terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Consciência moral hoje

Por Michael D. O’Brien

Embora o homem moderno negue a autoridade da consciência moral, ele não pode escapar dela. Ele é criado à imagem e semelhança de Deus, e no fundo da lei natural de seu ser a verdade continua a dialogar com ele, mesmo que ele veementemente negue a existência de Deus (no caso dos ateus) ou minimize a autoridade divina (no caso das pessoas religiosas só “de nome”, ou seja, os ateus práticos). A fim de conviver com a fragmentação interna, a qual é efeito inevitável de uma consciência violada, ele é levado a amenizar sua dor através de três maneiras distintas:

a) Ele trava uma guerra aberta contra a consciência e todas as suas restrições morais, e persegue uma agressiva quantidade de recompensas sensuais com radical obstinação – geralmente um mergulho em vários tipos de vícios e uma vida de promiscuidade sexual;

b) De modo mais passivo, ele simplesmente ignora a voz interior da consciência e se distrai dela através de prazeres sensuais e emocionais – geralmente a busca por amor sem responsabilidade e uma busca incessante por sucesso mundano (profissional, financeiro, fama etc.)

c) Ele tenta racionalizar uma forma de consciência auto-gerada, feita por ele mesmo, baseada em valores como “tolerância”, e “não-dogmatismo”. Geralmente isso produz um novo tipo perverso de moralismo, uma “presunção de estar certo”, uma “auto-verdade”, que é, paradoxalmente, bastante intolerante à verdade genuína. O seu anti-dogmatismo torna-se seu novo dogma. Aqui não há rejeição absoluta da moralidade, mas apenas uma reinvenção dela de acordo com sentimentos subjetivos.

Nenhum dos mecanismos de defesa (ou mecanismos de fuga) precisa ser consciente. De fato, eles tendem a ser, na sua maioria, processos subconscientes através dos quais uma pessoa pensa estar encontrando sua identidade pessoal, pensa estar vivendo a liberdade como princípio, descobrindo seu caminho na vida, e conseguindo daí um quinhão de felicidade. Embora a pessoa seja afligida de tempos em tempos por um sentimento de vazio interior, ela presume que o remédio para esses momentos difíceis será encontrado aumentando a dose da mesma droga que a está matando.

Só para citar um exemplo, ao que parece a série "Crepúsculo" segue esse terceiro mecanismo de fuga mencionado acima em c, e assim consegue atingir a maior parte da audiência.
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Traduzido e adaptado de:
http://www.studiobrien.com/writings_on_fantasy/twilight.html

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