sexta-feira, 13 de março de 2009

Será que os rapazes não querem uma garota que vive na pureza???

Nunca esquecerei o dia que ele foi embora pela última vez. Tudo que pensei foi: “Esse cara está saindo com algo que, em primeiro lugar, nunca pertenceu a ele, e eu nunca vou conseguir ter isso de volta”.

Eu tinha 15 anos, e pensava, como todo meu coração, que era amor. Ele disse que, se eu o amava mesmo, então que mostrasse para ele. E eu mostrei. Mas já fazia muito tempo que ele não queria mais gastar tempo comigo; ele só gastava tempo com meu corpo. Depois disso, comecei a pensar: “Bem, não sou mais uma virgem, então por que esperar ainda pelo casamento? Já é tarde demais para mim”. A partir daí, um relacionamento seguiu-se a outro e a vários, enquanto eu procurava o amor perfeito.

Toda mulher deseja amor, mas muitas de nós ficaram machucadas e desistiram do negócio verdadeiro. Começamos a dizer para nós mesmas que o amor não existe ou que não o merecemos. Mas saiba que o amor existe e nós o merecemos!

A verdade é que seu desejo por amor existe porque essa é a maneira que Deus te fez. Você foi feita para ser amada; Ele quer que você tenha amor, e Ele irá mostrar o caminho para o amor, se você deixar.

Você vai ter quantos homens quiser?

“É legal estar com ela agora, mas nunca a traria para casa para casar com ela e ter filhos”. Já ouviu isso antes? Está cheio de rapazes querendo meninas fáceis agora, mas eles querem um anjo quando seu estágio “selvagem” tiver passado. Então as garotas sentem-se sempre sem sorte: ceder ao que os rapazes querem, ganhar atenção agora, e acabar descartada; ou permanecer pura e ter medo de ficar sozinha pelos próximos dez anos. Muitas meninas decidem ficar em cima do muro, e no final o que conseguem é se sentir tanto usadas quanto sozinhas.

Qual a solução? Uma autora de 24 anos, chamada Wendy Shalit, falava sobre os conselhos de suas amigas: “Você vai ter quantos homens quiser na vida, seu corpo não é tão ruim, seu rosto não é tão feio, você vai ver, você vai ver... Você vai se dar muito bem no mercado. Confie em nós. Talvez você só precise de uma saia mais curta, pare de se esconder, pare de levar as coisas tão a sério, e você vai ver como os homens vão...” Nesse momento ela não ouviu mais, sua mente rodava com esse negócio de “você vai ter muitos homens”. Isso era um elogio, ou uma sentença perpétua? O que ela disse? “Bem, obrigado pela generosa oferta, mas eu posso não aceitá-la?”.

Essa mulher sabia o que seu coração desejava, e ela não ia ceder por pouca coisa. No que diz respeito aos nossos padrões, vamos conseguir alguém do nível que nós mesmas estabelecermos.

Então, pergunte-se, “Eu sou uma garota ‘só para agora’, ou eu sou uma garota ‘pra vida toda’”? Qual o rapaz que gostaria de uma garota que vive a pureza? Todos gostariam. O problema é que muitos deles não querem ser puros. Então, não ceda por causa desses que não querem. Nunca tema o fato de um rapaz deixar você, caso você não queira ceder favores sexuais. Deixe, sim, que ELE tenha medo de perder VOCÊ, caso ele não saiba respeitá-la.

Trecho do livro “Pure Womanhood”, de Crystalina Evert. Ed. Catholic Answers, San Diego, 2008.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Aprendendo a ser humano – Conclusão

Por Christopher West

A Teologia do Corpo é um claro chamado para a Igreja, não para que ela se torne mais “espiritual”, mas para que se torne mais “encarnacional”. É um chamado para permitir que a Palavra do Evangelho penetre em nossa carne e em nossos ossos. Quando essa encarnação do Evangelho acontece em nós, não vemos a doutrina da Igreja sobre moralidade sexual como um conjunto opressivo de regras, mas como o fundamento de um ethos (uma ética) de libertação, um chamado a experimentar a redenção de nossos corpos, um chamado para redescobrir naquilo que é erótico o significado original da sexualidade, que é o próprio significado da vida. E esse é o primeiro passo a se tomar para renovar o mundo.

Como afirma João Paulo II, o chamado de homem e mulher para formar uma comunhão de pessoas “é o substrato mais profundo da ética e da cultura humanas” (22 de Outubro de 1980). Portanto, a dignidade e o equilíbrio da vida humana “dependem, a cada momento da história e em cada ponto geográfico de longitude e latitude, em ‘quem’ ela será para ele, e ele para ela” (8 de Outubro de 1980). Em resumo, uma cultura que não respeita a verdade sobre a sexualidade está condenada a ser uma cultura que não respeita a verdade sobre a vida; está condenada a ser uma cultura de morte.

É por isso que João Paulo II fez da Teologia do Corpo o primeiro projeto catequético de seu pontificado. No coração da Nova Evangelização, no coração da construção de uma civilização do amor e de uma cultura da vida, está o casamento e a família. E no coração do casamento e da família está a verdade sobre o corpo e a sexualidade.

Que possamos viver e proclamar isso. Se o fizermos, não falharemos em renovar a face da terra!

Trecho do artigo “An Education in Being Human”, de Christopher West, disponível no site Theology of the Body.net

quarta-feira, 11 de março de 2009

Aprendendo a ser humano – Uma batalha pelo significado da vida

Por Christopher West

Se, como ensina João Paulo II, o corpo – e ele sozinho basta para isso – é capaz de nos comunicar o mistério do amor de Deus; e se há um inimigo de Deus que quer nos afastar do amor de Deus – onde, então, ele atacaria? Tertuliano, o Santo Padre da Igreja, diz que satanás trabalha contra o plano de salvação de Deus plagiando os sacramentos. E qual sacramento melhor para começar a atacar, então, do que o “sacramento primordial”?

