Por Chris Chris Kahlenborn, MD
e Ann Moell, MD
Questões éticas
Todos os métodos de controle de natalidade são esforços para separar a relação sexual da procriação. Essa separação incentiva relações sexuais que são muito mais fracas que o casamento tradicional – “ficas”, co-habitação, adultério e relações com vários parceiros. Essas relações corroem a sociedade levando a divórcios, gravidez inesperada, aborto, crianças com um só dos pais, abusos e pobreza. As consequências do controle de natalidade claramente demonstram um impacto não saudável, anti-cultura e anti-vida, que preocupam por questões éticas. O uso de controle de natalidade é como o comer não saudável intencional, sem valores nutritivos, comer só pelo prazer. Uma dieta não saudável irá causar a morte. De modo similar, uma “dieta” de controle de natalidade mata os relacionamentos.
A “pílula”
A pílula de controle de natalidade é usada por mais de 10 milhões de mulheres nos Estados Unidos, e cerca de 4 milhões delas possuem menos de 25 anos (1). A pílula consiste em uma combinação de dois tipos de hormônios artificiais chamados estrógenos e progesterona. Ela funciona inibindo a ovulação e a movimentação do espermatozóide, e mudando a espessura do interior do útero da mulher (chamado endométrio), de modo que, se a mulher venha a conceber, ela venha a ter um aborto precoce (pois o embrião não consegue se fixar ao endométrio).
Questões éticas: Estima-se que uma mulher sexualmente ativa ira ter ao menos um aborto precoce por ano, se estiver usando a pílula (2). Tanto os grupos pró-aborto quanto os grupos pró-vida sabem que a pílula causa abortos precoces (3).
Efeitos colaterais: A pílula de controle de natalidade aumenta em mais de 40% o risco de câncer de mama, se for tomado por uma mulher antes de ter seu primeiro bebê (4). Esse risco aumenta 70% se a pílula for usada por mais de quatro anos antes do primeiro filho da mulher (5). Outros efeitos colaterais que as mulheres sofrem incluem aumento da pressão sanguínea, formação de coágulos de sangue, acidente vascular cerebral (AVC), infarto, depressão, ganho de peso e enxaquecas. Diabéticas que tomam a pílula podem ter aumento nos níveis de glicose (açúcar). Algumas mulheres que param de tomar a pílula não conseguem voltar a ser férteis (ter ciclos menstruais) por um ano, ou mais. Embora a pílula diminua o risco de câncer no ovário e alguns tipos de câncer no útero, ela aumenta os riscos de câncer de mama, de fígado, e cervical (4). Pelo menos três estudos observaram que o vírus da AIDS é transmitido mais facilmente em mulheres que estão tomando a pílula, se seus parceiros possuem o vírus (6, 7 e 8).
A “injeção” e hormônios injetáveis
Comumente conhecido como “injeção”, o Depo-provera, um hormônio de longa ação, é injetado no músculo a cada três meses. Funciona diminuindo a ovulação, inibindo o movimenta do esperma e mudando revestimento do útero. Norplant é outro hormônio em forma de tubos, que é colocado sob a pele, e deixado lá por até cinco anos.
Questões éticas: Ao mudar o revestimento uterino, esses medicamentos podem causar abortos precoces quando ocorre uma concepção. Mulheres que usam Norplant provavelmente irão ter mais de um aborto a cada ano, já que a mulher ovula – na média – em mais de 40% dos ciclos quando está usando Norplant (9). Depo-Provera também pode causar os mesmos problemas, por ser um hormônio do mesmo tipo (que simula a progesterona).
Efeitos colaterais: Os resultados de dois estudos em escala mundial mostraram que as mulheres que tomam Depo-Provera por dois anos ou mais antes dos 25 anos têm uma chance pelo menos 190% maior de desenvolver câncer de mama (10). Além disso, Depo-Provera pode reduzir a densidade óssea, e piorar os níveis de colesterol. Um estudo descobriu que as mulheres que receberam hormônios que simulam a progesterona (normalmente Depo-Provera) por pela menos 5 anos tiveram a chance de contrair câncer cervical aumentada em 430% (11). Inúmeros estudos mostraram que as mulheres que recebera, progestinas injetáveis possuem maior risco de contrair o vírus da AIDS se o parceiro estiver infectado, e em um dos estudos o aumento do risco foi de 240% (12). Norplant, que foi desenvolvido depois do Depo-Provera, teve menos pesquisas, mas pode levar aos mesmos riscos. Mais de 50 mil mulheres entraram com ações judiciais contra o fabricante de Depo-Provera, citando reclamações de homorragias irregulares, cicatrizes, dores musculares e dores de cabeça (13).
