Olá!
Meu
nome é D., neste ano de 2017 completarei 26 anos. Faço parte do
movimento Renovação Carismática Católica (RCC) em uma Comunidade
desde 2002. Meu ministério é o de em Cura e Libertação e
atualmente coordeno um Grupo de Oração de minha Comunidade.
Sou
o mais velho de um casal de filhos de uma família Católica, que
hoje é pouco praticante. Cresci sendo levado por meus pais à Santa
Missa e eventos de minha Paróquia até meus 9 a 10 anos, quando meus
pais, a partir desse momento, tiveram um afastamento notável da
Santa Missa e eventos de pastorais que eles participavam, como o
Encontro de Casais com Cristo (ECC). Em minha infância já tinha
tido um contato com a RCC pois minha mãe participou durante algum
tempo.
Enfim, meu primeiro contato com a RCC realmente foi em 2002, a convite de uma amiga, que hoje é protestante. Ela me apresentou ao grupo de jovens, este mesmo que hoje tenho a missão e a graça de coordenar.
Nessa época, em 2002, eu já tinha experimentado álcool e dava meus primeiros passos a uma juventude desregrada. Já participando do grupo, o que mais me atraía eram as meninas e os amigos que lá eu fiz e que tinham os mesmos interesses que eu.
Nesse tempo, que durou de 2002 a 2006, eu só queria saber de “ficar”. Maquiávamos o “ficar” denominando-o de “missão” (onde sempre no final das reuniões do grupo dizíamos que depois do grupo teria “missão”, que era apenas “ficar” com as meninas nos becos/passarelas).
Houve um tempo em que tive de me afastar do grupo em virtude de um curso de informática que tive de fazer, mas sempre aparecia no final do grupo para ir às ditas “missões” com meus amigos. Nesse tempo as “missões” não ficavam só restritas aos finais de grupo, elas também ocorriam aos sábados, quando “íamos” à Santa Missa, e sempre ficava do lado de fora da Igreja. Não tinha nenhum amor e nem o mínimo de respeito por Jesus Eucarístico, pois enquanto se celebrava o Santo Sacrifício eu estava me entregando a satanás, ficando com uma ou mais meninas, e assim profanando o templo do Senhor. Nesse tempo dei início a uma vida de depravações e curtições.
Passado um tempo, por volta de 2006 e 2007, depois de algumas experiências espirituais e crescimento da maturidade, eu me engajei na Comunidade da qual hoje sou servo, e nesse tempo comecei a participar dos retiros do grupo e da Comunidade, os quais até então nunca tinha participado. Nesse tempo fiz toda uma caminhada disfarçadamente cristã. Ingressei no celeiro (grupo de perseverança) da Comunidade e cheguei em até discernir meu primeiro ministério, o de Intercessão (e como foi de Deus esse ministério, pois apesar de eu não ter perseverado, o Senhor fez em mim muitas maravilhas, que venho colhendo até hoje).
Nessa mesma época me interessei por minha atual noiva, T., e que modéstia à parte é linda. Eu já a conhecia de vista, já tinha dado “uma olhada”, e por obra divina, tempos depois me aproximei dela no grupo de jovens, onde ela começou a caminhar também. Quando a vi no grupo comentei com os amigos: “Carne nova no Pedaço”. A princípio pensava apenas em “ficar” com ela, em usá-la. Mal sabia eu que Deus já estava se utilizando dela para me ajudar.