O objetivo de satanás é confundir a linguagem dos nossos corpos. E olhe como ele tem tido sucesso. Quantas pessoas, por exemplo, pensam que o corpo e o dom da sexualidade são os últimos lugares para se encontrar a presença de Deus?

Há muita coisa em jogo no nosso insucesso em compreender a linguagem de nossos corpos. Como disse João Paulo II, isso obviamente é importante “com relação ao matrimônio”. Entretanto, é “igualmente essencial e válido para a compreensão do ser humano em geral” (15 de Dezembro de 1982). A Teologia do Corpo é, na verdade, de acordo com João Paulo II, a base da educação mais adequada sobre o que significa ser uma pessoa humana (ver 8 de abril de 1981). Sim, a batalha em nossa Igreja e em nosso mundo sobre a moralidade sexual não é nada menos do que uma batalha pelo próprio significado da existência humana.

Portanto, a Teologia do Corpo não deve ser considerada apenas como uma disciplina (assunto) dentre muitos no escopo geral da doutrina Católica. Novamente, de acordo com o Santo Padre, o que aprendemos refletindo sobre as palavras de Cristo acerca do corpo em sua criação e redenção “é, de fato, a perspectiva de todo o Evangelho, de todo ensinamento, na verdade, toda a missão de Cristo” (3 de Dezembro de 1980).

Trecho do artigo “An Education in Being Human”, de Christopher West, disponível no site Theology of the Body.net

terça-feira, 10 de março de 2009

Aprendendo a ser humano – Um novo contexto para a moralidade sexual

Por Christopher West

Os insights originais de João Paulo II trazem todo um novo contexto para a compreensão do ensinamento da Igreja sobre sexualidade, particularmente seu ensinamento contra os anticoncepcionais (a contracepção). Na verdade, esse é o elemento central, o pivô de toda a moralidade sexual. Tão logo se retira da união sexual sua ligação inerente com a procriação, qualquer meio para atingir o clímax sexual passa a ser justificado (a revolução sexual do século XX certamente demonstrou isso na prática).

Baseado na lógica da Teologia do Corpo, pode-se falar de uma moralidade no relacionamento sexual baseado “na presença ou não das características de um sinal fidedigno” (27 de Agosto de 1980). Toda a moral sexual, portanto, resume-se a essa simples questão: Esse comportamento encarna o amor de Deus ou não?

Para aqueles que foram iluminados pelo Espírito Santo para compreender o “grande mistério” da união nupcial, a contracepção é simplesmente impensável. Espera-se que a união nupcial proclame o mistério da Trindade – de que “Deus é amor que dá vida”. Nesse sentido o Papa diz que a “linguagem do corpo” é profética. Entretanto, um relação intencionalmente esterilizada proclama o oposto. Transforma a “linguagem do corpo” em uma negação específica do amor criador de Deus, fazendo dos esposos “falsos profetas”.

A união nupcial deve também ser um sinal sacramental da união de Cristo com a Igreja. Mas para que os sacramentos realizem realidades espirituais, o físico deve simbolizar com precisão o espiritual. Coloque os anticoncepcionais (a contracepção) nesse pano de fundo e (conscientemente ou não) um casal se engaja em um contra-sinal da união de Cristo com a Igreja. É por isso que um ato conjugal intencionalmente esterilizado nunca pode consumar um casamento – é uma contradição da própria essência do “grande mistério” do sacramento.

Trecho do artigo “An Education in Being Human”, de Christopher West, disponível no site Theology of the Body.net

segunda-feira, 9 de março de 2009

URGENTE – Ainda o caso da menina de 9 anos que engravidou de gêmeos

Em defesa de Maitê Tosta, de Dom José Cardoso Sobrinho e da posição Católica

É impressionante como algumas pessoas teimam em não querer enxergar o óbvio. Haviam três vidas em jogo. Três. E era possível salvar as três. Por ignorância ou por causa da cultura da morte, por causa do mal, - em última instância por causa das obras do demônio – perderam-se duas vidas. Duas. Veja abaixo como era perfeitamente possível ter salvado as três vidas. As três.

Depois que postei aqui a verdade sobre o caso tenho recebido alguns e-mails muito estranhos, como tem acontecido com outros blogs católicos, como pode-se ver no texto abaixo. Deus abençoe a todos.

