quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Explicando o que o Papa quis dizer sobre camisinha

Traduzo abaixo artigo do Pe. Joseph Fessio, S.J., disponível em: http://blogs.reuters.com/faithworld/2010/11/23/guestview-did-the-pope-%E2%80%9Cjustify%E2%80%9D-condom-use-in-some-circumstances/


O referido Padre é fundador e editor da Ignatius Press, editora americana do livro "Luz do Mundo", que está causando essa polêmica. A leitura do artigo abaixo é bastante esclarecedora, por isso peço sua atenção.


Obs.: Nos trechos da entrevista do Papa, preferi seguir a minha tradução a partir do inglês, ao invés de copiar a tradução que vem sendo divulgada (feita a partir do italiano, provavelmente), a fim de evidenciar exatamente os problemas dessa mesma tradução.

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O Papa "justifica" o uso de preservativos em algumas circustâncias? A resposta é "não". E também não há, absolutamente, nenhuma mudança na doutrina da Igreja. Não apenas porque uma entrevista do Papa não constitui doutrina da Igreja, mas porque nada do que ele disse difere da perene doutrina da Igreja.

Então porque todas as manchetes dizendo que ele "aprova", ou "permite", ou "justifica" o uso de camisinhas em certos casos?

Essa é uma boa questão. Tão boa que o próprio entrevistador perguntou praticamente a mesma coisa durante a entrevista.

O Papa fez uma afirmação na entrevista, e tal afirmação agora vem sendo largamente citada na imprensa mundial. Imediatamente, o entrevistador, Peter Seewald, colocou essa questão: "Você está dizendo, então, que a Igreja Católica em princípio não está, de fato, se opondo ao uso de camisinhas?

O Papa esclareceu e expandiu seu raciocínio da afirmação anterior.

Então vejamos as duas declarações.

Depois de dizer que: "não podemos resolver o problema [da Aids] com a distribuição de preservativos..." e que: "a fixação exclusiva no preservativo implica uma banalização da sexualidade..." o Papa diz: "Pode haver um fundamento (*) no caso de alguns indivíduos, como talvez quando um "prostituto" [homem] usa um preservativo, onde isso pode ser um primeiro passo na direção de uma moralização, uma primeira assunção [assumir] de responsabilidade, no caminho da recuperação de uma consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer o que se quer. Mas não é realmente [de fato] o caminho para lidar com o mal da infecção por HIV. O caminho só pode realmente [de fato] residir tão somente na humanização da sexualidade"
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(* Nota: Na tradução que vem sendo divulgada, lê-se nesse trecho: "Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto,...")
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Essa é uma declaração altamente qualificada, e muito condicional. Não obstante, ela causou a pergunta de Seewald, acima mencionada. Mas vamos primeiramente olhar com mais atenção para essa declaração. O termo original em alemão para: "Pode haver um fundamento no caso de alguns indivíduos..." é: "Es mag begründete Einzelfälle geben…" A tradução para o inglês, aqui, é fiel e acurada. "Begründete" vem de "Grund" = "ground" (terra, solo, base, terreno), e significa tanto o solo onde nos pomos de pé, quanto um fundamento lógico. Há alguma ambiguidade porque esse termo poderia ter um sentido fraco de "alguma base para", ou um sentido forte de "um fundamento lógico e ético para". É por isso, talvez, que Seewald fez a pergunta seguite, então nos voltaremos para ela daqui a um momento.

É importante notar que há dois erros sérios de tradução na versão italiana das opiniões do Papa, versão a partir da qual muitas reportagens prévias foram baseadas, já que o embargo foi quebrado pelo jornal vaticano L'Osservatores Romano (Essa é outra questão). Em primeiro lugar, o termo alemão "ein Prostituierter", que só pode ser um "prostituto" homem. A palavra normal do alemão para prostituta é "[eine] Prostituierte", que é feminina, e se refere somente a uma mulher. A tradução italiana "uma prostituta" simplesmente inverteu o que o Papa disse.

Igualmente problemático, "giustificati" = justificado, foi usado na tradução italiana de "begründete", arbitrariamente resolvendo a ambiguidade unilateralmente.

O Papa responde: "Ela [a Igreja] não a considera [a camisinha] como uma solução real ou moral, mas, nesse ou naquele caso, pode haver, não obstante, na intenção de reduzir o risco de infecção, um primeiro passo em um movimento direcionado a um caminho diferente, um caminho mais humano de viver a sexualidade".

Em primeiro lugar, uma solução que não é "moral" não pode ser "justificada". Isso é uma contradição, e significaria que algo em si mesmo [intrinsecamente] mau poderia ser "justificado" para se atingir uma finalidade boa. Note: o conceito de "mau menor" é inaplicável aqui. Pode-se tolerar um mau menor; não se pode fazer algo que seja um mal menor.

Mas a distinção crucial aqui é entre a "intenção" do "prostituto" [homem] (qual seja: evitar infectar seu cliente), e o ato em si (qual seja: usar uma camisinha). Já que na quase totalidade das reportagens que eu li essa distinção não foi apresentada, ela pede uma alguma elaboração.

Essa distinção, na filosofia moral, ocorre entre o objeto de um ato e a intenção de um ato. Se um homem rouba a fim de fornicar, a intenção é fornicar, mas o objeto é o ato de roubar. Não há uma conexão obrigatória entre roubar e fornicar.

No caso das opiniões do Papa, a intenção é prevenir a infecção, e o objeto é o uso da camisinha.