Passado algum tempo, e depois de muitas tentativas falhas e de muita peleja, eu tentei engrenar uma primeira conversão. Tinha um ministério e já estava em uma caminhada de namoro com a T., minha atual noiva, caminhada esta que durou 10 meses (apenas de mãos dadas e selinhos roubados, que para alguns mundanizados são atitudes bem arcaicas, mas para o povo eleito é “Um namoro Santo”). O namoro até então vivido em santidade continuava, mas não tive muitas forças para lutar contra meus desejos e inclinações para o pecado, e aos poucos ia me deixando consumir por minha concupiscência. Depois de algumas batalhas sem êxito deixei o ministério, e engrenei em uma vida que muitos “católicos” frouxos vivenciam ainda hoje. Marcava constantemente de sair com os amigos do grupo, levando muitos à perdição. Consegui arrastar muitos, desviar do caminho certo (luto até hoje para trazê-los de volta); fazia festinhas em minha casa, as quais denominávamos de “reuniões”. E, como de costume, não podiam faltar bebidas alcoólicas, mulheres, essas meninas do grupo, e muito forró. Nesse tempo era tido por “ovelha negra”, e meu nome era tema de reunião até no conselho de minha Comunidade. O demônio tinha grande domínio em minha vida até então.
Já chegando em 2010, tive um novo afastamento do grupo de jovens e principalmente da Comunidade. Nesse tempo conheci novas amizades, fora do grupo, e com essas conheci e comecei a vivenciar novas “curtições”, essas bem mais intensas.
Até então ainda estava namorando, até que fui para a famosa “Vaquejada de Itapebussu”, onde foi o ponto chave para nosso término. Ela já estava sufocada com a vida que eu levava, e não era pra menos. Reclamava, e brigávamos sempre, até que quando cheguei da festa e fui na casa de minha namorada, começamos a discutir e usei disso para terminar o namoro, pois assim poderia dar total liberdade para o demônio agir em minha vida poderosamente. E então terminamos.
Nessa mesma época ingressei na faculdade e comprei minha moto. Daí pode-se imaginar a facilidade que tinha de me depravar cada dia mais. Pois bem, estava afastado do grupo, porque quando ia não me sentia bem; e me afastei de vez, sem namorada, com novas amizades no bairro e na faculdade, conhecendo cada vez mais novas realidades depravadas, o suficiente para me afundar inteiramente na lama do pecado, atado a satanás.
Ingressei em uma juventude intensamente desregrada, muitas festas de todo o tipo, gosto, gênero e grau; e com elas uma vivência sexual totalmente desregrada. Tornara-me um viciado em pornografia e orgias, essas praticadas em festinhas particulares, em sítios e casas de praia. Estava totalmente entregue ao vício que mais prende nossa juventude, a masturbação. Apesar de ter uma vida sexual ativa e desregrada (não faltavam “mulheres”), mesmo assim me masturbava diariamente, várias vezes por dia. Eu era um porco.
Passados 1 ano e 6 meses do término do meu namoro, atolado e imerso em todos esses pecados, T. e eu resolvemos nos dar uma nova chance, e reatamos o namoro. Só que foi um tiro no escuro, nada mudou. Muito pelo contrário, só aumentava minha dependência do pecado, pois muitas vezes saía da casa de minha namorada e ia direto para as “curtições”, desgraçar ainda mais minha juventude; e, é claro, não podiam faltar mulheres e bebidas. Nesse tempo estava tão cego e consumido pelo pecado que cheguei a ter um relacionamento com uma jovem que morava a mais ou menos 50 metros da casa da minha namorada.
Durante todo esse período, onde só me afundava cada vez mais no pecado, em diversas vezes corri risco de vida, quando retornava para casa embriagado pilotando minha moto, ou até mesmo quando nos envolvíamos em brigas. Mas o Senhor tinha algo guardado para mim, pois por diversas vezes me livrou da morte. Digo sempre que meu Anjo da Guarda foi quem me livrou por duas vezes de um acidente fatal, onde sobrei em uma curva, e em uma dessas estava sem capacete e embriagado. Mas a mão do Senhor e a proteção do meu Anjo da Guarda me livraram de algo pior. Só tive escoriações, nunca quebrei nenhum osso.
