sábado, 29 de janeiro de 2011

O sexo antes do casamento fortalece a relação?

“Eu amo muito meu namorado. Nós estamos pensando em fazer sexo. Como isso vai afetar nosso relacionamento?”
“O sexo antes do casamento fortalece a relação, ou prejudica? Por que?

Por Mary Beth Bonacci

Muita gente gosta da idéia de criar uma ligação forte no relacionamento. Essas pessoas dizem: “Ah, que legal, uma ligação mais forte. Isso é exatamente o que estamos precisando. Nós sabemos que vamos nos casar. Mas antes temos que conseguir nossos empregos em outro estado, ou passar por faculdades diferentes, terminar a faculdade, ou ganhar um milhão de dólares. Mas se tivermos sexo, essa ligação física forte vai manter nosso amor vivo. Então quando conseguirmos nossas BMW’s e nossos MBA’s, vamos nos casar, ter uma casa maravilhosa, vamos ter 1,2 filhos, e essa ligação vai ter salvado tudo.”


É desse jeito que funciona?
Não.
Por mais lógico que pareça tudo isso, há um problema. O sexo fala a linguagem de “Eu me entrego totalmente e completamente a você agora. Eu já comprometi minha vida toda a você. Nós estamos casados, e com esse ato eu renovo esse sacramento.”

Relacionamentos de pessoas não casadas, por definição, não falam essa linguagem. Um relacionamento de não casados “comprometidos” significa basicamente que “Eu prometo não namorar com ninguém mais até o momento que a gente terminar.” Isso não é um compromisso real. É um comprometimento temporário, e nada na linguagem do sexo é temporário.

Então, o que acontece quando a atividade sexual entra em um relacionamento de não casados? O corpo está dizendo “Eu me entrego totalmente e completamente a você, para o que for melhor para você pelo resto da minha vida.” E o coração está ouvindo em alto e bom som essa mensagem. Enquanto isso, o relacionamento está dizendo algo diferente. Pode estar dizendo “Tomara que a gente se case”. Ou talvez: “Vamos ver o que acontece”. Ou então, a minha favorita: “Mas nós ainda somos livres para fazer isso com outras pessoas, certo?” De qualquer modo, você não está casado, e seu coração está colocado em uma situação muito difícil.

O sexo coloca pressão em relacionamentos de pessoas não casadas. Lá no fundo, seu coração sabe que já se entregou completamente. O relacionamento, entretanto, não está em um nível de comprometimento mútuo em que essa entrega possa ser protegida. Você se entregou completamente, e você que, no final das contas, você pode ser completamente rejeitada. Perceber isso leva a uma condição tremenda de vulnerabilidade, insegurança e medo.

Nós, que trabalhamos com jovens, e jovens adultos, podemos comumente dizer quando um casal começou a ter relações sexuais. O relacionamento deles não se transforma de repente em uma relação maravilhosa, de sonho. Ao invés disso, muitas vezes eles começam a brigar. Não necessariamente eles terminam, porque, com a nova ligação que estabeleceram, sentem-se ligados um ao outro. Mas há uma nova pressão no relacionamento – uma pressão que eles não compreendem, mas de que não conseguem escapar.

O outro sinal de que o casal está sexualmente ativo é que mulheres normalmente seguras se tornam comumente muito dependentes e inseguras, e muitos homens normalmente sensatos se tornam, de repente, extremamente ciumentos e possessivos. Muitas vezes as pessoas nem entendem porque estão se comportando dessa maneira. Mas elas têm muita dificuldade em parar de agir assim. Isso não é surpresa. Essas pessoas se entregaram completamente, mas não estão em um relacionamento onde essa entrega pode ser protegida. De repente, essas pessoas se sentem extremamente vulneráveis. Essa vulnerabilidade coloca pressão sobre eles e sobre seu relacionamento.

Uma vez que a entrega de si foi feita através da relação sexual, se torna muito fácil perder a perspectiva. A consideração mais importante deixa de ser “Será que essa é a melhor pessoa para mim?”, e passa a ser “Essa pessoa NÃO pode me rejeitar.” A possibilidade de se entregar e depois ser rejeitada é tão terrível que nos esquecemos de perguntar se o relacionamento sequer vale a pena ser mantido.

Em todos os meus anos atuando na educação para a castidade e em toda minha vida como solteira, eu nunca vi um relacionamento de pessoas não casadas melhorar depois da entrada da atividade sexual. Isso é muito importante, por isso eu vou repetir: Eu nunca vi um relacionamento entre solteiros melhorar como resultado da atividade sexual entre eles. Eu vi a atividade sexual machucar e prejudicar muitos relacionamentos. Eu vi bons relacionamentos se perderem depois da entrada em cena da atividade sexual. Eu vi um monte de gente TENTAR usar o sexo para melhorar seus relacionamentos. Mas nunca vi isso funcionar.

Eu sei que a atividade sexual pode ser extremamente tentadora em uma relação entre solteiros. Quando duas pessoas se amam, como acontece muito entre solteiros de todas as idades, é natural querer expressar fisicamente esse amor. Do mesmo modo, quando uma relação começa a se desgastar, a tentação de procurar “ajeitar” as coisas de volta com o sexo, para ver se fica tudo bem de novo, pode ser uma tentação sufocante.

Mas isso não funciona. Não ajuda em nada. O sexo fala uma linguagem, e apenas uma linguagem. E essa linguagem é: “Eu e você, agora e para sempre, unidos sacramentalmente, prontos para o que der e vier.” Significa casamento, e somente casamento. Fora de contexto, o sexo pode estragar um relacionamento – muito bem estragado.
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Trecho do Livro: “Real Love – Mary Beth Bonacci answers your questions on dating, marriage and the real meaning of sex.”, da Ignatius Press, 1996. Pág. 78 a 81.


Link no Google Books:
http://books.google.com.br/books?id=IdsqBMXGSv4C&pg=PA80&lpg=PA80&dq=mary+beth+bonacci+jealous&source=bl&ots=lsUBZHphzh&sig=RrjOa3j-5-zOQcU0vQICfY0krf0&hl=pt-BR&ei=YFlETZL-JYbGlQegz7gi&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CDUQ6AEwAw#v=onepage&q&f=false

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