segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os anticoncepcionais são um desastre

A sociedade liberal tenta nos dizer que os anticoncepcionais (como a pílula e o adesivo de hormônios) são a melhor coisa que já aconteceram para as mulheres, para os homens e para a sociedade em geral. Mas a professora Janet Smith não concorda.

Quando a pílula foi desenvolvida e colocada no mercado no final dos anos 50, “Falaram que ela iria controlar a ‘crise de super-população’, reduzir o número de gravidezes não planejadas e de abortos, e melhorar os casamentos”, disse Smith na sua palestra no Centro Cultural João Paulo II em Washington, Estados Unidos, em 30 de outubro de 2008. Porém, ao invés de fazer um grande bem, os anticoncepcionais foram muito prejudiciais para nossa cultura, ela afirma.

“A visão cristã de moralidade sexual é a de um homem e uma mulher que se casam e fazem um compromisso para a vida toda, e seu círculo de amor mantêm-se em expansão”, à medida que as crianças nascem, explicou Smith. “Houve um tempo em que a opinião das pessoas era de que não se devia ter sexo a não ser que houvesse amor; não se devia ter sexo a não ser que você estivesse preparado para ter bebês; e você não está preparado para os bebês enquanto não estiver casado”. Mas os anticoncepcionais criaram uma rupture na conexão natural entre amor, sexo, casamento e bebês, ela observa.

A pílula supostamente deu às mulheres a luz verde para sair e ter relações sexuais livremente, sem ter que se preocupar com gravidez. Agora as mulheres rotineiramente têm relações sexuais com homens quem não as amam para a vida toda, e com quem elas não têm nenhuma intenção de casar ou de ter filhos.

A promiscuidade, encorajada pela pílula, cresceu muito, ao contrário do que diziam os defensores da pílula no começo, e com a promiscuidade também cresceu a taxa de gravidez não-planejada, observa Smith. Em 1960, 6% de todos os bebês dos Estados Unidos vinham de uma gravidez não planejada. Em 2005, essa taxa pulou para 37%. O uso continuado e incentivado de anticoncepcionais só fez aumentar – e não diminuir – o número de abortos.

As falhas dos anticoncepcionais só fazem aumentar. Das mulheres utilizando a pílula, 8% vai ficar grávida em um ano de uso. Das mulheres que usam a camisinha como método anticoncepcional, 14 a 15% vai ficar grávida em um ano. Adolescentes de baixo nível econômico que co-habitam na mesma casa e usam a pílula apresentam uma taxa de falha de anticoncepção de 48%. Quando o anticoncepcional falha, o aborto é a saída “lógica” para muitas pessoas, disse Smith.

Como declarou a Suprema Corte americana em 1992, no caso “Panned Parenthood vs. Casey”: “Por duas décadas de desenvolvimentos sociais e econômicos, as pessoas têm organizado e suas relações íntimas e feito escolhas que definem suas visões de si mesmos e seus lugares na sociedade com base na disponibilidade do aborto no caso de falha na contracepção”. “A Suprema Corte estava dizendo que temos que ter abortos enquanto estivermos na cultura da contracepção”, disse Smith.

Ao invés de estabilizar o casamento, como diziam os defensores da pílula quando ela foi lançada, o que aconteceu na realidade foi que a taxa de divórcio dobrou. Em 1960, um em cada quatro casamentos terminava em divórcio. Em 1980 já eram um em cada dois terminando em divórcio. “Essa tendência de crescimento do divórcio acompanhou o crescimento no uso de anticoncepcionais”, observou Smith. O adultério, igualmente, aumentou assustadoramente desde que os anticoncepcionais se difundiram no mercado: o Centro de Controle de Doenças reporta que uma de cada 10 mulheres que está grávida ficou grávida de outra pessoa que não seu marido.

Os anticoncepcionais químicos também causam uma série de efeitos colaterais negativos. Os mais comuns incluem aumento na irritabilidade, depressão, ganho de peso e redução da vontade sexual. Os anticoncepcionais orais estão ligados ao aumento de chance de ter câncer de mama antes da menopausa. “Se você utilizou anticoncepcional durante 4 a 5 anos antes de ter um bebê, você tem 50% a mais de chance de ter câncer de mama”, disse Smith. A empresa Johnson & Johnson já pagou mais de 68 milhões de dólares em acordos judiciais por causa dos efeitos colaterais do adesivo hormonal Ortho Evra, que em algumas usuárias causou coágulos sanguíneos, ataques cardíacos, infartos, e também causou 23 mortes. “Mas 68 milhões não é nada para eles, que lucram bilhões de dólares com o controle de natalidade”, disse Smith.

