terça-feira, 30 de março de 2010

Estatísticas sobre o casamento


As estatísticas mostram claramente os benefícios que as pessoas casadas experimentam: maiores rendimentos, maior apoio emocional, e uma vida mais saudável e longa. Tendo como base décadas de dados estatísticas sobre casamento, a professora da Universidade de Chicago, Linda Waite e a pesquisadora Maggie Gallagher afirmam, no livro “The Case for Marriage”, que: “A evidência de quatro décadas de pesquisa é surpreendentemente clara: um bom casamento é, para homens e mulheres, a melhor aposta para uma vida longa e saudável”. A professora Waite considera que “a relação entre casamento e óbito já atingiu o estatuto de verdade, tendo sido observada através de numerosas sociedades e entre os diversos grupos sociais e demográficos”.

De fato o Dr. Robert Coombs, da UCLA, também monitorou cuidadosamente estatísticas mostrando que o casamento impacta no bem-estar. "Praticamente todos os estudos de mortalidade e estado conjugal mostram que os solteiros de ambos os sexos têm maiores taxas de mortalidade, seja por acidente, doença ou ferimentos auto-infligidos, e isso é encontrado em todos os países que mantém estatísticas de saúde precisas", explica o Dr. Coombs.

Hoje nos Estados Unidos há cerca de 5 milhões de casais coabitando. No entanto, as ciências sociais mostram claramente que um relacionamento de coabitação entre parceiros não pode replicar os benefícios do casamento. A coabitação não consegue alcançar os mesmos resultados benéficos como o casamento, porque nela não há compromisso e fidelidade.

Os pesquisadores Michael Newcomb e P.M. Bentler encontraram notáveis reduções na qualidade relacional e na estabilidade: "Concubinos experimentaram dificuldade significativamente maior em suas uniões com respeito a adultério, álcool, drogas e independência do que os casais que não tinham coabitado. Aparentemente, isso torna o casamento precedido de coabitação uma experiência mais propensa a problemas, muitas vezes associados a outros estilos de vida desviante - por exemplo, o uso de drogas e álcool, relações sexuais mais permissivas, e uma aversão à dependência - do que casamentos não precedidos de coabitação".

Mas com empenho e fidelidade, de acordo com Glenn Stanton em “Why Marriage Matters”, as estatísticas sobre casamento provam que ele:

* Fornece os níveis mais altos de prazer sexual e satisfação para os homens e mulheres
* Protege contra o sentimento de solidão
* Protege as mulheres da violência doméstica e em geral
* Reforça a capacidade dos pais de criar os filhos
* Ajuda os pais a serem profissionais melhores e mais confiáveis
* Aumenta o rendimento individual e a poupança

Como a melhor aposta para uma vida longa e saudável, o casamento é o meio exclusivo, poderoso, e comprovado através do qual o mundo pode revolucionar os males sociais e nossa perspectiva para o futuro.
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Fontes: “Why Marriage Matters”, de Glenn T. Stanton, 1997.
“The Case for Marriage”, de Linda Waite & Maggie Gallagher, 2000.

Traduzido de “Abstinence and Marriage Partnership”:
http://www.ampartnership.org/MarriageStatistics.asp

sexta-feira, 26 de março de 2010

Palestras

Estou disponível para dar palestras, formações, retiros sobre castidade e sobre Teologia do Corpo em seu grupo de oração, paróquia ou comunidade.
Entre em contato pelo e-mail:
vidaecastidade@gmail.com
Moro em Fortaleza-CE, mas a possibilidade de formações em outras cidades pode ser analisada.
Visite também o canal Vida e Castidade no You Tube:
www.youtube.com.br/vidaecastidade
A paz de Cristo!
Daniel Pinheiro

quinta-feira, 25 de março de 2010

Como lidar com o desejo sexual

Por Christopher West

Minhas colunas recentes sobre a "redenção sexual" continuam a despertar interesse. Um católico consciencioso escreveu para mim depois da minha última coluna pedindo algumas sugestões práticas para se viver a redenção da sexualidade. O que segue é adaptado de uma entrevista recente sobre o mesmo assunto.