Aqui está um exemplo dessa distinção, análogo ao que o Papa disse. Ladrões estão usando canos de ferro para atacar pessoas, e os ferimentos são graves. Alguns ladrões usam canos acolchoados para reduzir os ferimentos, enquanto ao mesmo tempo ainda conseguem debilitar as vítimas o suficiente para o assalto. O Papa diz que a intenção de reduzir os ferimentos (no ato de roubar) pode ser um primeiro passo na direção de uma maior responsabilidade moral. Isso não justifica as seguintes manchetes: "Papa aprova canos acolchoados para o assalto"; "Papa diz que o uso de canos acolchoados é justificado em algumas circunstâncias"; "Papa permite o uso de canos acolchoados em alguns casos".

É claro, poder-se-ia usar moralmente canos acolchoados em algumas circunstâncias, por exemplo como canos revestidos para que a água quente que corre neles não esfrie tão rápido. E poder-se-ia usar camisinhas moralmente em alguns casos, por exemplo, como balões de água. Mas isso também não justifica a manchete "Papa aprova o uso de camisinha", embora no caso dos balões d'água isso pudesse ser verdade. Mas seria uma tentativa intencional de enganar.

Em resumo, o Papa não "justificou" o uso de camisinhas em nenhuma circunstância. E a doutrina da Igreja permanece a mesma que sempre foi - tanto antes quanto depois das declarações do Papa.

E quando o relacionamento à distância dá certo?


Este é o terceiro e último post de uma série sobre relacionamento à distância, atendendo ao pedido de um leitor do blog. Esse artigo é constituído de trechos da entrevista dada por Anthony Buono para o programa “Son Rise Morning Show”, da rádio americana “Sacred Heart Radio Network”. Novamente devo alertar que Anthony fala a partir da perspectiva que lhe é própria, ou seja, de sites de relacionamento, então a pessoa em outra situação particular pode tirar proveito, se quiser, do que assim couber em sua situação.

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Entrevistador: Como você pode discernir que chegou o tempo de se mudar para perto de uma pessoa? No caso, você já se encontrou com ela um certo número de vezes, o relacionamento floresceu, e você sente que realmente chegou a hora de fazer uma mudança geográfica. Como você pode discernir? Esse é um grande passo!...

Anthony Buono: É muito grande mesmo... Há escolas de pensamento que discutem quem deveria fazer a mudança. Vou falar aqui os prós e os contras para cada uma das pessoas. Para o homem, sua posição mais típica é de ser o “provedor”, então em grande parte o problema se resume ao seu trabalho, e sua habilidade de prover as necessidades da família. Então a mulher deveria, nesse caso, ser aquela disponível para fazer a mudança. O lado feminino do argumento é... bem, não é uma questão muito verbalizada, mas é a realidade... é que é muito difícil para uma mulher deixar sua família. Quando se fala do futuro, aqui, um dos grandes aspectos – eu tenho certeza que os já casados podem atestar isso – é que uma das coisas valiosas para a mulher é a possibilidade de poder receber ajuda da sua mãe ou do seu pai. Enfim, é um aspecto importante para a mulher estar perto da família. Bem, eu argumentaria que a mulher teria que ser a pessoa disponível para fazer a mudança, porque, quando você coloca tudo na balança, quer dizer – o homem tem que ser aquele que provê. Se você estiver olhando para a dinâmica principal, a que é típica, ou seja, você tem filhos, você tem uma família... você sabe, o homem tem que ter um trabalho. Mas é muito comum que o homem seja capaz de transferir o que ele faz, ou encontrar um trabalho em outro lugar. Eu vejo isso o tempo todo. O homem está preparado para morar em outro lugar, e faz isso com alegria. Gentilmente ele encontra seu trabalho e compreende que a mulher não pode morar em outro lugar. E, claro, tenho visto também mulheres indo morar em outro lugar, porque compreendem que seu lugar é ao lado do marido, e seu trabalho dele é importante.



Entrevistador: Anthony, você não acha que antes de se mudar para outro lugar, você tem que estar absolutamente certo de que essa pessoa é seu futuro marido ou esposa?

Anthony: Eu sei! É um grande passo! Eu nunca recomendo que uma pessoa aja com base numa presunção. Você não pode simplesmente se mudar apenas para poder namorar a pessoa, ou para fazer esse tipo de discernimento. Na verdade você tem que estar – quer seja noivo ou não – em um estado em que você vai certamente se casar. É muito arriscado morar em outro lugar quando você ainda está decidindo as coisas. Eu sei que muitas pessoas fazem essa mudança para poder passar mais tempo com a outra pessoa, mas... e se não funcionar? É uma mudança, é muito sério...

Entrevistador: E nós, como católicos, certamente não nos mudamos para a casa do outro antes do casamento.

Anthony: Espero que não seja preciso dizer que não se faz isso. Vamos ser claros. Não se faz isso. Somos católicos, aqui, e não há nada de positivo nem de permitido sobre isso. Então temos que voltar a outros aspectos, ao aspecto que eu considero a virtude heróica dos tempos em que vivemos. Relacionamentos à longa distância, eu penso, são importantes, e as pessoas devem estar abertas a eles, porque no mundo em que vivemos é muito difícil encontrarmos católicos sérios que acreditam em tudo que a Igreja ensina. Então, a pessoa para você pode estar em qualquer lugar. Isso é um sinal dos tempos em que vivemos. Então, a virtude heróica é que você deve estar aberto a fazer seja o que for preciso para fazer um relacionamento assim funcionar. E, sim, você poderá gastar muito dinheiro, ou tempo no telefone, ou investir muito para se encontrar pessoalmente com ela, para determinar se essa é a pessoa certa. Mas no final terá valido a pena. Logo, eu aconselho as pessoas a se encontrarem pessoalmente o mais cedo possível, porque é somente nessa situação que você descobre se há uma ligação entre vocês dois, e vocês podem se conhecer mais rapidamente. Faça isso mais cedo, ao invés de mais tarde, para que não percam o tempo de vocês.

