domingo, 28 de fevereiro de 2010

Viagra hoje em dia não é só para os “mais velhos”

Por que a epidemia de disfunção sexual? Porque nós perdemos o sentido da vida sexual...

Por Mary Beth Bonacci
8 de fevereiro de 2007
Mary Beth Bonacci

Fico constantemente espantada com os tipos de anúncios que eu vejo na TV.

Na época que eu era criança, não se podia imaginar que um dia iria haver anúncios de medicamentos. Quem iria querer? As drogas não eram assim muito interessantes. ("Antibióticos. Eles vão fazer a sua infecção bacteriana ir embora em um instante.")

Nossa, como a televisão mudou.

Nos últimos anos, a propaganda de medicamentos tomou conta da televisão. Para ser mais exata, temos visto um grande número de anúncios de Viagra e outros produtos "para a performance masculina”.


O que há de errado nisso tudo?

Nós enquanto cultura parecemos acreditar que a atividade sexual desenfreada é apenas um divertimento bom e limpo. Mas quem imaginaria, há 30 anos, que hoje iríamos necessitar de tanta ajuda farmacológica para isso?

Sério. Quando esses anúncios apareceram pela primeira vez, todos nós pensávamos que o “público-alvo” era formado por homens mais velhos, que estavam avançando na idade e, portanto, precisavam de um pouco de ajuda, bem, "para ficar ligado". Naturalmente, a maioria dos anúncios destacava homens bonitos com cabelos grisalhos passeando na praia com mulheres de meia idade “bem-preservadas”.

Mas, aparentemente, hoje a propaganda não é só para os caras mais velhos.

De tudo o que eu estou lendo e ouvindo, parece que temos uma epidemia de impotência parcial e total entre os homens de todas as idades, bem como uma epidemia "correspondente" de diminuição do prazer sexual entre as mulheres.

Nada mais é "sujo". Lojas pornográficas, anteriormente encontradas somente em bairros decadentes, foram rebatizadas de "lojas de presentes para adultos" e abertas em todos os locais da cidade. Capas de revistas mostrando fotos provocantes, anteriormente escondidas debaixo das caixas das lojas, hoje são orgulhosamente exibidas em bancas, bares e mercearias.

Mas há ainda um pequeno segredo sujo em nossa sociedade. As pessoas podem estar realizando muito mais relações sexuais (ou pelo menos tentando). Mas elas estão gostando muito menos. E ninguém quer admitir isso.

Qual é o problema aqui?

Eu conheço há anos estudos sobre a satisfação sexual que consistentemente revelam os mesmos resultados. As pessoas mais satisfeitas sexualmente na América - as que aparentemente têm melhores e mais freqüentes relações sexuais - são pessoas casadas altamente religiosas, que esperaram para ter relação sexual só no casamento. Eu sempre vi esses estudos como prova de que a relação sexual é melhor quando é feita segundo a vontade de Deus. Ele fez a relação sexual para que ela falasse uma linguagem – a linguagem do amor que é doação de si mesmo. E assim é lógico que ela será mais prazerosa quando acontecer nesse contexto.

Há um elemento de grande vulnerabilidade na expressão sexual. O coração está dizendo "Eu me entrego a você para sempre." Hormônios como a ocitocina estão inundando o cérebro e trabalhando para criar uma forte ligação emocional entre essas duas pessoas. No contexto de um casamento de amor, esses parceiros sabem que essa ligação está acontecendo, e eles estão consentindo e se rendendo totalmente a essa ligação. Existe uma verdadeira segurança e liberdade em saber que essa pessoa está planejando ficar por perto – para sempre.

Mas a atividade sexual entre pessoas "não comprometidas" é diferente. Esse elemento de ligação não é bem-vindo. Tem que ser combatido. Não há liberdade para render-se, nem segurança, nem há garantia de que essa pessoa estará por perto próximo ano ou no próximo mês ou até amanhã.

Aparentemente, isso torna mais difícil desfrutar da atividade sexual.

Este fenômeno, infelizmente, não é específico dos relacionamentos. Não é que uma mulher pode ter relações sexuais insatisfatórias durante os anos de namoro, e depois acontecer facilmente uma transição para uma vida sexual feliz e plena no casamento. Ou que o comportamento promíscuo de um homem, induzido por questões de desempenho, de repente possa ser curado pelo amor da mulher certa. Há uma razão para que os americanos mais sexualmente satisfeitos tenham guardado a relação sexual para o casamento. Hábitos sexuais se formam facilmente. E a disfunção sexual provocada pela promiscuidade antes do casamento muito provavelmente irá acompanhar os jovens homens e mulheres em seus casamentos.

Os americanos parecem não entender isso. Continuamos a desenvolver novos medicamentos, novos suplementos. Nós devoramos livros e artigos de revistas destinadas a "apimentar a vida sexual." Abrimos mais e mais lojas pornô. Toda a gente está tentando trazer de volta o prazer da atividade sexual.

Eu não vejo como essas coisas poderão ajudar. A única maneira pela qual vamos recuperar o prazer sexual é recuperando o sentido da relação sexual. O ato conjugal e o seu sentido andam sempre juntos. O verdadeiro prazer vem quando nós respeitamos a linguagem do sexo, quando a falamos honestamente, no contexto à qual ela pertence.

Em outras palavras, a doença não está em nossas terminações nervosas. Está em nossas almas.
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Traduzido e adaptado de: http://www.reallove.net/articlesContent.asp?AID=51

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