João Paulo II escreveu que, para se experimentar a vitória sobre a luxúria, devemos nos dedicar a "uma educação progressiva do auto-controle da vontade, dos sentimentos, das emoções, que deve ser desenvolvida desde os mais simples gestos, nos quais é relativamente fácil colocar a decisão interior em prática" (TC 24/10/1984)*. Por exemplo, podemos analisar os nossos hábitos alimentares. Se uma pessoa não consegue dizer não a um pedaço de bolo, como poderá dizer não para um e-mail pedindo para olhar pornografia na Internet? O jejum é uma forma maravilhosa de crescer no domínio de nossas paixões. Se isso ainda não é parte da vida de uma pessoa, ela deve começar com um simples sacrifício que seja relativamente fácil de pôr em prática. À medida que se continua exercitando esse “músculo”, ela continuará vendo sua força aumentar. O que antes era "impossível" gradualmente se torna possível.

A analogia do músculo, porém, é apenas parcialmente correta. Crescer na pureza certamente exige esforço humano, mas também somos ajudados pela graça sobrenatural. Aqui, como eu disse em um artigo anterior, é fundamental distinguir entre a repressão e a entrada na redenção. Quando o desejo "se acende", em vez de reprimi-lo, empurrando-o para o subconsciente, tentando ignorá-lo, ou ainda procurando aniquilá-lo, podemos ao invés entregar as nossas paixões a Cristo e permitir que ele as "crucifique" (cf. Gal 5, 24). Ao fazermos isso, "o Espírito do Senhor dá forma nova aos nossos desejos" (Catecismo da Igreja Católica, 2764).

Em outras palavras, ao permitir que a luxúria seja "crucificada", chegamos também a experimentar a "ressurreição" do desejo sexual como Deus o quer. Não imediatamente, não facilmente, mas gradualmente, progressivamente, à medida que tomamos a nossa cruz de cada dia. Só assim poderemos vir a experimentar o desejo sexual como o poder de amar à imagem de Deus.

Quando as tentações sexuais nos assaltam, como normalmente acontece, podemos dizer uma oração como esta: “Senhor, eu vos agradeço pelo dom de meus desejos sexuais. Eu entrego meus desejos desordenados ao Senhor, e peço, por favor, pelo poder de vossa morte e ressurreição, que corrijais em mim as distorções que o pecado produziu, para que eu possa vir a sentir desejo sexual do modo como desejais – como o desejo de amar como vós amais, à vossa imagem”.

Como João Paulo II escreveu na sua Teologia do Corpo, "perseverança e coerência" são necessárias para aprender "o que é o significado do corpo, o significado da feminilidade e da masculinidade... Isso é uma ciência que não pode realmente ser aprendida apenas de livros, porque consiste primariamente em um profundo conhecimento ‘da interioridade humana’", isto é, do coração humano. No fundo do coração aprendemos a distinguir os tesouros místicos da sexualidade daquilo que traz apenas a marca da luxúria. "Deve-se acrescentar," diz João Paulo, "que essa tarefa pode ser realizada e que é verdadeiramente digna do homem" (TC 12/11/1980).



Certamente é verdade que às vezes o amor e a luxúria são difíceis de distinguir. Um homem, por exemplo, ao reconhecer a beleza de uma mulher, deve estar se perguntando onde está o limite entre vê-la como um objeto para sua própria gratificação e admirar ternamente sua beleza. Como escreve João Paulo II, a luxúria ou concupiscência “nem sempre é sempre simples e óbvia; às vezes está escondida, de modo que se faz passar por ‘amor’... Isso significa que devemos desconfiar do coração humano? Não!", o Papa insiste. "É só para dizer que temos de permanecer no controle dele" (TC 23/07/1980).

"Controle" aqui não significa apenas dominar os desejos desordenados a fim de mantê-los "sob vigilância". À medida que amadurecemos no auto-controle, passamos a experimentá-lo como "a capacidade de orientar as reações [sexuais], tanto com relação ao seu conteúdo quanto ao seu caráter" (TC 31/10/1984). A pessoa que é verdadeiramente senhora de si mesmo é capaz de dirigir o desejo erótico "para o que é verdadeiro, bom e belo" (TC 12/11/1980). Quando isso acontece passamos a compreender e experimentar o mistério da sexualidade "em uma profundidade, simplicidade e beleza até então completamente desconhecidas" (TC 04/07/1984). Por sua vez, passamos a perceber que a versão da sexualidade promovida pela cultura é como “lixo” em comparação com o banquete do amor revelado no plano divino.
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* A sigla TC refere-se à “Teologia do Corpo”, e a data ao lado da sigla diz respeito ao dia da audiência em que o trecho foi retirado. A Teologia do Corpo constitui-se na coletânea de 129 catequeses proferidas por João Paulo II durante as audiências gerais de quarta-feira no Vaticano.

