quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Como perdoar a si mesmo pelos erros do passado

PERGUNTA: Eu já me confessei, mas não consigo me perdoar pelo que fiz. Como posso superar os sentimentos de arrependimento, e esquecer as más experiências?

RESPOSTA: Como você já deve ter percebido, o pecado deixa cicatrizes profundas no coração. Durante esse tempo difícil em que você talvez não queira nada mais do que seguir em frente e se sentir perdoado, não se esqueça dos seguintes comentários.

Pense na história do filho pródigo. Ele retornou para casa de seu pai e disse, “Eu pequei contra o céu e contra ti; não sou mais digno de ser chamado teu filho” (Lucas 15, 21). Olhe para a reação do pai. Ele correu ao encontro do filho, o vestiu com as melhores roupas, colocou anel nos seus dedos, o acolheu de braços abertos, e fez uma festa. O filho parou de se lamentar e aceitou o amor misericordioso do pai. Ele não saiu da celebração, mas permitiu que seu pai se alegrasse com sua volta. A alegria do pai envolveu o filho. Essa parábola não apenas nos fala da misericórdia de Deus, mas também nos mostra como aceitar seu perdão. Podemos sentir como se nossos pecados nos fizessem indignos de ser um filho de Deus, mas quando nos arrependemos o Pai nos olha nos olhos e vê sua própria vida em nós. Ele vê seu próprio Filho em nós.

Entretanto, é verdade que as feridas sexuais levam tempo para cicatrizar. Seja paciente e não se maltrate. Todos nós temos que nos reconciliar com partes de nosso passado que desejaríamos apagar. Somos todos pecadores, e a obra de restauração de Deus só acontece com o tempo. Enquanto ele trabalha para te curar, esses sentimentos de remorso podem aparecer na superfície.

Em certo sentido, perdoar a si mesmo pelos próprios erros é similar a perdoar alguém que te machucou. O perdão não necessariamente significa que você não vai mais sentir dor. Nas palavras do Catecismo da Igreja Católica: “Não está em nosso poder não sentir ou esquecer uma ofensa; mas o coração que se oferece ao Espírito Santo transforma a injúria em compaixão e purifica a memória transformando a dor em intercessão” (1). A dor que você sente devido a suas próprias falhas pode ser transformada do mesmo jeito. As más lembranças e cicatrizes dos pecados que retornam à mente podem ser usadas como meio de curar o passado.

E porque o passado às vezes dói, nós tentamos suprimir as memórias e trancá-las em um lugar de nossa mente onde elas parem de nos atormentar. Mas há uma maneira melhor. Quando as dores do passado pesarem no seu coração, pegue essas dores e as ofereça como oração por todos aqueles que se sentem feridos por experiências passadas – incluindo você. Quando acontecerem os “flashbacks”, lembre-se de oferecer uma prece pela cura.

No devido tempo, Deus vai curar o passado, e você não vai pensar tanto nele. Deixe que Deus realize sua obra. Sua tarefa é pedir seu perdão e permanecer junto a Ele. Não entre em desespero, pensando que Deus não lhe ama mais por causa de algum erro seu. Olhe para Rahad no Antigo Testamento. Ela foi uma prostituta que se voltou para Deus, e Jesus foi um descendente dela.

Perceba também que Deus quer te purificar não só por causa de você, mas também por aqueles que você vai levar a Deus. O Senhor poderá fazer com que você e seu passado possam servir para alcançar e curar outros que estão passando pelas mesmas dificuldades que você passou. Escute a voz de Deus se ele te chama a ajudar outras pessoas no apostolado da pureza, de uma maneira ou de outra. Ao evangelizar outras pessoas desse modo, você vai ganhar um novo senso de plenitude e paz. Você verá com seus próprios olhos que Deus pode escrever certos por linhas tortas.

Também é bom reconhecer que viver na pureza em futuros relacionamento vai ajudar a curar o passado. As relações, com certeza, podem trazer cura, não medo. Para levar os relacionamentos na direção certa, não namore rapazes que vão te levar pra baixo, nunca deixe seus valores, e não espere por um momento íntimo para anunciar ou decidir pelos seus valores.

Finalmente, lembre-se que o perdão não é um sentimento. Algumas vezes os sentimentos de consolação estão presentes, mas quando eles não estão, precisamos acreditar que Deus já nos perdoou. Sua misericórdia é uma dádiva livre de um bom Deus. Graças a Deus, por causa da morte e ressurreição de Cristo, a dívida de nossos pecados já foi paga, e estamos livres para chamar Deus de “Abba”, Pai.

Nas palavras de João Paulo II, “Não somos a soma de nossas fraquezas e falhas; nós somos a soma do amor do Pai por nós”. (2). Portanto, nunca se esqueça que você merece repousar em Deus, e que de fato Ele te ama.
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1. Catechism of the Catholic Church 2843.
2. Closing Mass, WYD, 2002



Adaptado de: Pure Love Club

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