Extraído do Blog Veritatis Splendor

por Marcio Antonio Campos
Taiguara Fernandes de Sousa, membro do Veritatis Splendor, escreveu um texto comentando as agressões que Maite Tosta, também integrante do VS, vem sofrendo na internet pela defesa que ela fez do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho:
——
A minha caríssima irmã de Apostolado, Maite Tosta, tem sofrido as mais variadas injúrias pela sua Carta de Apoio ao Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, por este ter relembrado que aqueles que praticam e consentem no crime de aborto – dada sua gravidade – incorrem automaticamente, pela lei da Igreja, na excomunhão automática.
Ora, tacharam minha nobilíssima irmã de “demente”, “doente”, “esquizofrênica”, “louca” e outras coisas mais que não vale a pena citar em ambientes de bem e civilidade. Pois gostaria de dizer para estas pessoas que minha nobre amiga nada possui de “demente” ou “esquizofrênica”.
“Demente” e “esquizofrênico” se pode chamar a certas pessoas que são manipuladas pela mídia e, sem a mínima apresentação de prova médica inconteste, creem piamente que a menina de 9 anos corria risco de vida se mantivesse sua gravidez.
“Doente” e “louco” se pode chamar a quem acredita tão categoricamente nos avanços da medicina e não se questiona se nossa medicina (tão avançada, segundo dizem) não poderia acompanhar uma gravidez de risco (como acompanha a muitas mulheres de úteros fracos ou de mulheres anãs, só para citar exemplos que podem ser analogicamente empregados ao caso da menina).
Aliás, nenhuma destas pessoas tem conhecimento, por exemplo, do caso da menina de 11 anos em Iraí (RS), vítima de estupro do qual resultou uma gravidez, e que leva uma gestação normal, com acompanhamento médico, e já está no sétimo mês. Terá os filhos. A família sequer cogitou o aborto dos bebês. Os médicos acompanham cuidadosamente o caso. Talvez ninguém tenha conhecimento deste caso porque, não tendo findado no aborto, ele não serve aos interesses do Governo Federal, das ONGs abortistas e da mídia falaciosa. Tampouco serve para engrossar a mentalidade pobre desta casta de gente seguidora dos modismos e do “politicamente correto”, gente que coloca a moda à frente de valores fundamentais, como a vida e a dignidade da pessoa humana.
Informo ainda mais para este pessoal que usa viseira e só vê o que quer. Já ouviram falar na menina de 9 anos (sim, a mesma idade da garota pernambucana!), uma índia da Amazônia vítima de estupro, que deu à luz a uma criança saudável de 2,2 kg, e que permaneceu viva e saudável após o parto? A equipe médica acompanhou a gravidez e, dando mostra da modernidade de nossa medicina, conseguiu levá-la a termo com uma cesariana sem maiores complicações. Já ouviram falar deste caso? Óbvio que não, pois só ouvem o que querem! Mas, para vocês que dão tanto ouvido à idolatrada mídia, segue a notícia.
No Peru, em Pachitea, outra menina de 9 anos, vítima de estupro, deu também à luz um bebê, com 2,520 kg e 47 cm. Novamente houve acompanhamento médico e psicológico, tudo mostrando como está avançada nossa medicina.
Na cidade de Sapucaia (RJ), uma menina de 11 anos foi vítima de estupro em 1997. O caso ganhou (quem? quem?) a mídia! Ora, os avós até pensaram em abortar a criança, mas desistiram da ideia. A menina deu à luz o bebê, que hoje é criado pelos avós; é uma criança saudável e brincalhona. Quanto à menina, sua mãe, está viva e hoje tem mais duas filhas. Vejam aqui.
E, para finalizar com chave de ouro, conto-lhes, a vocês que tanto se deixam levar pela mídia, o caso de Lina Medina, a mãe mais jovem da história da medicina. Engravidou com 4 anos de idade, vítima de estupro, e teve o filho aos 5 anos. O menino nasceu com 2,7 kg; seu nome era Gerardo. Tanto ele quanto a mãe sobreviveram. Houve acompanhamento médico durante toda a gravidez, o que novamente dá mostras de que a medicina tem condições de acompanhar uma gravidez de risco, sem ser preciso matar a criança para preservar a vida da mãe. E quando foi que tudo isto aconteceu com Lina Medina? Em 1939! SIM! Há 70 anos! Há 70 anos a medicina teve condição de acompanhar e levar a um bom termo uma gravidez de risco, e de uma menina bem mais nova que a garota pernamabucana – repito: Lina Medina deu à luz com 5 anos! e será que hoje, com todos os avanços médicos – a medicina já consegue pôr dois corações num só homem! – esta mesma medicina não é capaz de acompanhar uma gravidez de risco de uma menina de 9 anos e levá-la a bom termo, sem ser preciso matar as crianças?
Indaguem-se isso antes de insultarem quem já se indagou e nota que há objetivos obscuros por trás do abortamento destas crianças!
Indaguem-se isso antes de insultar quem já se perguntou por que nossa tão avançada medicina não poderia acompanhar a gravidez desta menina e levá-la a um bom termo, preservando a vida tanto das crianças quanto da mãe!
Não se deve vir com insultos antes de analisar bem as coisas. Nem se deve deixar manipular antes desta análise que gente inteligente deveria fazer dos fatos.
Ora, este pessoal não segue a razão e vêm chamar a alguém que a segue de “demente”? De “esquizofrênico”?
Por favor! Poupem-nos!
E a estas pessoas que tanto defendem esse aborto e que acham escandaloso ser-lhe contrário, leiam o relato da manipulação que foi feita com os pais da menina pernambucana por parte de ONGs abortistas e de agentes de governo, que queriam, a todo custo, levar a menina a consumar o aborto das crianças; o relato é de uma testemunha ocular dos fatos, que acompanhou tudo, o Padre Edson Rodrigues.
Sugiro a estas pessoas que defendem tão passivamente este aborto e que insultam tão desrespeitosamente a quem lhe é contrário que se perguntem sobre por que agentes do governo e ONGs abortistas usaram de tantos ardis para manipular os pais da menina a aceitarem o aborto: não haverá interesses por trás disto? E não serão esses interesses ideológicos, abortistas? Perguntem-se! Indaguem-se! Raciocinem!
Muita gente tem escrito à Maite dizendo que não vai mais contribuir com a paróquia a que pertence e, se a Igreja Católica prevê realmente a excomunhão em casos de aborto, essas pessoas também desejariam ser excomungadas. A estas criaturas que não conseguem chegar sozinhas a tão simples conclusão, vou lhes dar uma ajuda: ninguém lhes está obrigando a permanecer na Igreja, e se não aceitam os princípios fundamentais da instituição a que dizem pertencer, façam o favor de sair dela. E para isso não precisam mandar os seus dados à Maite para que sejam excomungados (alguns têm feito isso, pasmem!): basta que decidam sair, basta que prestem o importante e valioso serviço de nunca mais mostrarem suas caras repletas de hipocrisia à comunidade realmente católica, que não abre mão dos fundamentos mais basilares de sua religião em prol dos modismos de uma época ou de manipulações midiáticas e governamentais.
Façam o favor de sair, meus caros. Parem de nos importunar e atrapalhar. Façam o favor de sair.
A adesão à fé deve ser livre e voluntária. Ninguém lhes obriga a aceitá-la, nem se pode coagi-lo a tanto.
Então, por favor, se não aceitam o que a Igreja diz, se acham que sua religião tem tantas falhas, prestem-nos o serviço de incomensurável valor de saírem da Igreja a que há muito deixaram de pertencer e só fazem atrapalhar. Façam-nos a grande boa ação de nunca mais nos mostrarem suas caras hipócritas e farisaicas, até que realmente estejam dispostos a seguir os preceitos da religião a que dizem pertencer. Se não estão dispostos, então saiam e parem de nos importunar com sua hipocrisia de proporções tão aberrantes.
E ao senhor que disse que não mais contribuiria financeiramente com sua paróquia, afirmo-lhe: esta Igreja não quer o dinheiro mal oferecido e fedendo a hipocrisia. Há outros lugares que podem aceitar o seu dinheiro hipócrita. Sinta-se à vontade para não mais contribuir com sua paróquia, já que isto lhe faz tanto mal.
Agora, por favor, prestem-nos o grande serviço de não nos importunarem com sua hipocrisia nem nos atrapalharam com suas infantilidades e molecagens.
E parem de, dizendo-se católicos, importunarem com xingamentos e palavras irracionais esta mulher que é verdadeiramente católica, pois sabe o que segue sua religião (e por isso mesmo pode contribuir com sua paróquia sem hipocrisia).