Traduzido de: http://www.christopherwest.com/page.asp?ContentID=136
Visite a página do autor.

sábado, 20 de março de 2010

Remédio Irresistível

Estamos chegando ao final da Quaresma, período de penitência, de jejum, oração e esmola. Estamos também no Ano Sacerdotal, lembrando-nos da figura de São João Maria Vianney.

São João Vianney foi o pároco mais famoso do século 19. Seu confessionário, na sua paróquia de Ars (França) tinha, noite e dia, filas longuíssimas de penitentes aguardando para se confessar com ele. Uma vez um jovem sacerdote lhe disse: "Padre, ensina-me um remédio bem efetivo para conservar a própria castidade e conseguir que os outros se conservem castos". E o santo sacerdote lhe disse: "Veja: o demônio se ri de outros que fazem muitos propósitos e empregam muitas técnicas. Mas o que derrota os planos impuros do diabo e os faz fracassar completamente é mortificar-se no comer, no beber, no olhar e no dormir. Nada destrói tanto os planos impuros do inimigo da alma como isso, e poucas coisas são tão agradáveis a Deus como fazer sacrifícios no comer, no beber, no dormir e no olhar. Oh, sim, eu pude experimentar isso em meus 40 anos de sacerdócio: quando conseguia fazer bastante sacrifícios, conseguia de Deus tudo que de bom desejava para mim e para os outros.

Com razão São Vicente respondeu quando lhe perguntaram por que tantas pessoas não conseguiam a castidade apesar de fazer propósitos muito bons: "Não conseguem a castidade porque não se negam a si mesmos, e não fazem sacrifícios". Ainda que alguém seja tão puro quanto um anjo, se deixa de fazer sacrifícios e de negar a si mesmo, poderá chegar a ser tão impuro quanto um demônio.
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Retirado do livro: "Pureza o castidad", do Pe. Eliécer Sálesman (Apostolado Bíblico Católico de Bogotá, Colômbia)

sábado, 13 de março de 2010

Longe de saber o que é o amor

12 de março de 2010 por Steve Pokorny

Aparentemente, a luxúria não está fora de moda. Claro, ela tem se mostrado presente desde a época da ação duvidosa de Adão e Eva. Mas eu sempre me fascino pela forma com que ela é reapresentada.

Vejamos os últimos Jogos Olímpicos de Inverno. Para grande parte do público desavisado, os acontecimentos pareciam ser muito familiares, um divertimento bom e limpo. O que a maioria das pessoas não sabe é que há um lado muito mais sombrio no interior da verdadeira fortaleza chamada de “Vila Olímpica”, dentro das quais os atletas são basicamente prisioneiros em seu próprio castelo.

Os atletas treinam e se sacrificam por anos em busca de sua chance de tentar a glória, e depois de competir em sua modalidade, eles podem enfim relaxar. Mas, aparentemente, eles aproveitam esse relaxamento para algo mais.

Um número de 100.000 preservativos foi distribuído gratuitamente por entre os cerca de 7.000 atletas e oficiais. Isso significa cerca de 14 preservativos por pessoa. No entanto, o que é mais notável é que a Fundação Canadense para a AIDS (CanfAR) teve que trazer “emergencialmente” um fornecimento extra de 8.500 preservativos, isso "para o alívio da libido dos atletas".

Aparentemente, eles vêm entregando preservativos como se fosse doce, desde os Jogos de Barcelona em 1992. Mas esta é a primeira vez que eles quase esgotaram.

Voltemos a 2008, onde os chineses também forneceram 100.000 preservativos nos Jogos Olímpicos de Pequim. Seu raciocínio? "Há muitas pessoas jovens, fortes, solteiras na vila dos atletas e, como em toda parte, alguns vão se apaixonar ou outras coisas, por isso nós precisamos disponibilizar preservativos."


