Pergunta: Se eu confessar meus pecados, serei perdoado? Tenho sido viciado em pornografia e masturbação por muitos anos, e somente hoje percebi a gravidade da situação com relação ao cristianismo! Houve um tempo em que quis parar, e agora saber dessa gravidade me dá muito mais vontade de tentar com mais ardor. Então, se eu procurar a confissão – serei perdoado desses muitos anos de pecado? Se não, quais os outros métodos para me tornar limpo dos meus pecados?
Resposta: O Sacramento da Reconciliação (Confissão) é o meio mais poderoso e eficaz dado à humanidade por Nosso Senhor Jesus Cristo, através do qual podemos limpar-nos de todos os pecados, por mais sérios que tenham sido.
Primeiramente, é importante dizer que a totalidade dos pecados da humanidade, cometidos por todos os séculos da história humana, são insignificantes quando comparadas à infinita misericórdia de Deus.
Nenhum ser humano é capaz de cometer um pecado que seja tão horrendo, tão mau ou sério que esteja além da misericórdia de Deus. Entretanto, o demônio gostaria de nos convencer do contrário, mas fique atento a isso e não lhe dê atenção.
De acordo com o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (n. 201):
“A Igreja tem a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lhe conferiu esse poder: ‘Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhe serão perdoados; a quem retiverdes os pecados ser-lhe-ão retidos’” (João 20, 22-23).
Lembre-se, quando estiver fazendo sua confissão, que você está na presença de Cristo, e então faça sua confissão a Ele nesse contexto. O sacerdote, que foi escolhido por Deus, age “In Persona Christi” (na pessoa de Cristo), e, portanto, ele exerce o poder de Cristo ao perdoar os seus pecados.
Prepare-se bem, conte ao sacerdote todos os seus pecados, lembrando-se deles o melhor que puder.
Mas saiba também que, durante sua confissão, se você esquecer de mencionar algum pecado, honestamente e sinceramente, mesmo que seja um pecado mortal, ainda assim você será perdoado de todos os seus pecados.
Então, para responder à sua pergunta – Sim, fazendo uma confissão completa, sincera, humilde e contrita, no momento que o sacerdote disser a oração da absolvição: “Eu te absolvo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, sua alma estará tão limpa e santa como estava no seu batismo.
Verdadeiramente essa é a manifestação do poder e da Misericórdia de Deus, em todo o Seu amor.
Deus o abençoe! Certamente você estará em nossas orações diárias.
Fraternalmente em Cristo,
Paul Rasavage
Membro dos “Serenellians”
Traduzido e adaptado do site www.pornnomore.com
"Quando se decidir firmemente a viver uma vida pura, a castidade não será um peso para você. Será uma coroa de triunfo”. São Josemaria Escrivá
sábado, 11 de abril de 2009
Se eu confessar meus pecados, serei perdoado?
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Amor e responsabilidade

Por Karol Wojtyla
Talvez em nenhum lugar mais do que nesta parte do livro o seu título “Amor e responsabilidade" pareça tão atual. Há no amor uma responsabilidade, assumida com a pessoa que se atrai à estreita comunhão do ser e do agir e que, por causa da sua entrega, passa a ser de algum modo a nossa propriedade. E por isso também se assume uma responsabilidade pelo próprio amor: será ele bastante maduro e profundo para, nos seus limites, não desiludir a enorme confiança da outra pessoa, nem a esperança renascida do seu amor de que se entregando não perderá a sua “alma”, mas ao contrário encontrará uma maior plenitude da sua existência ou tudo isso virá a ser uma mera decepção?
A responsabilidade pelo amor se reduz, como se vê, à responsabilidade pela pessoa; dela emana e para ela também retorna. Precisamente por isso esta responsabilidade é imensa. Mas só pode compreendê-la aquele que possui a plena consciência do valor da pessoa. Aquele que só é capaz de reagir aos valores sexuais vinculados à pessoa e nela salientados, mas não vê o valor da mesma pessoa, confundirá continuamente o amor com o erotismo, e complicará a sua vida e a dos outros, pervertendo para si e para os outros o próprio sentido do amor, o seu “gosto” essencial. Aquele “gosto” essencial do amor está ligado na realidade, ao sentido de responsabilidade pela pessoa. Neste sentido, afinal, se oculta a preocupação pelo bem verdadeiro da pessoa – quintessência de todo altruísta, e ao mesmo tempo um sinal infalível de um certo alargamento do próprio “eu”, da própria existência – por este “outro eu” e por esta outra existência, que é para mim tão próxima como a minha própria. O sentido da responsabilidade pela outra pessoa costuma estar cheio de preocupações, mas não é nunca em si mesmo triste ou doloroso. De fato, nele desabrocha não o estreitamento ou o empobrecimento do ser humano, mas precisamente o seu enriquecimento e alargamento. Por isso, também o amor isolado do sentido da responsabilidade pela pessoa é uma negação de si mesmo, é sempre e por via de regra egoísmo. Quanto maior é o sentido de responsabilidade pela pessoa tanto maior será o verdadeiro amor.
(...)
O verdadeiro amor, o amor intrinsecamente pleno, é aquele em que escolhemos a pessoa por ela mesma, não só como o parceiro da vida sexual, mas a pessoa à qual se deseja entregar a vida. Os valores sexuais, vibrantes na vivência sensitiva e afetiva, acompanham esta decisão; eles contribuem para a sua nitidez psicológica, mas não constituem a sua profundidade. O “âmago” da escolha de uma pessoa deve ser pessoal, e não somente sensual. A vida verificará o valor da escolha, assim como o valor e a verdadeira grandeza do amor. O amor é testado ao máximo quando se enfraquece a vivência afetivo-sensual, quando os valores sexuais cessam em certo modo de atuar. Então ficará só o valor da pessoa e aparecerá a verdade intrínseca do amor. Se este amor foi uma verdadeira entrega e pertença de pessoas, então não só resistirá, mas até se fortalecerá e aprofundará. Se, porém, ele foi uma sincronização da sensualidade e da emoção, então perderá sua razão de ser e as pessoas engajadas nele ficarão de repente no vazio. É preciso levar seriamente em conta que todo amor humano deve passar por uma prova e que só então se manifestará o seu verdadeiro valor.
____________________________________
Trecho do livro “Amor e Responsabilidade”, do então Cardeal Karol Wojtyla, depois Papa João Paulo II. Págs 113-117.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Triangulação Trinitária
Por Pe. Samuel Medley
“Eu estou bem. Eu sei onde estamos. Estamos aqui... eu acho”. Eu era líder de um grupo de escoteiros mais jovens do que eu, treinando-os em orientação. Eles tinham um mapa e uma bússola, mas seu erro era que tinham somente um ponto de referência no terreno. “Vocês têm que olhar para aquele grupo de árvores na frente de nós e para aquela montanha atrás de nós, e então poderão saber onde estão no mapa”. Dentro de poucos minutos eles tinham triangulado nossa localização e não estávamos mais perdidos. Eles logo desenvolveram um plano para nos levar onde queríamos chegar.