Outros hormônios contraceptivos
Os mesmos hormônios artificiais usados na pílula, no Depo-Provera e no Norplant são encontrados em uma variedade de outros sistemas, como o emplastro, a “pílula do dia seguinte”, a injeção mensal “Lunelle”, dispositivos intra-uterinos e outros. Há mais tipos em desenvolvimento. Muitos são tão novos que seus efeitos colaterais ainda não foram estudados. Eles usam a mesma química da pílula, e espera-se que apresentem os mesmos efeitos. Todos os hormônios anticoncepcionais também podem causar períodos não desejados de infertilidade depois de descontinuado seu uso.
Métodos de barreira física
O preservativo e o diafragma
O preservativo possui uma taxa de falha que é estimada entre 10 a 30% (14). Há muitas razões: rompimento ou escorregamento durante o uso, defeitos de fabricação, e defeitos causados pelo armazenamento e transporte em lugares inadequados, quentes ou muito frios.
Efeitos colaterais: O preservativo não protege adequadamente contra a transmissão do vírus da AIDS. CM Rowland, PhD, editor da revista “Rubber Chemistry and Technology” (Tecnologia e Química da Borracha) diz que fotografias tiradas com microscópios potentes revelam vácuos ou furos que chegam a ser 50 vezes maiores que a partícula do HIV (16).
O diafragma
O diafragma é um método de barreira, e portanto, teoricamente não causa aborto precoce. Ao menos um estudo mostrou que as mulheres que usam métodos de barreira como o diafragma ou o preservativo, o a interrupção do ato sexual, têm um aumento de 137% no risco de desenvolver pre-eclampsia (17). Pre-eclampsia é uma complicação que afeta algumas mulheres grávidas, uma síndrome de alta pressão sanguínea, retenção de fluidos e danos aos rins, que pode levar a convulsões ou ao coma. É teorizado que a exposição ao esperma masculino tem um papel de proteção contra a preeclampsia.
Espermicidas
Um espermicida é um agente que é feito para matar os espermatozóides, geralmente vendido como gel. A síndrome do choque tóxico tem sido associada ao espermicida (18). Um pesquisador mostrou que os casais que usam certos espermicidas experimentaram duas vezes mais chance de deficiências no nascimento, e duas vezes mais chance de aborto espontâneo.
Dispositivo intra-uterino (DIU)
É um aparato em forma de T, feito de plástico. Um médico o insere no útero. Funciona irritando o revestimento do útero e obstruindo a passagem dos espermatozóides.
Questões éticas: Quando a concepção ocorre com o DIU colocado, ele pode evitar a implantação, ou destruir o novo embrião, causando aborto precoce (20).
Efeitos colaterais: Incluem perfuração no útero, que pode levar à histerectomia (retirada do útero), e infecções. O uso do DIU está relacionado com maiores incidências de inflamção pélvica de gravidez ectópica (20), que é aquela onde a criança não nascida se implanta em outro local que não o útero, normalmente nas trompas de falópio. De acordo com Rossing e Daling, dois pesquisadores importantes, mulheres que usam o DIU por três anos ou mais têm duas vezes mais chance de ter gravidez ectópica. Esse risco continuou alto por muitos anos depois de retirado o dispositivo. O DIU também pode causar dores, câimbras, dor no ato sexual e nos ciclos menstruais e infertilidade.
Esterilização permanente
Ligação de trompas e vasectomia
A esterilização cirúrgica tenta conseguir a esterilidade permanente fechando as trompas de falópio da mulher ou os vasos deferentes do homem.
