sábado, 11 de julho de 2009

Qual o problema em ter relações sexuais, se realmente nos amamos?

Por Jason Evert

Como podemos saber se amamos realmente a outra pessoa, ou se não é apenas uma paixão temporária? Uma dica é saber se colocamos o bem-estar da outra pessoa acima de nossos desejos sexuais – mesmo se esses desejos são mútuos. Em outras palavras, a dica é saber se fazemos o que é melhor para o outro (isto é, não expor a pessoa ao arrependimento, a DST’s, a uma gravidez não-planejada etc.).

Suponha que a pessoa que você ama lhe pede um copo de água. Na cozinha existem 100 copos de água, sendo 99 deles limpos, e um deles envenenado. Você arriscaria levar um desses copos para a pessoa beber, ou você deixaria a pessoa ficar com sede até você saber – com certeza – que sua escolha vai ser saudável? Pode parecer que você está fazendo um ato de amor ao satisfazer a vontade momentânea da pessoa, mas isso pode significar um perigo para ela. Do mesmo modo, mesmo que você não esteja convencido que o sexo antes do casamento é prejudicial, o verdadeiro amor não vai correr nem mesmo o risco de fazer mal à pessoa amada. Somente um desejo egoísta de prazer às custas do outro é capaz de fazer isso.

Se vocês realmente se amam, você vai fazer o que for melhor para a relação. Entretanto, depois que há uma relação sexual, uma relação entre adolescentes dura em média apenas mais 21 dias. Alguns relacionamentos ainda duram dois anos, e outros apenas uma noite, mas a média é três semanas para acabar a relação.

Por que? Como alguém falou: “O homem moderno praticamente nunca pensa sobre sexo”. Ele sonha com sexo, deseja-o, imagina-o, mas na verdade nunca para e pensa realmente sobre sexo. “Nosso típico homem moderno, quando pensa sobre isso, pensa em sexo como algo que somos felizardos em ter; e vê todos os seus problemas resumidos em apenas um, em como conseguir o maior prazer possível”. (1) Mas se paramos um pouco para pensar no significado do sexo, torna-se claro que tê-lo antes do casamento sinaliza o final de muitos relacionamentos.

Posso até pensar que as estatísticas não se aplicam a mim porque eu amo mesmo minha namorada, mas se eu tenho intimidade sexual com uma mulher com a qual não estou casado, então estou mentindo para ela com meu corpo. No sexo, meu corpo está dizendo: “Eu me entrego inteiramente a você. Não há nada de mim que não esteja lhe entregando”. Mas se você não é casado com ela, isso é uma mentira. Você está dizendo: “Eu te entrego meu corpo (mas não minha vida, eu mesmo)”. Ou: “Eu sou todo seu (enquanto não for de outra pessoa)”. No sexo, o corpo faz uma promessa, mesmo que você não queira.

Uma vez que o sexo entra em cena, normalmente ele se torna o centro do relacionamento, colocando tudo o mais para lado. Ambos se tornam objetos para serem usados, ao invés de pessoas a serem amadas, mesmo que não admitam que se vêem dessa forma. Uma estudante percebeu depois: “Eu pensava que o sexo ia criar essa grande ligação entre nós, e nos fazer ficar mais unidos como casal. Mas não demorou muito, e ele não queria mais gastar tempo comigo – ele só queria gastar tempo com meu corpo”.

Seu corpo é um dom, um presente. E durante o ato sexual, o casal se dá, se doa, se entrega um ao outro. Mas reduzir esse dom a um mero empréstimo lhe deixa com menos respeito do que você merece. É por isso que o dom total do corpo e do coração de uma pessoa pertence a um relacionamento permanente e fiel: o casamento. Talvez a gente sinta que está mais “apaixonado” do que muitas pessoas casadas, mas as emoções não criam um casamento, e não são bastam para de manter duas pessoas juntas.

E também, você não pode se entregar realmente de verdade enquanto não perceber seu valor e a magnitude do dom que você está entregando. O verdadeiro amor diz: “Você é tudo para mim. Eu me entrego totalmente a você para sempre”. Esse é o verdadeiro compromisso que floresce no coração de cada pessoa que está sinceramente amando. Ele requer permanência e perseverança, e não apenas um “amasso”, um “ficar” por um tempo. Ele não insiste no próprio caminho quando os desejos são fortes, e pode sacrificar os desejos do momento por algo mais permanente. Afinal de contas, se você não consegue, se você é incapaz de dizer “não” ao sexo, então de que vale seu “sim”?
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(1) Frank Sheed, Society and Sanity (New York: Sheed and Ward, 1953), 107.

Trecho do livro “Pure Love, de Jason Evert. San Diego: Rosebud, 2003.

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