segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sede fecundos e multiplicai-vos. Agora.



Por Barbara Kay

Acabei de comemorar um aniversário significativo. Quão significativo? Dica: eu agora posso ter gratuidade no transporte público, em vez de pagar. Eu sou o que sou, e o que eu sou não é jovem.

Decidi que eu sou uma "idosa", termo que tem uma aceitação cultural mais agradável e – ao contrário da palavra "velho", que traz consigo um sentido de desgaste – deixa a pessoa com algumas “cartas” ainda na manga, e neurônios suficientes para distinguir um falcão de um serrote.

Para minha alegria, uma expectativa crucial se materializou: eu também estou mais sábia. Isso é porque eu realmente aprendi com a experiência – a minha própria e a experiência de outras pessoas intelectualmente dignas de confiança. Eu posso distinguir o que é transitório do que perdura. Eu não me deixo enganar ou me levar por projetos duvidosos. Eu sei escolher as pessoas, idéias e instituições nas quais vale a pena gastar o meu tempo cada vez mais precioso.

Você não pode imaginar que conveniência é ter sabedoria, e como ela nos faz ganhar tempo. Eu recomendo. Quando você é sábio, a cada minuto do seu dia é produtivo, de uma forma ou de outra. Suas prioridades instintivamente se ajustam no lugar.

Falando de prioridades, uma poetisa de Montreal uma vez escreveu: "Eu não venderia o meu filho por um milhão de dólares, e eu não lhe daria sequer dois centavos pelo seu." O que ela queria dizer, claro, era que apenas uma coisa na vida é realmente preciosa.

O que me leva ao meu argumento: Alguma sabedoria pode ser adquirida através da própria experiência; mas outros tipos de sabedoria, como a decisão de quando ter filhos, dependem de tempo de experiência, e devem ser tomadas a partir dos conselhos dos sábios mais velhos, como eu.

Então, deixe-me dizer – bem, na verdade acredito que a Constituição permite que as pessoas da minha idade possam dar conselhos não solicitados – que no caso improvável de que você, leitora deste artigo, seja uma mulher de vinte e poucos anos, aqui vai um pouco de sabedoria adquirida com a experiência que você nunca vai obter hoje em dia de figuras de autoridade masculina (eles não ousariam!) ou mesmo da maioria das outras mulheres: Nada do que você possa alcançar naquela sua preciosa carreira vai chegar aos pés da realização que é criar filhos decentes e construtivos.

Não espere muito tempo. A infertilidade desejada voluntariamente pode se tornar um pesadelo de arrependimento. Repita comigo: Meu pico de fertilidade ocorre por volta dos 25 anos. Aos 35, já estou arriscando. Aos 40, estou jogando na loteria.

Não existe um príncipe encantado. Quando você decidir que é a hora certa, você vai encontrar o homem certo. Se você começar a olhar para os homens como potenciais pais, ao invés de potenciais amantes, você vai acabar vivendo harmoniosamente de acordo com a natureza, e não com o plano de feministas.

Minhas amigas se tornaram altamente bem sucedidas nos negócios, na vida profissional e cultural. Mas quando nos encontrarmos socialmente, elas não querem me contar sobre a mais recente realização profissional. Já estão acostumados a quem – e o que – são (ou fizeram as pazes com quem – e o que – não são). O que as estimula agora são os desdobramentos e os dramas das vidas de seus filhos e – se tiveram a sorte de tê-los – dos seus netos.

Você vai estar onde estou mais cedo do que você pensa. Você pode mudar sua opinião em qualquer idade, mas em matéria de biologia, o tempo é um árbitro implacável. O mais pungente dos lamentos de Shakespeare é "Oh, tempo, volte para trás em seu vôo." Aqui termina a sabedoria por hoje.
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Tradução adaptada de trechos do artigo "Be fruitful and multiply. Now.", de Barbara Kay, Jornal National Post (Canada), 12 de dezembro de 2007.


http://www.catholiceducation.org/articles/feminism/fe0044.htm

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