Por Crystalina Evert
Eu me lembro de estar sentada no banheiro, esperando com angústia para ver se estava grávida. Aqueles sessenta segundos pareceram uma eternidade! “Negativo! Graças a Deus!”.
Oito anos depois, e recentemente casada, meu marido estava presente quando eu fiz o mesmo teste. Vimos que tinha dado positivo, e choramos juntos de alegria. Que diferença faz o sacramento do matrimônio!
No colégio ficava apavorada ao fazer testes de gravidez. A experiência me deixava “amedrontada” por uns tempos, mas então voltava para as mesmas coisas. Por causa do medo, comecei a usar a pílula, e depois injeções. Eu sentia que parte de mim estava morrendo. Eu suponho que quando desrespeitamos nosso corpo em um relacionamento, deixamos de cuidar de nosso corpo também em outros sentidos. Começamos até mesmo a agir contra nossos corpos. É como se começássemos a nos separar de nossos corpos.
Ali estava eu, dezesseis anos de idade, e perfeitamente saudável, mas tomando medicação para me tornar sexualmente disponível. As substâncias me faziam ter náuseas, ficar triste, depressiva e inchada. Lembro-me que ficava me perguntando várias e várias vezes, “Porque estou fazendo isso comigo mesma?”. Eu sabia que não era por causa de mim, mas ainda assim não conseguia respostas. Só havia confusão e trevas. Meu namorado não me ajudava muito, dizendo, “Ah, tente só mais um pouco de tempo. Você vai ficar bem”. Em outras palavras, “Não me importo se você está machucando seu corpo. Se eu posso ter sexo sem responsabilidade, tudo está maravilhoso”. As empresas que fabricam esses medicamentos de controle de natalidade dizem que é tudo liberalizante, mas na verdade uma descrição mais adequada seria “escravizante”.
A contracepção não apenas lhe faz voltar-se contra seu próprio corpo, mas ela também causa ressentimento com relação aos homens em geral. Você já ouviu uma garota zangada dizendo, “Os rapazes não têm idéia do que é ter dezesseis anos e ter que fazer um teste de gravidez”? É verdade: os rapazes provavelmente agiriam de forma diferente com relação ao sexo se fossem eles a ficarem grávidos.
Por outro lado, nenhum homem jamais saberá o que é seu corpo se tornar um tabernáculo da vida. A fertilidade de uma mulher é uma bênção, não uma maldição. A MTV, e muitas revistas para garotas tentam nos fazer acreditar que a gravidez é uma espécie de doença. Eles promovem indefinidamente injeções, adesivos e pílulas para nos esterilizar.
Eles nunca nos falam toda a verdade sobre o controle de natalidade: o risco aumentado de câncer de mama (1), que a pílula e a injeção muitas vezes causam abortos quando o bebê tem apenas uma semana de vida sem que a mãe nunca venha a saber (2). Eles frequentemente nos dizem que precisamos da pílula por razões médicas, sem nos dizer que normalmente há outras alternativas (3).
Às vezes, o controle de natalidade “falha”, por qualquer motivo, e a mulher se encontra grávida e sentindo-se abandonada e sozinha. Mas, mesmo que você esteja grávida fora do casamento, a gravidez sempre é um dom. Embora pareça assustador agora, saiba que Deus tem uma razão para tudo. Procure ajuda e viva a gravidez.
Infelizmente, muitas mães jovens são encorajadas pela sociedade a tirar a vida do bebê, como meio rápido de resolver as coisas. A clínica poderá dizer que será apenas um tecido a ser removido, para que você possa voltar à vida normal. Mas onde estarão eles daqui a três anos, quando chegar o dia que seria o do aniversário do bebê, e você se encontrar chorando muito por ele não estar ali?
Se você está na pílula, deixe-a de lado, e use o auto-controle ao invés dela. Se você já está grávida, procure ajuda e guarde a vida de seu bebê, não importa o que os outros disserem, seja quem for. Se você já sofreu um aborto, Deus lhe oferece um oceano de misericórdia. Volte-se para Ele na oração e no sacramento da reconciliação.
De hoje em diante, decida viver uma vida pura. Vivendo a pureza, você estará amando seu corpo, amando seus futuros filhos, amando seu futuro marido, e mais importante de tudo, amando seu Deus.
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(1) cf. Chris Kahlenborn, MD, et al., “Oral Contraceptive Use as a Risk Factor for Premenopausal Breast Cancer: A Meta-analysis”, Mayo Clinic Proceedings 81:10 (October, 2006): 1290-1302; Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer, “Breast cancer ans hormonal contraceptives: collaborative reanalysis of individual data on 53,297 women with breast cancer and 100,239 women without breast cancer from 54 epidemiological studies,” Lancet 347 (June, 1996): 1713-1727; World Health Organization, “IARC Monographs Programme Finds Combined Estrogen-Progesteron Contraceptive and Menopausal Therapy are Carcinogenic to Humans”, International Agency for Research on Cancer, Press Release 167 (July 29, 2005).
(2) Cf. Physicians Desk Reference, 2414, 2626, 2411; Larrimore, et al., “Postfertilization Effects of Oral Contraceptives and Their Relationship to Informed Consent”, Archives of Family Medicine 9 (2000): 126-133.
(3) Visite www.naprotechnology.com ou pesquise no Diretório NFP (Natural Family Planning) em www.omsoul.com.
Trecho do livro “Pure Womanhood”, de Crystalina Evert. San Diego, Ed. Catholic Answers, 2008.
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