No dia 25 de Novembro de 2012 (ah esse dia...) o Senhor resolveu intervir em minha vida. Foi nesse período que eu tive meu encontro pessoal com Deus. Depois de muito falar, quando meu coordenador, L. (hoje atual coordenador de minha Comunidade), me perguntava quando eu voltaria, eu sempre lhe dava a mesma resposta: “Cara, um dia o Senhor vai me dar um golpe forte, que eu voltarei zonzo e de cabeça baixa.” E, para honra e glória do Senhor, essa profecia se cumpriu em minha vida. Assim como acontece com grande parte das pessoas, eu voltei para a casa do Pai pela dor.
Nesse final de semana de Novembro de 2012, do dia 24 para o dia 25, eu estava em mais uma de minhas “curtições” (mal sabia que seria a última de minha vida), era a comemoração de aniversário de um “amigo”, e nesse mesmo fim de semana T. recebeu um convite da comunidade para participar de um retiro. Bom, enquanto ela estava no retiro, eu estava chegando no fundo do poço, no chiqueiro dos porcos. Nesse sítio me embriaguei, tive relação sexual com uma jovem, fazia parte de uma orgia só vista em filmes pornográficos, mas desta vez era ao vivo e eu era o ator principal.
Passada a noite, depois de todo o acontecido, pensava ter sido apenas só mais uma curtição como muitas outras. Mas estava enganado. Chegando em casa, por volta das 7 horas, tomei banho e fui dormir. De repente, por volta das 8 da manhã despertei, e já me levantei em prantos, não entendia o que estava acontecendo comigo. Mal sabia eu que era a misericórdia do Senhor que me atingia, assim como atingiu Saulo. Eu chorava incontrolavelmente! Olhava-me no espelho e sentia um nojo inexplicável do meu próprio corpo, um nojo que nunca senti até hoje por nada neste mundo, a não ser por mim mesmo. Corria para o banheiro, tomava banho, e quando voltava e me olhava no espelho de novo, retornava rapidamente para me lavar, tentando de alguma forma me limpar de todos aqueles pecados que passavam como um filme rapidamente em minha mente. Eu perguntava ao Senhor, sem saber o que era aquilo que estava acontecendo comigo. Hoje tenho o discernimento de saber que era a nova oportunidade que o Senhor me dava, Ele que me resgatava do fundo do poço, a mim que me encontrava em meio a tanta lama e detritos. Ele me derrubava do cavalo e me chamava de volta, Ele estava de braços abertos a me amar, e eu me rendia e me DECIDIA VERDADEIRAMENTE por esse Amor inexplicável!
Depois de toda essa experiência com o amor de Deus, o Espírito Santo me impulsionou a ligar para meu coordenador e relatar, ainda em prantos, tudo o que tinha me acontecido, e que eu não queria mais retornar à vida que levava. Feito isso, o Espírito Santo me impulsionou a algo ainda mais ousado: contar com toda a sinceridade tudo o que acontecera em todo esse tempo para minha namorada. E mesmo sabendo que o término do namoro seria inevitável, o Santo Espírito me deu ousadia, e no dia seguinte (dia 26) conversamos. Ela brigou comigo de todas as maneiras que você possa imaginar. E não era pra menos. Feito isso, me senti aliviado, pois fui sincero e o fiz por amor a Deus e a ela.
Após essa maravilhosa experiência de conversão, dei início à minha caminhada de forma radical. Afastei-me de todos que me influenciavam no sentido contrário à minha fé, parei de beber, de escutar músicas seculares, etc.
Não foi fácil... Tinha semanas que todo dia estava no confessionário curando minha alma, ferida por mim mesmo por conta do vício da masturbação, um vício com o qual lutava com todas as forças pra me libertar. E durante meses nessa luta minha vida se resumia da seguinte forma: rezava, pecava, confessava, comungava e lutava para não cair. E, se caía, como caí várias vezes durante alguns meses, repetia o mesmo ciclo, e assim ia buscando minha santidade. Nesse período escolhi um diretor espiritual, que o próprio Senhor colocou em minha vida, e que foi de total importância para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje, sem esquecer as orações da T., que depois passou a me ajudar bastante (e eu pude ajudá-la também).