Certamente, talvez algumas pessoas vão ter a experiência do que eles acham que é o amor. Mas na verdade eu acho que os preservativos são necessários por conta dessas "outras coisas". Nas palavras de Matt Syed, comentando sobre sua experiência da “festa de sexo” chamada de Olimpíadas:

“Lá estavam as lindas voluntárias – para ajudar os atletas – em suas brilhantes camisas amarelas e saias pretas; havia as adoráveis indígenas que vieram para assistir as competições. E depois havia as atletas – literalmente milhares delas – se exibindo, dançando, passeando e correndo ao redor da vila, vestidas em Lycra e expondo centímetro após centímetro de carne brilhante, forte, ondulada e inimaginavelmente exótica. Mulheres de todos os países do mundo: musculosas, viris, atléticas e transbordando estrogênio. Passei tanto tempo em um estado de luxúria que poderia ter desmaiado.”

Ah, então aqui está a verdade. Para começo de história a distribuição de milhares de preservativos nunca teve nada a ver com amor. Ela sempre esteve ligada com a satisfação da luxúria desenfreada.

Grande parte do mundo moderno nem sequer se preocupou com essa situação. Eles acham que isso é normal. Eles pensam que é "normal" distribuir preservativos "extra-pequenos" para que os garotos de 12 a 14 anos possam saciar seus desejos. Eles acham "normal" que na Copa do Mundo este ano na África do Sul vai haver uma distribuição de um bilhão de preservativos, com 42 milhões deles sendo enviados da Grã-Bretanha, de modo que os 45.000 visitantes de países estrangeiros possam entreter-se com as 42.000 prostitutas que estarão sendo esperadas.

Não deve causar surpresa em ninguém que quando João Paulo II, o Grande, declarou que os maridos não tem permissão para ter luxúria (concupiscência ou desejo desordenado) com relação a suas esposas, a mídia ficou furiosa com ele. A seus olhos, ele é o único anormal (como um comentarista disse, "Eu não tenho certeza o que vocês italianos fazem com suas esposas, mas nós, americanos, temos luxúria com relação às nossas mulheres".)

Para a grande maioria do mundo moderno, eles não vêem diferença entre amor e luxúria. Basta ver as últimas revistas Cosmo (tipo “Capricho”, “TodaTeen” etc.) e você nunca verá a palavra "amor" na capa. Porque eles realmente acreditam, com toda a sua libido, que esta é a maneira como o mundo é, que esta é a maneira como deve ser, que se você ama alguém, você trocar fluidos corporais com essa pessoa, ter uma relação íntima de 30 minutos e então seguir adiante.

O problema é o seguinte: isso não é normal. As coisas do jeito que estão não é a maneira como deveria ser.

Porque o problema com todo esse uso de látex não é que os preservativos quebram, escorregam, ficam velhos e se deterioram mesmo nas melhores condições, podem ser quebrados ou rasgados em seus pacotes, têm taxas admissíveis de defeitos de fabricação, ou que o processo de 10 a 16 etapas para o uso seguro muitas vezes não é seguido, ou que secreções corporais podem extravasar ou escapar de um preservativo, mesmo que ele esteja funcionando perfeitamente.

O principal problema é que não há camisinha para o coração. Pois a pessoa humana foi criada para fazer de si um dom sincero para outra pessoa (cf. Gaudium et Spes 24), algo também conhecido como amar. Para ser pleno, completo, o ser humano tem de entregar a totalidade de si mesmo, não guardando nada para si. A pessoa humana é feita para o amor, e nós temos o dever de sempre ver cada pessoa como alguém para amar, e não como um objeto para usar. A luxúria sempre reduz a uma pessoa a um nível quase de um objeto (dizemos quase porque uma pessoa nunca pode perder a sua dignidade enquanto filho ou filha de Deus). Um ato de luxúria jamais pode ser um ato de amor, porque os dois são opostos, pois quando uma pessoa se torna um objeto de uso, é certo que o amor atrofia.

O ato sexual fala a linguagem em que eu me entrego, me dôo totalmente à outra pessoa. No fundo do nosso coração, queremos dar-nos totalmente e plenamente receber outra pessoa. Nós não queremos construir uma parede entre nós e o outro, especialmente neste ato mais íntimo. E quando alguém guardando algo para si, mesmo que um acordo verbal seja feito, de alguma forma, de alguma maneira, isso vai afetar o relacionamento de uma forma muito negativa. As gerações daqueles que usaram de contracepção deixaram para trás um legado de divórcio que testemunha os efeitos nocivos que isso teve sobre a relação fundamental do casamento.