Do mesmo modo, um navio no oceano usa esse princípio para manter a rota. Os antigos marinheiros usavam um instrumento chamado sextante para triangular suas coordenadas. Assim também ocorre com o sentido humano da visão, que usa três pontos: o objeto e dois olhos que formar um triângulo de visão que permite a uma pessoa ter percepção de profundidade, coordenando assim o movimento de todo o corpo. A Santíssima Trindade nos acompanha de perto durante esse tempo de final de Quaresma. Ela faz isso através das leituras do Evangelho, que sempre refletem as relações dentro da Trindade. Por que? Depois de algumas semanas de disciplina e penitência quaresmal é que estamos prontos para ouvir Deus nos falando sobre nossa própria redenção, especialmente a redenção de nossos corpos. O que Ele vai dizer? Ele irá nos colocar em uma triangulação entre três pontos, para nos mostrar como necessitamos ser curados e chegar à plenitude da comunhão trinitária da Páscoa.
O Papa João Paulo II usa o mesmo princípio quando reflete sobre a redenção do corpo, nas catequeses proferidas entre 1979 e 1984 que depois se tornaram conhecidas como “Teologia do Corpo”. Ele nos mostra três pontos: de onde viemos (o homem original), onde estamos agora (o homem histórico), e para onde estamos indo (o homem escatológico). Essa é a base de sua antropologia bíblica. Ele nos coloca diretamente nas palavras de Jesus, como se estivéssemos começando uma conversa com Jesus sobre nossos próprios corpos.
Foi Jesus, em um diálogo com os fariseus, que os levou de volta ao princípio (ver Mateus 19, 3-8), a fim de revelar o plano original do Pai que está escrito no coração e no corpo de cada pessoa humana. Então, no sermão da montanha ele levou o povo para o coração do homem histórico, ferido pelo pecado, porém remido pela graça (ver Mateus 5, 27-28), para levar nossos corações e corpos para além da nossa condição atual, rumo a um novo caminho de vida. Finalmente, em seu diálogo com os saduceus Ele nos mostra como serão nossos corpos no mundo que há de vir (ver Mateus 19, 3-9); Marcos 10, 2-12), para nos mostrar a direção que precisamos seguir.
Os padres e religiosos possuem um chamado especial, não apenas para saber de onde vieram, onde estão, e para onde vão, mas também para mostrar aos outros esse caminho. Isso é bonito na teoria, mas na prática, como se mostra?
Deixe-me compartilhar com vocês uma história que ilustra como isso funciona em um modo bem concreto. Havia uma pequena menina em um orfanato que conheci; a menina estava muito zangada. Ela estava cheia de ira. Seu pai tinha abusado dela, e a machucado profundamente enquanto jovem criança. A primeira vez que a vi, pude perceber que estava sofrendo. Sorri para ela, mas quando ela devolveu meu sorriso, vi que até mesmo o seu sorriso estava cheio de raiva. Eu sabia que ela tinha que conhecer o plano de Deus, que a havia criado em Cristo antes do início do mundo (Efésios 1, 4; 2, 10), de modo que ela pudesse ver qual era identidade antes que qualquer tipo de pecado tivesse entrado em sua vida. Mas ao mesmo tempo, eu sabia que ela tinha que tomar consciência do lugar exato onde estava no momento, reconhecendo suas feridas, para que pudesse se tornar a mulher que Deus a estava chamando a ser.
A fim de ajudá-la e ajudar outras crianças, tivemos um retiro de cinco dias, onde todas as crianças do orfanato tinham que abrir a Bíblia e discutir entre elas. Elas faziam encenações de passagens da Bíblia e da vida dos santos. Elas passavam tempo na adoração eucarística e rezando o terço. Particularmente tocante foi ver as pequenas crianças se prostrando no chão em adoração. A pequena menina começou a chorar no final do segundo dia. Ela chorou por cinco dias. Parecia que saía veneno de seus olhos na forma de lágrimas, o veneno que ela tinha guardado consigo por tempo demais.
No último dia do retiro eu presenciei uma das coisas mais bonitas que já vi na vida – ela sorriu. Ela deu um sorriso livre de ira, livre da dor, um sorriso que tinha suas raízes no seu verdadeiro Pai, o Pai que não tem Pai, de onde descende toda paternidade (Mateus 23, 9), o Pai que a havia criado desde o princípio para viver uma vida em Jesus Cristo. Ela estava livre. Ela estava curada. Ela me disse: “Obrigada por me ensinar a sorrir”. Nos lhe mostramos como ver a si mesma com os olhos da Santíssima Trindade. Ela tinha entrado na triangulação trinitária.
Olhar uma pessoa com os olhos do Pai é ver o plano original de Deus nela. Ao ver uma pessoa com os olhos de Jesus Cristo nós vemos e aceitamos inteiramente a situação exata que estão vivenciando no momento, incluindo sua dor e fraqueza crucificadas, sem ignorar todas as tentações e sofrimentos que estão passando, mas mostrando-lhes que aceitamos totalmente onde estão no momento. Então o Espírito Santo nos mostra a distância entre quem eles foram criados para ser e onde estão agora, e vê-los com os olhos do Espírito Santo é preencher o vazio dessa distância com amor. É assim que levamos as pessoas a terem a comunhão da Santíssima Trindade em seus corações e em seus corpos.
Fiquei surpreso ao ver minha jovem amiga no orfanato um ano depois. Ela estava vestindo um véu de esposa de Cristo. Ela correu na minha direção e me abraçou, e enxugou suas lágrimas em meu ombro, e disse, “Agora estou ensinando outras pessoas a sorrir”.
_________________________________________________________
O Pe. Samuel Medley é sacerdote da congregação de Nossa Senhora da Santíssima Trindade, servindo como formador de religiosos e seminaristas em “Our Lady of Corpus Christi”. Ele ensina “Teologia do Corpo no nível das ruas”, continuando o trabalho de “popularização”, mas também ensina no nível universitário, para que outros possam aprender a ensinar também. Embora tenha quatro diplomas de faculdade, ensine em dez instituições diferentes de ensino superior, e fale em dez idiomas diferentes, seu lugar favorito é como missionário nas ruas com os pobres e sofredores. É para eles, os menores dos irmãos, que ele deseja especialmente trazer a Boa Nova da Teologia do Corpo.
