quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O homem e a pornografia


O que a pornografia faz com um homem? Para iniciantes, ela rouba do homem a capacidade de ser um homem. A essência da masculinidade consiste na prontidão em negar a si mesmo pelo bem da pessoa amada. É por isso que Paulo lembra aos esposos, na Carta aos Efésios, que seu amor deve ser como o de Cristo, que se permitiu ser crucificado pelo bem da sua amada, a Igreja (Efésios 5, 21-33).

A pornografia acaba com este chamado. Pergunte a si mesmo: Não lhe daria muita raiva se um homem olhasse para sua filha ou esposa do mesmo jeito que olha para pornografia? Ao invés de negar a si mesmo pelo bem da esposa, o homem, através do uso da pornografia, nega à mulher sua dignidade a fim de satisfazer os próprios desejos egoístas por prazer. Em essência, a pornografia é uma rejeição de nosso chamado de amar como Deus ama. Não é surpresa que as pessoas que usam pornografia nunca estão satisfeitas. Só o amor pode satisfazer.

A pornografia gradualmente acaba com a capacidade do homem de amar. É impossível amar uma fantasia, mas viver em um mundo de fantasia permite a um rapaz escapar da realidade e fugir das demandas do amor autêntico. De certo modo, o fato de que a pornografia permite ao homem fomentar suas fantasias sem ter que se preocupar com gravidez ou com doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) é parte do problema. Isso encoraja o homem a viver em um mundo onde a sexualidade oferece apenas prazer, sem nenhum sentido nem conseqüências, um lugar onde “ninguém engravida, ninguém pega uma doença, ninguém mostra sinais de culpa, medo, remorso, vergonha ou desconfiança. Ninguém sofre por causa das atividades sexuais dos outros, e o homem, no mínimo, são sempre livres de preocupação, irrestritos... A prioridade de proteger amorosamente a parceira é de pouco valor na pornografia porque não parece existir nenhum dano com ela” (1)

Falando de forma simples, a pornografia é renunciar ao amor. Como disse o escritor Christopher West: “[A pornografia] almeja fomentar precisamente aquelas distorções dos nossos desejos sexuais contra as quais devemos lutar se queremos descobrir o verdadeiro amor” (2). Para a pessoa que se permite ver pornografia, o objetivo do sexo se torna a satisfação das “necessidades” eróticas, e não a comunicação de amor e de vida. A pornografia leva o homem a avaliar uma mulher somente pelo que ela pode lhe dar, ao invés de avaliar pela pessoa que ela é.

Alguns rapazes vão menosprezar tudo isso, dizendo: “Homens são homens”, ou “Estou apenas apreciando a beleza das mulheres”, ou “Eu gosto dos artigos e entrevistas das revistas”. Algumas vezes eles vão perceber como esses argumentos não são nada convincentes, e se tornarão ressentidos, dizendo “Você quer reprimir a sexualidade e tirar a liberdade das mulheres. Não é saudável que você tenha um apreço tão pequeno pelas mulheres!”. Esse ressentimento chegou até os letreiros das casas de “strip”, que fazem propaganda do estabelecimento como “clube de cavalheiros”, para “entretenimento adulto”. Ter as palavras “cavalheiro” ou “adulto” associadas com uma boate de “strip” é nada menos que fascinante. Por que um homem sentiria a necessidade de justificar que seu comportamento é maduro e cavalheiresco? Você pode se lembrar de alguma vez em que um adulto tenha precisado lembrar aos outros que é maduro? Ou você pode pensar em alguma atividade na terra onde um cavalheiro precise anunciar que é um? Normalmente as ações falam por si próprias. Além do mais, um cavalheiro não precisa pagar uma mulher para ela fingir que gosta dele.

Portanto, mesmo quando a falta de controle de um homem o faz lembrar um menino, e nada em seu comportamento se concilia com o título de “cavalheiro”, ele ainda sente uma necessidade de se identificar com a masculinidade autêntica. Isso se deve porque, não importa o quanto tenhamos caído, Cristo mesmo assim estampou em nosso ser o chamado para amar como Ele amou. Se pudéssemos ao menos retirar a distorção, desfazer as mentiras e humildemente ir ao encontro do Senhor em toda nossa natureza ferida e machucada, Ele ressuscitaria e nos transformaria em homens verdadeiros.

1. Wetzel, Sexual Wisdom, 72.
2. West, Good News About Sex and Marriage, 84.
Alguns dos conteúdos deste artigo foram adaptados de www.pureloveclub.com, do autor Jason Evert.
________________________________

Traduzido e adaptado de: http://www.whodoesithurt.com/who-does-it-hurt/men

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O envio de comentário constitui aceitação de publicação.
Todos os comentários passam por moderação.
Comentários podem ser rejeitados por decisão do blog.
Os comentários publicados não necessariamente expressam a opinião do blog.