Depois de mais ou menos 1 mês, reatamos o namoro, com total radicalidade e santidade. Cortamos as expressões de “carinho” excessivas, cortamos os deliciosos beijos de língua, pois toda vez que nos beijávamos o clima esquentava, e pra “baixar o fogo” só correndo. Falo muito para os jovens hoje essa frase que aprendi com um grande pregador: “Beijo de língua é igual a ferro de passar roupa... liga em cima e esquenta embaixo”.
Hoje uso do meu testemunho para mostrar aos jovens que, diferente do que o mundo nos fala, nós podemos SIM viver uma vida em santidade, e ter um namoro santo e casto.
Atualmente sou consagrado, sou um escravo por amor de Jesus pelas mãos virginais da Santíssima Virgem Maria pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort, que indico a todos aqueles que querem alcançar a santidade, pois foi por meio dessa escravidão que meu amor pela Santa Eucaristia, pela Santa Igreja e pela radicalidade do Evangelho aumentou gradualmente.
Assim caminhando, reatei o namoro, me decidi verdadeiramente por Deus, vivo uma intensa busca pela santidade. Ingressei novamente na minha Comunidade, ao qual amo, e sou e serei eternamente grato. Discerni meu ministério de Cura e Libertação e sou servo no grupo de oração. Noivei no dia 25/12/2014, com a bênção do meu diretor espiritual. Depois, eu e T. nos casamos no dia 23/09/2016 em uma cerimônia muito bonita, e estamos esperando nosso primeiro filho, José Diogo, que é uma das maiores bênçãos que o Senhor nos deu. Quando T. me disse que estava grávida foi um dos dias mais felizes da minha vida. E hoje caminhamos decididamente conforme o Senhor nos concede e aproveitando este tempo de gestação que é maravilhoso.
Peço ao Senhor Jesus, pelos méritos da poderosa intercessão da Santíssima Virgem, que este humilde testemunho ajude muitos Cristãos a buscar uma vida em santidade e que tomem consciência que nunca será em vão morrer para o mundo e viver somente para Deus!
Deus os abençoe poderosamente e que o Divino Amigo seja sempre seu guia!
Salve Maria Imaculada!
Rezem por este humilde servo para que persevere nesta árdua missão em busca da pátria amada, o Céu!
D.
Enfim, meu primeiro contato com a RCC realmente foi em 2002, a convite de uma amiga, que hoje é protestante. Ela me apresentou ao grupo de jovens, este mesmo que hoje tenho a missão e a graça de coordenar.
Nessa época, em 2002, eu já tinha experimentado álcool e dava meus primeiros passos a uma juventude desregrada. Já participando do grupo, o que mais me atraía eram as meninas e os amigos que lá eu fiz e que tinham os mesmos interesses que eu.
Nesse tempo, que durou de 2002 a 2006, eu só queria saber de “ficar”. Maquiávamos o “ficar” denominando-o de “missão” (onde sempre no final das reuniões do grupo dizíamos que depois do grupo teria “missão”, que era apenas “ficar” com as meninas nos becos/passarelas).
Houve um tempo em que tive de me afastar do grupo em virtude de um curso de informática que tive de fazer, mas sempre aparecia no final do grupo para ir às ditas “missões” com meus amigos. Nesse tempo as “missões” não ficavam só restritas aos finais de grupo, elas também ocorriam aos sábados, quando “íamos” à Santa Missa, e sempre ficava do lado de fora da Igreja. Não tinha nenhum amor e nem o mínimo de respeito por Jesus Eucarístico, pois enquanto se celebrava o Santo Sacrifício eu estava me entregando a satanás, ficando com uma ou mais meninas, e assim profanando o templo do Senhor. Nesse tempo dei início a uma vida de depravações e curtições.
