quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Testemunho da esposa de um viciado em pornografia e masturbação

A pornografia tem sido um tormento para nós há muito tempo. Meu marido teve contato com pornografia por mais de 31 anos, desde os cinco anos de idade. Quando estávamos namorando, eu tinha alguma idéia de seu vício sexual, mas não inteiramente. Eu rezava e pensava que esse vício iria para depois de nos casarmos. O inimigo de Deus nos pega nos pontos fracos. Em mim, ele inspirou desconfiança, desespero, e me fez julgar meu marido, o odiar a ele, não a seus pecados, negando relações conjugais sempre que descobria seus “segredos”. Meu marido também tinha problemas com masturbação. A pornografia e a masturbação são uma combinação maligna que sufoca a mente, o coração e a alma.

Nossa família é uma entre as milhões de outras famílias católicas afetadas pela pornografia. Meu marido caía nas suas tentações surfando na internet quando eu não estava por perto, e muitas vezes de noite, enquanto eu dormia. Ele tinha a desculpa de estar trabalhando, e o computador ficava em uma sala isolada. Eu estava exausta de noite. Ainda ficava algum tempo com ele, mas dormia antes dele terminar de mexer no computador. Quando ficava com raiva dele, deixava de lhe dar carinho ou atenção. Meu marido passa noites acordado na internet vendo sites pornográficos e se masturbando, baixando vídeos e fotos. Depois do trabalho, ia em lojas que vendiam ou alugavam livros e vídeos pornográficos. Às vezes pegava o histórico de sites pornográficos que ele visitava e o confrontava. Eu ficava extremamente irada com ele. Mas ele continuava com seu vício sexual, mesmo depois de ter nascido nosso terceiro bebê.

Durante todo esse tempo, eu constantemente me culpava, pensando no que tinha falhado com meu marido, ou que era incapaz de manter minha aparência física, que não era atraente, ou que não tinha rezado o suficiente por ele ou não tinha ajudado o suficiente. Em nossas brigas, ele dizia que a culpa era dele, que era um vício. Ele chegou a pedir desculpas depois. Cheguei a culpar a Deus por tudo.

Nossa recuperação espiritual começou em dezembro do ano passado. Instalei um programa que grava os sites visitados e os conteúdos de natureza pornográfica. Mas não gravava e-mails ou chats. Meu marido descobriu isso, e um dia Deus misericordioso me revelou que meu marido ainda estava mergulhado em seu vício sexual. Tivemos que desinstalar o programa por conta de um defeito no computador. Um vez meu marido entrou em inúmeros sites pornográficos enquanto estava lavando a roupa, a apenas dois metros dele. Quando fui perguntar alguma coisa para ele, ele rapidamente desligou a internet. Eu desconfiava do que ele estava fazendo, então pedi para ele fazer uma coisa, e então procurei o histórico de sites que ele tinha visitado. Eu sabia que ele não tinha tido tempo de apagar o histórico. Peguei ele de novo. Eu me desesperei, falei o nome de Deus em vão, palavras sujas saíram de minha boca para meu marido. Falei que, se não fosse católica, já teria pedido o divórcio. Estava furiosa. Falei que não queria que ele me tocasse nunca mais. Falei que se ele quisesse satisfazer suas “necessidades”, que procurasse qualquer pessoa, menos eu.