Entrevistador: E uma vez que você faz a mudança e vai morar em outro local? Você está levando a sério, realmente acredita que essa é sua futura esposa. Que conselhos você daria para lidar com todas as grandes mudanças que virão com essa decisão?

Anthony: Você tem que estar aberto.... bem, vamos usar aqui outra palavra.... você tem que ser maleável, tem que se ajustar. Esse é o tipo da coisa complicada para pessoas que estão mais velhas, e solteiras, e tentando se casar. De certo modo, é como se elas já tivessem se casado “consigo mesmas”, no seu jeito de ser, se você me entende. Então, você tem quase que se reinventar, tem que ser flexível, tem que estar atento à outra pessoa, aos aspectos psicológicos e emocionais dessa mudança dramática. Você tem que estar de peito aberto, mais do que estaria normalmente se conhecesse uma pessoa na sua localidade. Tem que estar atento à consideração pelo outro, e muito equilibrado, tem que haver concessões mútuas. Mas eu acho que o mais importante, mais do que qualquer coisa, é que tem que haver esse suporte da compreensão. Não importa quem esteja fazendo o sacrifício maior para que tudo funcione, a outra pessoa deve estar bastante atenta aos sacrifícios que essa pessoa está fazendo. Simplesmente esteja perto dela, confortando-a, dando suporte, compreendendo que estão fazendo uma grande mudança. Enfim, fazer a pessoa se sentir bem com isso tudo. Você tem que fazer isso.

Entrevistador: Coisas muito importantes a se considerar quando um relacionamento à longa distância se aproxima de um casamento, obrigado Anthony Buono.
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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.

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Traduzido de:
http://www.6stonejars.com/index.cfm/2010/9/1/Son-Rise-Morning-Show-Long-Distance-Relationships

Como manter um relacionamento à distância?

Esse é o segundo post de uma série de três sobre o tema. Novamente o leitor deverá ter em conta que Anthony Buono fala a partir de sua experiência específica com sites de relacionamento. Entretanto, os pontos abordados podem conter algo de útil para outras situações. 
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Caro Anthony,


Estou em um relacionamento à distância com uma pessoa que conheci no site “Solteiros do Ave Maria”. Depois de alguns e-mails e telefonemas, finalmente nos encontramos pessoalmente, e estamos esperançosos com nosso futuro. Não poderemos nos ver muito frequentemente, por causa da distância, e estamos preocupados se vamos conseguir manter esse relacionamento. Os e-mails parecem estéreis e superficiais depois de um certo tempo. Você tem alguma sugestão?

Fico feliz em saber que vocês já se encontraram pessoalmente. Esse fator é realmente crítico. Não tenho dúvida que isso apenas aumentou seu desejo de passar mais se encontrando pessoalmente. Isso é uma coisa boa.

Mas não subestime o valor de NÃO estarem juntos pessoalmente tão frequentemente quanto vocês queriam, não subestimem o quanto isso pode aprofundar seu relacionamento. Vocês realmente devem fazer de tudo para estarem juntos pessoalmente o mais freqüentemente possível (tenho recomendado como marca um encontro a cada duas semanas, mesmo que por apenas poucos dias). Quanto mais estiverem juntos pessoalmente, tanto mais rápido perceberão se devem se casar ou se devem terminar o relacionamento. Saber mais cedo – ao invés de mais tarde – se o relacionamento deve terminar ajuda a minimizar as dores do coração e a perda de tempo. Estar presente pessoalmente ajuda a saber se vocês devem se encaminhar para o matrimônio, então vocês definitivamente devem fazer as coisas acontecerem, na medida em que estiverem prontos. Compreendam, apenas, que ter longos intervalos entre os encontros pessoais pode ser um risco, especialmente se levar o relacionamento a continuar por mais tempo do que deveria (seja na direção do matrimônio ou do término do namoro).


Entretanto, esse tempo entre o início e o fim do namoro (seja para casar ou para terminar) pode ser uma tremenda bênção, e uma maravilhosa oportunidade de um aprofundamento na relação com a pessoa, de um modo que talvez não fosse possível obter caso você morasse perto e pudesse ver a pessoa com mais freqüência. Gostaria de encorajar ambos a escreverem longas cartas um para o outro durante esses períodos, compartilhando seus corações, seus interesses, sua fé, seu passado etc. A beleza de um relacionamento à distância é que ele ajuda a fazer crescer um amor e um anseio mais profundo um pelo outro, o que não ocorre quando se está presente pessoalmente o tempo todo. Quando você tem acesso a alguém o tempo todo, não se escreve. E a escrita proporciona uma oportunidade de partilhar de um modo que as pessoas normalmente não fazem quando estão falando entre si. Além disso, tem a vantagem de não ter que lidar com questões sérias de castidade que as pessoas que estão sempre em contato têm que enfrentar, e que podem realmente causar problemas, ou podem romper o relacionamento em desenvolvimento, ou mesmo distorcer o relacionamento a ponto de terminar com ele, quando não precisava ser dessa forma. A castidade ajuda os casais a crescer na graça, então os relacionamentos à distância são bons para isso, também.