Traduzido do Site Catholic Exchange – Theology of the body
http://tob.catholicexchange.com/2009/03/23/651/
A página do Pe. Samuel Medley na Internet, onde você pode ver e ouvir suas palestras sobre Teologia do Corpo, é:
TOB on street level
http://tobonthestreet.blogspot.com/
“Eu estou bem. Eu sei onde estamos. Estamos aqui... eu acho”. Eu era líder de um grupo de escoteiros mais jovens do que eu, treinando-os em orientação. Eles tinham um mapa e uma bússola, mas seu erro era que tinham somente um ponto de referência no terreno. “Vocês têm que olhar para aquele grupo de árvores na frente de nós e para aquela montanha atrás de nós, e então poderão saber onde estão no mapa”. Dentro de poucos minutos eles tinham triangulado nossa localização e não estávamos mais perdidos. Eles logo desenvolveram um plano para nos levar onde queríamos chegar.
Do mesmo modo, um navio no oceano usa esse princípio para manter a rota. Os antigos marinheiros usavam um instrumento chamado sextante para triangular suas coordenadas. Assim também ocorre com o sentido humano da visão, que usa três pontos: o objeto e dois olhos que formar um triângulo de visão que permite a uma pessoa ter percepção de profundidade, coordenando assim o movimento de todo o corpo. A Santíssima Trindade nos acompanha de perto durante esse tempo de final de Quaresma. Ela faz isso através das leituras do Evangelho, que sempre refletem as relações dentro da Trindade. Por que? Depois de algumas semanas de disciplina e penitência quaresmal é que estamos prontos para ouvir Deus nos falando sobre nossa própria redenção, especialmente a redenção de nossos corpos. O que Ele vai dizer? Ele irá nos colocar em uma triangulação entre três pontos, para nos mostrar como necessitamos ser curados e chegar à plenitude da comunhão trinitária da Páscoa.
O Papa João Paulo II usa o mesmo princípio quando reflete sobre a redenção do corpo, nas catequeses proferidas entre 1979 e 1984 que depois se tornaram conhecidas como “Teologia do Corpo”. Ele nos mostra três pontos: de onde viemos (o homem original), onde estamos agora (o homem histórico), e para onde estamos indo (o homem escatológico). Essa é a base de sua antropologia bíblica. Ele nos coloca diretamente nas palavras de Jesus, como se estivéssemos começando uma conversa com Jesus sobre nossos próprios corpos.
Foi Jesus, em um diálogo com os fariseus, que os levou de volta ao princípio (ver Mateus 19, 3-8), a fim de revelar o plano original do Pai que está escrito no coração e no corpo de cada pessoa humana. Então, no sermão da montanha ele levou o povo para o coração do homem histórico, ferido pelo pecado, porém remido pela graça (ver Mateus 5, 27-28), para levar nossos corações e corpos para além da nossa condição atual, rumo a um novo caminho de vida. Finalmente, em seu diálogo com os saduceus Ele nos mostra como serão nossos corpos no mundo que há de vir (ver Mateus 19, 3-9); Marcos 10, 2-12), para nos mostrar a direção que precisamos seguir.
Os padres e religiosos possuem um chamado especial, não apenas para saber de onde vieram, onde estão, e para onde vão, mas também para mostrar aos outros esse caminho. Isso é bonito na teoria, mas na prática, como se mostra?
Deixe-me compartilhar com vocês uma história que ilustra como isso funciona em um modo bem concreto. Havia uma pequena menina em um orfanato que conheci; a menina estava muito zangada. Ela estava cheia de ira. Seu pai tinha abusado dela, e a machucado profundamente enquanto jovem criança. A primeira vez que a vi, pude perceber que estava sofrendo. Sorri para ela, mas quando ela devolveu meu sorriso, vi que até mesmo o seu sorriso estava cheio de raiva. Eu sabia que ela tinha que conhecer o plano de Deus, que a havia criado em Cristo antes do início do mundo (Efésios 1, 4; 2, 10), de modo que ela pudesse ver qual era identidade antes que qualquer tipo de pecado tivesse entrado em sua vida. Mas ao mesmo tempo, eu sabia que ela tinha que tomar consciência do lugar exato onde estava no momento, reconhecendo suas feridas, para que pudesse se tornar a mulher que Deus a estava chamando a ser.
A fim de ajudá-la e ajudar outras crianças, tivemos um retiro de cinco dias, onde todas as crianças do orfanato tinham que abrir a Bíblia e discutir entre elas. Elas faziam encenações de passagens da Bíblia e da vida dos santos. Elas passavam tempo na adoração eucarística e rezando o terço. Particularmente tocante foi ver as pequenas crianças se prostrando no chão em adoração. A pequena menina começou a chorar no final do segundo dia. Ela chorou por cinco dias. Parecia que saía veneno de seus olhos na forma de lágrimas, o veneno que ela tinha guardado consigo por tempo demais.
No último dia do retiro eu presenciei uma das coisas mais bonitas que já vi na vida – ela sorriu. Ela deu um sorriso livre de ira, livre da dor, um sorriso que tinha suas raízes no seu verdadeiro Pai, o Pai que não tem Pai, de onde descende toda paternidade (Mateus 23, 9), o Pai que a havia criado desde o princípio para viver uma vida em Jesus Cristo. Ela estava livre. Ela estava curada. Ela me disse: “Obrigada por me ensinar a sorrir”. Nos lhe mostramos como ver a si mesma com os olhos da Santíssima Trindade. Ela tinha entrado na triangulação trinitária.
Olhar uma pessoa com os olhos do Pai é ver o plano original de Deus nela. Ao ver uma pessoa com os olhos de Jesus Cristo nós vemos e aceitamos inteiramente a situação exata que estão vivenciando no momento, incluindo sua dor e fraqueza crucificadas, sem ignorar todas as tentações e sofrimentos que estão passando, mas mostrando-lhes que aceitamos totalmente onde estão no momento. Então o Espírito Santo nos mostra a distância entre quem eles foram criados para ser e onde estão agora, e vê-los com os olhos do Espírito Santo é preencher o vazio dessa distância com amor. É assim que levamos as pessoas a terem a comunhão da Santíssima Trindade em seus corações e em seus corpos.
Fiquei surpreso ao ver minha jovem amiga no orfanato um ano depois. Ela estava vestindo um véu de esposa de Cristo. Ela correu na minha direção e me abraçou, e enxugou suas lágrimas em meu ombro, e disse, “Agora estou ensinando outras pessoas a sorrir”.
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O Pe. Samuel Medley é sacerdote da congregação de Nossa Senhora da Santíssima Trindade, servindo como formador de religiosos e seminaristas em “Our Lady of Corpus Christi”. Ele ensina “Teologia do Corpo no nível das ruas”, continuando o trabalho de “popularização”, mas também ensina no nível universitário, para que outros possam aprender a ensinar também. Embora tenha quatro diplomas de faculdade, ensine em dez instituições diferentes de ensino superior, e fale em dez idiomas diferentes, seu lugar favorito é como missionário nas ruas com os pobres e sofredores. É para eles, os menores dos irmãos, que ele deseja especialmente trazer a Boa Nova da Teologia do Corpo.