Passado um tempo, por volta de 2006 e 2007, depois de algumas experiências espirituais e crescimento da maturidade, eu me engajei na Comunidade da qual hoje sou servo, e nesse tempo comecei a participar dos retiros do grupo e da Comunidade, os quais até então nunca tinha participado. Nesse tempo fiz toda uma caminhada disfarçadamente cristã. Ingressei no celeiro (grupo de perseverança) da Comunidade e cheguei em até discernir meu primeiro ministério, o de Intercessão (e como foi de Deus esse ministério, pois apesar de eu não ter perseverado, o Senhor fez em mim muitas maravilhas, que venho colhendo até hoje).
Nessa mesma época me interessei por minha atual noiva, T., e que modéstia à parte é linda. Eu já a conhecia de vista, já tinha dado “uma olhada”, e por obra divina, tempos depois me aproximei dela no grupo de jovens, onde ela começou a caminhar também. Quando a vi no grupo comentei com os amigos: “Carne nova no Pedaço”. A princípio pensava apenas em “ficar” com ela, em usá-la. Mal sabia eu que Deus já estava se utilizando dela para me ajudar.
Passado algum tempo, e depois de muitas tentativas falhas e de muita peleja, eu tentei engrenar uma primeira conversão. Tinha um ministério e já estava em uma caminhada de namoro com a T., minha atual noiva, caminhada esta que durou 10 meses (apenas de mãos dadas e selinhos roubados, que para alguns mundanizados são atitudes bem arcaicas, mas para o povo eleito é “Um namoro Santo”). O namoro até então vivido em santidade continuava, mas não tive muitas forças para lutar contra meus desejos e inclinações para o pecado, e aos poucos ia me deixando consumir por minha concupiscência. Depois de algumas batalhas sem êxito deixei o ministério, e engrenei em uma vida que muitos “católicos” frouxos vivenciam ainda hoje. Marcava constantemente de sair com os amigos do grupo, levando muitos à perdição. Consegui arrastar muitos, desviar do caminho certo (luto até hoje para trazê-los de volta); fazia festinhas em minha casa, as quais denominávamos de “reuniões”. E, como de costume, não podiam faltar bebidas alcoólicas, mulheres, essas meninas do grupo, e muito forró. Nesse tempo era tido por “ovelha negra”, e meu nome era tema de reunião até no conselho de minha Comunidade. O demônio tinha grande domínio em minha vida até então.
Já chegando em 2010, tive um novo afastamento do grupo de jovens e principalmente da Comunidade. Nesse tempo conheci novas amizades, fora do grupo, e com essas conheci e comecei a vivenciar novas “curtições”, essas bem mais intensas.
Até então ainda estava namorando, até que fui para a famosa “Vaquejada de Itapebussu”, onde foi o ponto chave para nosso término. Ela já estava sufocada com a vida que eu levava, e não era pra menos. Reclamava, e brigávamos sempre, até que quando cheguei da festa e fui na casa de minha namorada, começamos a discutir e usei disso para terminar o namoro, pois assim poderia dar total liberdade para o demônio agir em minha vida poderosamente. E então terminamos.
Nessa mesma época ingressei na faculdade e comprei minha moto. Daí pode-se imaginar a facilidade que tinha de me depravar cada dia mais. Pois bem, estava afastado do grupo, porque quando ia não me sentia bem; e me afastei de vez, sem namorada, com novas amizades no bairro e na faculdade, conhecendo cada vez mais novas realidades depravadas, o suficiente para me afundar inteiramente na lama do pecado, atado a satanás.
Ingressei em uma juventude intensamente desregrada, muitas festas de todo o tipo, gosto, gênero e grau; e com elas uma vivência sexual totalmente desregrada. Tornara-me um viciado em pornografia e orgias, essas praticadas em festinhas particulares, em sítios e casas de praia. Estava totalmente entregue ao vício que mais prende nossa juventude, a masturbação. Apesar de ter uma vida sexual ativa e desregrada (não faltavam “mulheres”), mesmo assim me masturbava diariamente, várias vezes por dia. Eu era um porco.