Aprendendo a ser humano – As vocações para viver o amor

Por Christopher West

Apenas compreendendo quem é o homem - originalmente, historicamente, e escatologicamente - é que podemos dizer como o homem deve viver. Em outras palavras, tendo visto uma “adequada antropologia”, a porta está aberta para uma correta compreensão das vocações cristãs do celibato e do casamento.

Aqueles celibatários “para o reino” (Mateus 19, 12) estão escolhendo viver o casamento celestial ainda na terra. De certo modo, eles estão “pulando” o sacramento, e antecipando a coisa real. Fazendo isso, eles se colocam um passo além da história – mesmo ainda dentro da dimensão da história – e declaram ao mundo que o Reino de Deus está aqui (Mateus 12, 28). O celibato cristão autêntico, portanto, não é uma rejeição da sexualidade ou uma diminuição do valor do matrimônio. É uma expressão, já na terra, de seu valor e significado últimos!

Como vocação para a santidade, o casamento deve preparar o homem e a mulher para o céu. Mas para que seja de fato uma preparação adequada para o céu, o modelo deve espelhar exatamente o protótipo divino. A sacramentalidade do matrimônio, portanto, consiste na manifestação do eterno mistério de Deus em um “sinal” que serve não apenas para proclamar esse mistério, mas também para fazê-lo presente nos esposos (ver 8 de Setembro de 1982).

Toda a vida matrimonial consiste nesse sinal. Mas em nenhum outro lugar esse sinal é manifestado mais dramaticamente do que quando marido e mulher se tornam “uma só carne”. Assim como o corpo expressa a alma de uma pessoa, aquele “um só corpo” que os esposos se tornam na relação conjugal expressa a “alma” de sua vida matrimonial. “Na verdade as próprias palavras ‘Eu te recebo como minha esposa – meu marido”, diz o Papa, “só podem ser plenamente cumpridas através da relação conjugal” (5 de janeiro de 1983).

Trecho do artigo “An Education in Being Human”, de Christopher West, disponível no site Theology of the Body.net

domingo, 8 de março de 2009

Obrigado a ti, mulher


“Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do « mistério », à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade.

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta «esponsal», que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.

Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.”

(Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Carta às Mulheres, de 29 de Junho de 1995, nº 2)


Extraído de: TADDEI, Aline Rocha; BRODBECK, Rafael Vitola. Apostolado Veritatis Splendor: A DIGNIDADE E A VOCAÇÃO DA MULHER. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5271. Desde 02/07/2008.

sábado, 7 de março de 2009

URGENTE - O caso da menina grávida de gêmeos - O lado que a imprensa não contou

Recentemente, o caso da menina de 9 anos que foi violentada pelo padastro e ficou grávida de gêmeos chocou o país. Diante do aborto realizado, segundo veremos, contra a vontade inicial da família, e pela própria abominação que é um aborto, o Arcebispo de Olinda e Recife somente lembrou que a Igreja prevê excomunhão automática para quem realiza aborto. Ele não excomungou ninguém. As pessoas que foram responsáveis pelo aborto feito na menina é que excomungaram a si mesmas.

O caso suscitou uma onda de indignação contra a Igreja e contra o bispo mencionado. Espero, com os textos abaixo, que fique bem claro que tudo é enganação, omissão e pura propaganda anti-Católica. Certo está quem está do lado da vida, sempre.

Primeiro apresento a carta do Pe. Edson, de Alagoinha, que conta a verdadeira sucessão de acontecimentos, incluindo tudo que a mídia, propositalmente, omitiu.

Posteriormente, apresento a excelente carta do venerável Pe. Luiz Carlos Lodi, cujas palavras faço serem as minhas próprias, em defesa da vida, e do Arcebispo.

Peço aos leitores que leiam com atenção, e vejam o que a mídia, desonestamente, teima em omitir.

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DEPOIMENTO DO PE. EDSON, EM SEU BLOG

http://padreedson.blogspot.com/

*GRÁVIDA DE GÊMEOS EM ALAGOINHA*
*O lado que a imprensa deixou de contar*

Há cerca de oito dias, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de 9 anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de 13 anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato assim também o entendemos, dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.

O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e sicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.

No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia 2 de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.

Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.

Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.

Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos.

Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.

Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.

Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai
pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez
que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante.
Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A
conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas. Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer.

Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião que se deu na terça-feira, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez.

Um outro encontro de grande importância aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina formos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro também estava presente o pai da criança. Depois de um bom tempo de encontro, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda poderiam ser salvas.

Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Identificou-se e a atendente, sabendo que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.