A atividade sexual promíscua facilitada pelos anticoncepcionais levou a um aumento exponencial nos tipos diferentes de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). Em 1950 só haviam duas; agora, os números variam, dependendo da maneira com que categorizamos as doenças, mas há pelo menos 20. As DST’s causam cicatrizações nas trompas de falópio (tubas uterinas), o que pode levar a gravidezes ectópicas que podem ter risco de morte para a mãe. Desde 1970 o número de gravidezes ectópicas cresceu 600%.

Por levar a um grande número de crianças sendo criadas e crescendo sem a presença do pai, o uso de anticoncepcionais levou ao crescimento da pobreza, disse Smith: a maioria dos que vivem na pobreza nos Estados Unidos são mulheres solteiras com crianças. “Cerca de 68% das crianças em famílias com um único dos genitores (ou o pai ou a mãe) vivem na pobreza. Smith observou que “podemos ligar o comportamento sexual fora de controle a várias disfunções sociais e à pobreza.

O Papa Paulo VI tinha previsto na década de 60 que, se os anticoncepcionais se tornassem largamente utilizados, o que aconteceria seria o seguinte:
- um recuo geral na moralidade das pessoas
- menos respeito pelas mulheres
- controle governamental coercivo sobre a sexualidade das pessoas
- o corpo seria tratado como uma máquina.

Apesar desses alertas, disse Smith, “houve uma enorme pressão sobre o Papa para que ele mudasse a doutrina da Igreja sobre contracepção – eles temiam a super-população”. Porém a maior causa do crescimento populacional não é o número grande de filhos, mas é que as pessoas estão vivendo por mais tempo. “Todos os países do mundo têm uma taxa de natalidade decrescente”. Estudos indicam que por volta do ano 2050 a taxa de fertilidade mundial ficará abaixo da chamada “linha de reposição” (nível abaixo do qual a população começa a encolher).

A Igreja Católica condena a contracepção (o uso de anticoncepcionais) porque:
1. é uma violação da saúde física e psicológica da mulher
2. impede a doação total no amor entre os esposos
3. é uma rejeição de Deus como Criador da vida.

Mas a Igreja não ensina que temos que ter tantos filhos quanto possível, disse Smith; é por isso que a Igreja aprova o método natural, que consiste em detectar o período fértil da mulher, e abster-se da relação sexual nesse período para evitar a gravidez. Nos Estados Unidos esse método é conhecido como Planejamento Familiar Natural (PFN). “Muitas pessoas têm dificuldade em ver a diferença entre os anticoncepcionais químicos e o Planejamento Familiar Natural (ou método natural). Entretanto, pessoas que experimentaram os dois tipos de método dizem que há um mundo de diferença”. Os benefícios do Planejamento Familiar Natural são muitos:
- não traz nenhum efeito colateral físico
- requer um sacrifício e comprometimento mútuo: ambos os esposos têm que se abster periodicamente de relações sexuais
- fortaleza o relacionamento do casal com Deus
- nenhum dano é causado à sociedade: os casais continuam casados, possuem lares mais estáveis para criar os filhos.

Casais que utilizam o método natural quase nunca se divorciam (as taxas variam entre 2 a 3%). Para Smith, uma razão é que as pessoas que têm filhos normalmente se tornam pessoas melhores. “Ser um pai ou mãe praticamente força a pessoa a adquirir certas virtudes”, ela observa. “Ambos os cônjuges amadurecem e encaram a vida com mais seriedade. As crianças fazem coisas maravilhosas por um casamento!”.

A professora Janet Smith é titular da cátedra de Bioética no Seminário Maior do Sagrado Coração, em Detroit. Sua palestra foi apoiada pelo Centro Cultural João Paulo II de Programas Internacionais em Castidade.
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Traduzido do jornal pró-vida “Defend Life”, de Nov/Dez 2008.

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