Então eu encorajo os dois a se alegrarem com a oportunidade de aproveitar a distância entre vocês, e o tempo decorrido entre as visitas, e ver isso como uma coisa muito santa. E faça valer a pena, gastando tempo para escrever longas cartas. A razão pela qual o e-mail parece estéril e superficial (como você coloca) é porque vocês não estão realmente “escrevendo” um para o outro. Estão apenas informalmente trocando palavras, como em um chat. Então, gaste tempo, se aconchegue em sua cama, ou sente-se em uma mesa ou no sofá com uma xícara de café ou sua bebida preferida, faça uma oração, e então comece a escrever manualmente uma longa carta. Sim, eu disse “manualmente”. A digitação é muito impessoal para esse tipo de escrita (mas se vocês se sentem confortáveis digitando, então eu não ficaria contra vocês :-). O ponto é aproveitar o espírito de escrever para a pessoa que você gosta. E observar como você se apaixona e o que acontece. Eu prometo que depois que você estiver casado, você estará dizendo o quanto a distância foi uma bênção e o quanto você valorizou a troca de cartas de amor.

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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.
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Traduzido de:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Devo entrar em um relacionamento à distância?

"Bom dia! Gostaria de saber se há algum material no site que fale sobre namoro a distância."

Atendendo à pergunta enviada por um leitor, vamos disponibilizar três artigos sobre o tema, um sobre o início do relacionamento à distância, outro sobre como manter um relacionamento assim, e outro sobre o período - se tudo der certo - do estabelecimento de um casal nessas condições. Todos os artigos são de Anthony Buono. É bom dizer que o autor fala a partir da perspectiva de seus sites de relacionamento. O leitor, diante de outras situações específicas, poderá tirar do texto as reflexões que forem cabíveis.

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Devo entrar em um relacionamento à distância?

Caro Anthony,

Estou me correspondendo com um homem que vive em lugar bem distante de mim. Eu sei de muitas histórias de sucesso envolvendo relacionamentos à distância, mas tenho medo que essa longa distância seja uma barreira durante o desenvolvimento do relacionamento. Existe algum segredo para fazer um relacionamento assim dar certo?


Fico feliz que tenha escrito com essa boa pergunta enquanto as coisas ainda estão no início. Deixe-me primeiramente dizer que os relacionamentos à distância podem funcionar, sim. Temos casais que eram de diferentes estados e casais de diferentes países. Então, obviamente que pode funcionar. Entretanto, também pode ser uma perda de tempo se corresponder com alguém que mora muito longe quando um dos dois (ou os dois) não está sendo sério em suprir as necessidades que um relacionamento assim requer, incluindo a falta  de “abertura” para fazer um relacionamento de longa distância dar certo.

Então eu sempre aconselho as pessoas que estão pensando em alguém de outro estado, e especialmente de outro país, a ter a certeza de que estão realmente abertos a encontrar esse alguém pessoalmente. Realmente se resume a isso. E se ambos estão abertos à possibilidade um encontro “face-a-face”, havendo um sentimento de que o relacionamento tem potencial, então continuem se escrevendo, e vejam onde o relacionamento vai dar. Mas você precisa descobrir isso logo, tanto com relação a você quanto com relação à outra pessoa. A questão para a outra pessoa é essa: “Antes de irmos mais longe, você realmente está disposto a fazer os sacrifícios necessários para nos encontrarmos pessoalmente em um futuro bem próximo, caso nossa correspondência evolua para um interesse maior?” Se a pessoa disser: “Bem, eu não sei”, então é mais prudente terminar a correspondência agora. E essa pessoa precisa saber que não é justo escrever para alguém sem estar aberto a conhecê-la pessoalmente.

Fui contatado por uma pessoa que estava se correspondendo com uma mulher de outro país. Eles estavam se correspondendo há nove meses, e ele se perguntava se conseguiria encontrar um jeito de ir vê-la pessoalmente, e não estava certo como ele poderia arcar com os custos para fazê-lo. Eu falei para ele imediatamente que, em primeiro lugar, não era certo da parte dele entrar ter entrado em contato com ela se ele não sabia se poderia realmente voar para encontrá-la em pessoa dentro do prazo de dois meses depois do início das correspondências. Você não pode ficar trocando cartas tanto tempo assim. Faz ambos perderem tempo.

Especialmente os homens precisam entender isso. São eles que precisam fazer a primeira viagem para o encontro pessoal. São eles que devem gastar o dinheiro nesse primeiro encontro pessoal (normalmente eles viajam no final de semana e se encontram várias vezes com a pessoa nesses dias). Portanto, ele deve logo “saber” se está disposto a dar esse passo com alguém de outro estado ou de outro país ANTES mesmo de sequer começar a escrever para a mulher.

Já que você é a mulher nesse potencial relacionamento que começou para você, seria bastante prudente de sua parte perguntar, de algum modo, se ele está preparado para viajar e lhe conhecer, e se ele não estiver certo de que poderá vir e encontrá-la em pessoa dentro do prazo de poucos meses, seria melhor que ele não entrasse mais em contato com você.

Essa decisão pode ser muito difícil de tomar, porque é agradável ter alguém interessado com quem se corresponder. Mas, acredite em mim, há muitos homens que não querem ir além de uma troca de cartas ou de telefonemas. Vocês não podem perder o tempo de vocês. Um não pode fazer o outro perder tempo. Além de ser injusto da parte de qualquer homem escrever para alguém quando não se está preparado para encontrar com a pessoa no prazo de uns dois meses.