No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao hospital, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento onde estava a menina, uma balconista chamada Sandra afirmou em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que trata-se de alguém influente na casa. Ficamos a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo risco de morte e que, por isso, deveria ser submetida ao procedimentos abortivos. Como alguém correndo risco de morte pode ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse um paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente? O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai?

Voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.

Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.

Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.

Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um
problema.

Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra desde mesmo Jesus que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo, 10,10). Nisso cremos, nisso apostamos, por isso haveremos de nos gastar sempre. Acima de tudo, a Vida!

Pe. Edson Rodrigues
Pároco de Alagoinha-PE

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CARTA DO PE. CARLOS LODI AO ARCEBISPO DE OLINDA E RECIFE

Prezado Dom José Cardoso Sobrinho

Louvada seja Aquela que nos trouxe o Autor da Vida!

Aqui em Roma, em meio aos estudos de Bioética, desejaria ter mais calma para escrever esta carta de elogio à sua brilhante atuação como pastor diante da Arquidiocese de Olinda e Recife. Temo, porém, pecar por omissão se deixar para depois algo que deveria escrever hoje em apoio à sua defesa da vida de três crianças.

Sim, três são as crianças que o senhor defendeu: uma menina de nove anos, violentada pelo padrasto, e duas crianças gêmeas geradas neste ato de violência.

Em meu trabalho pró-vida, várias vezes deparei-me com casos de adolescentes ou crianças vítimas de estupro. Enquanto as feministas ofereciam aborto, nós, cristãos, oferecíamos acolhida, hospedagem, assistência espiritual e acompanhamento durante a gestação, parto e puerpério.
As crianças geradas em um estupro costumam ser alvo de um carinho especial de suas mães. Longe de perpetuar a lembrança da violência sofrida (como dizem alguns penalistas), o bebê serve de um doce remédio para o trauma do estupro. Podendo doar o bebê após o parto, elas se assustam só de pensar em ficar longe dele. Tremem ao se lembrar que um dia cogitaram em abortá-lo.

O aborto, além de ser uma monstruosidade maior que o estupro, causa um trauma adicional à mulher violentada. A idéia do aborto como "alívio" para o estupro é uma falsidade que deveria ser banida dos livros de Direito Penal.

A imprensa que acusa o senhor teve o cuidado de não revelar como o aborto foi feito. E com razão. Pois enquanto os defensores da vida mostram com alegria a linda criança concebida em um estupro, os abortistas não podem mostrar os restos mortais dos bebês que foram assassinados. Em se tratando de dois bebês de quatro meses, é possível que os médicos tenham feito uma cesariana para extraí-los do ventre materno. E depois? Depois, devem tê-los jogado no lixo, esperando que morressem. Uma cena nada agradável, nem digna de quem professa a Medicina. Os autores desse assassínio precisaram ter o sangue frio de um algoz para olhar nos olhos de suas duas vítimas abortadas. Mas é a pura realidade.

Outro argumento usado pelos abortistas é que a menina-mãe, por causa de sua tenra idade, não poderia levar até o fim a gravidez. Por isso, o aborto seria "necessário" para salvar a vida dela. Evidentemente, como o senhor sabe, tudo isso é mentira. A menina não estava prestes a morrer nem o aborto se apresentava como a "solução". Uma gravidez como a dela exigiria um acompanhamento adequado. Médicos que honrassem o seu juramento fariam tudo para salvar os gêmeos, esperando que eles chegassem a uma idade gestacional em que poderiam sobreviver a uma operação cesariana. Afinal, para que servem as nossas UTIs neonatais?
Talvez os bebês morressem espontaneamente durante a gravidez. Mas os médicos não carregariam a culpa por esse aborto espontâneo.

Aos que levianamente criticam o senhor, defendendo o aborto como meio para salvar a vida da mãe, eu proponho o seguinte caso.

Suponhamos que, de fato, o aborto pudesse "curar" alguém. Façamos de conta que, em alguma hipótese, o aborto seja "terapêutico". Estaríamos diante de um caso semelhante ao de uma mulher que, oprimida pela fome durante o cerco de Jerusalém (ano 70 d.C), matou e devorou o próprio filho recém-nascido. O episódio é narrado pelo historiador Flávio Josefo. O raciocínio é o mesmo. Se a mulher não matasse seu filho, ambos morreriam de fome. Ao matá-lo, pelo menos uma das vidas foi salva.

Quem aplaude o aborto como meio para salvar a vida da mãe, deve, por coerência, aplaudir a atitude desse mulher que matou o filho para salvar a própria vida.

O senhor sabe muito bem - mas há muitos que não sabem e não querem saber - que nunca é lícito matar diretamente um inocente, nem sequer para salvar outro inocente. Por isso, o senhor está de parabéns por ter cumprido sua missão, que não é a de matar, mas a de dar a vida por suas ovelhas.

Permita-me agora referir-me a uma das mentiras que estão sendo apregoadas. A grande imprensa vem apregoando que, no caso da pobre menina de nove anos, o aborto foi legal. Ora, isso é absurdo. Não há aborto "legal" no Brasil, assim como não há furto "legal". Nossa Constituição, que protege o direito à propriedade (por isso, não há furto "legal"), também reconhece a inviolabilidade do direito à vida (por isso não há aborto "legal"). O que os médicos fizeram, aos olhos da lei penal, foi um crime. Ocorre que, nem sempre a pena é aplicada ao criminoso. Há hipóteses, chamadas de "escusas absolutórias", em que a pena não se aplica, embora subsista o crime. Um exemplo típico é o do furto praticado em prejuízo de ascendente, descendente ou cônjuge (art. 181, CP). Quem pratica tal furto (por exemplo, o filho que furta do pai) comete crime. No entanto, por razões de política criminal (como a preservação da intimidade da família) em tal caso o furto não se pune. Analogamente o aborto, que é sempre crime, tem dois casos em que a pena não se aplica: I - se não há outro meio (que não o aborto) para salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido do consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (art. 128, CP).