Se o desejo sexual torna-se apenas a expressão da vontade de contato físico, então o dom total de si se transforma em um ato de usar outra pessoa para a própria gratificação egoísta. Em outras palavras, o amor é substituído pela luxúria. E se o que estamos fazendo não é amor, então nunca vamos ficar satisfeitos. E é exatamente por isso que o mundo moderno, nas palavras de Mick Jagger, “não consegue satisfação” (“can’t get no satisfaction”).

Quando Jesus falou sobre a luxúria, ele não estava sendo um estraga-prazeres. Ele não estava tentando tirar a nossa alegria, nosso prazer. Ele estava tentando chamar atenção para o fato de que essas fantasias eróticas nunca vão saciar os nossos desejos de amor eterno. O mais importante, Ele estava tentando nos mostrar que existe uma maneira diferente de sentir, pensar e agir que está em conformidade com a nossa dignidade e com o que realmente vai nos satisfazer, por muito mais tempo do que simplesmente por um momento em uma noite só.

Talvez depois de todos esses preservativos terem sido distribuídos, e todos os corações terem sido quebrados, as pessoas comecem a acordar para o fato de que o estilo “sexo casual” não está funcionando. Talvez eles venham tentar de outra maneira. Talvez, apenas talvez, venham a ter uma pista sobre o que é o amor.
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Steve Pokorny, Diretor do TOB Ministries (tobministries.com), especializado em falar para jovens e adultos sobre o dom da sexualidade. Steve tem um mestrado em Teologia e Catequese na Universidade Franciscana de Steubenville, um Mestrado no Instituto João Paulo II de Estudos para o Matrimônio e a Família, e recebeu treinamento no Instituto de Teologia do Corpo americano. Ele atualmente é Diretor da Pastoral para o Casamento e a Família na Arquidiocese de San Antonio. Ele é editor associado do canal Teologia do Corpo da Catholic Exchange (tob.catholicexchange.com), e seu blog é truesexualrevolution.blogspot.com. Ele é casado e vive em San Antonio.

Artigo traduzido de: http://tob.catholicexchange.com/2010/03/12/1772/

segunda-feira, 8 de março de 2010

A Importância de se vestir com dignidade

26 de fevereiro de 2010
por Robert Colquhoun

Há uma diferença entre vestir de forma atraente e se vestir para atrair. Em seu livro fascinante, Colleen Hammond descreve como é viver a vida "se vestindo com dignidade." Ela descreve por que isso é tão importante para manter o padrão moral da sociedade e como pode ser danosa culturalmente a investida moderna de roupas indecentes.

Os anunciantes entendem algumas verdades simples da psicologia masculina. A lei de fechamento diz que os seres humanos tendem a completar um espaço através do preenchimento do contorno, ignorando as lacunas na figura. A lei da continuação demonstra como os seres humanos tendem a continuar contornos sempre que os elementos de um padrão estabelecem uma direção implícita. A Psicologia da Gestalt descreve a capacidade da mente humana de “formar formas”. Todas essas idéias ressaltam o fato de que quando as mulheres usam roupas sugestivas, os homens vão terminar a imagem com sua imaginação. Homens são estimulados visualmente, enquanto as mulheres, de forma geral, confiam mais na comunicação verbal e nos seus sentimentos. Muitas mulheres não conseguem perceber a influência que sua atitude de vestir roupas sexualmente sugestivas tem sobre os outros.

A modéstia está intimamente relacionada ao mistério. Alice von Hildebrand disse que "Vestir-se modestamente é a resposta adequada que as mulheres devem dar ao seu 'mistério'." Quando pouco é deixado para a imaginação, o mistério desaparece porque tudo é mostrado. As coisas são cobertas ou veladas quando possuem uma grande importância. A modéstia ajuda a proteger a pureza e a virtude resplandecente da castidade, preservando o mistério. Muitos acreditam que a modéstia no vestir é muito mais atraente, digna e elegante. São Bernardo de Claraval, disse, "Como é bela, então, a modéstia, e que jóia entre as virtudes ela é." Em uma recente audição, Cheryl Cole repudiou um grupo pop por usar roupas muito sugestivas, considerando-as de mau gosto.

A vestimenta modesta ajuda a manter a sociedade saudável. Confúcio sabia que as mulheres eram a raiz moral da sociedade, e que a cultura só iria crescer na proporção da força moral de suas mulheres. As culturas entram em colapso se as mulheres – a fibra moral da sociedade – não colocam em prática a modéstia. As tendências imodestas que chegaram no século XX não tinham precedentes históricos. Designers de moda foram desenvolvendo vestidos que mostravam gradualmente mais e mais. Quando o biquíni foi introduzido pela primeira vez, nenhum dos modelos em Paris o usaria nas passarelas. O designer teve que contratar uma dançarina do Casino de Paris. Ela não teve nenhum problema em descer a passarela neste traje de banho!