Efeitos colaterais: A ligação nem sempre impede a concepção. Quando a concepção ocorre, está associada com incidência muito maior de gravidez ectópica (22), que, como foi falado, é a maior causa de morte em mulheres grávidas. Além do mais, mulheres que se submetem à ligação podem experimentar complicações da anestesia ou da cirurgia, que podem vir dos pontos, de sangramentos ou entrada de dióxido de carbono no abdômen (23). Mulheres que passaram pela ligação experimentam uma síndrome de sangramento vaginal associado com dores no baixo ventre (24). Geralmente há diminuição da libido, e maior risco de histerectomia depois da ligação. É comum haver profundo arrependimento depois da esterilização.
Cerca de 50% dos homens que fazem vasectomia desenvolvem anti-corpos contra o próprio esperma (25). Em essência, seus corpos reconhecem o próprio esperma como “inimigo”. Isso pode levar a maior incidência de doenças auto-imunes. Muitos estudos mostraram que os homens que fazem vasectomia têm maior chance de desenvolver câncer de próstata, especialmente 15 a 20 anos depois da cirurgia (26, 27, 28 e 29), embora outro estudo não tenha achado relações (30).
Opções sábias
A melhor opção para antes do casamento é a abstinência. Os óbvios benefícios incluem maior auto-respeito, liberdade dos riscos de inúmeras doenças, economia monetária, e nenhuma chance de ser surpreendido por uma gravidez.
Dentro do casamento deve-se notar que a abertura a ter crianças traz muitos benefícios médicos. Cada criança que a mulher dá à luz reduz o risco de câncer de mama, alguns cânceres do útero, e câncer do ovário.
Planejamento Familiar Natural ou Regulação Natural da Procriação
A Regulação Natural da Procriação (RNP) é um método totalmente natural através do qual os casais podem controlar sua fertilidade. Nele uma mulher determina quando está fértil ou infértil observando a consistência de seu muco cervical (outras possibilidades incluem o monitoramento da temperatura basal da mulher, que muda no período fértil). A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez muitas pesquisas em larga escala que mostraram que nesse caso a gravidez indesejada aconteceu somente em 0,3 a 3% dos casos, o que é uma taxa tão boa quanto qualquer outra forma de contracepção, exceto a esterilização. Um estudo muito grande envolvendo cerca de 20 mil mulheres na Índia mostrou uma taxa de gravidez indesejada de menos de 0,3% (32).
Alguns benefícios óbvios da RNP é que é virtualmente sem custo, e não há aumento no risco de câncer. Casais que usam a RNP possuem uma taxa de divórcio menor que 5% (33) – muito menor que a média nacional, de cerca de 50%.
Para mais informações sobre a Regulação Natural da Procriação, ou “Planejamento Familiar Natural”:
Billings Ovulation Method Assn. - www.Boma-usa.org
The Couple to Couple League - www.ccli.org
Family of the Americas Foundation - www.familyplanning.net
Institute for Natural Family Planning - www.mu.edu/nursing/NFP
Natural Family Planning International - www.nfpandmore.org
Northwest Family Services - www.nwfs.org
One More Soul NFP Center - www.OMSoul.com
Pope Paul VI Institute - www.popepaulvi.com
United States Conference of Catholic Bishops - www.usccb.org/prolife/issues/nfp
REFERÊNCIAS:
(1) Faust JM. Image change for condoms. ABC News Report. [Internet E-mail]. 6/8/97. Back
(2) Kahlenborn C. “How do the pill and other contraceptives work?” Breast Cancer, Its Link to Abortion and the Birth Control Pill. Dayton, OH: One More Soul; 2000; 315-335. Back
(3) Alderson Reporting Company. Transcripts of oral arguments before court on abortion case. New York Times. April 27, 1989; B12. Back
(4) Kahlenborn C, et al. “Oral Contraceptive Use as a Risk Factor for Premenopausal Breast Cancer: A Meta-analysis” Mayo Clinic Proceedings. 2006: 81(10):1290-1302Back