O médico que pratica aborto em ambas as hipóteses comete crime. A lei não autoriza a praticar o crime, mas pode deixar de aplicar a pena após o crime consumado.
Como, porém, houve crime, faz-se necessário um inquérito policial. A polícia, indiciando os médicos e outras pessoas envolvidas, verificará se de fato foram preenchidos os requisitos para a não-aplicação da pena. Em outras palavras: verificará se a atitude dos médicos, além de ilegal e criminosa, é também passível de sanção penal.

Pode ser que o delegado de polícia chegue, por exemplo, à conclusão - nada improvável - de que o consentimento da mãe da menina foi obtido mediante fraude ou coação. Nesse caso, uma vez comprovada a invalidade do consentimento, a conduta dos médicos se enquadrará no artigo 125 do Código Penal (aborto provocado sem o consentimento da gestante), cuja pena é reclusão de três a dez anos.

Se os genitores da menina gestante foram vítimas de fraude ou coação, será possível ainda acionar judicialmente os médicos requerendo uma reparação civil de danos. Claro que nada repara a perda de duas vidas, nem o trauma sofrido pela menina de nove anos submetida ao aborto, mas uma indenização serviria como meio de advertência para os profissionais da morte.

Escrevo tudo isso para dizer que o senhor está do lado, não apenas da lei de Deus, mas também da lei dos homens. O senhor é digno de aplausos pela Igreja Católica e pelo direito positivo brasileiro.

Peço que o senhor não desanime. Estamos do seu lado. E, mais ainda, o Senhor da Vida está do seu lado!

Os ataques que o senhor sofre por todos os lados, até mesmo por pessoas de dentro da Igreja, fazem-me lembrar o que predisse Jesus: "Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra. Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares" (Mt 10,34-36).

As injúrias, as perseguições, as calúnias, tudo isso que o senhor está fazendo deve ser para nós, não só motivo de dor, mas motivo de grande alegria. Com efeito, assim se pronunciou Jesus na última das bem-aventuranças:
"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus,
pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós" (Mt 5,11-12).

Parabéns, Dom José Cardoso Sobrinho!
Subscreve o seu admirador, pedindo-lhe a bênção.

O escravo de Jesus em Maria,
--
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
http://www.providaanapolis.org.br
"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

Aprendendo a ser humano – O homem histórico e o homem escatológico

Adão e Eva tentados pela serpente no paraíso. De Michelângelo, no teto da Capela Sistina.


Por Christopher West


O Homem Histórico

A entrada em cena da vergonha indica uma mudança radical na experiência da corporeidade. Indica a perda da graça e da santidade. O “homem original” dá lugar ao “homem histórico”, que deve agora lutar contra a luxúria em seu coração.

A luxúria é o desejo erótico despojado do amor de Deus. Portanto, basta olharmos com luxúria para outras pessoas que já teremos cometido adultério em nossos corações (ver Mateus 5, 28). As palavras de Cristo são severas com relação a isso. João Paulo II coloca a seguinte questão: “Devemos temer a severidade dessas palavras, ou, pelo contrário, ter confiança em se conteúdo salvífico, em seu poder?” (8 de Outubro de 1980).

O poder dessas palavras baseia-se no fato de que o homem que as proclamou é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1, 29). Cristo não morreu e ressuscitou dos mortos apenas para nos dar alguns mecanismos para suportar melhor os pecados. Sua morte e ressurreição são eficazes. Elas efetivamente “liberam nossa liberdade da dominação da concupiscência”, como expressou João Paulo II.

Aqui na terra, sempre seremos capazes de reconhecer em nossos corações uma batalha entre o amor e a luxúria. Mesmo assim, João Paulo II insiste que “a redenção do corpo” (ver Romanos 8, 23) já está em curso no homem e na mulher da história. Isso significa que, se abrirmos nossos corpos mais uma vez para o “sopro” do Espírito Santo, poderemos experimentar uma “vitória profunda e real” sobre a luxúria. Nós poderemos, progressivamente, redescobrir naquilo que é erótico aquele significado nupcial do corpo, e vivê-lo adequadamente. Essa libertação do pecado da luxúria e a liberdade que ela nos garante é, na verdade, “a condição de toda vida em comum na verdade” (8 de Outubro de 1980).

O Homem Escatológico

O que dizer sobre a experiência da corporeidade e nosso desejo por união no que se refere ao “eschaton” (últimas coisas, tempos finais)? Não foi Cristo que disse que não iríamos mais nos dar e receber em matrimônio depois da ressurreição (ver Mateus 22, 30)? Sim, mas isso não quer dizer que nosso anseio por união vai se perder também. Significa que vai ser completamente satisfeito! Os sacramentos são meramente sinais terrenos das realidades celestiais. Não necessitaremos mais de sinais que nos apontem para o céu, pois estaremos no céu.

O céu é a eterna consumação do casamento entre Cristo e a Igreja. “Para o homem, essa consumação será a plenitude final da unidade da a raça humana, a qual Deus desejou desde a criação... Aqueles que estiverem unidos com Cristo formarão a comunidade dos redimidos, a ‘cidade santa’ de Deus, a ‘noiva, a esposa do Cordeiro’” (Catec. Ig. Católica, n. 1045). Foi para essa união que fomos criados desde o princípio. É para essa união que a união “de uma só carne” aponta, desde o princípio (ver Efésios 5, 31-32).

Portanto, na ressurreição do corpo nós redescobrimos – em uma dimensão escatológica – o mesmo significado nupcial do corpo no encontro face a face com o mistério do Deus vivo (ver 9 de Dezembro de 1981). “Essa será uma experiência completamente nova”, diz o Papa João Paulo II, mas “não estará de modo algum alienada do que o homem tem participado desde ‘o princípio’, nem mesmo... do significado procriativo do corpo e do sexo (13 de janeiro de 1982).