Se você não se sente confortável em trazer esse assunto diretamente, então aceite que um relacionamento de longa distância pode funcionar, mas teste esse relacionamento tendo certeza de não passar de dois meses de contatos iniciais à distância. Se ele não se manifestar no sentido de vir encontrar com você pessoalmente dentro desses dois meses iniciais, você precisa trazer o assunto à tona diretamente, e obter uma resposta sobre sua disposição para um encontro pessoal, ou então deve simplesmente se afastar e seguir em frente. Mas saiba que um relacionamento à longa distância pode funcionar, quando ambos estão abertos a fazê-lo funcionar, não importando os sacrifícios necessários. Esse é um grande teste de amor, e o amor é fortalecido através da perseverança em meio às dificuldades.

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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.

sábado, 20 de novembro de 2010

O que o Papa realmente disse

Créditos ao blog "Frates in unum", que por sua vez puxou do blog "A Saúde da Alma", que por sua vez tirou do blog "Spe Deus"...

O que o Papa realmente disse sobre preservativos, comentários iniciais do "Fratres in Unum"...

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Tendo em conta a habitual ignorância e má-fé da imprensa secular ao noticiar fatos relevantes da vida da Igreja, apresentamos abaixo a íntegra da resposta do Papa Bento XVI sobre o uso de preservativos, em outro livro-entrevista de Peter Seewald.


Veremos, neste episódio, se a costumeira rapidez da Sala de Imprensa da Santa Sé em lançar esclarecimentos sobre todo tipo de assunto também será verificada ao ter de ser politicamente incorreta ao contrariar a imprensa do mundo todo, que alardeia a plenos pulmões a “liberação” da camisinha pelo Papa.


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“Na África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da SIDA/AIDS. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA/AIDS.”


«Em termos jornalísticos, a viagem à África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da SIDA/AIDS, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno. Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais. Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC, que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade

“Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?”

«É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.»

In Bento XVI, Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna, 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bento XVI convoca a Igreja no Mundo Inteiro para a Vigília pela Vida dos Nascituros

O Papa Bento XVI celebrará na noite do sábado dia 27 de novembro deste ano de 2010 a uma vigília de oração na Basílica de São Pedro pela vida do nascituro.




O nascituro é aquele bebê ainda não nascido, ainda na barriga da mãe, ainda em formação. É ele a pessoa humana (sim, ele É PESSOA humana!) vitimada, morta em cada aborto que se realiza. Ao propor uma vigília pela vida do nascituro, o Papa propõe uma vigília em escala mundial, de toda a Igreja, contra o aborto!

Como diz o artigo abaixo, da Rádio Vaticana, o Papa está enviando cartas para todas as Conferências de Bispos do mundo, conclamando todos os Bispos - e por conseguinte todos os católicos de todo lugar - a se unirem a ele em oração nesta data, inclusive realizando celebrações e iniciativas locais.

Informe seu bispo, seu pároco, sua comunidade! Procure mobilizar ações, encontros, orações comunitárias na noite deste 27 de novembro, início do Advento. É um momento histórico, que poderá trazer muitas e muitas graças de Deus na defesa da vida. Que no dia 27 de novembro a Igreja toda levante sua voz aos céus em defesa da vida do nascituro! É preciso que todos participem.

Portanto, mesmo que você não consiga organizar nenhum encontro, e mesmo que você não veja nenhuma movimentação em sua comunidade, paróquia ou diocese em torno do apelo do Papa, você ainda pode e deve se unir à Igreja nesta noite do dia 27, em oração, pelo menos que seja em oração particular, em sua casa, em seu quarto... Mas façamos nossa parte... Ainda dá tempo de realizar mobilizações, então comecemos a nos organizar desde já...

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Cidade do Vaticano, 1° out (RV) - A Sala de Imprensa da Santa Sé informou, na manhã desta sexta-feira, que o Papa presidirá a vigília pela vida do nascituro, em 27 de novembro próximo, na Basílica de São Pedro.


O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, afirma, numa nota, que Bento XVI celebrará as Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento e que este ano as vésperas serão inseridas no âmbito de uma vigília pela vida do nascituro, na perspectiva do Tempo de Advento e do Natal que se aproxima.


O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Antonio Canizares Llovera, e o presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli, enviaram através dos núncios apostólicos, uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais convidando os bispos a promoverem em suas Igrejas locais celebrações e iniciativas de oração a fim de estabelecer uma união espiritual com o Santo Padre e promover o compromisso e o testemunho eclesial por uma cultura da vida e do amor. (MJ)

http://www.radiovaticana.org/BRA/Articolo.asp?c=426714

UPDATE

Em Fortaleza, haverá uma cerimônia na Catedral, no sábado à noite.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vigília mundial pela vida nascente

Vigília mundial pela vida nascente
No dia 27 de novembro, a Igreja universal rezará pela defesa da vida

ROMA, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O apelo foi lançado no último mês de junho. Em algumas igrejas, a mobilização foi um pouco lenta, mas a verdade é que, no dia 27 de novembro, na Basílica de São Pedro, assim como nas dioceses e igrejas católicas do mundo inteiro, serão realizadas vigílias de oração, adorações ao Santíssimo Sacramento e terços em defesa da vida nascente.

No último dia 14 de junho, o cardeal Antonio Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, enviaram uma carta a todos os presidentes das conferências episcopais para convidá-los a organizar uma solene "vigília pela vida nascente".

Na carta, informa-se aos bispos que foi o próprio Pontífice quem havia tomado a iniciativa de realizar a vigília na Basílica de São Pedro, coincidindo com as Primeiras Vésperas do 1º domingo do Advento e perto do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo.