O Papa João Paulo lidou com a modéstia através de uma análise da vergonha humana, em seu livro "Amor e Responsabilidade. A vergonha tenta esconder as coisas boas e más, porque algumas coisas são melhores quando não estão aos olhos do público. Um dos sentimentos mais poderosos da vergonha é a vergonha sexual.

Segundo João Paulo, nós temos "vergonha sexual em relação àquilo que poderia ser ‘um objeto potencial de uso’ para pessoas de outro sexo" (p. 176). Temos a tendência de cobrir os valores sexuais relacionados com certas partes do corpo, não porque são más, mas porque eles podem ofuscar o bem maior da pessoa. Esta é "uma forma natural de auto-defesa para a pessoa."

Eu não estou defendendo o uso da burca, mas a modéstia no vestir ajuda a proteger o relacionamento entre os sexos e, assim, cria a possibilidade para o desenvolvimento do autêntico amor entre as pessoas. A modéstia ajuda a manter a mulher longe de ser tratada como um objeto de prazer sexual. É por isso que nós queremos nos vestir modestamente, quando estamos com os membros do sexo oposto com quem nós não somos casados. Fora do contexto do amor conjugal, temos de ter cuidado com o “mostrar” valores sexuais, ou então nós podemos nos colocar na posição de “ser usado(a)” pelo sexo oposto.

João Paulo diz que a "modéstia sexual não é uma fuga do amor, mas, ao contrário, a abertura de um caminho para isso. A necessidade espontânea para ocultar valores sexuais ligados à pessoa é o caminho natural para a descoberta do valor da pessoa como tal. "(p. 179).

A modéstia procura inspirar amor – o amor verdadeiro para a pessoa, não apenas uma reação sexual para com o corpo de uma mulher. Uma cultura de mulheres imodestas cria um grupo de homens descomprometidos. Algumas mulheres estão dispostas a entregar-se a homens que elas nem conhecem.

Vestir-se com modéstia é fazer uma declaração sobre a dignidade das mulheres, abrindo a possibilidade para os relacionamentos amorosos. Vestir-se de modo provocativo incentiva os outros a usá-la para gratificação carnal. Nossos corpos não foram feitos simplesmente para serem objetos, em vez disso, devemos usá-los como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12,1).

Há uma grande autora chamada Wendy Shalit, que escreveu: "Um retorno à modéstia." Ela acredita que a modéstia é uma grande arma no rejuvenescimento da nossa cultura a fim de restaurar a mística feminina. A revolução sexual falhou porque ignorou a modéstia feminina e a diferença dos sexos, trazendo-nos o assédio, o estupro, distúrbios alimentares, relações casuais sem sentido, e o grande aumento do divórcio. A modéstia, para Shalit, é a prova de que a moralidade é “sexy” e que provavelmente acende o “Eros”.

A modéstia pode até ser uma prova de Deus, porque significa que “fomos feitos de tal forma que, quando nós seres humanos agimos como animais, sem qualquer restrição e sem quaisquer regras, simplesmente não temos tanto ‘divertimento’." Nós fomos criados com uma auto-consciência, uma vontade, razão e desejo de procurar e ansear por algo mais profundo e maior: viver para a grandeza. Kierkegaard, um intelectual dinamarquês, disse que "o que distingue o amor da luxúria é o fato de que ele carrega uma marca da eternidade."

Uma idéia falsa é que a modéstia é para aquelas que são frígidas, puritanas, ou hipócritas. Nada poderia estar mais longe da verdade. A modéstia é muito mais emocionante do que a promiscuidade, porque restaura a dignidade própria da feminilidade.
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Robert Colquhoun é o editor do livro recente: “Pure Heart Create for Me: theology of the body today. “Ele estudou História no King's College de Londres e tem um diploma em filosofia. Ele já trabalhou para os ministérios NET do Canadá, a Aliança Mundial da Juventude e para a Igreja Católica. Robert organizou palestras, seminários, aulas de catecismo e documentos por todo o Reino Unido sobre a verdade e o significado da sexualidade humana

Traduzido de: http://tob.catholicexchange.com/2010/02/26/1442/