Trecho do artigo “An Education in Being Human”, de Christopher West, disponível no site Theology of the Body.net

sexta-feira, 6 de março de 2009

A falta de paternidade e a crise na Igreja e no mundo

Uma das causas da crise por que passa o mundo moderno e a Igreja é a quase total ausência de paternidade espiritual que nos assola. Por exemplo, qual foi a última vez que você viu um padre, onde quer que tenha sido, advertir os fiéis de sua paróquia que eles corriam o risco de ir para o inferno caso não confessassem todos e cada um de seus pecados mortais? Sim, pecados mortais como: faltar a Missa aos domingos sem justa causa, usar anticoncepcionais, apoiar políticos que defendem o aborto, usar drogas, ficar bêbado, ver pornografia, nutrir ódio por alguém em seu coração... Enfim... Onde está a paternidade espiritual?

E dado que os abusos litúrgicos figuram entre os piores pecados que se pode cometer, qual foi a última vez que alguém porventura já ouvir falar de algum bispo, em qualquer lugar que seja, punir qualquer padre, por qualquer abuso litúrgico? Então... Onde está a paternidade espiritual???

Nós precisamos de paternidade espiritual! Se os homens que deveriam praticar a paternidade espiritual estão gastando seu tempo praticando “contracepção espiritual”, por assim dizer, eles não poderão e não serão espiritualmente frutuosos. Padres espiritualmente estéreis não podem produzir vocações. Deus nunca muda. Nunca! A tão propagada crise de vocações é uma crise de paternidade!

Vamos agora voltar nossa atenção para considerar o correlato da falta de paternidade na nossa sociedade. Vejamos algumas estatísticas. Crianças que crescem sem pai possuem:

- 8 vezes mais chance de ir para a prisão;
- 5 vezes mais chance de cometer suicídio;
- 20 vezes mais chance de ter problemas comportamentais;
- 20 vezes mais chances de se tornarem estupradores;
- 32 vezes mais chance de se tornarem fugitivos;
- 10 vezes mais chance de abusar de substâncias químicas;
- 9 vezes mais chance de largar os estudos;
- 10 vezes mais chance de contrair AIDS na escola.

Abaixo temos mais algumas estatísticas, obtidas pelo “National Fatherhood Initiative” em uma pesquisa de âmbito nacional nos Estados Unidos (http://www.fatherhood.org/father_factor.asp):

Crianças sem pai representam:

- 72% de todos os adolescentes que cometeram assassinatos;
- 60 % de todos os estupradores;
- 70% de todas as crianças e adolescentes encarcerados;
- possuem 2 vezes mais chance de largar a escola
- são 11 vezes mais propensas a serem violentas;
- representam 3 em cada 4 suicídios ocorridos na adolescência;
- 80% dos adolescentes em hospitais psiquiátricos;
- 90% dos fugitivos.

Ainda uma última estatística. Um estudo da Universidade Duke mostra que, comparadas com as filhas que cresceram em uma casa com pai e mãe, uma garota que cresceu sem pai tem 5 vezes mais chance de perder a virgindade por volta dos 16 anos, se ela passou a viver sem o pai antes de completar 6 anos, e tem 2 vezes mais chance se tiver deixado de viver com ele aos 6 anos.

Portanto, a questão é que estamos vivendo uma crise de proporções bíblicas no que se refere à paternidade espiritual e natural.

Há vários fatores que contribuíram para que se chegasse a esse ponto, porém um fator que comumente tem sua importância subestimada é a guerra. Nunca, na história da humanidade, se perderam as vidas de tantos homens de uma só vez, como nas duas grandes Guerras Mundiais do século XX. Foram mais de 42 milhões de militares mortos no século passado. Isso significa que mais de 40 milhões de potenciais pais ou jovens pais foram enterrados nos campos de batalha. Não foi o único fator que levou a essa situação, mas teve um profundo impacto. Uma pequena história basta para ilustrar esse impacto. Na Inglaterra, em uma manhã de 1917, a diretora de um colégio apresentou-se às alunas perfiladas, e anunciou a elas: “Vim lhes dizer sobre um fato terrível. Apenas uma em cada dez de vocês, garotas, pode esperar se casar. Não estou fazendo adivinhações. É um fato estatístico. Quase todos os homens que poderiam se casar com vocês foram mortos. Vocês terão que trilhar seus próprios caminhos no mundo da melhor maneira que puderem”. Sessenta anos depois, uma dessas estudantes escreveu que essa tinha sido uma das coisas mais certas que tinha ouvido na vida. Apenas uma em cada dez de suas amigas tinha se casado, simplesmente porque não havia homens disponíveis. “Nunca teremos um lar alegre como o que fomos criadas, não teremos maridos, nem crianças, nem a ligação natural entre homem e mulher”.

Então, qual a solução? Há um princípio fundamental da vida espiritual que diz que “a graça aperfeiçoa a natureza”. A graça atua naquilo que somos em nossa natureza. Então, se não temos sacerdotes que agem como homens e pais, se os padres não são realmente pais espirituais, uma grande parte do problema reside no nível da natureza, não no nível da graça. O problema está realmente na natureza. Isso significa que, tanto a crise de paternidade espiritual na Igreja quanto a crise de paternidade na sociedade têm suas raízes na família. Delas é que provêm os homens. Colocando sob outra perspectiva: se temos bons padres que agem como pais, e bispos que agem com autoridade, é porque temos bons pais na família. Se temos uma sociedade ordenada, voltada para Deus, um lugar decente para viver, uma esposa relativamente feliz e crianças bem educadas, e um número significativo de pessoas vivendo em estado de graça, é porque temos bons pais. A solução é: bons pais!

A ordem na família depende do pai. Jesus Cristo veio dar aos homens a possibilidade da redenção, de contar com a graça divina para renovar todas as coisas, inclusive a graça sacramental específica para o homem viver no estado do matrimônio. Tudo isso para que cada pai em cada família possa se conformar com a imagem e o exemplo do próprio Cristo.

