Por Pe. Thomas Loya
Nossos corpos “falam uma linguagem” precisamente pelo fato de que eles são sexuados. É a linguagem do “dom”. Ser capaz de ler a “linguagem dos nossos corpos” ajuda homens e mulheres a compreender “porquê” são masculinos e femininos, o que por sua vez os permite saber “como” ser masculino e feminino, como ser reciprocamente verdadeiros. Mas eu tenho uma pergunta para você, e por favor, seja honesto. Levante a mão se o seu desejo mais ardente na vida é viver uma vida completamente sem amor, sexo, casamento, filhos, intimidade e amigos? Nunca vi jamais alguém levantar a mão nas palestras em que fiz essa pergunta.
Então, minha próxima pergunta é: “O que há de tão especial no amor, sexo, casamento, filhos, intimidade e amigos?” Essas coisas devem ser especiais, porque não encontro ninguém que realmente deseje uma vida sem isso.
Vamos considerar por um momento o conceito cristão ou bíblico de Deus: três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito Santo, ao mesmo tempo unidas em um só Deus. Hey, é um mistério, OK? Não tente entender. Essas três pessoas existem em um eterno intercâmbio de amor entre elas. O Deus da Bíblia é um Deus que é como uma família dentro de si mesmo, ou, em outras palavras, uma união e comunhão de pessoas.
A primeira coisa que se diz na Bíblia sobre os seres humanos é que foram criados à “imagem e semelhança de Deus”. Por conseguinte, nós também, assim como o Deus da Bíblia, fomos feitos para formar uma união e comunhão de pessoas que procura fazer de si um dom livre, fiel, pleno e frutuoso. Não há como negar isso, porque está estampado em nossos próprios corpos de homem e de mulher. É essa a grande razão porque ninguém se imagina vivendo sem amor, sexo, casamento, filhos, intimidade e amigos. Essas são as coisas que nos tornam mais imagem de Deus. Nossa busca por essas coisas está por trás das melhores e das piores escolhas da vida. De um jeito ou de outro nós buscamos - desesperadamente, é o que parece – amor e intimidade.
É precisamente através de nosso gênero ou sexualidade que nós, como seres humanos, podemos de fato amar como Deus ama. Podemos entrar nesse “Mistério Esponsal”. Na verdade, o filósofo Karol Wojtyla (depois conhecido como Papa João Paulo II) propôs que o Mistério Esponsal é o “elemento fundamental da existência humana!” Nossa sexualidade é um ícone da própria vida interior de um Deus que é três pessoas, e ao mesmo tempo um só Deus.
O sexo (masculino ou feminino), portanto, tem um propósito. Não é arbitrário. Não é questão de preferência, e nem um erro. O sexo (ou gênero) revela Deus, e nos permite participar do modo como Deus ama. Saber “porquê” somos homem ou mulher é o segredo para saber “como” ser homem ou mulher, e portanto, como ser para o outro. O grande “porquê” é expresso na “linguagem dos nossos corpos”.
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Pe. Thomas Loya é padre na Igreja Bizantina da Anunciação da Mãe de Deus, em Chicago, IL. Ele dirige retiros e faz palestras em muitos seminários e conferências; e esteve na Jornada Mundial da Juventude de 2002. Ele oferece uma visão da Teologia do Corpo a partir da rica tradição do cristianismo oriental, além de ser artista profissional e consultor de design.
Traduzido de: http://tob.catholicexchange.com/2009/01/02/220/
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