Traduzido do Site Catholic Exchange – Theology of the body
http://tob.catholicexchange.com/2009/03/23/651/
A página do Pe. Samuel Medley na Internet, onde você pode ver e ouvir suas palestras sobre Teologia do Corpo, é:
TOB on street level
http://tobonthestreet.blogspot.com/
terça-feira, 7 de abril de 2009
Vídeo - Jason Evert - Se nos amarmos, então o sexo está ok?
Hoje o post é mais um vídeo curto legendado do Jason Evert. O vídeo anterior (clique aqui para ver esse também) teve uma recepção muito boa, o que me motivou a legendar mais um. Dessa vez, a pergunta que Jason responde é a seguinte: "Se nos amamos, podemos ter sexo?".
Basta clicar no player abaixo para ver a resposta do Jason. Se der algum problema, o link para o You Tube está aqui.
Basta clicar no player abaixo para ver a resposta do Jason. Se der algum problema, o link para o You Tube está aqui.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Se uma garota sofre um estupro, o melhor para ela é fazer um aborto?
Há alguns anos atrás, na antiga Iugoslávia, um grupo de soldados entrou em um convento e estuprou uma freira chamada Irmã Lucy Vertrusc. Ela ficou grávida por conta do estupro. Irmã Lucy teve que encarar uma decisão: mantenho a criança, cuja face será um ícone do homem que me violentou? Ela escolheu a vida, e disse, “Eu serei mãe. A criança será minha e de ninguém mais... Alguém tem que começar a quebrar a cadeia de ódio que tem sempre destruído nossos países. E, portanto, ensinarei à minha criança apenas uma coisa: o amor. Essa criança, nascida de uma violência, será, junto comigo, uma testemunha de que a única grandeza que dá honra a um ser humano é o perdão” (1). Ela sabia que o bebê não merecia a pena de morte por causa do crime que seu pai cometeu.
Mulheres que abortam crianças que foram concebidas por estupro geralmente dizem que levou mais tempo para se recuperar do aborto do que do estupro. Quando uma mulher é estuprada, será que já não é suficiente a dor emocional que ela já tem? Será que ela vai se sentir mais reconfortada se o sofrimento do estupro é acrescido com a culpa de saber que ela tirou a vida de seu filho? Será que ela já não foi violada o suficiente? Essa é a hora que ela precisa ser amparada e imersa no amor, de modo que se possa tirar algum bem da tragédia do estupro.
O aborto não causa apenas profundos danos emocionais para uma mulher. Pesquisadores descobriram que ter um aborto diminui a expectativa de vida de uma mulher. Seu corpo não consegue lidar com o trauma de terminar uma gravidez assim de modo não-natural e violento. Pesquisas mostram que, se uma garota abaixo de 18 anos tem um aborto de um bebê com mais de oito semanas de vida, a chance da mãe desenvolver câncer de mama aumenta 800 por cento (2).
Outros riscos advindos com o aborto incluem a laceração do colo do útero, perfuração do útero, embolia pulmonar, choque circulatório, necessidade de histerectomia (retirada do útero), edema cerebral, coma, convulsões, falha dos rins, doenças inflamatórias da pélvis, esterilidade, um aumento de 50 por cento na possibilidade de um futuro aborto espontâneo, um aumento de 200 por cento na possibilidade de gravidez ectópica (gravidez que ocorre na trompa de falópio e que é de alto risco), e morte da mãe (3). Isso não é jeito de se tratar uma mulher que já sofreu o suficiente por causa do estupro.
_______________________________________
(1) Irmã Lucy Vertrusc, carta à superiora religiosa. Como reportado em Going the Distance, Envoy, Janeiro-Fevereiro 2000, 7.
(2) Kahlenborn, Breast Cancer, 22.
(3) Wilson, Love & Family, 298-305.
Trecho do livro “If you really loved me”, de Jason Evert. San Diego: Catholic Answers, 2003. pg. 176-177.
Mulheres que abortam crianças que foram concebidas por estupro geralmente dizem que levou mais tempo para se recuperar do aborto do que do estupro. Quando uma mulher é estuprada, será que já não é suficiente a dor emocional que ela já tem? Será que ela vai se sentir mais reconfortada se o sofrimento do estupro é acrescido com a culpa de saber que ela tirou a vida de seu filho? Será que ela já não foi violada o suficiente? Essa é a hora que ela precisa ser amparada e imersa no amor, de modo que se possa tirar algum bem da tragédia do estupro.
O aborto não causa apenas profundos danos emocionais para uma mulher. Pesquisadores descobriram que ter um aborto diminui a expectativa de vida de uma mulher. Seu corpo não consegue lidar com o trauma de terminar uma gravidez assim de modo não-natural e violento. Pesquisas mostram que, se uma garota abaixo de 18 anos tem um aborto de um bebê com mais de oito semanas de vida, a chance da mãe desenvolver câncer de mama aumenta 800 por cento (2).
Outros riscos advindos com o aborto incluem a laceração do colo do útero, perfuração do útero, embolia pulmonar, choque circulatório, necessidade de histerectomia (retirada do útero), edema cerebral, coma, convulsões, falha dos rins, doenças inflamatórias da pélvis, esterilidade, um aumento de 50 por cento na possibilidade de um futuro aborto espontâneo, um aumento de 200 por cento na possibilidade de gravidez ectópica (gravidez que ocorre na trompa de falópio e que é de alto risco), e morte da mãe (3). Isso não é jeito de se tratar uma mulher que já sofreu o suficiente por causa do estupro.
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(1) Irmã Lucy Vertrusc, carta à superiora religiosa. Como reportado em Going the Distance, Envoy, Janeiro-Fevereiro 2000, 7.
(2) Kahlenborn, Breast Cancer, 22.
(3) Wilson, Love & Family, 298-305.
Trecho do livro “If you really loved me”, de Jason Evert. San Diego: Catholic Answers, 2003. pg. 176-177.
domingo, 5 de abril de 2009
A sexualidade humana como imagem da vida interior de Deus
Deus cria o homem e a mulher como reflexos da Trindade
Por Glenn T. Stanton
Quando Deus disse, “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, e então criou Adão e Eva e ordenou que fossem sexualmente frutuosos, isso nos diz algo importante sobre quem é Deus. Eu não quero traçar comparações muito próximas aqui, porque as pessoas da Trindade não possuem corpos físicos como nós e, portanto, não manifestam seu amor uma pela outra do mesmo modo que nós humanos. Mas note a conexão íntima desse curto espaço de dois versículos (Gênesis 1, 27-28), que mostra o desejo de Deus de que reflitamos a imagem e a semelhança da Trindade, e como Deus ordena a Adão e Eva primeiramente que façam comunhão um com o outro como criaturas sexuais.