Passados 1 ano e 6 meses do término do meu namoro, atolado e imerso em todos esses pecados, T. e eu resolvemos nos dar uma nova chance, e reatamos o namoro. Só que foi um tiro no escuro, nada mudou. Muito pelo contrário, só aumentava minha dependência do pecado, pois muitas vezes saía da casa de minha namorada e ia direto para as “curtições”, desgraçar ainda mais minha juventude; e, é claro, não podiam faltar mulheres e bebidas. Nesse tempo estava tão cego e consumido pelo pecado que cheguei a ter um relacionamento com uma jovem que morava a mais ou menos 50 metros da casa da minha namorada.
Durante todo esse período, onde só me afundava cada vez mais no pecado, em diversas vezes corri risco de vida, quando retornava para casa embriagado pilotando minha moto, ou até mesmo quando nos envolvíamos em brigas. Mas o Senhor tinha algo guardado para mim, pois por diversas vezes me livrou da morte. Digo sempre que meu Anjo da Guarda foi quem me livrou por duas vezes de um acidente fatal, onde sobrei em uma curva, e em uma dessas estava sem capacete e embriagado. Mas a mão do Senhor e a proteção do meu Anjo da Guarda me livraram de algo pior. Só tive escoriações, nunca quebrei nenhum osso.
No dia 25 de Novembro de 2012 (ah esse dia...) o Senhor resolveu intervir em minha vida. Foi nesse período que eu tive meu encontro pessoal com Deus. Depois de muito falar, quando meu coordenador, L. (hoje atual coordenador de minha Comunidade), me perguntava quando eu voltaria, eu sempre lhe dava a mesma resposta: “Cara, um dia o Senhor vai me dar um golpe forte, que eu voltarei zonzo e de cabeça baixa.” E, para honra e glória do Senhor, essa profecia se cumpriu em minha vida. Assim como acontece com grande parte das pessoas, eu voltei para a casa do Pai pela dor.
Nesse final de semana de Novembro de 2012, do dia 24 para o dia 25, eu estava em mais uma de minhas “curtições” (mal sabia que seria a última de minha vida), era a comemoração de aniversário de um “amigo”, e nesse mesmo fim de semana T. recebeu um convite da comunidade para participar de um retiro. Bom, enquanto ela estava no retiro, eu estava chegando no fundo do poço, no chiqueiro dos porcos. Nesse sítio me embriaguei, tive relação sexual com uma jovem, fazia parte de uma orgia só vista em filmes pornográficos, mas desta vez era ao vivo e eu era o ator principal.
Passada a noite, depois de todo o acontecido, pensava ter sido apenas só mais uma curtição como muitas outras. Mas estava enganado. Chegando em casa, por volta das 7 horas, tomei banho e fui dormir. De repente, por volta das 8 da manhã despertei, e já me levantei em prantos, não entendia o que estava acontecendo comigo. Mal sabia eu que era a misericórdia do Senhor que me atingia, assim como atingiu Saulo. Eu chorava incontrolavelmente! Olhava-me no espelho e sentia um nojo inexplicável do meu próprio corpo, um nojo que nunca senti até hoje por nada neste mundo, a não ser por mim mesmo. Corria para o banheiro, tomava banho, e quando voltava e me olhava no espelho de novo, retornava rapidamente para me lavar, tentando de alguma forma me limpar de todos aqueles pecados que passavam como um filme rapidamente em minha mente. Eu perguntava ao Senhor, sem saber o que era aquilo que estava acontecendo comigo. Hoje tenho o discernimento de saber que era a nova oportunidade que o Senhor me dava, Ele que me resgatava do fundo do poço, a mim que me encontrava em meio a tanta lama e detritos. Ele me derrubava do cavalo e me chamava de volta, Ele estava de braços abertos a me amar, e eu me rendia e me DECIDIA VERDADEIRAMENTE por esse Amor inexplicável!