Então, o remédio é: bons pais! Talvez isso possa soar como um exagero. Bem, vejamos uma citação de um livro de Steve Woods:

“Milhões de crianças católicas crescem e deixam de ir regularmente à Igreja. Nos Estados Unidos, estima-se que apenas 13% dos jovens entre 18 e 29 anos acreditam que devem obedecer aos ensinamentos formais do Papa”. Ele escreveu isso em 2005, pode já ter piorado. “Na Inglaterra, 92 % dos jovens católicos deixam de praticar sua religião quando terminam os estudos na escola. Na Austrália, pesquisas oficiais da Igreja reportam que 95% dos adolescentes que freqüentam escolas católicas abandonam a Igreja. A cura para esse abandono em massa da Igreja é a figura do pai. Estudos mostram que, se um pai freqüenta a Igreja regularmente, ele transmite um legado permanente para seus filhos. Um estudo na Suíça fez uma pergunta: ‘O que leva a fé de uma pessoa crescer da infância até uma prática e fé religiosas adultas?’. O estudo descobriu que o fator que, de muito longe, importava mais, era a prática religiosa do pai. O pai determina os hábitos religiosos de seus filhos em um grau significativo. E as mães, também não podem fazer isso? Surpreendentemente, o estudo mostrou que, se o pai não vai à Igreja, não importa quanta fé a mãe tenha, apenas 1 em cada 50 jovens irá se tornar um fiel regular. Por outro lado, se o pai vai à Igreja, não importa a prática da mãe, cerca de dois terços a três quartos dos filhos se tornarão fiéis devotos” (Do livro: “Legacy: A Father's Handbook for Raising Godly Children”, de Steve Woods).

Mesmo se essas estatísticas não forem conclusivas, ainda assim é um resultado bastante significativo. Alguns conselhos práticos para os pais.

Pais, por favor, começando no nível da natureza, a não ser que seja impossível, tomem ao menos uma refeição em comum com sua família (almoço, janta), todo dia, e sempre que isso for possível. Seja o pai! Imponha disciplina! Abrace suas pequenas filhas, e gaste tempo com seus pequenos filhos, e coloque em sua agenda diária um tempo para fazer algo regularmente com seus filhos, seja fazer uma caminhada, ir pescar, andar de bicicleta, seja o que for. Gaste tempo com a recreação deles. Descubra algum trabalho para fazer com eles aos sábados de tarde (não aos domingos), e se você não consegue pensar em nada, invente alguma coisa, como por exemplo, pintar a cerca de casa, pintar a garagem, cuidar do quintal... Não se preocupe se as coisas não saírem perfeitas, quem se importa? Você pode refazer depois. Você pode pintar por cima. É apenas um meio para um fim. Você está atualmente preocupado em educar crianças virtuosas, e não em cuidados da casa.

Coma com seus filhos, brinque com seus filhos, trabalhe com seus filhos. Todas essas três coisas. Isso é muito importante, pais! Além disso, você tem que levar uma vida católica com seriedade. Isso não significa ser a cópia de um padre, mas significa viver em estado de graça, obedecer aos Mandamentos de Deus, aplicando as leis de Deus em sua própria casa, ir regularmente para a confissão, ou seja, ser um exemplo de bom católico. Você é o homem no qual as pessoas da casa se espelham! Se você não vai regularmente à confissão e não vive uma boa vida católica, não espere que seus filhos façam isso, pelo menos não por um bom tempo. E também não espere que seus filhos venham passar a eternidade no céu também. Isso pode soar duro, mas é assim que é.

Volte-se para a oração, reze o terço todos os dias! Assegure-se que o resto da família reze o terço todos os dias. Nossa Senhora não estava entediada no céu, imaginando o que estavam fazendo em Portugal em 1917. A Bem-Aventurada Mãe de Deus desceu dos céus e veio nos dar uma mensagem. Quem somos nós para ignorar essa mensagem? Assegure-se que sua família não ignora essa mensagem. Inicie você orações, ao menos quando seus filhos forem dormir, e antes das refeições. Abençoe seus filhos toda noite, antes deles dormirem. A mãe também pode fazer isso. Não são bênçãos sacerdotais, mas são bênçãos verdadeiras. Abençoe seus filhos, e se tiver, também seus netos.

Então, seja um exemplo para sua casa, com uma vida católica virtuosa, confissões regulares, a oração do terço, liderando as orações em casa. E finalmente, quando seus filhos forem pequenos, você pode estabelecer algo como “a hora do papai”, não precisa ser necessariamente uma hora completa, mas também não precisa ser só um minuto. Aos domingos, sente com seu filho, e mostre para ele livros ilustrados sobre a vida e a história de São José, de Nossa Senhora, ou a vida de algum santo, seja o que for. Nós temos as melhores histórias! E você precisa ser o pai que vai transmitir isso aos filhos.

Pais! Se vocês não fizerem isso, quem fará? É para isso que Deus confiou a VOCÊ seus filhos. E você espera ver todos e cada um deles no paraíso. Essa é a sua missão, é por isso que Deus fez de você o chefe da família, para que você os leve para o céu. Você tem, literalmente, uma missão dada por Deus, e que só você pode cumprir. Você tem que ser o PAI. Ninguém mais pode ser por você. Então, a quem você vai imitar? A Adão ou a Cristo?

Transcrição de trecho de palestra em áudio com o título: “Spiritual Fatherhood: The Solution to the Modern Crisis”. Originalmente disponível em:
http://www.audiosancto.org/categories/marriage-and-family.php

O Padre que deu a palestra não pode ser identificado pelos seguintes motivos:
http://www.audiosancto.org/pages/about.php

Link também encontrado em:
http://catholic-dads.blogspot.com/2008/06/audio-spiritual-fatherhood-solution-to.html

e em:
http://catholicaudio.blogspot.com/2008/07/calling-all-dads.html