Não podemos subestimar a importância disso: Deus cria o homem e a mulher como reflexos da Trindade, e a primeira ordem é para se engajar no relacionamento sexual. Isso significa que quando um homem e uma mulher se unem na intimidade sexual marital, de algum modo – misticamente – eles espelham a maravilha, a beleza e o poder criativo de Deus como em nenhuma outra parte da criação. Novamente, isso está longe de ser “nada”.
Como explica o poeta Wendell Berry, “A sexualidade da vida comunitária... está centrada no casamento, que une duas almas ao nível máximo de intimidade que pode se alcançar nesse mundo”. Ele continua, “Essa união de duas pessoas que conhecem, amam e confiam uma na outra lhes conduz tanto à liberdade do consentimento sexual quanto à mais completa realização terrena da imagem de Deus. De sua união outras almas se tornam existentes, e com elas grandes responsabilidades, que não terminam, que são assustadoras e jubilosas”. Lindo! Essa é a glória da vida familiar.
Reflita quão grande é essa realidade. Quando Jaqueline (*) e eu encontramos um momento calmo, longe dos pequenos, e não estamos cansados demais (Jaqueline muitas vezes se pergunta se isso é possível para mim), e nos unimos naquele momento de comunhão especial, é incrível pensar na imagem que estamos refletindo. Isso pode ser extremamente intenso. Nenhuma outra fé possui uma visão da sexualidade tão poderosa e dinâmica.
Como amar a Deus em nossas vidas sexuais?
Para nós cristãos, solteiros ou casados, essa é uma das perguntas mais importantes que podemos nos fazer, porque nossa sexualidade é extremamente central para a definição de quem somos. Sempre ficava rindo comigo mesmo quando era adolescente e os coordenadores da igreja nos falavam sobre sexualidade, e nos encorajavam a não ser sexualmente ativos antes do casamento. É claro, eram conselhos bons e úteis. Mas eu achava engraçado, porque mesmo apesar de nunca ter tido intimidade com uma garota, e não desejar ter antes do casamento, eu era um rapaz adolescente saudável. Eu era muito sexualmente ativo – no interior, mesmo se não havia expressão externa. As coisas estavam se agitando em mim como em um vulcão. Eu tinha que governar meus sentimentos e desejos constantemente. Tinha que evitar que minha mente ficasse vagueando onde não devia. Tinha que tomar cuidado com a maneira com que me relacionava com as meninas e com as imagens que via nas revistas e na televisão. Mentalmente, eu era bastante sexualmente ativo. E minha saúde sexual, física, e espiritual pedia essa disciplina deliberada, interna, a fim de assegurar que meu comportamento exterior estivesse de acordo com o que Deus desejava para mim.
O que estou dizendo é que devemos ver a “atividade sexual” como muito mais do simplesmente “fazer”. Ela envolve a maneira com que apreciamos e vivemos nossa sexualidade, que nos foi dada por Deus. Somos todos seres sexuais.
Posso ver isso nas minhas crianças, que estão na idade pré-escolar. Elas já chegaram na fase em que ficam instintivamente envergonhadas de serem vistas nuas. Quando vão do quarto ao banheiro, asseguram-se de pegar uma toalha o mais rápido possível, e se cobrir. Elas se tornaram conscientes, por si mesmas, de que certas partes de seus corpos deveriam se manter escondidas ou privadas. Isso é atividade sexual, própria para a idade, e saudável.
Logo, não apenas as pessoas casadas devem se preocupar em amar a Deus em suas vidas sexuais. Todos temos consciência de nossa sexualidade, e de como expressá-la. Faz parte de nosso pensamento, da maneira com que nos vestimos, em como interagimos com rapazes e garotas em nossa juventude, e com homens e mulheres quando ficamos mais velhos. É até mesmo uma parte de como vemos e interagimos com Deus.
Como amar a Deus em nossas vidas sexuais: Nós amamos a Deus em nossas vidas sexuais nos assegurando de que refletimos a natureza e as qualidades do relacionamento compartilhado pela Trindade, a imagem que nós e nossas vidas sexuais foram criadas para espelhar. Isso requer que compreendamos algumas características e qualidades primárias da Trindade:
-- A Trindade é uma comunhão de “pessoas amantes” que são relacionalmente ativos, não estáticos. Desde toda a eternidade elas estão se doando e recebendo uma da outra uma intimidade incondicional e amorosa. Fazer isso é de sua própria natureza. Isso é quem Elas são!
-- Essa comunhão de pessoas amantes é comprometida, pois Seus relacionamentos não dependem do quanto se sentem plenas ou do que podem conseguir dos relacionamentos.
-- Essa comunidade de pessoas amantes é exclusiva, pois sempre foram três as pessoas específicas, e sempre serão três. Nem mais, nem menos. Elas não convidam “outros deuses” para sua intimidade nem trocam de parceiros. Elas são umas para as outras.
-- As pessoas dessa comunidade doam a si mesmas, pois buscam servir e doar uma à outra, e se alegram nisso. Elas não buscam a si mesmos. Ao rejubilarem-se em receber amor uma da outra, não se preocupam com o que podem receber, mas com o que podem dar.
-- Essa comunidade de pessoas é una, mas também distinta e complementar. Isso significa que enquanto as pessoas são unas em essência (cada uma delas é completamente Deus), Elas são também distintas uma da outra, e complementam uma à outra. Cada pessoa da Trindade não pode ser apreciada plenamente sem as outras duas. Cada uma precisa das outras porque Elas são distintas uma das outras. Elas se complementam em sua unicidade.
________________________________________________
(*) Nome fictício.
Trecho de “My Crazy Imperfect Christian Family”, de Glenn T. Stanton. © 2004. Usada com permissão de NavPress - www.navpress.com. Todos os direitos reservados.
Traduzido do site Pure Intimacy
Por Glenn T. Stanton
Quando Deus disse, “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, e então criou Adão e Eva e ordenou que fossem sexualmente frutuosos, isso nos diz algo importante sobre quem é Deus. Eu não quero traçar comparações muito próximas aqui, porque as pessoas da Trindade não possuem corpos físicos como nós e, portanto, não manifestam seu amor uma pela outra do mesmo modo que nós humanos. Mas note a conexão íntima desse curto espaço de dois versículos (Gênesis 1, 27-28), que mostra o desejo de Deus de que reflitamos a imagem e a semelhança da Trindade, e como Deus ordena a Adão e Eva primeiramente que façam comunhão um com o outro como criaturas sexuais.
