quinta-feira, 19 de março de 2009

A camisinha não é a solução para a AIDS

O Papa Bento XVI encontra-se em viagem à África. Hoje ele está em Camarões. Durante o vôo, Sua Santidade respondeu a perguntas de jornalistas sobre vários assuntos. Entre eles, a questão da AIDS. Corretamente, o Papa lembrou que a solução para o problema da AIDS não está na distribuição de preservativos (camisinhas), mas na promoção de uma cultura de castidade - abstinência antes, e fidelidade durante o casamento. Como era de se prever, alguns personagens da cena política internacional estão dizendo que o Papa está "se tornando um problema", ou que "está sozinho". Nada mais irreal. Quem está certo é o Papa, é a Igreja. Na verdade, em muitos países africanos onde houve uma distribuição maciça de preservativos, o nível de infecção do HIV, ao contrário do esperado, só aumentou. Veja o artigo abaixo, sobre o caso de Uganda, um país africano que decidiu investir na promoção de uma cultura de castidade, e viu seus índices de infecção despencarem em uma década.
Daniel Pinheiro

Uganda vencendo a batalha contra a AIDS – usando a abstinência

Por Sarah Trafford

Uganda pode estar a caminho de vencer a AIDS usando os valores bíblicos da castidade e da fidelidade, é o que mostra um estudo da Universidade de Harvard. De acordo com o estudo, a educação para a abstinência mostrou efeitos significativos na redução da AIDS no país, com o nível de infecção por HIV caindo 50% entre os anos de 1992 e 2000.

A nação do leste africano está causando um grande impacto com a revelação de que a epidemia de AIDS pode ser revertida. Assolada por infecções de AIDS desde os anos 70, Uganda alcançou um miraculoso sucesso através de uma estratégia de prevenção que faz uso da abstinência. A promoção da abstinência através da mídia, programas de rádio e educação sexual nas escolas resultou em uma queda gradual e contínua dos níveis de infectados com HIV.

“Uganda é um dos países que atribuem grande importância à promoção da abstinência entre jovens” disse Ahmed Ssenyomo, ministro conselheiro da Embaixada de Uganda, em um discurso para a Conferência Africana para os Jovens, sobre abstinência.

Quando o programa começou, no final dos anos 80, o número de mulheres grávidas infectadas com o HIV era de 21,2%. Em 2001, o número era de 6,2%. O estudo da Universidade de Harvard também mostrou que os adultos estão diminuindo as relações de risco: entre as mulheres com mais de 15 anos, as que reportaram possuir muitos parceiros sexuais caiu de 18,4% em 1989 para 2,5% em 2000.

Essa ênfase em abstinência no programa governamental de Uganda é única. Em outras nações com alto grau de infecção em AIDS, tais como Zimbábue e Botswana, os preservativos (camisinhas) têm sido promovidos como a solução para a crise de infecções. Em Botswana, 38% das mulheres grávidas eram soropositivas no ano passado, contrastando com apenas 6,2% das mulheres em Uganda.

Muitos responsáveis por programas de combate à AIDS rejeitam a abstinência como potencial estratégia de prevenção, apesar de todas as evidências de que a promoção da abstinência e da fidelidade reduziram os casos de AIDS em Uganda na última década.

“Milhões e milhões de jovens estão tendo relações sexuais”, disse Paulo Teixeira, diretor do programa de combate à AIDS do Brasil, na 14ª Conferência Internacional de AIDS. “Não podemos falar sobre abstinência. Não é real”.

A abstinência é geralmente negligenciada enquanto potencial método de prevenção. Há muito tempo se pensa que a promoção dos preservativos e de iniciativas de “sexo seguro” seria a resposta para a escalada da AIDS. Ao invés de encorajar as pessoas a controlar seus impulsos, essas iniciativas tentaram oferecer maneiras mais “seguras” de exercitar sua libido. Entretanto, em muitos países africanos os preservativos não são vistos com simpatia. Há uma variedade de lendas urbanas que circulam em algumas regiões, dizendo que os preservativos seriam ferramentas de “limpeza étnica”, ou que na verdade eles é que transmitem o vírus HIV (Durante a Guerra Fria, a KGB soviética espalhou a “desinformação” de que os estados Unidos teriam “criado” o vírus da AIDS para matar os africanos).

A iniciativa da abstinência em Uganda vai muito além daqueles que já estão mantendo relações sexuais – ela começa com a educação e a promoção de um programa de abstinência para jovens chamado “True Love Waits” (O verdadeiro amor espera). Trinta mil jovens ugandenses estão atualmente envolvidos no programa. Lançada em Uganda em 1994, True Love Waits foca na abstinência até o casamento como maneira de prevenir todas as consequências adversas associadas com as atividades sexuais extra-maritais.

“Incentivar o casamento, a monogamia e a abstinência, atrasando o início da atividade sexual, desencorajando a promiscuidade e o sexo casual, reduzindo o fornecimento e a demanda de drogas ilegais ou oferecendo tratamento para viciados em droga... essas são as abordagens absolutamente mais efetivas para reduzir o risco do HIV” disseram o deputado republicano Mark Souder, de Indiana, e seis outros membros do Comitê Americano da Reforma Governamental, em uma carta às Nações Unidas.

Os Estados Unidos e outros países começaram a acolher a promoção da abstinência como modo de prevenção contra a AIDS. As Nações Unidas recentemente divulgaram que a AIDS exterminará metade da população em alguns países africanos. Em Uganda, o sol está começando a brilhar por entre as nuvens das mortes por AIDS – e está brilhando cada vez mais forte.
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Sarah Trafford. "Uganda Winning the Battle Against AIDS — Using Abstinence." Culture and Family Institute (July, 2002).
Este artigo foi reproduzido de “Culture and Family Institute”. Culture and Family Institute é afiliado de “Concerned Women for America” E-mail: mail@cultureandfamily.org

A autora
Sarah Trafford trabalha no “Culture & Family Institute”; é formada em Ciências Políticas pela Universidade de Wooster, Ohio, EUA.
Copyright © 2002 Culture and Family Institute

Disponível em inglês no site Catholic Education Resource Center

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