quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Presente aberto cedo demais

Por Phil Ware

Eu não podia mais esperar. Aquela caixa estranha estava lá, embaixo da árvore de Natal. Eu não tinha idéia do que era. Não tinha pedido nada com aquele formato. Eu sacudi a caixa, e fez barulho! Não tinha a menor idéia do que fosse.

“O que é isso, pelo amor de Deus?” Eu me perguntava. “Porque você mesmo não descobre?” – foi o que sugeri a mim mesmo. E eu fui descobrir!

Quando todo mundo foi dormir, eu levei a caixa silenciosamente para um lugar escondido, e com muito cuidado retirei as fitas adesivas puxando pela ponta. Levou uma eternidade para mim. Pacientemente tirei todas as fitas adesivas sem danificar o embrulho. Meu coração batia forte. Seis pedaços de fita adesiva gentilmente retirados daquele papel. Meus dedos estavam suados e tremendo. “Finalmente!”. Tirei o último pedaço. Quando eu iluminei o interior do pacote com minha pequena lanterna o segredo foi revelado. Estava lá, escrito com letras brancas grandes em um fundo verde: “Baseball Eletrônico”.

“Hhmmm? E agora, o que eu devo fazer?”. Veja, eu não podia brincar com aquilo. Não podia falar daquilo. Não podia nem mesmo agir como se já soubesse o que era. “Como eu vou evitar que todos os outros percebam que abri meu presente antes da hora?”.

O que eu pensava que seria uma agradável revelação foi uma grande decepção depois que passou a excitação do momento. Eu estava aprendendo a lição de abrir o presente cedo demais. A necessidade de esconder sua pressa supera a alegria de descobrir muito cedo! O presente perde sua atratividade e se torna apenas uma lembrança de sua decepção.

Meu presente foi roubado de sua alegria. Na manhã do natal ninguém sabia que eu já tinha aberto meu presente. Eu fingi surpresa e alegria. Mas me senti estúpido e envergonhado o tempo todo. Na verdade, bem no fundo, aquilo nunca foi um presente. Foi algo que eu roubei. Nunca mais peguei antes outro presente de Natal. A alegria de saber cedo demais não valia a pena em troca da perda da alegria de receber um presente especial na hora certa.

No meu trabalho aconselhando casais que se preparam para o matrimônio, fico feliz em ver que mais e mais pessoas estão comprometidas em não abrir seus presentes cedo demais. Mesmo que já tenham “aberto o presente” antes em seu passado, eles aprenderam a lição em um nível bem profundo. Abrir esse presente antes do casamento tira dele toda alegria da descoberta, que só encontramos quando o presente é recebido no tempo certo. Aqueles que esperam encontram essa alegria especial que vem do dar e receber esse dom precioso no seu devido lugar e tempo.

Aqueles que abriram o presente cedo demais em relacionamentos anteriores, mas fizeram um novo compromisso para esperar no relacionamento atual, normalmente voltam para falar comigo e me dizem mais tarde como esse tempo de espera teve poder em seus relacionamentos. Há muita coisa que precisa ser discutida e compartilhada, e que fica em segundo plano diante das paixões poderosas e da pressa da luxúria. Essa alegria especial da antecipação e da plenitude se perde quando as coisas são pressionadas e acontecem fora do tempo certo.

Hoje em dia se mistura intimidade com sexo, e o amor tem se tornado sinônimo de luxúria. Em tempos como esse, que possamos ser apropriadamente rotulados como “ingênuos” e “antiquados”. Presentes são melhor usufruídos quando são recebidos com alegria e abertos na hora certa. Há grande alegria e júbilo em descobrir as bênçãos dos presente e dons de Deus juntos, no tempo certo, e sob a proteção de um compromisso para a vida toda. Fazer menos que isso é ser roubado de tudo que o presente representa, de todo seu propósito. Ensinar nossos jovens a fazer menos que isso é retirar deles a alegria que se encontra na espera, e que é posteriormente encontrada na recepção desse precioso dom no tempo de Deus, não no nosso tempo.
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Traduzido e adaptado de:
http://www.heartlight.org/two_minute/2m_981209_unwrap.html

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