Não podemos subestimar a importância disso: Deus cria o homem e a mulher como reflexos da Trindade, e a primeira ordem é para se engajar no relacionamento sexual. Isso significa que quando um homem e uma mulher se unem na intimidade sexual marital, de algum modo – misticamente – eles espelham a maravilha, a beleza e o poder criativo de Deus como em nenhuma outra parte da criação. Novamente, isso está longe de ser “nada”.
Como explica o poeta Wendell Berry, “A sexualidade da vida comunitária... está centrada no casamento, que une duas almas ao nível máximo de intimidade que pode se alcançar nesse mundo”. Ele continua, “Essa união de duas pessoas que conhecem, amam e confiam uma na outra lhes conduz tanto à liberdade do consentimento sexual quanto à mais completa realização terrena da imagem de Deus. De sua união outras almas se tornam existentes, e com elas grandes responsabilidades, que não terminam, que são assustadoras e jubilosas”. Lindo! Essa é a glória da vida familiar.
Reflita quão grande é essa realidade. Quando Jaqueline (*) e eu encontramos um momento calmo, longe dos pequenos, e não estamos cansados demais (Jaqueline muitas vezes se pergunta se isso é possível para mim), e nos unimos naquele momento de comunhão especial, é incrível pensar na imagem que estamos refletindo. Isso pode ser extremamente intenso. Nenhuma outra fé possui uma visão da sexualidade tão poderosa e dinâmica.
Como amar a Deus em nossas vidas sexuais?
Para nós cristãos, solteiros ou casados, essa é uma das perguntas mais importantes que podemos nos fazer, porque nossa sexualidade é extremamente central para a definição de quem somos. Sempre ficava rindo comigo mesmo quando era adolescente e os coordenadores da igreja nos falavam sobre sexualidade, e nos encorajavam a não ser sexualmente ativos antes do casamento. É claro, eram conselhos bons e úteis. Mas eu achava engraçado, porque mesmo apesar de nunca ter tido intimidade com uma garota, e não desejar ter antes do casamento, eu era um rapaz adolescente saudável. Eu era muito sexualmente ativo – no interior, mesmo se não havia expressão externa. As coisas estavam se agitando em mim como em um vulcão. Eu tinha que governar meus sentimentos e desejos constantemente. Tinha que evitar que minha mente ficasse vagueando onde não devia. Tinha que tomar cuidado com a maneira com que me relacionava com as meninas e com as imagens que via nas revistas e na televisão. Mentalmente, eu era bastante sexualmente ativo. E minha saúde sexual, física, e espiritual pedia essa disciplina deliberada, interna, a fim de assegurar que meu comportamento exterior estivesse de acordo com o que Deus desejava para mim.
O que estou dizendo é que devemos ver a “atividade sexual” como muito mais do simplesmente “fazer”. Ela envolve a maneira com que apreciamos e vivemos nossa sexualidade, que nos foi dada por Deus. Somos todos seres sexuais.
Posso ver isso nas minhas crianças, que estão na idade pré-escolar. Elas já chegaram na fase em que ficam instintivamente envergonhadas de serem vistas nuas. Quando vão do quarto ao banheiro, asseguram-se de pegar uma toalha o mais rápido possível, e se cobrir. Elas se tornaram conscientes, por si mesmas, de que certas partes de seus corpos deveriam se manter escondidas ou privadas. Isso é atividade sexual, própria para a idade, e saudável.
Logo, não apenas as pessoas casadas devem se preocupar em amar a Deus em suas vidas sexuais. Todos temos consciência de nossa sexualidade, e de como expressá-la. Faz parte de nosso pensamento, da maneira com que nos vestimos, em como interagimos com rapazes e garotas em nossa juventude, e com homens e mulheres quando ficamos mais velhos. É até mesmo uma parte de como vemos e interagimos com Deus.
Como amar a Deus em nossas vidas sexuais: Nós amamos a Deus em nossas vidas sexuais nos assegurando de que refletimos a natureza e as qualidades do relacionamento compartilhado pela Trindade, a imagem que nós e nossas vidas sexuais foram criadas para espelhar. Isso requer que compreendamos algumas características e qualidades primárias da Trindade:
-- A Trindade é uma comunhão de “pessoas amantes” que são relacionalmente ativos, não estáticos. Desde toda a eternidade elas estão se doando e recebendo uma da outra uma intimidade incondicional e amorosa. Fazer isso é de sua própria natureza. Isso é quem Elas são!
-- Essa comunhão de pessoas amantes é comprometida, pois Seus relacionamentos não dependem do quanto se sentem plenas ou do que podem conseguir dos relacionamentos.
-- Essa comunidade de pessoas amantes é exclusiva, pois sempre foram três as pessoas específicas, e sempre serão três. Nem mais, nem menos. Elas não convidam “outros deuses” para sua intimidade nem trocam de parceiros. Elas são umas para as outras.
-- As pessoas dessa comunidade doam a si mesmas, pois buscam servir e doar uma à outra, e se alegram nisso. Elas não buscam a si mesmos. Ao rejubilarem-se em receber amor uma da outra, não se preocupam com o que podem receber, mas com o que podem dar.
-- Essa comunidade de pessoas é una, mas também distinta e complementar. Isso significa que enquanto as pessoas são unas em essência (cada uma delas é completamente Deus), Elas são também distintas uma da outra, e complementam uma à outra. Cada pessoa da Trindade não pode ser apreciada plenamente sem as outras duas. Cada uma precisa das outras porque Elas são distintas uma das outras. Elas se complementam em sua unicidade.
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(*) Nome fictício.
Trecho de “My Crazy Imperfect Christian Family”, de Glenn T. Stanton. © 2004. Usada com permissão de NavPress - www.navpress.com. Todos os direitos reservados.
Traduzido do site Pure Intimacy
sábado, 4 de abril de 2009
Castidade - por João Paulo II
“A castidade só pode ser pensada em associação com a virtude do amor. Sua função é libertar o amor da atitude utilitarista” (nota: Atitude utilitarista é aquela que vê a outra pessoa como algo a ser usado, ou seja, ela só é útil enquanto me traz prazer).
“Ser casto significa ter uma atitude ‘transparente’ com relação à pessoa do outro sexo – castidade significa só isso”.
“A castidade é muitas vezes confundida com uma inibição ‘cega’ da sensualidade e dos impulsos físicos, de tal modo que os valores do ‘corpo’ e do sexo são reprimidos para o subconsciente, onde esperam uma oportunidade para explodir. Obviamente essa é uma concepção errada da virtude da castidade, a qual, se praticada somente dessa forma, cria de fato o perigo de tais ‘explosões’. Essa visão errônea da castidade explica a dedução comum de que seria uma virtude puramente negativa. A castidade, segundo essa visão, seria apenas um grande ‘não’. Enquanto que, na verdade, ela é um grande ‘sim’ do qual certos ‘não’ derivam como consequência”.