Junto às vésperas, a carta propõe a adoração eucarística para "dar graças ao Senhor que, com a doação total de si mesmo, deu sentido e valor a toda a vida humana, e para invocar a proteção de todo ser humano chamado à existência".

À vigília e à adoração, a Conferência Episcopal Espanhola propôs acrescentar também a oração do terço.

"É desejo do Santo Padre - lê-se na carta - que os bispos presidam em suas igrejas celebrações similares que envolvam paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos."

A carta também explica: "Todos nós somos conscientes dos perigos que ameaçam a vida humana hoje devido à cultura relativista e utilitarista que escurece a percepção da dignidade de toda pessoa humana, seja qual for sua fase de desenvolvimento".

Por isso, acrescenta, citando a encíclica Evangelium vitae, de João Paulo II, "estamos chamados mais que nunca a ser 'povo da vida' com a oração e com o compromisso".

A missiva convida todos os presidentes das conferências episcopais a "envolver rapidamente e da maneira mais apropriada" todos os bispos de cada país, de forma que "se possa inserir esta iniciativa nos diversos programas diocesanos".

A carta termina com o desejo de que "todas as igrejas particulares, em união com o Santo Padre, Pastor universal", possam "obter a graça e a luz do Senhor para a conversão dos corações e dar um testemunho comum da Igreja para uma cultura da vida e do amor".

(Antonio Gaspari)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vídeo - A verdade por trás da fantasia

A pornografia é um mal enorme, e a ex-atriz pornográfica Shelley Lubben nos prova a degradação que envolve essa indústria doentia... Sem falar no mal físico, emocional e espiritual que faz a milhões de pessoas no mundo todo. Temos que fazer algo para deter isso.

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Em seu livro, “A verdade por trás da fantasia da pornografia: a maior ilusão da terra” (“Truth Behind the Fantasy of Porn: The Greatest Illusion on Earth”), a ex-atriz pornográfica Shelley Lubben rasga a sedutora máscara da pornografia e expõe a verdade por trás da “maior ilusão da face da terra”.

Shelley é brutalmente honesta ao falar de seu passado, de uma infância de abusos sexuais, à prostituição, ao ambiente nada glamoroso dos filmes pornográficos. Mas isso não é tudo. Ela escapou da “indústria” pornográfica aos 26 anos de idade. Agora, ela partilha sua poderosa história de recuperação e redenção, oferecendo uma mensagem de esperança para o mundo inteiro.

No primeiro livro a expor o lado “secreto” da ponografia, Shelley quer lhe mostrar a dura verdade. A pornografia é uma escravidão nos tempos modernos para milhares de mulheres, e para milhões de viciados em pornografia, que simplesmente não conseguem parar de clicar.




Mas você conhecerá a verdade, e a verdade lhe libertará!


“Os filmes pornográficos são a maior ilusão da face da terra. Acredite em mim, eu conheço. É isso mesmo: nenhuma de nós, mulheres, gosta de fazer pornografia. Na verdade, nós odiamos. Odiamos ter que nos entregar para homens doentios. Detestamos ser degradadas por eles. Algumas mulheres odeiam tanto, que as podia ouvir vomitando no banheiro no intervalo entre as cenas. Encontrava outras do lado de fora, fumando um maço de cigarro atrás do outro...” (S. Lubben)


“Nossos corpos, infectados por doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), viviam cobertos de infecções, hematomas e feridas, escondidas por trás de nossa imagem ousada e provocante.” (S. Lubben)
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Fonte: http://www.shelleylubben.com/shelleys-blog/shelleylubben/10/1/2010/lubben-rips-mask-pornography-new-book

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Voto Católico: quatro organismos vinculados à CNBB defendem a aplicação "integral" do PNDH-3

(ACI/Digital) Recentemente o site “Votocatolico” denunciou que “a Comissão Pastoral da Terra, o Conselho Indigenista Missionário, o Movimento de Educação de Base e a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), integram junto com entidades pró-aborto e pró-cultura homossexual, uma campanha pela integralidade e implementação do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3)”. (...)

Os editores do “Votocatólico” recordam que o Plano Nacional, entre outras coisas que pretendem a desconstrução social, prevê:
- Apoiar projetos de lei que possibilitem a união civil, equiparada ao matrimônio, entre pessoas do mesmo sexo;
- Incluir nos sistemas de educação do serviço público “todas as configurações familiares” com base na “desconstrução da heteronormatividade”;
- Respaldar a adoção de menores por casais homossexuais;
- Oferecer programas de Saúde diferenciados e prioritários a homossexuais, transexuais e prostitutas;
- Considerar o aborto como tema de saúde pública, com garantia de aceso aos serviços públicos de saúde;
- Apoiar o reconhecimento da prostituição como profissão;
- Propor a criação de organismos públicos para o "controle social" da mídia;
- Originariamente previa a retirada de símbolos religiosos em repartições públicas; e
- A educação religiosa estatal, como instrução de todas as religiões, com ênfase nos cultos afro-brasileiros. (...)

Em declaração da Assembléia Geral, a CNBB disse, em 12 de maio passado, que "nas ações programáticas do PNDH-3 [...] encontramos elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente, entretanto, identificamos também determinadas ações programáticas que não podem ser aceitas. Reafirmamos nossa posição, já muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, da dignidade da mulher, do direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, do respeito aos símbolos religiosos, e contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao 'casamento' entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição". (...)

