segunda-feira, 6 de abril de 2009

Se uma garota sofre um estupro, o melhor para ela é fazer um aborto?

Há alguns anos atrás, na antiga Iugoslávia, um grupo de soldados entrou em um convento e estuprou uma freira chamada Irmã Lucy Vertrusc. Ela ficou grávida por conta do estupro. Irmã Lucy teve que encarar uma decisão: mantenho a criança, cuja face será um ícone do homem que me violentou? Ela escolheu a vida, e disse, “Eu serei mãe. A criança será minha e de ninguém mais... Alguém tem que começar a quebrar a cadeia de ódio que tem sempre destruído nossos países. E, portanto, ensinarei à minha criança apenas uma coisa: o amor. Essa criança, nascida de uma violência, será, junto comigo, uma testemunha de que a única grandeza que dá honra a um ser humano é o perdão” (1). Ela sabia que o bebê não merecia a pena de morte por causa do crime que seu pai cometeu.

Mulheres que abortam crianças que foram concebidas por estupro geralmente dizem que levou mais tempo para se recuperar do aborto do que do estupro. Quando uma mulher é estuprada, será que já não é suficiente a dor emocional que ela já tem? Será que ela vai se sentir mais reconfortada se o sofrimento do estupro é acrescido com a culpa de saber que ela tirou a vida de seu filho? Será que ela já não foi violada o suficiente? Essa é a hora que ela precisa ser amparada e imersa no amor, de modo que se possa tirar algum bem da tragédia do estupro.

O aborto não causa apenas profundos danos emocionais para uma mulher. Pesquisadores descobriram que ter um aborto diminui a expectativa de vida de uma mulher. Seu corpo não consegue lidar com o trauma de terminar uma gravidez assim de modo não-natural e violento. Pesquisas mostram que, se uma garota abaixo de 18 anos tem um aborto de um bebê com mais de oito semanas de vida, a chance da mãe desenvolver câncer de mama aumenta 800 por cento (2).

Outros riscos advindos com o aborto incluem a laceração do colo do útero, perfuração do útero, embolia pulmonar, choque circulatório, necessidade de histerectomia (retirada do útero), edema cerebral, coma, convulsões, falha dos rins, doenças inflamatórias da pélvis, esterilidade, um aumento de 50 por cento na possibilidade de um futuro aborto espontâneo, um aumento de 200 por cento na possibilidade de gravidez ectópica (gravidez que ocorre na trompa de falópio e que é de alto risco), e morte da mãe (3). Isso não é jeito de se tratar uma mulher que já sofreu o suficiente por causa do estupro.
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(1) Irmã Lucy Vertrusc, carta à superiora religiosa. Como reportado em Going the Distance, Envoy, Janeiro-Fevereiro 2000, 7.
(2) Kahlenborn, Breast Cancer, 22.
(3) Wilson, Love & Family, 298-305.


Trecho do livro “If you really loved me”, de Jason Evert. San Diego: Catholic Answers, 2003. pg. 176-177.

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