quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Pureza sexual: além do legalismo

Pureza sexual: além do legalismo
Uma estratégia pastoral para pais, professores e líderes de pastoral

Por: Stephen B. Clark

Tradução: William Ibiapina

Como pais professores e líderes de pastoral, não devemos simplesmente dizer o que a lei de Deus proíbe. Devemos ajudar a entender a intenção de Deus em dar mandamentos. Quando as pessoas se agarram às intenções de Deus, elas podem obedecer-Lhe de coração, não se satisfazendo em eliminar violações sérias dos mandamentos, mas dando forma ao caminho que seguem em cada aspecto do modo a chegar às propostas d'Ele.

Por exemplo, em relação ao sexo, é particularmente útil às pessoas ver que o Senhor nos mostra um ideal de uma vida bem ordenada. Quando o sexo está propriamente em ordem no casamento, fortalece a vida familiar, o que, por conseqüência, fortalece a vida da Igreja e da sociedade. Trazer o sexo a uma ordem apropriada envolve autocontrole, domínio sobre os desejos. Por um ponto de vista cristão, é um ideal positivo.

Caminhando em direção a este ideal, estamos indo de encontro à visão moderna de que toda forma de sexo é válida enquanto "realizável", ou seja, enquanto der prazer.

Por uma perspectiva escritural, esta é uma visão degradada do sexo, tratando-o como algo típico de um animal, em vez de um ser humano. Animais seguem seus instintos. Seres humanos usam a mente para entender os propósitos de Deus para a vida e fazer suas decisões de acordo com tais propósitos. O Senhor nos chama a comunicar esta visão àqueles que lideram.

Outro princípio importante a ensinar é o que compartilha a idéia de "o que é proibido é proibido da mesma forma". Não devemos meramente tentar evitar as violações mais brutas da lei de Deus, mas também excluir comportamentos que em parte violam a lei, ainda que não em sua totalidade.

"Ficar" é um exemplo. Muitos cristãos de hoje diriam que, enquanto a fornicação (ou, como eles mesmos diriam, "ir até o fim") não for o objetivo, não há problema em "ficar" por simples diversão, exploração pessoal ou para saciar seus desejos sexuais. A visão cristã tradicional, porém, é que "ficar" constitui um caminho para a fornicação ou adultério.

Por um lado, é apenas senso comum que "ficar" não sacia desejos sexuais. Deus os fez especificamente para serem estimulados, não saciados.

Por outro, há uma integridade ao entendimento escritural da relação sexual, que inclui todas as atividades iniciais que naturalmente fazem parte do percurso. Assim, a Escritura geralmente se refere ao ato sexual simplesmente mencionando o primeiro estágio; por exemplo, "descobrir a nudez" (ver Lv 18). Esta frase não significa simplesmente não haver roupas, mas o tipo de despir que envolve a intenção de haver relação sexual.

A Escritura também usa a expressão "chegar-se a uma mulher" (Lv 18:6,19). Isto implica que há uma distância apropriada entre homens e mulheres, e violá-la já significa entrar no processo de fornicação.

"Tocar uma mulher" é outra expressão bíblica para ilustrar a relação sexual (1 Cor 7:1). Não significa aperto de mão, mas o tipo de toque que inicia o processo de relação sexual.
Por uma perspectiva escritural, adentrar os estágios iniciais pode ser menos sério que fazer algo possível de ser feito no ato da fornicação. Entretanto, uma relação não consumada não significa que não se iniciou o ato da fornicação.

É interessante notar que muitas pessoas que dizem abominar o "legalismo" realmente se refugiam neste tipo de legalismo no que concerne à moralidade sexual. Elas buscam abrir espaço para tudo que não é considerado violação em larga escala pela lei e não consideram o espírito, ou propósito, da lei.

Um dos sinais mais claros deste tipo de coisa é a pergunta: "até onde posso ir sem pecar?" Esta já é a pergunta errada, indicando que a pessoa que a faz não está vivendo como um discípulo que foca a mente, o coração, a alma e a força em amar o Senhor e cumprir os propósitos d'Ele.
A pergunta certa é "o que posso fazer para estar no lugar certo nesta área? Como posso viver em todos os aspectos da forma que melhor corresponda ao propósito de Deus e à ordem d'Ele para esta área da minha vida?".

O terceiro princípio é: o que leva à violação do mandamento deve ser evitado, e o que leva a guardá-lo deve ser seguido, se racionalmente possível.

Por exemplo, devemos evitar indecência, pensamentos descontrolados, ###########, "ficar" com as pessoas erradas, ir aos lugares errados etc. Tais coisas levam a nós e a outros a problemas.
Usar uma roupa indecente, por exemplo. Vestir-se indecentemente pode ou não afetar a pessoa agente, mas certamente atingirá algumas outras pessoas. Devemos levar as pessoas a se conscientizarem não apenas a se resguardarem no lugar certo, mas também a ajudar os outros a permanecerem no lugar certo.

O lado positivo do princípio significa que devemos construir, na nossa vida conjunta à Igreja, coisas que ajudarão os propósitos dos mandamentos divinos. Queremos levar adiante o uso correto da capacidade sexual que Deus nos deu.

Um exemplo de resposta positiva seria desenvolver uma aproximação pastoral maior acerca de namoros e relacionamentos. 1 Tes 4, 3-8 nos instrui a evitar a imoralidade sexual e abraçar o casamento em santidade e honra, não na paixão da luxúria, como pagãos que não conhecem a Deus. Como poderíamos ajudar os membros da Igreja a fazer simplesmente isso?

Um elemento-chave de uma estratégia pastoral seria ensinar a visão cristã do casamento, com suas responsabilidades - um modelo de casamento que muitos cristãos atualmente não entendem. Nesta base, podemos encorajar solteiros a pensar sobre as qualidades de caráter de que ele(a) e seu(sua) esposo(a) precisariam.

Com um cuidado pastoral pessoal, podemos levá-los a evitar fazer uma decisão de casamento com base em atração emocional e ajudá-los a focar a atenção em assuntos objetivos, como leitura pessoal e visão comum, que são cruciais para um casamento bem-sucedido.

Assim, podemos guiá-los durante o processo de relacionamento por caminhos que instiguem a tomada de decisão sóbria e devota e evitem tendência ao afeto emocional ou à tentação sexual.

Fonte: http://www.rc.net/wcc/clark3.htm
(c) 1989, The Alliance for Faith and Renewal.

Agradecimentos ao William pela tradução.

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