Assim, o site questiona: “O que fazem quatro organismos vinculados à Conferência Episcopal como organizadores de uma campanha que defende a aplicação integral dos aspectos que a Igreja já rejeitou publicamente, por serem contrários à ordem natural e à Lei Divina? A Presidência da CNBB sabe que esses quatro organismos assinam a campanha? Se sabe, porque não fez nada a respeito ainda?”. (...)

Os editores do site, uma iniciativa de leigos católicos, sugerem “enviar à Secretaria Geral da CNBB (secgeral@cnbb.org.br) uma carta respeitosa, solicitando que esta tome medidas urgentes com os quatro organismos, que garanta a retirada do nome da instituição da referida iniciativa e que se tome cuidado a fim de que os recursos materiais dos referidos organismos, vindos das contribuições econômicas dos fiéis, não sejam usados para apoiar a campanha”.

Leia o artigo inteiro em: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20564

E visite o site Voto Católico: http://www.votocatolico.com.br/

Palavra de Deus, matrimônio e família


85. O Sínodo sentiu necessidade de sublinhar também a relação entre Palavra de Deus, matrimônio e família cristã. Com efeito, « com o anúncio da Palavra de Deus, a Igreja revela à família cristã a sua verdadeira identidade, o que ela é e deve ser segundo o desígnio do Senhor ».284 Por isso, nunca se perca de vista que a Palavra de Deus está na origem do matrimônio (cf. Gn 2, 24) e que o próprio Jesus quis incluir o matrimônio entre as instituições do seu Reino (cf. Mt 19, 4-8), elevando a sacramento o que originalmente estava inscrito na natureza humana. « Na celebração sacramental, o homem e a mulher pronunciam uma palavra profética de doação recíproca: ser “uma só carne”, sinal do mistério da união de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 31-32) ».285 A fidelidade à Palavra de Deus leva também a evidenciar que hoje esta instituição encontra-se, em muitos aspectos, sujeita a ataques pela mentalidade corrente. Perante a difundida desordem dos sentimentos e o despontar de modos de pensar que banalizam o corpo humano e a diferença sexual, a Palavra de Deus reafirma a bondade originária do ser humano, criado como homem e mulher e chamado ao amor fiel, recíproco e fecundo. Do grande mistério nupcial deriva uma imprescindível responsabilidade dos pais em relação aos seus filhos. De fato, pertence à autêntica paternidade e maternidade a comunicação e o testemunho do sentido da vida em Cristo: através da fidelidade e unidade da vida familiar, os esposos são, para os seus filhos, os primeiros anunciadores da Palavra de Deus. A comunidade eclesial deve sustentá-los e ajudá-los a desenvolverem a oração em família, a escuta da Palavra, o conhecimento da Bíblia. Por isso, o Sínodo deseja que cada casa tenha a sua Bíblia e a conserve em lugar digno para poder lê-la e utilizá-la na oração. A ajuda necessária pode ser fornecida por sacerdotes, diáconos e leigos bem preparados. O Sínodo recomendou também a formação de pequenas comunidades entre famílias, onde se cultive a oração e a meditação em comum de trechos apropriados da Sagrada Escritura.286 Os esposos lembrem-se de que « a Palavra de Deus é um amparo precioso inclusive nas dificuldades da vida conjugal e familiar ».287 Neste contexto, quero evidenciar as recomendações do Sínodo quanto à função das mulheres relativamente à Palavra de Deus. A contribuição do « gênio feminino » – assim lhe chamava o Papa João Paulo II288 – para o conhecimento da Escritura e para a vida inteira da Igreja é hoje maior do que no passado e tem a ver com o campo dos próprios estudos bíblicos. De modo especial, o Sínodo deteve-se sobre o papel indispensável das mulheres na família, na educação, na catequese e na transmissão dos valores. Com efeito, elas « sabem suscitar a escuta da Palavra, a relação pessoal com Deus e comunicar o sentido do perdão e da partilha evangélica »,289 como também ser portadoras de amor, mestras de misericórdia e construtoras de paz, comunicadoras de calor e humanidade num mundo que demasiadas vezes se limita a avaliar as pessoas com os critérios frios da exploração e do lucro.
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284 JOÃO PAULO II, Exort. ap. Familiaris consortio (22 de Novembro
de 1981), 49: AAS 74 (1982), 140-141.
285 Propositio 20.
286 Cf. Propositio 21.
287 Propositio 20.
288 Cf. Carta ap. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988),


Da EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
VERBUM DOMINI
DO SANTO PADRE BENTO XVI
AO EPISCOPADO, AO CLERO ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E AOS FIÉIS LEIGOS
SOBRE A PALAVRA DE DEUS NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA

30 de setembro de 2010

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http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20100930_verbum-domini_po.pdf

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sete Hábitos para um Casamento Feliz


A festa de casamento em Caná espelha a situação da humanidade, especialmente no matrimônio. Muitas vezes nos encontramos entre extremos: entre a falta e a abundância, entre a fraqueza e a glória, especialmente no que concerne ao amor.

O Evangelho de Caná sublinha a importância das jarras de água. O Senhor faz com que essas jarras sejam importantes, porque o milagre ocorre através delas, mesmo sendo apenas objetos comuns. O milagre do vinho em Caná é uma transformação, não uma criação do nada, e Nosso Senhor realiza esse milagre através do trabalho do homem. Dessa passagem do Evangelho eu gostaria de delinear sete bons hábitos de um casamento feliz:

1. Tragam alegria para o cônjuge

Em um casamento feliz, cada esposo é um dom para o outro, não um peso ou uma fonte de sofrimento. Isso parece ser relativamente simples, mas na vida prática do dia a dia, pode ser bem difícil. Pergunte a si mesmo: “O que eu faço e o que eu falo são uma fonte de alegria para meu(minha) esposo(a)?” Devemos tentar encarnar o amor benevolente.
(...)