“A essência da castidade consiste na rapidez em afirmar o valor da pessoa em toda situação, e em alçar ao nível pessoal todas as reações advindas do valor do ‘corpo e do sexo’. Isso requer um esforço espiritual interior especial, pois a afirmação do valor da pessoa só pode ser produto do espírito, mas esse esforço é, acima de tudo, positivo e criativamente ‘vindo de dentro’, e não negativo e destrutivo. Não é uma questão apenas de ‘aniquilar’ sumariamente o valor do ‘corpo e do sexo’ na mente consciente reprimindo suas reações para o subconsciente, mas sim de uma integração sustentável em longo prazo; o valor do ‘corpo e do sexo’ deve se basear e estar implantado no valor da pessoa”.
“Apenas o homem casto e a mulher casta são capazes de amar verdadeiramente. Pois a castidade libera seu encontro, incluindo seu intercurso conjugal, daquela tendência de usar a outra pessoa”.
“... a castidade é uma conquista difícil, de longo prazo; deve-se esperar pacientemente para que dê seu fruto, pela ternura amorosa que deve trazer. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a felicidade”.
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Karol Wojtyla (Papa João Paulo II), no livro “Amor e Responsabilidade” p. 169 a 172, edição em inglês.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Vídeo - O que é a castidade
O post de hoje é um vídeo curto do Jason Evert (muito legal, por sinal!) onde ele fala o que é a castidade e o que é o amor, como a castidade não é compreendida pelo mundo hoje, e responde a perguntas dos jovens. Basta apertar o play. Imperdível! Se alguma coisa der errado, o vídeo está em:
http://www.youtube.com/watch?v=BmC7ZBF9UQM
http://www.youtube.com/watch?v=BmC7ZBF9UQM
quinta-feira, 2 de abril de 2009
E se eu sentir que não mereço um rapaz bom?
Pergunta: E se eu sentir que não mereço um rapaz bom? Será que alguém vai me amar mesmo com meu passado cheio de erros e carregando até hoje essa “bagagem”?
Resposta: Você deve pensar que, quando mais santo é o rapaz, menos provável vai ser que ele te aceite com essa “bagagem”. Na verdade, é justamente o contrário. A Bíblia fala repetidamente de Deus como o noivo e seu povo como a noiva. Quando Israel afastou-se de Deus, no Antigo Testamento, isso foi descrito como um ato de adultério espiritual. No livro de Oséias está escrito, “...esta terra se prostituiu mesmo, afastando-se do SENHOR (Oséias 1, 2). Mesmo assim, o Senhor a tomou para si: “Eu te desposarei para sempre; te desposarei em retidão e em justiça, em amor imutável, e em misericórdia. Eu te desposarei em fidelidade; e tu conhecerás o Senhor”.
Quando um “bom rapaz” ama e aceita uma garota que tem um passado ruim, é um ato de amor à imitação do Pai celeste. Deus amou Israel mesmo quando era impuro, e um “bom rapaz” é capaz de amar uma mulher mesmo se ela tem um passado impuro. Deus purifica sua noive através do trabalho da redenção, “pois ele quis apresentá-la a si mesmo toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito (Ef 5, 27). Do mesmo modo, vivendo na pureza com você, um homem de Deus pode lhe ajudar a curar suas memórias. Quanto mais um homem for como Deus, mais ele será capaz de amá-la como Deus nos ama, com toda nossa “bagagem”. Ele nos ama onde estamos, mas nos ama demais para nos deixar onde estamos.
Então, não deixe de ter esperança. Lembro-me que na Jornada Mundial da Juventude em Toronto o Papa João Paulo II disse, “Vocês são jovens e o Papa está velho e um pouco cansado. Mas ele ainda se identifica totalmente com suas esperanças e aspirações. Embora tenha passado por momentos difíceis, sob regimes totalitários severos, vi evidências suficientes para que hoje esteja inabalavelmente convencido de que nenhuma dificuldade, nenhum medo é tão grande que chegue a sufocar completamente a esperança que faz brotar o eterno nos corações dos jovens” (1).
Nenhum de nós merece as graças que Deus nos concede. Sua generosidade é inimaginável. “O que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1 Cor 2, 9). Não abrirei as comportas do céu, não derramarei sobre vós minhas bênçãos de fartura?” (Malaquias 3, 10).
A verdade é que todos cometemos erros. Mesmo bons rapazes possuem algum “passado”, maior ou menor. Imagine se você conhecesse um rapaz com um “mau” passado. Você se recusaria a aceitá-lo? Se você aceitaria tal homem, então porque um bom rapaz recusaria aceitar você? Mantenha viva a esperança, e que as palavras a seguir, de um parido para sua esposa (que tinha dormido com outro homem antes do casamento) sejam um conforto para você: “Eu sempre me senti mais elevado a um alto padrão por você do que por qualquer outra garota com que já namorei. Você era forte, livre, e pura. Isso é tudo que sei de você. E isso é tudo que importa para mim” (2). Não tenha medo de não encontrar um rapaz legal ou de não ter um bom casamento. A falta de virgindade física não impede um bom casamento, mas a falta da virtude da castidade sim.
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1. Homilia na Missa de Encerramento
2. Gresh, And the Bride Wore White, 150.
Traduzido do site Pure Love Club
Resposta: Você deve pensar que, quando mais santo é o rapaz, menos provável vai ser que ele te aceite com essa “bagagem”. Na verdade, é justamente o contrário. A Bíblia fala repetidamente de Deus como o noivo e seu povo como a noiva. Quando Israel afastou-se de Deus, no Antigo Testamento, isso foi descrito como um ato de adultério espiritual. No livro de Oséias está escrito, “...esta terra se prostituiu mesmo, afastando-se do SENHOR (Oséias 1, 2). Mesmo assim, o Senhor a tomou para si: “Eu te desposarei para sempre; te desposarei em retidão e em justiça, em amor imutável, e em misericórdia. Eu te desposarei em fidelidade; e tu conhecerás o Senhor”.
Quando um “bom rapaz” ama e aceita uma garota que tem um passado ruim, é um ato de amor à imitação do Pai celeste. Deus amou Israel mesmo quando era impuro, e um “bom rapaz” é capaz de amar uma mulher mesmo se ela tem um passado impuro. Deus purifica sua noive através do trabalho da redenção, “pois ele quis apresentá-la a si mesmo toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito (Ef 5, 27). Do mesmo modo, vivendo na pureza com você, um homem de Deus pode lhe ajudar a curar suas memórias. Quanto mais um homem for como Deus, mais ele será capaz de amá-la como Deus nos ama, com toda nossa “bagagem”. Ele nos ama onde estamos, mas nos ama demais para nos deixar onde estamos.
