamento com um rapaz que as ame altruistamente e que esteja pronto a colocar a “virtude” em primeiro lugar, preocupadas em serem reconhecidas como puritanas. Talvez os rapazes também tenham medo de que seja depreciativo de sua masculidade abster-se de realizar o sexo, assumindo que é isso que as garotas querem, e assim o círculo vicioso continua. De qualquer modo, apesar de algumas coisas, os livros da série levantam questões interessantes. Colocado em meio a forças sobrenaturais, com muitos dos personagens com poderes sobrehumanos, o sexo é mostrado como uma força igualmente poderosa. Ironicamente, dada sua grande força e seu instinto assassino natural, Edward acusa Bella de ser “a criatura mais perigosa” que ele já encontrou, quando ela testa os limites de sua abstenção e constrição tentando seduzi-lo.
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Traduzido e adaptado de:
http://www.catholicherald.co.uk/features/f0000500.shtml

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