Depois de toda essa experiência com o amor de Deus, o Espírito Santo me impulsionou a ligar para meu coordenador e relatar, ainda em prantos, tudo o que tinha me acontecido, e que eu não queria mais retornar à vida que levava. Feito isso, o Espírito Santo me impulsionou a algo ainda mais ousado: contar com toda a sinceridade tudo o que acontecera em todo esse tempo para minha namorada. E mesmo sabendo que o término do namoro seria inevitável, o Santo Espírito me deu ousadia, e no dia seguinte (dia 26) conversamos. Ela brigou comigo de todas as maneiras que você possa imaginar. E não era pra menos. Feito isso, me senti aliviado, pois fui sincero e o fiz por amor a Deus e a ela.
Após essa maravilhosa experiência de conversão, dei início à minha caminhada de forma radical. Afastei-me de todos que me influenciavam no sentido contrário à minha fé, parei de beber, de escutar músicas seculares, etc.
Não foi fácil... Tinha semanas que todo dia estava no confessionário curando minha alma, ferida por mim mesmo por conta do vício da masturbação, um vício com o qual lutava com todas as forças pra me libertar. E durante meses nessa luta minha vida se resumia da seguinte forma: rezava, pecava, confessava, comungava e lutava para não cair. E, se caía, como caí várias vezes durante alguns meses, repetia o mesmo ciclo, e assim ia buscando minha santidade. Nesse período escolhi um diretor espiritual, que o próprio Senhor colocou em minha vida, e que foi de total importância para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje, sem esquecer as orações da T., que depois passou a me ajudar bastante (e eu pude ajudá-la também).
Depois de mais ou menos 1 mês, reatamos o namoro, com total radicalidade e santidade. Cortamos as expressões de “carinho” excessivas, cortamos os deliciosos beijos de língua, pois toda vez que nos beijávamos o clima esquentava, e pra “baixar o fogo” só correndo. Falo muito para os jovens hoje essa frase que aprendi com um grande pregador: “Beijo de língua é igual a ferro de passar roupa... liga em cima e esquenta embaixo”.
Hoje uso do meu testemunho para mostrar aos jovens que, diferente do que o mundo nos fala, nós podemos SIM viver uma vida em santidade, e ter um namoro santo e casto.
Atualmente sou consagrado, sou um escravo por amor de Jesus pelas mãos virginais da Santíssima Virgem Maria pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort, que indico a todos aqueles que querem alcançar a santidade, pois foi por meio dessa escravidão que meu amor pela Santa Eucaristia, pela Santa Igreja e pela radicalidade do Evangelho aumentou gradualmente.
Assim caminhando, reatei o namoro, me decidi verdadeiramente por Deus, vivo uma intensa busca pela santidade. Ingressei novamente na minha Comunidade, ao qual amo, e sou e serei eternamente grato. Discerni meu ministério de Cura e Libertação e sou servo no grupo de oração. Noivei no dia 25/12/2014, com a bênção do meu diretor espiritual. Depois, eu e T. nos casamos no dia 23/09/2016 em uma cerimônia muito bonita, e estamos esperando nosso primeiro filho, José Diogo, que é uma das maiores bênçãos que o Senhor nos deu. Quando T. me disse que estava grávida foi um dos dias mais felizes da minha vida. E hoje caminhamos decididamente conforme o Senhor nos concede e aproveitando este tempo de gestação que é maravilhoso.
Peço ao Senhor Jesus, pelos méritos da poderosa intercessão da Santíssima Virgem, que este humilde testemunho ajude muitos Cristãos a buscar uma vida em santidade e que tomem consciência que nunca será em vão morrer para o mundo e viver somente para Deus!
Deus os abençoe poderosamente e que o Divino Amigo seja sempre seu guia!
Salve Maria Imaculada!
Rezem por este humilde servo para que persevere nesta árdua missão em busca da pátria amada, o Céu!
D.