domingo, 27 de julho de 2014

5 mitos sobre masturbação


Tenho lido alguns livros, e até mesmo feito cursos sobre o assunto, mas nada poderia ter me preparado completamente para dar um curso de Teologia do Corpo para 150 adolescentes, por um ano.

Palavras não podem descrever como é uma sala cheia de garotos de 14 anos tentando discutir com maturidade a mecânica do sistema reprodutivo masculino.

Um dia, quando a aula estava terminando, um dos estudantes me perguntou uma questão que eu pensei que fosse uma piada. Ele queria saber se era verdade que a pessoa explode caso não se masturbe regularmente.

Custou um pouco para que eu percebesse que ele estava sendo completamente sério, e foi então que eu percebi que nosso mundo se tornou um mundo muito confuso.

Aqui estão cinco mitos sobre masturbação que eu acredito terem infectado nossa cultura:

Mito nº 1: Só homens se masturbam

Muito embora sejam os rapazes a fazer piadinhas sobre masturbação, a verdade é que esse é um assunto que também afeta muitas mulheres. Assim como acontece em outros assuntos ligados à sexualidade, o que é assunto de piadas para os homens é fonte de vergonha para as mulheres que sofrem com isso.

Até mesmo nos grupos de jovens, as palestras sobre castidade para os rapazes geralmente incluem o tema da masturbação, enquanto para as mulheres infelizmente esse assunto não é abordado com a mesma frequência.

Mito nº 2: Isso não pode ser pecado, é "natural"

A existência de algo na natureza nunca é um bom argumento para assuntos morais. Já ouvi gente usando esse argumento depois de descobrir que certos animais se masturbam.

Qualquer pessoa que tenha andado por aí pode confirmar que os animais fazem um monte de coisas estranhas. Já vi cachorros comendo o próprio vômito e macacos que brincam com seus excrementos, mas nenhuma dessas coisas "naturais" deve ser um exemplo a inspirar imitação.

Mito nº 3: Não faz mal a ninguém

Tudo que fazemos nessa vida serve como treinamento, seja para a virtude ou para o vício. Cada atleta, músico, ator ou atirador poderá lhe confirmar como a prática é importante. A masturbação nos treina a pensar que o desejo sexual é algo que deve ser satisfeito imediatamente, e reforça a idéia de que o sexo não passa de gratificação egoísta e instantânea.

Amar significa se doar e sacrificar os próprios desejos em prol de outra pessoa, e a masturbação nos treina para o contrário: fazer o que quer que seja, contanto que nos sintamos bem. A masturbação destrói lentamente, porém com eficácia, nossa habilidade em dar e receber amor verdadeiro.

Mito nº 4: É apenas uma maneira de aliviar as tensões sexuais

Você já leu nos jornais aquela história sobre o adolescente que entrou em combustão por causa da tensão sexual acumulada? Não? Eu também não. Simplesmente porque isso não existe. De acordo com essa lógica, as pessoas que se masturbam seriam as pessoas mais sexualmente puras e em paz que existe.

Isso seria mais ou menos como falar para alguém controlar a raiva esmurrando outra pessoa, porque seria uma boa maneira de "aliviar as tensões". Não vale a pena sentir a culpa, a vergonha e a solidão que estão ligada ao pecado apenas por uma sensação momentânea de alívio.

Mito nº 5: É só uma fase que você está passando

Assim como acontece com todos os pecados, a masturbação não vai simplesmente embora com o tempo. Na verdade ocorre o oposto: quanto mais fazemos, mas nos tornamos escravos do hábito. Não é um problema que desaparece magicamente com o casamento.

Há tantos casamentos que foram arruinados por causa do vício da masturbação de um dos cônjuges... Quando um marido ou uma mulher se volta a si mesmo para gratificação sexual, o outro cônjuge vai naturalmente se sentir inadequado(a).

Mas saiba que há esperança, independente de seu passado, de seus hábitos, ou de sua falta de força de vontade.

Deus não está torcendo por você à distância; Ele vive em você para lhe dar força onde você é fraco. Corra para o Sacramento da Reconciliação (confissão) e você encontrará cura e liberdade.

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Brian Kissinger vive em Fairfax, Virginia, Estados Unidos, onde serve como coordenador de grupo de jovens e ensina Teologia do Corpo nas escolas.