Métodos naturais de planejamento familiar (Regulação Natural da Procriação)
Por Prof. Humberto L. Vieira
Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família
Membro da Pontifícia Academia para a Vida
Consultor do Pontifício Conselho para a Família
Enquanto os métodos artificiais causam efeitos colaterais provocando, muitos deles, o aborto na fase inicial da vida humana, além de sérias implicações éticas e morais, os métodos naturais não têm inconvenientes e são mais eficazes que aqueles. Estimulam o conhecimento mútuo do casal, incentivam o respeito dos cônjuges e unem os esposos.
No caso dos usuários dos métodos artificiais a maior responsabilidade pelo controle de nascimentos recai sobre a mulher, enquanto os métodos naturais permitem que o casal compartilhe a responsabilidade pelo espaçamento dos filhos.
O homem é fértil durante todo o tempo, desde a puberdade até a morte. Já a mulher só é fértil 24 horas durante seu ciclo menstrual. Teoricamente só um dia, durante um mês, a mulher pode engravidar. Como o espermatozóide pode ficar no corpo da mulher (na vagina ou no colo do útero) por 3 ou 4 dias aguardando o momento de fertilizar o óvulo, por segurança, o período fértil se estende por 5 a 7 dias.
A Igreja defende o planejamento familiar (regulação natural da procriação) com os métodos naturais que respeitam a integridade física do ser humano e a cumplicidade do casal na preservação da espécie humana. Esses métodos são científicos e de comprovada eficácia: método da ovulação (Billings), método da temperatura basal e o método da tabelinha (Knaus-Ogino).
A “tabelinha” muitas vezes é tomada como único método natural, pelos defensores do métodos artificiais. Isso porque esse método é baseado no período menstrual e apenas 20% das mulheres têm o ciclo menstrual regular. Pelo fato de ser um método falho para a maioria das mulheres, os defensores dos métodos artificiais citam apenas esse método, com sendo o único método natural, dizendo que o método natural não funciona e que falha. Raramente citam os demais métodos, (da ovulação e da temperatura basal), fazendo crer aos menos avisados que os métodos naturais não são aplicáveis às mulheres que não têm ciclo menstrual regular. Outros denominam a “Tabelinha” de “Método do Colar” por usar um colar de contas para orientar os dias férteis da mulher. Esse método é válido apenas para as mulheres que têm um ciclo menstrual regular.
Já o método da ovulação, também conhecido pelo nome de seus descobridores, o casal de médicos australianos, John e Evelyn Billings tem uma eficácia comprovada, pela Organização Mundial de Saúde, de 98%, superior à pílula anticoncepcional cuja eficácia se situa entre 96% e 97%.
A natureza é sábia. Assim como um grão de milho ou de feijão, só dá origem a um nova planta quando a terra está molhada, também a mulher só dá uma nova vida quando está presente o muco cervical (está molhada).
O método da ovulação se baseia nas transformações naturais do corpo da mulher. Consiste, basicamente, na observação, pela mulher, do muco cervical. O muco é produzido no colo uterino e constitui uma espécie de barreira natural. Quando ele se torna líquido e flexível desce pela vagina e é sentido pela mulher. Inicialmente é úmido e pegajoso depois se torna elástico (3-5cm), muito elástico (5-10cm), regride e some. O muco é semelhante a clara de ovo. O espermatozóide é então alimentado e se movimenta, graças ao muco. Quando a mulher está com sensação de secura no decorrer do ciclo, antes e depois do muco, não é fértil.
Uma outra maneira de detectar os dia férteis encontra-se em fase de pesquisa: é o “Método do Cristal”, também baseado no muco cervical. Por esse método a mulher colhe o muco cervical e coloca numa lâmina. Se o muco ao secar se cristaliza a mulher se encontra no dia fértil. Ainda não é muito segura a aplicação desse método pela possível interferência de infecções, corrimentos etc. Espera-se, no futuro, que as pesquisas e experimentos venham a consagrar esse método com o um dos mais eficazes. Alguns aparelhos que usam essa metodologia encontra-se no mercado com nomes diversos: PG-53, Donna, Baton da Fertilidade, etc.
Há um outro método natural que é baseado na observação da temperatura corporal da mulher. É o chamado “método da temperatura basal”. O método da temperatura basal indica o período fértil quando a temperatura da mulher é alterada para maior. A temperatura basal é a temperatura mais baixa e estável do corpo, obtida após um período de total repouso. Geralmente pela manhã, antes de se levantar, o corpo humano tem a temperatura mais baixa durante o dia.
Diferentemente do homem, a mulher tem uma temperatura bifásica (uma fase alta e uma fase baixa). A ovulação (período fértil) se dá quando a temperatura se eleva.
Observando os diversos métodos de planejamento familiar natural (regulação natural da procriação) os cientistas japoneses, após 6 anos de pesquisa, desenvolveram o termômetro eletrônico L-Sophia para o planejamento familiar (regulação natural da procriação). É capaz de detectar com muita precisão os dias férteis a mulher. Consta de um despertador, de um termômetro acoplado a um processador e de teclas para introduzir algumas informações como: dia da menstruação, chegada do muco cervical, febre etc. Esse aparelho utiliza os dados dos 3 métodos naturais e tem uma eficácia de 99,2%. Tanto serve para espacejar os nascimentos como para obter uma gravidez.
A medida da temperatura é sub-lingual e os demais dados (muco cervical, menstruação etc) são introduzidos no aparelho com o toque em uma tecla. O L-Sophia indica outras situações do estado de saúde da mulher. Atualmente é a melhor tecnologia existente no mundo para o planejamento familiar natural (regulação natural da procriação).
O L-Sophia é capaz de detectar uma gravidez com 21 dias, muito antes da mulher suspeitar que está grávida.
Há vários outros aparelhos à venda no mercado, muitos ainda em fase de pesquisa e de testes.
O casal que decide pelo método natural deve ser acompanhado por um outro que já pratique um desses métodos (ovulação ou temperatura basal) para que aprenda bem utilizá-lo.
CONCLUSÃO
Os métodos naturais de planejamento familiar (regulação natural da procriação), admitidos pela Igreja, têm sua eficácia cientificamente comprovada.
Apenas informações sobre os métodos não habilita o casal a praticá-los. É necessário um acompanhamento por algum tempo (3 a 6 meses) para que o usuário aprenda bem a usar o método.
O uso do método natural de planejamento familiar (regulação natural da procriação) une o casal uma vez que exige o diálogo e o entendimento entre os esposos.
Bibliografia
01 - Sexualidade Humana - Verdades e Significado - Orientações educacionais em família, documento do Pontifício Conselho para a Família, encontrado em livrarias católicas.
02 - Método da Ovulação - John e Evelyn Billings - Edições Paulinas
03 - Carta às famílias
04 - Carta dos Direitos da Família
05 - Familiaris consortio
06 - “Boletim Informativo” e “apostilas” publicadas pela PROVIDAFAMÍLIA.
07 - “Os Fatos da Vida”, de Brian Clowes. Obra com mais de 500 folhas, tradução da Associação Nacional Pró-vida e Pró-família.
(Conferência proferida na cidade de Luziânia, GO, em 07.05.00)
Fonte: site "Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família"
*NOTA: Introduzimos o termo "Regulação Natural da Procriação" a fim de reforçar a diferenciação dos métodos naturais de regulação da procriação (abstinência periódica), aceitos pela Igreja, do chamado "Planejamento Familiar" não-natural, feito com métodos artificiais, e que não é aceito moralmente pela Igreja Católica.
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