(5) Romieu I, Berlin J, et al. Oral contraceptives and breast cancer. Review and meta-Analysis. Cancer. 1990; 66: 2253-2263. Back
(6) Allen S. et al. Human immunodeficiency virus infection in urban Rwanda. JAMA. 1991; 266: 1657-1663. Back
(7) Simonsen et al. HIV infection among lower socioeconomic strata prostitutes in Nairobi. AIDS. 1990; 139-144. Back
(8) Mati et al. Contraceptive use and the risk of HIV in Nairobi, Kenya. Inter. J. of Gyn. and Ob. 1995; 48: 61-67. Back
(9) Croxatto HB, Diaz S, et al. Plasma progesterone levels during long-term treatment with levonorgestrel silastic implants. Acta Endocrinologica 1982; 101: 307-311. Back
(10) Skegg DCG, Noonan EA, et al. Depot medroxyprogesterone acetate and breast cancer [A pooled analysis of the World Health Organization and New Zealand studies]. 1995; JAMA: 799-804. Back
(11) Herrero et al. Injectable contraceptives and risk of invasive cervical cancer: evidence of an association. Int. J. of Cancer. 1990; 46: 5-7. Back
(12) Ungchusak et al. Determinants of HIV infection among female commercial sex workers in northeastern Thailand: Results from a longitudinal study. J. of Ac. I. Def. Syn. and H. Retro. 1996. 12: 500-507. Back
(13) Taylor D. Spare the Rod. The Guardian ( U.K.) March 12, 1996; 11. Back
(14) Collart D. Biochemistry & Molecular Biology. Condom failure for protection from sexual transmission of the HIV-a review of the medical literature. 5393 Whitney Ct., Stone Mountain, GA 30088. Back
(15) Rahwan R. Chemical Contraceptives, Interceptives and Abortifacients, 1995. College of Pharmacy, Ohio State University. Back
(16) Rowland CW., The Washington Post (letter) June 25, 1992. Back
(17) Klonoff-Cohen HS et al. An epidemiologic study of contraception and preeclampsia. JAMA. 1989; 262: 3143-3147. Back
(18) Faich G et al. Toxic shock syndrome and the contraceptive sponge. JAMA. 1986; 255: 216-218. Back
(19) Jick et al. Vaginal spermicides and congenital disorders. JAMA. 1981; 245:1329-1332. Back
(20) Ortho Pharmaceutical. Description of Paraguard. Physician Desk Reference. 1997: 1936-1939. Back
(21) Ibid. Back
(22) Gaeta TJ et al. Atypical ectopic pregnancy. Am J Emer Med. 1993; 11: 233-234. Back
(23) Dunn HP, Unexpected Sequellae of Sterilization. International Review of Natural Family Planning, 1:4 (Winter, 1977) 318. Back
(24) Townsend DE et al. Post-ablation-tubal sterilization syndrome. Obstet Gynecol. 1993; 82: 422-424. Back
(25) Rosenberg et al. Vasectomy and the risk of prostate cancer. American J. of Epidemiology. 1990; 132: 1051-1055. Back
(26) Giovannucci E et al. A prospective cohort study of vasectomy and prostate cancer in US men. JAMA. 1993; 269: 873-877. Back
(27) Giovannucci E et al. A retrospective cohort study of vasectomy and prostate cancer in US men. JAMA. 1993; 269: 878-882. Back
(28) Hayes RB et al. Vasectomy and prostate cancer in US Blacks and Whites. American J. of Epidemiology. 1993; 137: 263-269. Back
(29) Rosenberg L et al. Vasectomy and the risk of prostate cancer. American J. of Epidemiology. 1990; 132: 1051-1055. Back
(30) John EM et al. Vasectomy and prostate cancer: results from a multiethnic case-control study. JNCI. 1995; 87: 662-669. Back
(32) Ryder RE. “Natural Family Planning”: Effective birth control supported by the Catholic Church. BMJ. 1993; 307: 723-6. Back
(33) Kippley JF, Kippley SK. The Art of Natural Family Planning (Fourth Edition). Couple to Couple League, Cincinnati, USA, p. 245.Back
_____________________________________
Traduzido do site “One More Soul”
http://www.onemoresoul.com/contraception-side-effects.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O envio de comentário constitui aceitação de publicação.
Todos os comentários passam por moderação.
Comentários podem ser rejeitados por decisão do blog.
Os comentários publicados não necessariamente expressam a opinião do blog.