Saí de casa e dirigi até uma Igreja que tinha adoração perpétua. Chorei em frente ao tabernáculo do Santíssimo Sacramento por quase duas horas. Estava com raiva de Deus, por Ele permitir que isso acontecesse comigo. Quanto mais eu perguntava a Ele o que fazer, mais Ele me dizia para perdoar meu marido e o ajudar. Depois que saí da adoração, não podia acreditar no que Deus tinha me dito. Dirigi, e dirigi, e dirigi, até ficar exausta, e chegar em casa às três da manhã. Meu marido tinha adormecido no nosso quarto... no chão. Chutei suas pernas para que ele acordasse, e tivemos outra discussão. Mas eu não queria a separação, então falei para ele que, por causa de nossas crianças, seria compreensiva e tentaria ajudá-lo. Meu marido começou a chorar incontrolavelmente. Ele admitiu que não queria me preocupar ou magoar, e por isso não contava como era difícil para ele lutar contra o vício. Ele pensava que podia conseguir superar sozinho, sem minha ajuda. Ele não tinha percebido que seus pecados poderiam levar a me perder. Ele chorou dizendo que não queria me perder. Ver meu marido chorando, inconsolável, e ver seu verdadeiro remorso fizeram meu coração amolecer. Naquele momento, Deus falava no meu coração de novo... perdoe. Senti-me impelida a ir para a cozinha, pegar uma bacia de água e uma toalha. Eu me ajoelhei em frente de meu marido e comecei a lavar os seus pés. Enquanto as lágrimas rolavam pela minha face, falei para meu marido que estava ali para lhe servir. Pedi, por favor, para que pudesse ajudá-lo com suas lutas. Naquele momento, Deus me deu a graça de perdoá-lo. Admiti que não seria capaz de confiar nele por um tempo, mas estaria ali com ele, lutando essa luta espiritual.

Veja, meu marido não é o único pecador aqui. Eu também sou. Alguns anos antes, havia pecado. Embora meu marido tenha cometido adultério comigo em sua mente, eu cometi adultério fisicamente, como retaliação pela sua falta de vontade de sair do pecado. Passei alguns anos sem confessar esse pecado. Estava fazendo um sacrilégio comungando sem merecer. Depois eu me confessei, e até me arrependo muito, e preciso me perdoar. Um dia tive coragem de contar para meu marido, e ele me perdoou, dizendo que não tinha direito de me julgar, pois ele era mais pecador, comparado comigo.

Decidimos montar um plano. Tínhamos que agir com radicalidade, para cortar esse mal pela raiz, nos livrando de qualquer ocasião de pecado. Jogamos fora todo material, vídeos, CD’s, livros, fotos, e qualquer coisa que tivesse qualquer conteúdo sexual. Cortamos a TV a cabo. Ainda temos TV, mas ela é usada para assistir canais cristãos, programas para toda a família etc. Temos água benta em nosso quarto e na sala. Muitas vezes no dia benzemos um ao outro, nossas crianças e a casa toda (antes de dormir) com água benta. Começamos a ir para a Missa diariamente, de acordo com o que a agenda permitia. Se não, as meninas e eu vamos para a Missa e consagramos todo sacrifício da comunhão pela cura do vício sexual de meu marido, pela pureza de sua mente, coração, corpo e alma. Recebemos o sacramento da reconciliação regularmente. Rezamos diariamente juntos como família. Isso tem trazido muitas graças, especialmente rezando o terço. Instalamos programas de monitoramento no computador. Fiz para meu marido um cartão com a oração de Santo Agostinho e com a imagem de Jesus crucificado. Ele leva na carteira, para ajudar nos momentos de tentação. Quando saímos para nos divertir em algum lugar, eu e meu marido incluímos uma passagem pela adoração como parte de nosso programa. Meu marido passou a ter um amigo católico de nossa capela, que passa pelos mesmos problemas. Sempre que aparece a tentação, eles encontram suporte um no outro. Pra concluir, o mais importante, nos procuramos preencher nossas mentes com pensamentos santos.

Quando eu e meu marido olhamos para o passado, percebemos que nada teria sido possível sem a graça de Deus. Rezamos pelas famílias que sofrem com a armadilha da escravidão da pornografia. Espero que meu testemunho como esposa de um viciado em pornografia possa converter e tocar muitos corações. Nunca perca a esperança... Que Deus possa abençoar todos, e contem com minhas orações.

São José, rogai por nós!
Santa Maria, rogai por nós!

TM

Traduzido e adaptado do site: Porn no More