segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sei que devo viver na castidade, mas por que?

Por Julie Maria

Esta pergunta está no coração de muitos jovens, especialmente no coração daqueles que já namoram e não encontram razões profundas para se manterem castos e virgens até o casamento. Irei explicar, da forma mais simples que eu puder, o que a Igreja nos ensina sobre isso.

A resposta da pergunta “sei que devo viver na castidade… mas por que?” é esta: Porque estamos chamados ao amor (amor de verdade)! E o amor exige a integridade de todo nosso ser e esta integridade se chama castidade:

“A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual.” CIC 2337

O Catecismo ensina que “todo batizado é chamado à castidade. O cristão “se vestiu de Cristo”, modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade.” CIC 2348

A castidade há de distinguir as pessoas de acordo com seus diferentes estados de vida. Existem três formas da virtude da castidade (CIC 2349):

- a primeira, dos esposos (castidade conjugal);

- a segunda, da viuvez;

- a terceira, da virgindade.

A castidade é a forma humana de viver a sexualidade. O Catecismo resume esta verdade assim: “A alternativa é clara ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz.” Isso significa que sem ser casto é impossível ser feliz, viveremos num nível infra-humano, viveremos como bestas.

Mas a proposta do mundo é exatamente esta: viva como besta e seja infeliz! Basta olhar ao nosso redor e descobrir quem, sem viver a castidade, está realmente feliz. A pessoa não está feliz sem a viver a casidade porque não nascemos para ser escravo de nada, nem dos nossos instintos, nem das outras pessoas, nem das pressões de uma sociedade doente que desconhece quem é o homem, o que seja a sexualidade humana e também o plano de Deus para o homem e a mulher ao se casarem.

Mas por que a castidade é tão mal compreendida e ridicularizada? Porque ela “comporta uma aprendizagem do domínio de si que é uma pedagogia da liberdade humana. A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação.”

Ms todos reconhecemos que isso não é fácil! Enquanto o mundo proclama a necessidade de sermos escravos e por tanto vivermos como bestas, a castidade exige disciplina, ascética, metas claras e paciência: “O domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida”.CIC 2342.

Frente a isso, vale recordar que até mesmo dentro do matrimônio, caso o sesposo não vivam a castidade conjugal, eles podem estar ferindo os votos de se amarem que prometeram no altar.

Ser casto então não é uma “opção” para o católico: é uma exigência do batismo que o chama a amar como Cristo ama: de maneira livre, total, fiel e fecunda. “A virtude da castidade comporta a integridade da pessoa e a integralidade da doação.” CIC 2337

Integridade e doação da pessoa: o que isso quer dizer?

Significa que “a pessoa casta mantém a integridade das forças vitais de amor depositadas nela [e esta] integridade garante a unidade da pessoa e se opõe a todo comportamento que venha feri-la; não tolera nem a vida dupla nem a linguagem dupla.” CIC 2338

O Papa nas suas catequeses Teologia do Corpo irá explicar isso usando o conceito “linguagem do corpo”: uma pessoa pode estar falando a verdade ou mentindo, dependendo se aquilo que ela expressa com seu corpo é também expressão de todo o seu ser, ou não.

Por exemplo: a relação conjugal no plano de Deus é a expressão do amor livre, total, fiel e fecundo que esposo e esposa se prometeram no altar ao dizer: “eu te recebo como esposo… esposa…” e respondendo “sim” às perguntas que o sacerdote lhes faz. Só neste contexto sacramental “as palavras confirmam a verdade essencial da linguagem do corpo [...] cujo autor é o próprio homem [...] e o sinal que eles tornam realidade com as palavras do consentimento conjugal não é apenas um sinal imediato e fugaz, mas um sinal que olha em direção ao futuro e produz um efeito duradouro, isto é, a união conjugal, uma e indissolúvel (”todos os dias da minha vida”). JPII, Audiência 19.01.83

Por isso, o namoro ou noivado, que por definição são realidades temporárias, não estão capacitados para a doação total que exige o amor entre homem e mulher. Neles:

- não existe compromisso definitivo (o matrimonio é indissolúvel)

- não existe abertura a vida (sempre nestas relações predomina o “usar” o outro que se comprova no uso do contraceptivo: eu te quero… mas não quero tua fecundidade.)

A Igreja pede que os jovens sejam “instruídos convenientemente e a tempo sobre a dignidade, a função e o exercício do amor conjugal, a fim de que, preparados no cultivo da castidade, possam passar, na idade própria, do noivado honesto para as núpcias. E pede aos noivos viver a castidade na continência: “nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, urna aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade.” CIC 2350

Não existe pessoa que, amando de verdade o outro, não gostaria de ser totalmente casta, virgem, pura para o amado (a) no dia em que se unem pelo sacramento matrimonial. O amor verdadeiro exige integridade de corpo e alma, exclusividade e totalidade que o mundo não entende, não suporta e não consegue viver!

Mas nós, filhos de Deus e chamados a imitar a Nosso Senhor Jesus Cristo ,reconhecemos que a castidade “é também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual [e que] o Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo. CIC 2345

Não tenhamos medo de viver a castidade! Não tenhamos medo de nos preparar dignamente para o “sim” definitivo. Escutemos a voz doce do Vigário de Cristo que nos exorta:

“Eu digo-vos: Coragem! Ousai decisões definitivas, porque na verdade são as únicas que não destroem a liberdade, mas lhe criam a justa direção, possibilitando seguir em frente e alcançar algo de grande na vida.”
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Extraído do blog Julie Maria

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