2. Mantenham rituais prazerosos, e tradições de amor e amizade

Costumes, rituais e gestos de amor fortalecem um relacionamento, porque os gestos suscitam sentimentos de amor, e selam as intenções. Isso começa com a maneira de ser bem-vindo. Se um marido chega em casa de noite, e primeiramente cumprimenta o cachorro, e então se volta para o computador e a televisão, para só depois cumprimentar a esposa com um “O que tem para comer hoje?”, claramente ele não está mantendo um contato profundo.
(...)

3. Falem abertamente e honestamente um com o outro

Um casal feliz cria um espaço seguro onde podem ser quem realmente são; onde podem, sem medo, verbalizar seus sentimentos, seus desejos, suas expectativas, seus problemas, suas frustrações, e tudo que têm no coração. Que graça é ser aceito pelo outro na própria fraqueza!
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4. Sejam habilidosos nos problemas difíceis, e espertos na comunicação

Em certos casos, casais felizes encontram maneiras inteligentes de discutir assuntos em que podem discordar entre si, de modo que conseguem resolver juntos os problemas. Eles criam um equilíbrio na comunicação, de modo que um fala enquanto o outro escuta, e depois de um certo tempo trocam, enquanto o outro fala, o primeiro escuta.
(...)


5. Fiquem sempre "ligados" um no outro

Pode-se dizer que se deve sempre estar “ligado” com o outro, e não se “desconectar” um do outro. Casais felizes sempre encontram novas maneiras de parmanecer emocionalmente conectados um com o outro. Fique ligado! Isso cria a verdadeira intimidade.
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6. Deixem que a vida em comum seja inspirada por uma visão comum

Casais felizes enriquecem seu relacionamento mantendo planos juntos, compartilhando grandes projetos um com o outro, e se adaptando continuamente aos mesmos objetivos. No seu ícone da Trindade, Adrei Rublev retrata as Três Pessoas face a face uma com as outras, em uma conversa. A conversa na “mesa” da Trindade Santa gira em torno da salvação do mundo. A conversa na “mesa” dos casais deve ser a salvação do mundo também, com ações concretas que transbordam dessa discussão. Juntos, o casal pratica atos de misericórdia: visitar os doentes, ajudar uma família enlutada, ou cozinhar para uma mãe depois do nascimento de seu primeiro filho.
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7. Mantenham a oração em comum

A oração conecta as pessoas com Deus e umas com as outras. A oração nos abre para uma proximidade ainda maior com Deus, e nos lembra que nosso relacionamento terreno não nos dá a plenitude última: casais felizes sabem que estão rodeados de transcendência, e isso torna os limites desse mundo e de seu relacionamento suportáveis. A experiência dos limites do amor pode então ser até uma ajuda, mais um degrau para descobrir aquele amor que é infinito, que sempre está presente, que sempre perdoa, que suporta todas as coisas, que é eterno.

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Trechos traduzidos de: (leia o artigo todo em):
http://www.loveoneanothermagazine.org/pg/en/worthy_to_read/the_seven_habits_of.html

Dias Modestos

Um blog bacana com dicas legais para as meninas:

http://diasmodestos.blogspot.com/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lições do Coração - Os perigos do coração

por Mercedes Malavé Gonzáles

Como se reconhece um apego? Por que podem causar sofrimento ao coração? O amor verdadeiro é o que nos move à generosidade, enquanto o amor egoísta é o que nos aprisiona em nós mesmos, porque almeja uma posse desordenada e injusta do ser amado. O desejo de possuir marca uma distinção fundamental entre o amor de doação e o amor egoísta.


Um coração generoso permanece aberto, relaciona-se com as coisas e com as pessoas de um modo livre, usufrui delas porque reconhece o bem que existe em cada uma, porém jamais se fecha a outros seres. Pelo contrário, continua disposto a conhecê-los e amá-los. Esta é a chave do desprendimento interior.

Um coração fechado em si mesmo é aquele que se engana pensando que ama, por se manter na contemplação do ser amado, quando na realidade o está contemplando não pelo bem que tem em si mesmo, mas pela satisfação pessoal que experimenta ao contemplá-lo. Ao invés de expandir-se, o coração tende a reduzir-se em grande velocidade, e nascem as obsessões às pessoas e às coisas, o que demonstra uma cegueira e um estreitamento dos horizontes existenciais, das possibilidades de conhecer e amar. Tal é o confinamento em si mesmas que as pessoas acabam reduzindo tudo à sua própria conveniência e interesses. E as obsessões, se não se tenta controlá-las, acabam sufocando a própria personalidade. Este é o efeito causado pelas paixões desordenadas, os vícios, as ideologias. São as cadeias do ódio, da mentira, dos preconceitos e dos complexos.

(...)

As feridas do coração: as rupturas, o abandono, a solidão, são seguramente ocasiões de ouro, graças às quais podemos decidir se queremos fazer crescer e fortalecer o coração, ou se nos deixaremos arrastar pelas ondas de obsessões, rancores e ressentimentos. Para fugir delas, entretanto, não basta manter-se estável e sereno, deixando o tempo passar, sem nos preocuparmos muito com os assuntos que causam sofrimento à alma. Esta atitude, fria e distante de si mesmo, nem sempre é possível, e além do mais não funciona a longo prazo. É preciso aprender a desabafar.

Leia o artigo na íntegra: http://www.portaldafamilia.org.br/artigos/artigo722c.shtml