Então, não deixe de ter esperança. Lembro-me que na Jornada Mundial da Juventude em Toronto o Papa João Paulo II disse, “Vocês são jovens e o Papa está velho e um pouco cansado. Mas ele ainda se identifica totalmente com suas esperanças e aspirações. Embora tenha passado por momentos difíceis, sob regimes totalitários severos, vi evidências suficientes para que hoje esteja inabalavelmente convencido de que nenhuma dificuldade, nenhum medo é tão grande que chegue a sufocar completamente a esperança que faz brotar o eterno nos corações dos jovens” (1).
Nenhum de nós merece as graças que Deus nos concede. Sua generosidade é inimaginável. “O que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1 Cor 2, 9). Não abrirei as comportas do céu, não derramarei sobre vós minhas bênçãos de fartura?” (Malaquias 3, 10).
A verdade é que todos cometemos erros. Mesmo bons rapazes possuem algum “passado”, maior ou menor. Imagine se você conhecesse um rapaz com um “mau” passado. Você se recusaria a aceitá-lo? Se você aceitaria tal homem, então porque um bom rapaz recusaria aceitar você? Mantenha viva a esperança, e que as palavras a seguir, de um parido para sua esposa (que tinha dormido com outro homem antes do casamento) sejam um conforto para você: “Eu sempre me senti mais elevado a um alto padrão por você do que por qualquer outra garota com que já namorei. Você era forte, livre, e pura. Isso é tudo que sei de você. E isso é tudo que importa para mim” (2). Não tenha medo de não encontrar um rapaz legal ou de não ter um bom casamento. A falta de virgindade física não impede um bom casamento, mas a falta da virtude da castidade sim.
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1. Homilia na Missa de Encerramento
2. Gresh, And the Bride Wore White, 150.
Traduzido do site Pure Love Club
quarta-feira, 1 de abril de 2009
É errado só ficar pensando coisas sexuais com garotas? Se for, o que devo fazer?
Para começar, sua atração sexual com relação a mulheres foi colocada em seu coração por Deus, não pelo demônio. Não há nada pecaminoso em se sentir sexualmente atraído por uma garota. É normal e saudável. Não se sinta culpado em ter atração sexual, porque não é a mesma coisa que luxúria ou concupiscência. Só porque você tem fortes desejos, isso não quer dizer que você é impuro.
A luxúria é uma questão diferente, porque é um ato consciente da vontade que permite à sua mente imaginar atos sexuais ilícitos. A luxúria trata a pessoa como objeto – uma coisa a ser usada para seu prazer. Portanto, é uma distorção do amor, e nunca vai lhe satisfazer. Atos sexuais ilícitos, tais como o sexo antes do casamento – ou imaginar sexo pré-conjugal – sempre são incompletos.
Jesus quer que tenhamos a plenitude do amor, e não nos deixemos levar pela luxúria, então ele nos alertou que aquele que olhasse para uma mulher com luxúria em seu coração já teria cometido adultério com ela em seu coração (Mateus 5, 28). Ao dizer isso, Jesus não estava nos condenando, mas sim nos chamando. Faça como diz Paulo, “subjugue todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10, 5).
Com relação ao que fazer com os pensamentos tentadores, eu recomendo o que tenho recomendado em outros lugares: se você tem revistas, vídeos, ou músicas impuras, se livre delas. Torne-se um homem de oração. Seja paciente consigo mesmo. Pensamentos impuros provavelmente virão. Viva um dia de cada vez, um minuto de cada vez, e um pensamento por vez. Não se preocupe excessivamente. A pureza de coração não significa que você nunca é tentado e que deixa de se sentir atraído sexualmente a outras pessoas. Algumas pessoas chegam a pensar que são puras só porque não têm desejos fortes, ou porque nunca tiveram a oportunidade de serem impuros. Isso não é pureza.
Tudo que Deus pede é que você seja fiel a Ele, do modo como Ele se revela para você nesse momento. Ele lhe ama, e lhe dará a graça necessária para manter a pureza como algo de belo para Deus. Ao crescer no controle sobre sua mente, você terá mais e mais controle sobre seu corpo. “Não há tentação que possais sentir que não seja humanamente suportável. Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados acima de vossas forças, mas com a tentação ele providenciará uma maneira de resolução, para que possais suportá-la” (1 Coríntios 10, 13).
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Trecho do livro “ If you really loved me”, de Jason Evert. San Diego: Ed. Catholic Answers, 2003. pg. 201.
A luxúria é uma questão diferente, porque é um ato consciente da vontade que permite à sua mente imaginar atos sexuais ilícitos. A luxúria trata a pessoa como objeto – uma coisa a ser usada para seu prazer. Portanto, é uma distorção do amor, e nunca vai lhe satisfazer. Atos sexuais ilícitos, tais como o sexo antes do casamento – ou imaginar sexo pré-conjugal – sempre são incompletos.
Jesus quer que tenhamos a plenitude do amor, e não nos deixemos levar pela luxúria, então ele nos alertou que aquele que olhasse para uma mulher com luxúria em seu coração já teria cometido adultério com ela em seu coração (Mateus 5, 28). Ao dizer isso, Jesus não estava nos condenando, mas sim nos chamando. Faça como diz Paulo, “subjugue todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10, 5).
Com relação ao que fazer com os pensamentos tentadores, eu recomendo o que tenho recomendado em outros lugares: se você tem revistas, vídeos, ou músicas impuras, se livre delas. Torne-se um homem de oração. Seja paciente consigo mesmo. Pensamentos impuros provavelmente virão. Viva um dia de cada vez, um minuto de cada vez, e um pensamento por vez. Não se preocupe excessivamente. A pureza de coração não significa que você nunca é tentado e que deixa de se sentir atraído sexualmente a outras pessoas. Algumas pessoas chegam a pensar que são puras só porque não têm desejos fortes, ou porque nunca tiveram a oportunidade de serem impuros. Isso não é pureza.
Tudo que Deus pede é que você seja fiel a Ele, do modo como Ele se revela para você nesse momento. Ele lhe ama, e lhe dará a graça necessária para manter a pureza como algo de belo para Deus. Ao crescer no controle sobre sua mente, você terá mais e mais controle sobre seu corpo. “Não há tentação que possais sentir que não seja humanamente suportável. Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados acima de vossas forças, mas com a tentação ele providenciará uma maneira de resolução, para que possais suportá-la” (1 Coríntios 10, 13).
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Trecho do livro “ If you really loved me”, de Jason Evert. San Diego: Ed. Catholic Answers, 2003. pg. 201.
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